O que é o amilenismo? Como o amilenismo se difere de
pré-milenismo e do pós-milenismo?
Pergunta: "O que é o amilenismo? Como o amilenismo
se difere de pré-milenismo e do pós-milenismo?"
Resposta: O amilenismo, ou amilenialismo, é o nome dado à crença de que não haverá um reino literal de Cristo por 1000 anos. As pessoas que defendem essa ideia são chamadas de amilenistas. O prefixo "a" em amilenismo significa "não" ou "sem". Portanto, o amilenismo significa “sem milênio”. Isso difere da opinião mais comum chamada de pré-milenialismo/pré-milenismo (a opinião de que a segunda vinda de Cristo vai acontecer antes do Seu reino milenar e que o reino de Cristo é um reino literal de 1000 anos) e da opinião menos comum chamada de pós-milenialismo/pós-milenismo (a crença de que Cristo vai retornar depois que os cristãos – não o próprio Cristo – estabelecerem o reino na terra).
No entanto, em justiça aos que são amilenistas, devemos acrescentar que eles não acreditam que não haja nenhuma forma de milênio. Eles só não acreditam em um milênio literal – um reino literal de 1000 anos de Cristo na terra. Ao invés, acreditam que Cristo esteja sentado agora mesmo no trono de Davi e que a era atual da Igreja seja o reino sobre o qual Cristo tem domínio. Não há dúvida nenhuma de que Cristo esteja agora mesmo sentado no trono, mas isso não significa que esse seja o reino ao qual a Bíblia se refere como o trono de Davi. Não há dúvida de que Cristo agora reina, pois Ele é Deus. No entanto, isso não significa que Ele esteja exercendo agora o Seu reino milenar.
Para que Deus possa cumprir as Suas promessas a Israel e Sua aliança com Davi (2 Samuel 7:8-16; 23:5; Salmos 89:3-4), tem que existir um reino literal e físico na terra. Duvidar disso é questionar o desejo de Deus e/ou a sua habilidade de cumprir as Suas promessas, e isso abre as portas para vários problemas teológicos. Por exemplo, se Deus pudesse renegar Suas promessas a Israel depois de afirmar que eram “eternas”, como poderíamos ter certeza de quaisquer de Suas promessas, inclusive das promessas de Salvação aos que creem no Senhor Jesus? A única solução é acreditar na Sua Palavra e compreender que as Suas promessas serão cumpridas literalmente.
Indicações bíblicas claras de que o reino será um reino literal aqui na terra são:
1) Os pés de Cristo tocam no Monte das Oliveiras antes do Seu reino ser estabelecido (Zacarias 14:4,9);
2) Durante o reino, o Messias vai executar justiça e julgamento na terra (Jeremias 23:5-8);
3) O reino é descrito como sendo debaixo do céu (Daniel 7:13-14,27).
4) Os profetas profetizaram de mudanças terrenas dramáticas durante o reino (Atos 3:21; Isaías 35:1-2; 11:6-9; 29:18; 65:20-22; Ezequiel 47:1-12; Amós 9:11-15); e
5) A ordem cronológica dos eventos de Apocalipse indica a existência de um reino milenar antes da conclusão da história mundial (Apocalipse 20).
A opinião amilenista surge do uso de um método de interpretação para profecias ainda não cumpridas e de um outro método para as Escrituras não-proféticas e profecias cumpridas. Escrituras não-proféticas e profecias cumpridas são interpretadas literalmente e normalmente. Entretanto, de acordo com o amilenista, profecia não cumprida é para ser interpretada espiritualmente, ou de forma não literal. Aqueles que defendem o amilenismo acreditam que uma leitura "espiritual" das profecias não cumpridas seja a leitura apropriada daqueles textos. Isso se chama de dupla hermenêutica. Por hermenêutica entende-se o estudo dos princípios de interpretação. O amilenista acredita que a maioria, se não todas, das profecias não cumpridas são escritas em linguagem simbólica, figurativa e espiritual. Portanto, os amilenistas dão um sentido diferente àquelas partes da Bíblia do que o significado normal e contextual de suas palavras.
O problema de interpretar profecias não cumpridas dessa forma é que abre as portas para uma grande quantidade de significados. A menos que se interprete a Bíblia no sentido normal, não haverá apenas um significado. Ao mesmo tempo, Deus, o grande Autor de todas as Escrituras, teve apenas um significado em mente quando inspirou os autores humanos a escreverem. Embora possamos tirar muitas aplicações para as nossas vidas de uma só passagem da Bíblia, há apenas um significado e esse significado é o que Deus quis transmitir. Além disso, o fato de que profecias cumpridas foram cumpridas literalmente é o melhor motivo para acreditarmos que as profecias ainda não cumpridas serão cumpridas literalmente. As profecias sobre a primeira vinda de Cristo foram todas cumpridas literalmente. Portanto, deve-se esperar que as profecias sobre a segunda vinda de Cristo também serão cumpridas literalmente. Por esses motivos, uma interpretação alegórica de profecias não cumpridas deve ser rejeitada e uma interpretação literal ou normal dessas profecias deve ser adotada. O amilenismo falha por utilizar uma hermenêutica inconsistente, ou seja, a interpretação da profecia não cumprida de forma diferente da profecia cumprida.
