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terça-feira, 27 de janeiro de 2015

705-O FANATISMO RELIGIOSO, A RELIGIOSIDADE E A ESPIRITUALIDADE




 




FANATISMO

Assunto: Aquele que pensa ser inspirado por Deus.
Marcos- 7: 11,12,13 - Vós, porém, dizeis: Se um homem disser ao pai ou à mãe: Aquilo que poderias aproveitar de mim é (Corbã), isto é, oferta ao Senhor. Nada mais lhe deixais fazer por seu pai ou por sua mãe. Invalidando assim a palavra de Deus pela vossa tradição, que vós ordenastes. E muitas coisas fazem semelhantes a estas.
Corbã: [Oferta] Coisa separada para ser dada como oferta a Deus.

Esse ensinamento de Jesus trata dos desvios da verdade aos quais muitas pessoas estão expostas. Quando elas entram por esse caminho, tornam-se fanáticas assim como os escribas e fariseus. É capaz de abandonar o pai e  a mãe, mulher ou marido, filhos e até os prazeres normais da vida, por pensar que isso agrada a Deus. 
Alguém com essa atitude consegue fazer discípulos e criar tradições, as quais chegam a invalidar a Palavra de Deus. Na verdade, os fanáticos não conhecem ao Senhor.
A fé pode ser originária da Palavra ou de uma experiência religiosa. A carne produz 
religiosidade que de nada servem para Deus. (Mateus- 23:15). 
Quando a fé é produzida da mente carnal, é uma doutrina religiosa humana ou demoníaca, cria uma pessoa convertida, a qual será fria ou fanática. Em ambos os casos, ela irá tornar-se um perigo à sociedade, pois será capaz até de matar alguém, por julgar estar prestando culto ou favor a Deus. 
Já as que possuem a fé genuína em Cristo, que receberam pela Palavra, não fazem mal a ninguém, não se vingam e amam até os próprios inimigos. (Romanos- 12:19-21).
Em sua ignorância e loucura, a pessoa fanática, nega a si mesma, os prazeres saudáveis da vida. Ela abandona pai e mãe, tortura seus contradizentes, é impaciente, não é humilde, sente-se dona da verdade e pensa ser o melhor dos mortais. Algumas chegam até a pensar que são diferentes das outras pessoas. Elas podem recorrer à violência, para obrigar outros a praticarem as regras da sua religião, e até torturar alguém que não crê como elas.
Uma pessoa fanática, consegue liderar pessoas para seu círculo de loucura. Há quem a veja como especial, uma enviada dos Céus. Aqueles que a acompanham sujeitam-se aos mais diversos tratamentos e humilhações. Algumas pessoas até se submetem a caprichos sexuais dos líderes, por considerar que isso irá ajudá-las a alcançar alguma graça.
1 Timóteo- 1:3-7. Como te roguei, quando parti para a Macedônia, que ficasses em Éfeso, para advertires a alguns, que não ensinem outra doutrina. 
Nem se dêem a fábulas ou a genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de Deus, que consiste na fé; assim o faço agora. 
Ora, o fim do mandamento é o amor de um coração puro, e de uma boa consciência, e de uma fé não fingida. 
Do que, desviando-se alguns, se entregaram a vãs contendas; 
Querendo ser mestres da lei, e não entendendo nem o que dizem nem o que afirmam.
Nenhum fanático conhece o Senhor, tampouco Lhe agrada com suas práticas. Por mais linda ou com boas intenções que uma regra religiosa seja, nunca agradará a Deus. 
João-  5: 34. Eu, porém, não recebo testemunho de homem; mas digo isto, para que vos salveis.
O ensino dos fanáticos vai desde um pequeno desvio até um grau em que ninguém terá dúvida de que se trata de loucura completa. Toda doutrina inventada pelo homem é contra a Palavra de Deus. As idéias fanáticas, invalidam as Santas Escrituras. 
Deus abençoe a todos!!


A RELIGIOSIDADE
            Ritos, confissões, cânticos, manifestações de poder ou milagres, assembleias, eventos, rotinas religiosas, etc. são sinais externos e palpáveis que as pessoas gostam como base para sua fé. Em meio a esses ideais se percebe e se vê ritos sem Deus e rito que terminam criando deuses. Dois mundos distintos e variáveis.
            São essas expressões externas da fé que chamo de religiosidade, as coisas reais que dão segurança da existência daquilo em que cremos e confessamos. Por disso está o perigo de valorizarmos apenas essas expressões externas da nossa fé cristã sem, no entanto, cuidar da parte interna, a espiritualidade.
           A religiosidade é na verdade a insensibilidade do homem religioso à própria Bíblia e os ensinos de Cristo.
            A religiosidade é ainda a prática somente da forma externa da religião e o esquecimento das ações da fé, que resulta do contato amoroso com Jesus e não com um deus que se pode julgar dominá-lo pelos ritos e formulas mágicas. Ela tende a esconder ou disfarçar a realidade interna por trás de atos públicos que dão a impressão de dedicação à causa primeira de Cristo, quando na verdade não há compromisso com o Reino de Deus.

O FANATISMO RELIGIOSO
            O fanatismo religioso é sempre irracional e infundado, ou fundado para aqueles que o vivem. Em todos os casos se alimentam de experiências pessoais emocionais, que se tornam egoístas.
            O fanático exalta o exótico, o extravagante, o mundo fora do comum, até mesmo fora da realidade do cristianismo. Mas o fanático é sempre um “fogo de palha”, que impressiona muito no momento, pelo seu ar de inerrância, super “santo”, no entanto, é passageiro.
            O fanatismo separa-nos das outros seres humanos, desprezando o próximo como indigno das mesmas experiências, ou que as experiências dos outros são puras “heresias”. Dessa forma o fanatismo nos distancia do mundo real pelo envolvimento em atividades emocionais, própria ou de outros.
            Em fim, o fanatismo fica contente apenas com suas experiências emotiva e comovente infundada sobre um determinado assunto, uma doutrina “nova” ou doutrinas velhas revistas, um comportamento.
            Jesus reservou suas críticas mais pesadas e suas advertências mais fortes para aqueles que somente se ocupam da religiosidade. Os fariseus ficaram na mira de Jesus, pois eram desses que somente valorizavam a forma externa da religião (Lc 18,9-14).

A ESPIRITUALIDADE
Somos por Jesus desafiado a buscar uma espiritualidade verdadeira. O texto de Êxodo 20,4-6 reconhece o perigo de substituir a fé verdadeira por atos externos. Com isso não quero dizer que não devamos mostrar a nossa fé por elementos externos, longe de mim, fazer assim é bom e enriquece o símbolo cristão. Tendo isso em mente podemos ter nossos atos externo de fé, quando as nossas práticas exteriores, na verdade, são reflexo daquilo que dispomos no nosso interior e do compromisso sério com Deus e sua causa.
O que é quero advertir é que a espiritualidade tem haver com as nossas atitudes, nossas ações decorrentes e motivos com que adoramos a Deus. A espiritualidade é participação ativa e alegre na vida em comunidade, que baseia no compromisso por pela causa do evangelho e tende a ser solidário. A espiritualidade leva-nos a sofrer junto com e por alguém, nos envolvendo com as dificuldades dos outros, a compreender as limitações de quem está caminhando junto com o outro. Opera dentro dos das experiências normais e naturais da vida humana.
A natureza da espiritualidade é duradoura, embora menos espetacular. Leva a pessoa a relacionamentos humanos e compromisso de transformar o sentimento que o evangelho de Cristo causou em nós em atitudes práticas com o próximo. Ela dispensa os significados preconceituosos de emoção.
A espiritualidade é compreendida como algo que faz o homem participar da vida. A vida atualizada, que cria possibilidades diante da finitude.  A espiritualidade como amor é a tendência que conduz à união do que está separado, as nossas diferenças. Esse amor é descrito como a reunião do que está separado, para dar sentido à vida como atualização. Toda experiência de amor, deve estar fundada originalmente numa experiência do ser doadora de sentido para Deus em nós e para o próximo.
A espiritualidade é o amor que reúne os homens pelo bem superior, o bem do próximo, protótipo do amor de Deus pelo homem. Essa forma amorosa é colocada como mais elevada por estar mais próxima do ser do homem e do Ser-Deus.
A espiritualidade é espiritualidade quando nos leva a amar a Deus, independente da forma exterior, e ao próximo, como do nosso amor por Deus, na sua forma mais real. Esse foi o imperativo da pregação de Cristo.