Resposta: O amilenismo, ou amilenialismo, é o nome dado à crença de que não haverá um reino literal de Cristo por 1000 anos. As pessoas que defendem essa ideia são chamadas de amilenistas. O prefixo "a" em amilenismo significa "não" ou "sem". Portanto, o amilenismo significa “sem milênio”. Isso difere da opinião mais comum chamada de pré-milenialismo/pré-milenismo (a opinião de que a segunda vinda de Cristo vai acontecer antes do Seu reino milenar e que o reino de Cristo é um reino literal de 1000 anos) e da opinião menos comum chamada de pós-milenialismo/pós-milenismo (a crença de que Cristo vai retornar depois que os cristãos – não o próprio Cristo – estabelecerem o reino na terra).
No entanto, em justiça aos que são amilenistas, devemos acrescentar que eles não acreditam que não haja nenhuma forma de milênio. Eles só não acreditam em um milênio literal – um reino literal de 1000 anos de Cristo na terra. Ao invés, acreditam que Cristo esteja sentado agora mesmo no trono de Davi e que a era atual da Igreja seja o reino sobre o qual Cristo tem domínio. Não há dúvida nenhuma de que Cristo esteja agora mesmo sentado no trono, mas isso não significa que esse seja o reino ao qual a Bíblia se refere como o trono de Davi. Não há dúvida de que Cristo agora reina, pois Ele é Deus. No entanto, isso não significa que Ele esteja exercendo agora o Seu reino milenar.
Para que Deus possa cumprir as Suas promessas a Israel e Sua aliança com Davi (2 Samuel 7:8-16; 23:5; Salmos 89:3-4), tem que existir um reino literal e físico na terra. Duvidar disso é questionar o desejo de Deus e/ou a sua habilidade de cumprir as Suas promessas, e isso abre as portas para vários problemas teológicos. Por exemplo, se Deus pudesse renegar Suas promessas a Israel depois de afirmar que eram “eternas”, como poderíamos ter certeza de quaisquer de Suas promessas, inclusive das promessas de Salvação aos que creem no Senhor Jesus? A única solução é acreditar na Sua Palavra e compreender que as Suas promessas serão cumpridas literalmente.
Indicações bíblicas claras de que o reino será um reino literal aqui na terra são:
1) Os pés de Cristo tocam no Monte das Oliveiras antes do Seu reino ser estabelecido (Zacarias 14:4,9);
2) Durante o reino, o Messias vai executar justiça e julgamento na terra (Jeremias 23:5-8);
3) O reino é descrito como sendo debaixo do céu (Daniel 7:13-14,27).
4) Os profetas profetizaram de mudanças terrenas dramáticas durante o reino (Atos 3:21; Isaías 35:1-2; 11:6-9; 29:18; 65:20-22; Ezequiel 47:1-12; Amós 9:11-15); e
5) A ordem cronológica dos eventos de Apocalipse indica a existência de um reino milenar antes da conclusão da história mundial (Apocalipse 20).
A opinião amilenista surge do uso de um método de interpretação para profecias ainda não cumpridas e de um outro método para as Escrituras não-proféticas e profecias cumpridas. Escrituras não-proféticas e profecias cumpridas são interpretadas literalmente e normalmente. Entretanto, de acordo com o amilenista, profecia não cumprida é para ser interpretada espiritualmente, ou de forma não literal. Aqueles que defendem o amilenismo acreditam que uma leitura "espiritual" das profecias não cumpridas seja a leitura apropriada daqueles textos. Isso se chama de dupla hermenêutica. Por hermenêutica entende-se o estudo dos princípios de interpretação. O amilenista acredita que a maioria, se não todas, das profecias não cumpridas são escritas em linguagem simbólica, figurativa e espiritual. Portanto, os amilenistas dão um sentido diferente àquelas partes da Bíblia do que o significado normal e contextual de suas palavras.
O problema de interpretar profecias não cumpridas dessa forma é que abre as portas para uma grande quantidade de significados. A menos que se interprete a Bíblia no sentido normal, não haverá apenas um significado. Ao mesmo tempo, Deus, o grande Autor de todas as Escrituras, teve apenas um significado em mente quando inspirou os autores humanos a escreverem. Embora possamos tirar muitas aplicações para as nossas vidas de uma só passagem da Bíblia, há apenas um significado e esse significado é o que Deus quis transmitir. Além disso, o fato de que profecias cumpridas foram cumpridas literalmente é o melhor motivo para acreditarmos que as profecias ainda não cumpridas serão cumpridas literalmente. As profecias sobre a primeira vinda de Cristo foram todas cumpridas literalmente. Portanto, deve-se esperar que as profecias sobre a segunda vinda de Cristo também serão cumpridas literalmente. Por esses motivos, uma interpretação alegórica de profecias não cumpridas deve ser rejeitada e uma interpretação literal ou normal dessas profecias deve ser adotada. O amilenismo falha por utilizar uma hermenêutica inconsistente, ou seja, a interpretação da profecia não cumprida de forma diferente da profecia cumprida.