CONCLUSÃO: eis o nosso desafio!
      Sem cair num vazio religioso, somos convidados por Jesus para buscar a verdadeira espiritualidade. Orar, sem, no entanto usar vãs repetições ou aquelas palavras mirabolantes, querendo encantar quem nos ouve orar. Somos chamados a ler a Bíblia, sem nos orgulharmos da nossa capacidade de memorizar muitas passagens bíblicas e da capacidade de utilizar muitas palavras para ganhar outros em argumentos.
            O desafio também é para termos uma participação assídua na Igreja, sem aquela propaganda de nós mesmos. Somos chamados a praticar todos os atos de piedade, mas sem condenar aqueles nossos semelhantes que acompanham nosso ritmo de vida religiosa. Viver a nossa fé, por termos um compromisso sério com a vontade de Deus e a pregação de Jesus, procurando fazer sua vontade com todo o nosso ser, sem desprezar o próximo nem marginalizá-lo.

Espiritualidade Não é Religiosidade

ESPIRITUALIDADE NÃO É RELIGIOSIDADE.

– Alguns religiosos são muito carolas (e não há nada de errado com isto) e, por serem assíduos partícipes nos cultos e fieis colaboradores em atividades e projetos beneficentes socioculturais organizados pela igreja, acham que tem um alto grau de espiritualidade. Não sabem que espiritualidade transcende à carolice.
– Alguns religiosos são muito devotados (e não há nada de errado com isto!) e, por serem consagrados, fervorosos e bastante dedicados à igreja e à(s) divindade(s) correlata(s), pensam que tem um elevado grau de espiritualidade. Não sabem que espiritualidade transcende à devoção.
– Muitos religiosos são ferrenha e cegamente apegados à igreja e à(s) doutrina(s) professada(s) por ela. Estão sempre dispostos a defender com unhas e dentes a igreja e suas crenças introjetadas. Nada há que negative ou descredencie essa atitude, desde que não alcance a dimensão de “fanatismo”. Espiritualidade nada tem a ver com fanatismo!
– Todos fanáticos religiosos por se sentirem piedosos, devotados, carolas e religiosos, se julgam bastante espiritualistas, confundindo fanatismo com espiritualidade. Mas espiritualidade transcende ao apego exagerado a tudo que diz respeito à religião. – Transcende à religiosidade; volto a afirmar: Espiritualidade nada tem a ver com fanatismo.
– Muitos religiosos são bastante emotivos. Gostam e se sentem enlevados somente nos cultos tumultuados por gritos frenéticos, hinos de ritmos rápidos e acompanhados com palmas, expulsões de ‘maus’ espíritos, pulos e quedas ao chão propositais ou não e orações coletivas barulhentas, etc. Sentem, acham, então, que as reuniões nesses cultos são muito espirituais e que, também, eles são altamente espirituais, porque se enchem de fantásticos sentimentos e percebem que fortes emoções lhes percorrem as veias e os seus corpos.
– São esses mesmos religiosos, não obstante, que começam a abrir as bocas de sonolência num culto calmo e, certamente, enquanto o orador pronuncia um sermão singelo começarão a dormir pesadamente. E relatam convictamente: – Que culto sem espiritualidade; confundindo espiritualidade com barulho, excitação, emoção.
– Há os religiosos intelectuais que são exímios conhecedores de intrincados temas teológicos e espirituais, gabando-se de serem melhores e mais bem preparados do que a maioria dos outros irmãos. Por isso acham que são verdadeiramente espirituais, confundindo espiritualidade com intelectualidade.
– Há, ainda, os religiosos dogmáticos que estão tão arraigadamente aferrados a dogmas e doutrinas que julgam: Quaisquer outras pessoas que não professem nem acreditem no que defendem, estão irremediavelmente perdidos, afirmam acerca destes: – Estão fadados a arderem eternamente no fogo do inferno. Se julgam superiores e que já estão salvos por conhecerem a suposta “doutrina verdadeira”.
– Os dogmáticos se julgam verdadeiramente “os escolhidos” são os autênticos espiritualizados, por terem e defenderem a doutrina verdadeira. Não adianta discutir com eles, pois acham que são os portadores da verdade e pronto (como se a verdade pudesse pertencer a alguém ou a alguma instituição terrena!). Ou você aceita seu ponto de vista ou estará perdido. Eles confundem espiritualidade com apego à letra da lei.
– Como vimos, espiritualidade transcende a religiosidade. Qualquer que seja sua religião ela não garantirá sua espiritualidade nem sua salvação. São Tiago disse que a verdadeira religião é afastar-se da corrupção do mundo e visitar os necessitados em suas aflições e tribulações (físicas, emocionais, mentais, espirituais e econômicas). (Tiago 1 : 27).
– Portanto, amigo, sua espiritualidade transcende a sua religião, se você possui uma. Seja você religioso ou não, ela está ligada à sua capacidade prática de amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Está ligada, portanto, ao seu autoconhecimento; pois, como você pode amar-se, ter bom nível de autoestima e amor próprio, sem conhecer-se a si mesmo? Medite sobre esta importante verdade.
 fanatismo se caracteriza pelo fato de concentrar todas as energias em uma única realidade, de maneira cega, ignorando os outros, seja as suas ideias que as situações que vivem. Portanto existe fanatismo quando coloco aquilo que penso como realidade suprema, minimizando tudo o que está em volta de mim, julgando todo o resto como sem importância.
Aplicando isso à vida religiosa, significa julgar a própria prática de fé como a única possível, excluindo à priori todo e qualquer diálogo com quem não está na mesma estrada. O diálogo existe exclusivamente como tentativa de trazer o outro para a minha estrada. Isso leva a um extremo egoísmo, embora camuflado de vontade de fazer o bem aos outros. Ficamos cegos e pensamos que quem não está conosco está perdido. Até mesmo Deus perde, em certo sentido, a sua importância: vale aquilo que eu penso que seja justo, aquilo que o pastor disse ou aquilo que julgo querer dizer a Bíblia.
Em relação à Bíblia, um fanático a lê com olhar unilateral, muitas vezes de modo literral, sem olhar o percurso que a interpretação bíblica fez e, principalmente, sem a busca de conhecimento e estudos que faz emcom que o foco seja a Bíblia e não as nossas ideias. O fundamentalista explora a Bíblia buscando frases feitas, extraindo do seu contexto, usando-as para fundamentar as próprias ideias e justificar as próprias escolhas.
Um religiso sério deve ser, claramente, convinto da própria religião, seguindo o Deus em que acredita. Ao mesmo tempo precisa ter abertura, aceitar a diferença, o diálogo. Também o religioso sério expõe as próprias ideias sobre Deus, sobre a teologia, lê a Bíblia e a condivide com o ambiente em que vive. Todavia é capaz também de escutar alguém que não crê, estabelecer um verdadeiro diálogo, sem pensar que o outro será salvo só se vier na própria igreja.
Concluindo, um religioso verdadeiro não é nunca um "simples religioso". Toda pessao religiosa deve ter sempre, dentro de si, uma convicção fanática, seguir com afinco aquilo que acredita. A diferença está na abertura em relação aos outros, que deriva da própria ideia que se tem da fé e do Deus em que se acredita: se julgo o outro como alguém que está errado e eu estou certo, não é um bom sinal!