FONTE:
http://www.gotquestions.org
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Amilenismo
A palavra amilenismo
significa literalmente “nenhum milênio.” Estritamente falando, não é o caso do
amilenismo não ensinar nenhum milênio de forma alguma. A verdade é que o
amilenismo não crê num milênio literal e futuro.
O amilenismo
ensina que o milênio de Apocalipse 20 é toda a era do Novo Testamento,
desde a primeira vinda de Cristo até o fim do mundo. Portanto, os mil anos de
Apocalipse 20 devem ser entendidos simbolicamente, e não literalmente.
Este ensino é
baseado, primeiro, no fato que os números na Escritura, incluindo o número mil,
são frequentemente simbólicos ao invés de literais. Um bom exemplo é o Salmo
50:10, onde a Escritura certamente não quer dizer literalmente e somente “mil
montanhas,” mas todas as montanhas.
Visto que a
prisão de Satanás é uma das principais características deste período de mil
anos (Apocalipse 20:1-3), o amilenismo ensina que Satanás está preso por toda a
era do Novo Testamento. Ele não está completamente preso, mas preso somente
“para que mais não engane as nações” (Apocalipse 20:3, ARC). Ele está preso, em
outras palavras, para que não possa impedir o evangelho de ser pregado e
resultar na conversão das nações gentílicas.
Que Satanás
estava preso no tempo da primeira vinda de Cristo é claro a partir de
Mateus 12:29. Ali, numa referência óbvia à Satanás, Jesus usa a mesma palavra
grega para amarrar que aparece em Apocalipse 20:2. Ele diz aos fariseus que “o
homem valente [Satanás]” deve ser amarrado. No contexto desta declaração, Jesus
está falando da vinda do reino através da reunião dos gentios, mediante a
pregação do evangelho (Mateus 12:14-21, 28-30). Mateus 12:29 interpreta
Apocalipse 20:2 e mostra que o resultado da prisão de Satanás é o sucesso do
evangelho entre as nações no Novo Testamento.
O amilenismo,
portanto, não espera um milênio ainda porvir, mas crê que estamos no meio do
milênio agora, e que, quando o milênio terminar, o fim do mundo terá chegado.
Esta era do Novo Testamento é a última era do mundo.
Os amilenistas
não esperam um rapto mil anos antes do fim, nem uma vinda de Cristo mil anos
antes do fim, nem esperam que a grande tribulação ocorra mil anos antes do fim
do mundo. Antes, eles ensinam que todos estes eventos ocorrerão no fim e
serão seguidos pelo estado eterno.
Por isso, o
amilenismo ensina que a “trombeta” de 1Coríntios 15:51,52 é a última, e
que seguindo o rapto (1Tessalonicenses 4:16,17), os eleitos estarão para sempre
com o Senhor na glória celestial. Da mesma forma, no ensino amilenista a grande
tribulação de Mateus 24:29 é imediatamente seguida pela trombeta que
anuncia a vinda de Cristo na aparição real de Cristo sobre as nuvens e a
assembléia dos seus eleitos.
O amilenismo
não ensina um período de paz e prosperidade sem precedentes para a igreja antes
do fim, mas toma seriamente a verdade bíblica de que a grande tribulação da
igreja precederá o final de todas as coisas – que naqueles últimos dias
“sobrevirão tempos difíceis” (2Timóteo 3:1), tempos nos quais “os homens
perversos e impostores irão de mal a pior” (v. 13).
Por causa
disto, alguns acusam o amilenismo de pessimismo. Contudo, ele não é pessimista.
Os amilenistas crêem que Cristo reina, e que com poder soberano faz com que
todas as coisas, mesmo as tristes, cooperem juntamente para o bem dos seus
amados.
Fonte
(original): Doctrine according to Godliness, Ronald Hanko, Reformed Free
Publishing Association, p. 305-306.
ARGUMENTOS
AMILENISTAS
A seguir,
abordaremos alguns argumentos a-milenistas, comentando as passagens comumente
usadas por esse modelo para embasar suas argumentações. Para aqueles que ainda
não conhecem, o modelo a-milenista ensina que não haverá um reinado de mil anos
imediatamente após a volta de nosso Salvador. De acordo com os que seguem esse
modelo interpretativo, o Milênio deve ser entendido de forma figurada e
representa a presença e atuação da Igreja em nossa era atual.
Nós nos
opomos a essa crença e acreditamos que haverá um Milênio literal logo após a
volta do Senhor Jesus, tal qual é profetizado em Apocalipse 20:4-6. Como todo o
material deste site, este tópico não visa tecer comentários infalíveis nem
irrefutáveis. Objetivamos sim dar aos nossos leitores uma ampla gama de
informações, para que cada um possa fazer suas comparações e decisões próprias.
ARGUMENTO 1: II
PEDRO 3:10
"Mas o
dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande
estrondo, e os elementos, ardendo, se dissolverão, e a terra, e as obras que
nela há, se queimarão"
Este é um
dos textos que servem como base argumentativa do amilenismo. Nele, o apóstolo
Pedro associa diretamente o Dia do Senhor com a dissolução dos elementos que
compoem nosso universo, incluindo a Terra. Com respeito ao "Dia do
Senhor", cremos que o termo se refere exclusivamente ao dia da gloriosa
volta de Cristo (para maiores informações, acesse o tópico DIA
DO SENHOR). Porém, não acreditamos que o texto em questão possa ser
usado como prova incontestável da inexistência do Milênio.
O mesmo
apóstolo, versículos antes, mostra a soberania do Senhor sobre os tempos
proféticos. No versículo 8, Pedro cita Salmos 90:4, onde Davi expressa que,
para o Criador, mil anos são como um dia. Se formos nos ater à aplicabilidade
desse versículo no contexto, perceberemos que o texto de II Pedro 3:10 não pode
ser usado como prova incontestável de que não haverá um Milênio ou como prova
de que tal período realmente ocorrerá.
Quando vemos
as profecias bíblicas e sua concretização posterior, percebemos que nem sempre
profecias narradas num mesmo contexto se cumprem de uma só vez. Muitas vezes, a
concretização profética é progressiva. Um exemplo disso: em Isaias 11:1, o
profeta narra "o brotar do rebento do toco de Jessé", numa clara
alusão ao nascimento de Jesus, milhares de anos depois. Ao ler o restante do
capítulo, principalmente dos versículos 5 a 16, vemos que o profeta revela uma
realidade que ainda não se concretizou literalmente na primeira vinda do
Ungido, mas que tem um momento certo para cumprir-se. Vejamos um trecho da
passagem:
"Não se
fará mal nem dano algum em todo o meu santo monte; porque a terra se encherá do
conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar. E acontecerá naquele dia
que a raiz de Jessé, a qual estará posta por estandarte dos povos, será buscada
pelos gentios; e o lugar do seu repouso será glorioso" (Isaias 11:9-10)
Cremos que
essa profecia ainda se cumprirá. Porém, o profeta Isaias a coloca dentro do
contexto do "brotar do rebento". Para um leitor que vivesse há 700
anos antes do nascimento e ministério terrestre de Jesus, essa profecia, pela
lógica, deveria se cumprir literalmente no tempo do nascimento de Cristo. Essa
era a expectativa que havia em Israel quando o Messias começou a anunciar o
evangelho. Aquelas pessoas que tinham lido e estudado as profecias messiânicas,
esperavam o total cumprimento delas já naquele tempo. Não atentaram para a
progressividade do plano do Senhor para a humanidade.
O que fica
patente então, é que nem sempre eventos profetizados num mesmo contexto,
ocorrerão no mesmo tempo cronológico. Cremos que esse mesmo princípio se aplica
ao que foi escrito pelo apóstolo Pedro em II Pedro 3:10. Quando ele escreveu
sua segunda carta, o Milênio ainda era um mistério não revelado. Só
seria revelado anos depois a João em Patmos. De acordo com essa revelação
posterior (Apocalipse 20:1-15), haverá um período intermediário, denominado
Milênio. Se para o Altíssimo um dia é como mil anos, então o Dia do Senhor
poderá se prolongar em seus efeitos por um período muito mais abrangente do que
um dia cronológico...
ARGUMENTO 2: I CORÍNTIOS 15:25-26
"Porque
convém que reine até que haja posto a todos os inimigos debaixo de seus pés.
Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte"
Esse texto
também se relaciona com o seguinte:
"Eis
aqui vos digo um mistério: Na verdade, nem todos dormiremos, mas todos seremos
transformados, num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última
trombeta; porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e
nós seremos transformados. Porque convém que isto que é corruptível se revista
da incorruptibilidade, e que isto que é mortal se revista da imortalidade. E,
quando isto que é corruptível se revestir da incorruptibilidade, e isto que é
mortal se revestir da imortalidade, então se cumprir-se-á a palavra que está
escrita: Tragada foi a morte na vitória" (I Coríntios 15:51-54)
Tomando como
base essas duas passagens, o modelo a-milenista associa o momento da vinda de
Jesus, com a conseqüente glorificação dos salvos, ao momento culminante do
juízo final, quando a morte e o hades serão jogados no lago de fogo (Apocalipse
20:14). Também, o modelo a-milenista sustenta que Jesus neste momento exerce
seu reino à destra do Pai e que, por ocasião da sua volta, entregará o domínio
ao Pai (I Coríntios 15:24).
Para ter uma
melhor compreensão do teor dessas passagens, é interessante ter uma noção do
que é o "reino de Jesus", quais as profecias relacionadas a esse
reino e qual era a expectativa da igreja primitiva a respeito. Pedro, em sua
primeira pregação, ocorrida no dia de Pentecostes (Atos 2:14-36), se refere à
promessa feita pelo Eterno a Davi, registrada em Salmos 89:3-4.
O mesmo
Pedro certamente estava entre aqueles que perguntaram ao Mestre, momentos antes
da ascensão, quando seria restaurado o reino de Israel. É bastante revelador
que, mesmo após mais de três anos de convívio com o Senhor, após receberem o
sopro do Espírito, eles tivessem essa esperança "pré-milenista". O
Senhor não recriminou ou reprovou essa esperança literal dos apóstolos e
discípulos, mas deixou claro que os tempos proféticos pertencem à soberania do
Pai (Atos 1:7). Em outras palavras, o Mestre disse que não competia a eles
saber quando seria concretizada aquela esperança, mas em nenhum momento negou
ou recriminou tal esperança.