Fonte:

http://prsergiopereira.blogspot.com.br/2013/07/a-religiosidade-o-fanatismo-religioso-e.html
http://virtualmarketingpro.com/blog/samoeldubem/espiritualidade-nao-e-religiosidade/

http://estudosbiblicosonline.com.br/?p=644

http://www.abiblia.org/ver.php?id=7327#.VMgqPflYO60

 


 

terça-feira, 19 de novembro de 2013

575-O CRISTÃO E A TATUAGEM

SERÁ QUE É CONVENIENTE FAZER ISSO? SERÁ QUE É NECESSARIO???.SERÁ QUE EDIFICA?.SERÁ QUE ACRESCENTA, OU MUDA PARA MELHOR A VIDA DE ALGUEM?.
     Amados, vamos analizar o artigo do blog do Mauricio Zagari, artigo muito interessante, peço que leiam e divulguem!!!!.

 

Cristão deve fazer tatuagem?

Antes de entrar pelo assunto em si explico por que disse que é “assunto secundário e de menor importância para o Evangelho”. Nos dias de hoje, em que a Igreja padece com o destemor dos seus membros, a falta de devocionalidade, o menosprezo pela oração, o posicionamento da leitura bíblica em segundo plano, a falta de amor ao próximo, a total irreverência pelas coisas de Deus, o uso de palavras torpes por pastores em púlpito visto com naturalidade, o mundanismo invadindo o santuário por todas as frestas, o desprezo pelo fruto do Espírito, a supervalorização e o mau uso dos dons, o esfarelamento do Corpo em facções e panelinhas… algo como aplicar tinta sobre a pele continua sendo visto como um assunto importante. Quando me perguntam se eu gostaria de visitar a Disneylândia, respondo: “Claro, depois de visitar 238 lugares antes”, simplesmente porque não tenho o menor interesse em gastar meu tempo naquele parque de diversões. Prefiro antes conhecer Israel, a Grécia, a Rússia, o Japão. Gosto de História, quero ver castelos e ruínas. Não desmereço quem acha a Disneylândia o must, mas para mim o interesse é mínimo. Do mesmo modo, muitos setores da Igreja acham que a questão das tatuagens está entre o top ten das preocupações de Deus. E quando vejo a falta de amor ao próximo, a egolatria e a agressividade que têm crescido assustadoramente entre os cristãos olho para o tema das tatuagens e penso “como isso pode ocupar tanto a preocupação de tantos? Há 238 preocupações maiores”. Mas tudo bem, vamos lá.
Biblicamente não há qualquer proibição a se tatuar. Sim, eu sei, aí imediatamente alguém se levantará para citar Levítico 19.28: “Pelos mortos não ferireis a vossa carne; nem fareis marca nenhuma sobre vós. Eu sou o Senhor”. A primeira vista, parece óbvio: Deus manda não fazer nenhuma marca no corpo, a tatuagem é uma marca no corpo, logo é pecado se tatuar. Só que para entender esse texto temos que entender o contexto.
Por que Deus estabeleceu essa norma para os israelitas? A resposta é que havia um povo, chamado caldeu, que tinha como hábito religioso cortar a carne de seus próprios corpos e fazer marcas com lâminas afiadas na pele como parte dos seus rituais aos falsos deuses que seguiam (a exemplo do que ocorre atualmente em muitas tribos africanas). Eram marcas que denunciavam idolatria. Em outras palavras, o que Deus está dizendo é que os hebreus não deviam cometer as práticas idólatras dos povos pagãos com que tinham contato. Se fosse em nossos dias, seria mais ou menos como dizer “Não poreis despacho na encruzilhada” ou “Não rezareis para santos mortos”.