Então,
quando o apóstolo discursa e se refere a essa promessa feita a Davi, coloca a
ressurreição como ponto inicial de concretização dela, porém não negando sua
literalidade futura. Pedro esperava que o reino de Israel fosse restaurado e
que Jesus se assentaria literalmente sobre o trono de Davi. Afinal de contas,
foi o próprio Mestre quem prometeu a ele e a seus companheiros que eles se
assentariam em tronos e julgariam as doze tribos de Israel, quando Ele próprio se assentasse no torno de
Sua Glória!:
"E
Jesus disse-lhes: Em verdade vos digo que vós, que me seguistes, quando, na
regeneração, o Filho do homem se assentar no trono da sua glória, também vos
assentareis sobre doze tronos, para julgar as doze tribos de Israel" (Mateus
19:28)
Consequentemente,
entendemos que o reino do Senhor não está temporalmente restrito aos céus.
Muito pelo contrário. A concretização física e literal do reino do Senhor se
dará logo após sua vinda, quando Ele virá como Rei e Juiz (Apocalipse
19:15-16), e se assentará no trono da sua glória (Mateus 19:28, Mateus 24:31).
Aqui vemos
também uma questão progressiva. Primeiro, os reinos são realmente destruídos
(Apocalipse 11:15, Daniel 7:9-11, etc). Porém, entendemos que às nações
derrotadas lhes será dada uma prolongação após a derrota (Daniel 7:12), que
haverá sobreviventes ao final da tribulação (Zacarias 14:16, Ezequiel 36:33-36)
e eles serão regidos por Jesus, o qual literalmente se assentará no trono da
Sua glória (Mateus 19:28), restaurando o reino de Israel, como aguardavam os
apóstolos, e cumprindo literalmente a promessa feita a Davi. Logo após esse
período, descrito no Apocalipse como um reino de mil anos, virá o juízo sobre o
diabo e a destruição da própria morte.
A respeito
do momento da destruição da morte, note que Paulo descreve a derrota da morte
sob uma perspectiva exclusivamente daqueles que serão glorificados. Não cremos
que em I Coríntios 15:51-55, o apóstolo esteja se referindo à destruição da
morte de forma generalizada, mas sim a sua aniquilação sobre os servos do
Senhor, os quais já não mais a experimentarão a partir da glorificação. Todo o
contexto do capítulo gira em torno da esperança de incorruptibilidade para os
servos do Senhor. Entendemos que a única vez que Paulo se refere à destruição
geral da morte em I Coríntios 15 está no versículo 26: "Ora, o último
inimigo que há de ser aniquilado é a morte". Note a palavra
"último". Isso indica uma ordem, constando, mais uma vez, a
progressividade da atuação do Senhor através de seu plano.
ARGUMENTO 3: JOÃO 5:28-29
"Não
vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que estão nos
sepulcros ouvirão a sua voz. E os que fizeram o bem sairão para a resurreição
da vida; e os que fizeram o mal, para a ressurreição da condenação"
Este texto,
também encontra paralelo no livro de Daniel:
"E
muitos dos que dormem no pó da terra ressucitarão, uns para vida eterna, e
outros para vergonha e desprezo eterno" (Daniel 12:2)
Devemos ter
em mente que a revelação do plano do Senhor à humanidade é progressiva. Nem
todos os detalhes proféticos são revelados de uma só vez. Isso se aplica à
ressurreição. Até o momento da revelação apocalíptica, a noção que os judeus
tinham é que a ressurreição de todos ocorreria no mesmo instante. Então,
declarações como a do Mestre em João 5:28-29, eram compreendidas como se
estivesse abordando um único evento no tempo.
Ao examinar
detalhadamente o que foi dito pelo Salvador em João 5:28-29, não vemos que o
Ele revela que a ressurreição para a vida e aquela para a condenação se darão
ao mesmo tempo nem num prazo de 60 minutos (1 hora). O que Jesus diz é que em
ambos os casos, os mortos obedecerão sua voz de comando. O próprio Mestre faz
uma diferenciação entre ambas ressurreições. Uma será para vida e a outra para
a condenação.
Na detalhada
revelação dada a João em Patmos, o Senhor revela que a ressurreição de todos os
mortos de todas as épocas, considerando sua condição espiritual de justificados
ou não, não ocorreria ao mesmo tempo. No Apocalipse vemos claramente a
distinção entre a primeira ressurreição e a segunda ressurreição. A primeira se
refere aos salvos, os quais reinarão com Jesus e serão sacerdotes (Apocalipse
20:4-6). A segunda se refere ao juízo final, logo após o Milênio (Apocalipse
20:13).
Porém, muito
antes da revelação apocalíptica ser escrita por João, o próprio Ungido já havia
se referido à ressurreição dos justos (Lucas 14:14). Já o apóstolo Paulo,
divinamente inspirado, escreve à Igreja em Corinto que durante a vinda de Jesus
os que são de Cristo serão vivificados, recebendo corpos glorificados (I
Coríntios 15:23).