Essa orientação era tão direta e específica para aquele povo que se formos ler o versículo imediatamente anterior, teríamos hoje de cumprir o que ele determina: “Não cortareis o cabelo em redondo, nem danificareis as extremidades da barba” (Lv 19.27). Bem, não vejo nenhum pastor pregar contra cabelos arredondados ou contra fazer a barba – pelo contrário, em denominações como a Assembleia de Deus é até mal visto usar barba, a ponto de a Casa Publicadora dessa denominação apagar no photoshop a barba de indivíduos cujas fotos são publicadas em seus jornais e revistas.  Ou, ainda, teríamos hoje de guardar o sábado, visto que dois versículos depois, em Levítico 19.30, Deus especifica: “Guardareis os meus sábados e reverenciareis o meu santuário. Eu sou o Senhor”.  O contexto hermenêutico deixa claro que eram leis específicas para os israelitas daquela época e o contexto cultural mostra a razão de o Altíssimo proibir marcas nos corpos: não cometer as práticas religiosas idólatras dos povos vizinhos. Não tem rigorosamente nada a ver com tatuagens não-rituais e muito menos Lv 19.28 se aplica à Nova Aliança.
A conclusão é que, biblicamente, não: o ato de se tatuar em si não constitui pecado.
Ok, agora virá alguém e dirá que nosso corpo é templo do Espírito e que fazer tatuagens nele seria pecar contra o mesmo. A esse respeito há alguns aspectos: primeiro, se fazer qualquer coisa que prejudique nosso corpo é um atentado contra o templo, não poderíamos comer comida salgada, ingerir açúcar (muito menos adoçantes), comer pizza (cheia de gordura que causa obesidade e entope artérias), tomar refrigerante (das coisas que ingerimos uma das mais maléficas) ou comer torresminho (um pedido explícito para se ter um AVC). Comer no McDonald´s então seria pecado sem perdão. Logo, devemos olhar esse argumento com muito cuidado. Segundo, no contexto de 1 Coríntios 6.19, que diz “Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?”, o que está sendo tratado aqui são questões de natureza sexual.
Veja os versículos anteriores, a partir do 15: “Vocês não sabem que os seus corpos são membros de Cristo? Tomarei eu os membros de Cristo e os unirei a uma prostituta? De maneira nenhuma! Vocês não sabem que aquele que se une a uma prostituta é um corpo com ela? Pois, como está escrito: “Os dois serão uma só carne”. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele. Fujam da imoralidade sexual. Todos os outros pecados que alguém comete, fora do corpo os comete; mas quem peca sexualmente, peca contra o seu próprio corpo”. E aí vem o versículo em questão: “Acaso não sabem que o corpo de vocês é santuário do Espírito Santo que habita em vocês, que lhes foi dado por Deus, e que vocês não são de si mesmos?”. Logo, o que está sendo discutido aqui é o corpo como santuário do Espírito de Deus no que tange à imoralidade sexual, não tem nada a ver com tinta aplicada sobre a pele.
http://apenas1.files.wordpress.com/2012/05/tatoo6.jpg?w=160&h=145Sob o aspecto cultural, a repulsa que a Igreja sempre mostrou a essa prática vem do fato que, até algumas décadas atrás, nas sociedades ocidentais, os grupos que se tatuavam geralmente apresentavam um comportamento bastante mundano. Eram, em especial, marinheiros, que quando aportavam em alguma cidade podiam ser vistos em prostíbulos ou bastante bêbados, com atitudes bastante réprobas. Logo, sempre que a sociedade “bem-comportada” via essas pessoas tatuadas era em situações de devassidão, mau exemplo ou pecado. Assim, essa visão foi sendo passada de geração em geração e, para um grupo como os cristãos, para quem prostituição e beber álcool são o supra sumo da pecaminosidade, gente tatuada passou a ser sinônimo de gente pecadora. Só que o problema desses indivíduos não eram as tatuagens, era seu comportamento antibíblico.
O tempo passou e nos nossos dias a tatuagem perdeu essa conotação. Hoje há muitas e muitas pessoas de vida honesta que se tatuam. A associação de tatuados com baderneiros arruaceiros e gente de má fama deixou de existir. Então, com o passar do tempo, na sociedade ocidental aplicar pigmentos sobre a pele perdeu aquele aspecto negativo de décadas e séculos passados. Mas, por uma tradição cultural, as novas gerações herdaram das antigas que se tatuar é sinônimo de devassidão anticristã e por isso, sem conhecer as origens da questão, dão continuidade ao que aprenderam de seus pais, sem nem ao menos saber explicar as razões. Bem, aqui expliquei.
Portanto, não podemos dizer que biblicamente ou culturalmente haja condenação para o uso da tatuagem.
http://apenas1.files.wordpress.com/2012/05/tatoo-jesus.jpg?w=614Mas, antes que os tatuados saiam dando gritinhos de alegria, temos que dar atenção a outros fatores, em especial no meio cristão. É de suma importância aos olhos de Deus a unidade do Corpo. Por isso, em diversas passagens da Bíblia somos alertados que existem coisas que “são lícitas mas não nos convém”. Devemos estar atentos para não levar os irmãos à murmuração, ao escândalo, ao julgamento. Muitas vezes o fazem por tradição, outras por ignorância ou mesmo por diferença de gerações, mas, indepentente da razão, o que importa é termos paz com todos. Romanos 14.13ss, nos alerta: “Portanto, deixemos de julgar uns aos outros. Em vez disso, façamos o propósito de não colocar pedra de tropeço ou obstáculo no caminho do irmão. Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que nenhum alimento é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro. Se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu. Aquilo que é bom para vocês não se torne objeto de maledicência”.
Repare as palavras de Paulo: é mais importante não gerar maledicência ou escândalo entre os irmãos do que fazer aquilo que não tem nenhum problema segundo a Bíblia. O mesmo ele repete pouco depois, no capítulo 14: “Como alguém que está no Senhor Jesus, tenho plena convicção de que nenhum alimento é por si mesmo impuro, a não ser para quem assim o considere; para ele é impuro. Se o seu irmão se entristece devido ao que você come, você já não está agindo por amor. Por causa da sua comida, não destrua seu irmão, por quem Cristo morreu. Aquilo que é bom para vocês não se torne objeto de maledicência. Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo; aquele que assim serve a Cristo é agradável a Deus e aprovado pelos homens. Por isso, esforcemo-nos em promover tudo quanto conduz à paz e à edificação mútua. Não destrua a obra de Deus por causa da comida. Todo alimento é puro, mas é errado comer qualquer coisa que faça os outros tropeçarem. É melhor não comer carne nem beber vinho, nem fazer qualquer outra coisa que leve seu irmão a cair. Assim, seja qual for o seu modo de crer a respeito destas coisas, que isso permaneça entre você e Deus. Feliz é o homem que não se condena naquilo que aprova”.
O que essas passsagens nos dizem? Tatuar-se biblicamente é pecado? Não. Tatuar-se culturalmente no Brasil é sinal de devassidão moral? Não. Mas ainda há aqueles que se escandalizam ao ver na igreja quem se tatue? Sim. Portanto, o grande problema de o cristão se tatuar não passa por “poder ou não poder”, passa pelo amor ao próximo.
É o mesmo caso de mulheres usarem saias ou calças em igrejas mais conservadoras. Esse hábito surgiu porque décadas atrás, no início do século 20, calça era roupa exclusivamente de homens. Absolutamente todas as mulheres no Brasil usavam saia. As décadas se passaram e a calça, entre os anos 50 e 60, deixou de ser traje exclusivo de homens e foi adotado pelas mulheres. Ninguém mais se escandaliza em nossa sociedade ao ver uma mulher, por exemplo, de terninho. Porém, nessas igrejas o costume foi passando de geração a geração, os mais antigos foram morrendo e os mais novos, sem saberem explicar a origem da proibição de calças na igreja por mulheres apenas mimetizam o que aprenderam, sem saber as origens ou as razões. E aí criamos um bando de estranhos ao século 21, que acreditam que mulher usar calça é pecado – quando não é, se for uma calça decorosa.