ARGUMENTO 4: LUCAS
17:26-27
"E,
como aconteceu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem.
Comiam, bebiam, casavam e davam-se em casamento, até o dia em que Noé entrou na
arca, e veio o dilúvio, e os consumiu a todos"
O texto
acima parece descrever uma destruição total da Terra e seus habitantes por
ocasião da vinda de Cristo. Porém, o propósito de Jesus na ocasião não era
narrar o que ocorreria com o planeta Terra por ocasião de sua vinda e sim qual
seria o clima de espera para essa vinda. Jesus revelou que haveria, a exemplo
dos dias de Noé e Ló, um descaso generalizado diante das promessas e avisos
divinos e uma decadência moral profunda.
Em nenhum
momento do texto citado o Senhor se refere à destruição ou aniquilação do
planeta Terra por ocasião de Sua vinda. Ele traça um paralelo com os dias de
Noé para mostrar que haveria um descaso semelhante e que a consequência sobre
aqueles que não fazem caso das promessas divinas é a morte.
ARGUMENTO 5: ROMANOS
2:5-16
"Mas,
segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira para ti no dia
da ira e da manifestação do justo juízo de Deus, o qual recompansará cada um
segundo as suas obras; a saber: a vida eterna aos que, com perseverança em
fazer o bem, procuram glória, e honra e incorrupção; mas a indignação e a ira
aos que são contenciosos, e desobedientes à verdade e obedientes à iniquidade;
tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal, primeiramente
ao judeu e também ao grego; glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica
o bem, primeiramente ao judeu e também ao grego; porque, para com Deus, não há
acepção de pessoas...No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por
Jesus Cristo, segundo o meu evangelho."
Este texto é
usado comumente pelo a-milenismo para indicar que o juízo final ocorrerá num
determinado dia, abrangendo tanto os salvos como os ímpios.
Cremos que
aqui é necesário diferenciar o que ocorrerá no Dia do Senhor (dia da volta de
Jesus), e tudo o que ocorrerá como consequência dessa volta. Não acreditamos
que as consequências posteriores a esse dia não possam ser compactadas dentro
de um período de 24 horas. De forma alguma podemos comprimir a atuação divina
dentro de nossos conceitos temporais. Note que, profeticamente, um dia para o
Senhor é como mil anos e vice-versa (II Pedro 3:8).
Entendemos
que há etapas dentro do plano do Senhor que precisam ser concretizadas. Por
exemplo, na questão "ira" podemos ver isso claramente. Nos últimos
momentos tribulacionais, vemos parte da ira do Senhor sendo derramada sobre a
humanidade (Apocalipse 16:1-21). Logo após, no momento da vinda, vemos o Senhor
pisando o lagar da ira do Altíssimo no Armagedom (Apocalipse 19:15). Mas, ao
mesmo tempo, vemos que até mesmo entre as nações que subirão contra Jerusalém
no Armagedom, haverá sobreviventes (Zacarias 14:16, Ezequiel 36: 33-36), os
quais continuarão vivendo sob o reino de justiça do Senhor, o qual regerá as
nações com plena justiça (Apocalipse 19:15). As profecias devem ser entendidas
como um corpo completo. Se fôssemos compactar a execução da ira e do juízo do
Senhor num período de 24 horas (um dia), então tais profecias sofreriam
descrédito.
Consequentemente,
entendemos que a partir da revelação de Jesus (vinda), a revelação do pleno
juízo do Pai será concretizado sobre a humanidade, chegando ao clímax desse
pleno exercício do juízo no trono branco (Apocalipse 20:11-15).
ARGUMENTO 6:
MATEUS 24:29
"E,
logo depois da aflição daqueles dias, escurecerá o sol, e a lua não dará a sua
luz, e as estrelas cairão do céu, e as potências do céu serão abaladas"
O texto de
Mateus 24:29, a exemplo de Apocalipse 6:12-17, narra eventos que caracterizam
os momentos imediatamente anteriores à volta de Jesus. Ao comparar esses
registros aos dos profetas do Antigo Testamento, os quais profetizaram
abundantemente sobre o "Dia do Senhor", vemos que sinais cósmicos
fazem parte dos momentos anteriores a esse dia.
O sol e a
lua escurecendo são dois sinais característicos para saber que tal Dia está
próximo, tal qual revela Jesus na passagem em questão. Isaias e Joel mencionam
claramente esse detalhe (Isaias 13:10, Joel 2:10,31). Isaias é mais detalhista,
ao afirmar que, momentos antes esse accontecimento (Dia do Senhor), a Terra se
moverá do seu lugar (Isaias 13:13). Por outro lado, vemos durante o período
tribulacional, corpos celestes e cósmicos (provavelmente asteroides ou
meteoritos) caindo sobre o planeta (Apocalipse 8:7-13).
Fica patente
então que os dias que antecederão a vinda do Senhor trarão uma comoção
generalizada sobre a Terra e sobre todo o universo. Paulo, em sua carta aos
romanos, escreve que toda a criação geme com dores de parto e aguarda com
ardente expectativa a manifestação dos filhos de Deus (Romanos 8:19).
Tais
comoções tribulacionais (as quais ocorrerão em plena tribulação), não podem ser
confundidas com aquelas que farão parte da criação dos novos céus e nova Terra.
Em primeiro lugar, porque tais eventos ocorrerão durante a tribulação e
cessarão diante da manifestação de Jesus e Seus servos (Romanos 8:19). Note que
Paulo fala que a criação atual, e não uma nova criação, aguarda com expectativa
a manifestação de Cristo e seu servos. Em segundo lugar, relacionar a vinda de
Jesus com a imediata criação de novos céus e nova Terra, não condiz com muitas
promessas vetero-testamentárias. Textos como Joel 2:3, Joel 2:22-27, Zacarias
14:8-21, Isaias 11:2-10, Ezequiel 36:33-36 Ezequiel 47:8-12, entre outros, deixam
implícito que a Terra e as nações continuarão existindo após a vinda do Mestre.
Um exemplo
claro disso é passagem de Zacarias 14:16-21, no qual o profeta revela que mesmo
entre as nações que subirem contra Jerusalém haverá sobreviventes, os quais viverão
sob o domínio do Senhor. Se fôssemos explicar essa passagem de acordo com o
modelo a-milenista, então teríamos que escolher uma dessas opções: ou entre as
nações que subirão para guerrear contra Jerusalém estarão nações compostas por
cristãos, e eles, pelo simples fato de pertencerem a nações que subirão contra
Israel no Armagedom, e apesar de serem salvos e glorificados na vinda do
Senhor, serão governados com vara de ferro por Jesus, podendo sofrer penas como
a cessação da chuva (Zacarias 14:17), ou integrantes de nações que subirão
contra Jerusalém que, mesmo não havendo nascido de novo, serão glorificados e
viverão na nova Terra, sendo governados com vara de ferro por Jesus...
As duas
opções se mostram desprovidas de sensatez e comunhão com as Escrituras!
Mostra-se muito mais sensato e equilibrado, levando em consideração as
promessas vetero-testamentárias, afirmar que haverá um período entre a volta de
Jesus e a criação dos novos céus e nova Terra, no qual Ele reinará literalmente
sobre as nações. Esse período, de acordo com Apocalipse 20:4-6, durará mil
anos.
ARGUMENTO 7:
APOCALIPSE 19:21
"E os
demais foram mortos com a espada que saía da boca do que estava assentado sobre
o cavalo, e todas as aves se fartaram das suas carnes"
Esta é mais
uma passagem utilizada pelo a-milenismo para indicar que a volta do Senhor
trará o término total de todas as nações, instaurando o juízo final e a criação
de novos céus e nova Terra, imediatamente depois da volta de Jesus. Mas, será
que é isso que a Palavra mostra?
Notemos que
uma das promessas deixadas às igrejas apocalípticas, que são figuras de todas
as igrejas, é a de exercer autoridade sobre as nações, com vara de ferro
(Apocalipse 2:26-27). Ora, se todas as nações e o planeta em si serão
destruídos por ocasião da volta de Jesus, como afirma o a-milenismo, que nações
são essas sobre as quais os salvos exercerão autoridade "com vara de
ferro"? Será que membros da Igreja exercerão domínio sobre outros membros
com "vara de ferro"? Sinceramente, cremos que não...
O próprio contexto
de Apocalipse 19:21 indica que o Messias, a partir de momento de sua volta,
governará as nações (Apocalipse 19:15), fazendo incongruente qualquer
afirmativa de aniquilação completa das nações no momento da volta do Mestre.
Até mesmo para Israel, como nação, já há um tribunal preparado pelo Senhor,
composto de Seus discípulos (Mateus 19:28).
Ao comparar
Apocalipse 19:15-21 com Zacarias 14:12-15, vemos que essa destruição descrita
na revelação apocalíptica, ocorrerá em função da derrota dos exércitos do
anticristo no Armagedom. Pelas razões dadas anteriormente e diante de dezenas
de profecias vetero-testamentárias descrevendo "nações" e
"povos" durante o reino do Senhor, torna-se temerário afirmar que
todas as nações serão aniquiladas no momento da vinda de Cristo.
ARGUMENTO 8: MATEUS
13:37-40
"E ele,
respondendo, disse-lhes: O que semeia a boa semente é o Filho do homem; o campo
é o mundo e a boa semente são os filhos do reino; o joio são os filhos do
maligno; o inimigo, que o semeou, é o diabo, e a ceifa é o fim do mundo; e os
ceifeiros são os anjos. Assim como o joio é colhido e queimado no fogo, assim
será na consumação deste mundo"
Este texto é
usualmente citado pelo a-milenismo, sob o argumento de que a separação entre o
joio e o trigo ocorrerá no fim do mundo, situando essa separação já na
ante-sala da nova Terra. Em outras palavras, o modelo a-milenista afirma que
essa separação entre joio e trigo é uma descrição do juízo final.
Quando vamos ao original grego do textus receptus, verificamos que o termo grego usado para "mundo" nos versículos 39 e 40 dessa passagem é "aeón", o qual se refere a era, período ou até mesmo sistema, e não ao mundo físico ou planeta. Neste último caso deveria ser usado o termo "kosmos". O interessante é que o termo kosmos também é usado nessa passagem, porém apenas quando o Senhor descreve o mundo (planeta) como "um campo".
Quando vamos ao original grego do textus receptus, verificamos que o termo grego usado para "mundo" nos versículos 39 e 40 dessa passagem é "aeón", o qual se refere a era, período ou até mesmo sistema, e não ao mundo físico ou planeta. Neste último caso deveria ser usado o termo "kosmos". O interessante é que o termo kosmos também é usado nessa passagem, porém apenas quando o Senhor descreve o mundo (planeta) como "um campo".
Para uma
melhor compreensão do que significa aeón, podemos citar II Coríntios 4:4, onde
o apóstolo Paulo identifica satanás como "o deus deste mundo/século"
(aeon). Não significa que satanás é o deus deste kosmos (planeta), mas que ele
exerce seu domínio maligno sobre os sistemas mundiais e sobre os pensamentos e
decisões humanas decaídas (aeón).
Então, o
texto de forma alguma aponta para o momento da destruição da Terra, com a
subseqüente criação da nova Terra, mas refere-se ao término de um período ou
sistema. Nesse contexto, a posição mais sensata, em nosso entendimento, é
associar essa separação entre joio e trigo ao fim desse atual sistema maligno,
com a vinda de Jesus, derrota da besta e falso profeta e o juízo sobre as
nações, descrito em Mateus 25:31-46, o qual ocorrerá logo após a vinda de
Jesus. Tal juízo difere enormemente do juízo final, como abordamos no tópico MILÊNIO.
ARGUMENTO 9: JOÃO 6:38-39
"Porque
eu desci do céu, não para fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me
enviou. E a vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles
que me deu se perca, mas que o ressuscite no último dia"
Sem dúvidas,
Jesus se refere nesta passagem à ressurreição dos justos (Lucas 14:14). Porém,
é necessário focar nossa atenção na expressão "último dia".
O Senhor,
após o dilúvio, promete a Noé e família que "enquanto a terra durar,
sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite, não
cessarão..." (Gênesis 8:22). Quando vemos passagens como Miquéias 4:1-4,
Isaías 11:1-12 e Zacarias 14:8, fica a constatação que as atividades
relacionadas à duração dia/noite continuarão após a vinda de Jesus (agricultura,
chuvas, verão, inverno, etc). Até mesmo já na Nova Jerusalém, ou seja, na nova
Terra após o juízo final, vemos que a árvore da vida dará seus frutos de mês em
mês (Apocalipse 22:2), o que pressupõe a existência de dias. Conseqüentemente,
é mais prudente entender que Jesus estava se referindo ao "final dos
tempos" ou "consumação dos séculos" quando se referiu ao
"último dia", já que fica patente que os dias continuarão existindo
mesmo após a vinda de Jesus.
Para sua
meditação, deixamos essa passagem de Isaias:
"E
acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no cume
dos montes, e se elevará por cima dos outeiros, e concorrerão a ele todas as nações. E irão muitos povos, e dirão:
Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine
os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de
Jerusalém a palavra do Senhor. E
julgará entre as nações, e
repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas
em enxadões e as suas lanças em foices; uma
nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear"
(Isaias 2:2-4).
Compare com
Miquéias 4:1-4, Apocalipse 19:15, Ezequiel 36:33-36, Isaias 11:1-12 e Zacarias
14:1-21. Para maiores informações a respeito do tema "Milênio",
acesse o tópico COMENTÁRIO 03. Para ter acesso a nosso estudo
principal sobre o Milênio, clique AQUI.
Outra possibilidade
de interpretação para essa passagem nos foi enviada pelo irmão Sandro de Souza
Oliveira. Agradecemos ao nosso irmão Sandro por essa preciosa colaboração. Ele
aponta em seu estudo que a mesma expressão eschatos
emera usada na passagem de João 6:39-40, referindo à ressurreição
no último dia, em João 7.37 se refere ao grande dia da festa dos tabernáculos,
ou seja, o principal dia dessa festa que durava oito dias (Números 29:12-38).
A questão é
que durante os sete dias primeiros dias, antes do oitavo dia final, um
sacerdote trazia água num cântaro de ouro do tanque de Siloé, e então,
acompanhado de um cortejo jubiloso, seguia até o templo, onde, diante do altar,
despejava água numa bacia sobre aos pés do altar, juntamente com vinho, ao
mesmo tempo que a cerimônia toda era acompanhada pelo cântico de
"Halel" (Salmos 113 a 118).
Essa
cerimônia comemorava a provisão de água, dada pelo Eterno, quando a rocha foi
ferida por Moisés. Era também uma oração por chuva, para que houvesse colheitas
fartas no ano seguinte. Portanto, as palavras de Jesus "...Se alguém tem
sede, venha a mim e beba...", foram faladas no último dia (eschatos
emera), o grande dia da festa,
que na realidade não era, sob um aspecto definitivo, o último dia da festa e
nem significava que nunca mais haveria outras festas do tabernáculo...
Eis a grande
razão porque a expressão "último dia" não pode ser usada para ensinar
que não haverá outros dias após este "ultimo dia" no qual ocorrerá a
ressurreição dos justos.
FONTE:
http://www.projetoomega.com
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