Mas, do mesmo modo que a tatuagem, se você opta voluntariamente por ser membro de uma congregação onde a norma seja a mulher usar saia, se usar calça estará sendo desobediente às regras da assembleia onde está e, portanto, em rebeldia – e pecará por levar os irmãos ao escândalo e à murmuração.
A conclusão é: se o meio que você frequenta tem usos e costumes, não afronte, faça parte. Se discordar, saia e procure outro meio. Ou fique, adote o hábito e tente com amor ir influenciando os irmãos no conhecimento da verdade. O confronto jamais é o caminho. Por uma razão simples: é pecado.
http://apenas1.files.wordpress.com/2012/05/nathan.jpg?w=177&h=133E há ainda alguns pontos a ponderar. Aqui tomo por base um texto muito bem refletido publicado no blog de Nathan Joyce (foto à esquerda), Pastor do Heartland Worship Center, em Paducah (EUA) e divulgado no twitter pela irmã Francine Veríssimo (@FranVerissimo_), de quem tirei as boas reflexões que acrescento abaixo. O artigo, originalmente em inglês, chama-se “O que tatuagens realmente dizem”. Após mencionar que estimados 45 milhões de estadunidenses hoje são tatuados, o autor lembra alguns pontos relevantes:
1. Você vai envelhecer e se tornar um avô ou avó. E ninguém quer identificar seus avós como aqueles que têm “uma caveira ou arame farpado”.
2. Lembre-se que, na medida em que envelhece, seu corpo muda. Sua tatuagem vai acompanhar as mudanças. Cuidado, pois ao passo que sua pele se torna mais flácida, a borboleta em seu ombro pode se transformar num pterodáctilo e sua rosa pode virar o planeta Saturno.
3. De jeito algum tatue o nome de um namorado ou noivo. Se o relacionamento acabar, seu futuro marido ou esposa não vai gostar nada disso.
Joyce se pergunta por que afinal alguém precisa tanto se tatuar. Tatuagens dizem algo a nosso respeito. Que necessidade tentamos suprir com elas? Qual é a psicologia das tatoos? Mais ainda: qual é a espiritualidade delas? E ele apresenta sua conclusão: as pessoas se tatuam porque desejam desesperadamente pertencer e se expressar. Desejamos ter vidas que digam algo, queremos nos identificar com algo publicamente e nos marcar permite que nos expressemos e nos identifiquemos com a imagem de nossa escolha. Certo ou errado, é uma tentativa de realizar uma necessidade humana. Uma vez que se tatua, você assumiu um compromisso de longo prazo com uma imagem que para sempre vai marcá-lo, ou seja, identificá-lo e expressar algo a seu respeito para os outros. Ou seja: nos etiquetamos.
E ele continua: “De onde vem essa necessidade? Do fato de que fomos feitos à imagem de Deus, que também ama o pertencimento e a autoexpressão. Mesmo antes da Criação, Deus se identificava e pertencia à Trindade e a Criação é uma autoexpressão de Deus. E assim o Senhor nos criou do mesmo modo. Somos incompletos, a menos que pertençamos a algo ou alguém – nosso desenvolvimento depende disso. Os humanos também almejam uma vida que expresse legado. O problema é que o pecado atrapalhou todo o processo. Por causa dele, nossa busca por identificação tornou-se tóxica e compulsiva e nossa necessidade de autoexpressão deixou de ser motivada por amor, mas por desejo de grandeza e egocentrismo. Nossa cultura ama se expressar, não porque desejemos amar o próximo por meio dessa expressão, mas porque amamos ser o centro das atenções”. No final, essa profunda necessidade humana de pertencimento e expressão não será alcançada por meios humanos – somente quando o amor passar a habitar em você. E não qualquer tipo de amor, mas o amor de Cristo. Esse amor lhe convida a pertencer a um Deus eterno e a expressar Seu amor e Seus propósitos eternos.
Ao final, Pastor Joyce tem uma magnífica epifania: tatuado ou não, o amor é a marca que identifica você com Cristo. Um amor expressado por boas obras em benefício do próximo deixa uma marca que jamais se apagará.
Paz a todos vocês que estão em Cristo

Fonte: