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VERDADE PRÁTICA
As cartas pastorais reúnem orientações à liderança cristã e aos membros em geral para que vivam conforme a vontade de DEUS
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
4- Em que datas foram escritas as cartas pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito)?
5- Qual o conteúdo das cartas pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito)?
II - PROPÓSITO E MENSAGEM
Nossa palavra salário é uma
transliteração da palavra latina para sal. Soldados romanos recebiam parte de
seus proventos em sal. O cloreto de sódio (sal) tornou-se um importante item
comercial.
Compensação paga, em dinheiro ou
bens, a um trabalhador contratado. A moeda não era o tipo mais comum de
pagamento na Palestina antes do período grego. Nos tempos bíblicos, os homens
eram contratados para diversos serviços, e apesar de geralmente receberem pelo
dia de trabalho, existe uma referência que cita o pagamento anual (Is 16.14; 21.16).
Os trabalhadores pagos eram homens livres, às vezes estrangeiros, porém eram
pessoas pobres que haviam perdido suas terras.
Entre os trabalhadores pagos encontravam-se, entre outros, os trabalhadores agrícolas (Mt 20.1-16); pedreiros, marceneiros, e ferreiros, assim como aqueles que reparavam o Templo durante o império do rei Joás (2 Cr 24.12); enfermeiras (Ex 2.9), soldados (Lc 3.14); pastores (Jo 10.12) e pescadores (Mc 1.20). Até mesmo a contratação de meretrizes é mencionada (Ez 16.31).
Um
escritor estima que nos tempos do NT um dia comum de trabalho seria equivalente
a alguns dólares. Estes pagamentos eram acordados caso a caso, considerando-se
a qualificação.
Na parábola em Mateus 20.1-16 é feita menção a um homem pagando um "denário" ou um "dinheiro" por dia (antigo ouro romano ou moeda de prata) aos trabalhadores de sua vinha.
A lei de Moisés protegia os trabalhadores contra o tratamento injusto. O salário diário deveria ser pago na noite do mesmo dia e nunca deixado para a manhã seguinte (Lv 19.13; Dt 24.14ss.). Mas acredita-se que os servos contratados deveriam ter uma vida difícil (Jó 7.1ss.). Os empregadores nem sempre mantinham sua palavra, como no caso de Labão e Jacó (Gn 31.7). Os profetas denunciavam aqueles que retinham o salário ou que oprimiam o assalariado (Jr 22.13; Ml 3.5; cf. Tg 5.4).
O termo "salário" (galardão ou recompensa) é também utilizado de forma figurativa, como a compensação recebida por aqueles que trabalham na seara do Senhor JESUS CRISTO (que é composta por almas, João 4.36), e da morte como o salário do pecado (Rm 6.23).
Leon Morris, The Wages of Sin, Londres. Tyndale Press, 1954. N. B. B. - Vida Nova
DINHEIRO,
AMOR AO - Do grego philarguria, lit, "o amor à prata". Paulo exorta os cristãos a estarem
contentes com o que têm, porque, em primeiro lugar, não trouxemos nada para o
mundo quando nascemos, e não levaremos nada quando partirmos dele (1 Tm
6.7ss.). Em segundo lugar, as riquezas trazem muitas tentações. O amor ao
dinheiro é a raiz, ou causa, de todos os males. Este era o pecado que
constantemente afligia o jovem príncipe rico, e que o afastou de CRISTO (Lc
18.23ss.). Judas Iscariotes vendeu seu Senhor por 30 moedas de prata (Mt
26.15). Barnabé, ao contrário, tendo terras vendeu-as, trouxe o dinheiro, e
depositou-o aos pés dos apóstolos (At 4.37). Ele não deu à sua riqueza a
possibilidade de tornar-se um laço para sua vida. As Escrituras não condenam a
posse das riquezas, mas consideram o crente que as possui como um mordomo, e
não simplesmente como uma pessoa abastada. Ele deve distribuir o que tem para a
glória de DEUS, e com a devida consideração pelas necessidades dos outros,
tanto crentes como não crentes (1 Tm 6.17-19;G16.10;Fp2.4).
Charles
F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
http://www.escola-dominical.com/2015/04/licao-05-jesus-escolhe-seus-discipulos.html
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LIÇÃO 01 - UMA MENSAGEM À IGREJA LOCAL E À LIDERANÇA / SLIDES DA LIÇÃO / REVISTA DA CLASSE ADULTOS
LIÇÃO 01 - UMA MENSAGEM À IGREJA LOCAL E À LIDERANÇA
TEXTO ÁUREO
"Ninguém despreze a tua mocidade; as sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza." (1 Tm 4.12)
VERDADE PRÁTICA
As cartas pastorais reúnem orientações à liderança cristã e aos membros em geral para que vivam conforme a vontade de Deus
INTRODUÇÃO
Neste trimestre teremos a oportunidade ímpar de estudar as Epístolas de 1 e 2 Timóteo e Tito. Estas cartas, em geral, são consideradas um conjunto, já que foram dirigidas a dois jovens pastores que cuidavam do rebanho do Senhor juntamente com Paulo. O conteúdo delas está repleto de conselhos úteis sobre a estrutura da vida na igreja. Estes conselhos fazem destas cartas verdadeiros manuais eclesiásticos para a liderança das Igrejas de hoje.
I - AS EPÍSTOLAS PASTORAIS
1. Cartas pastorais. As três epístolas que estudaremos são chamadas de cartas pastorais, e isso se deve ao fato de terem sido elas endereçadas a dois jovens pastores: Timóteo e Tito. Foram escritas por Paulo, um líder itinerante, que estava preocupado com os jovens pastores. Ele os instrui de modo cuidadoso a respeito do trato com a Igreja e com seus ministérios.
2. Datas em que foram escritas. A Primeira Epístola de Timóteo foi escrita por volta de 64 d.C., entre a primeira e a segunda prisão de Paulo, e enviada de Roma ou da Macedônia (talvez Filipos). Em seguida, por volta de 65 d.C., foi escrita a Carta a Tito. Já a Segunda Epístola de Timóteo foi escrita em torno de 67 d.C., quando do segundo encarceramento do apóstolo, e antes de sua morte. Faz parte das "cartas da prisão", ao lado de Filipenses, Efésios, Colossenses e Filemon.
3. Conteúdo. Estas epístolas formam um conjunto literário, devocional e doutrinário, em que se observam o mesmo vocabulário, o mesmo estilo e os mesmos propósitos para qual foram escritas. A estrutura foi elaborada com o intuito de alcançar seus destinatários com solenes ensinos e advertências da parte de Deus. O conteúdo pode ser resumido da seguinte maneira:
a) Saudação. Nas saudações aos destinatários, Paulo demonstra o seu cuidado para com os jovens obreiros (1 Tm 1.2; Tt 1.1-4; 2 Tm 1.1,2);
b) Qualificações ministeriais. Paulo demonstra que para ser Ministro do Evangelho, há requisitos a serem respeitados (1 Tm 3.1-13; Tt 1.5-9);
c) Alerta contra os falsos mestres e as falsas doutrinas (1 Tm 4.1-5; Tt 1.10-16). Falsos mestres e falsas doutrinas já existiam nas igrejas e infelizmente ainda existem em muitos lugares;
d) O cuidado com a "sã doutrina" (1 Tm 1.10; 6.3; 2 Tm 1.13; 4.3; Tt 2.1); a falta desse cuidado contribui para a disseminação das heresias e desvios de toda a espécie;
e) Comportamento e conselhos a diversos grupos (1 Tm 5.1-25; Tt 2.1-10). Paulo fala a respeito dos servos, senhores, pais, filhos, jovens e outros grupos
II - PROPÓSITO E MENSAGEM
As cartas pastorais de 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito tinham em comum os seguintes propósitos:
1. Orientar os líderes quanto à vida pessoal. Paulo exorta o jovem pastor Timóteo dizendo que ele deveria servir como exemplo em tudo (1 Tm 4.12, 16). Para estar na liderança de uma igreja local é imprescindível ter uma vida exemplar. Também é necessário e importante que o líder saiba cuidar bem de sua vida familiar (1 Tm 3.1-13), a fim de que sua esposa e filhos tenham uma boa conduta.
2. Combater as heresias. Paulo sabia das diversas heresias que ameaçavam as igrejas locais. O apóstolo estava preocupado com os crentes que já haviam sido seduzidos pelo judaísmo. O judaísmo exigia o cumprimento de vários rituais e liturgias, contudo Jesus nos ensinou uma nova maneira de cumprir a Lei e de viver. Jesus fez uma Nova Aliança com a humanidade mediante seu sacrifício na cruz. Naquele tempo havia também o perigo do gnosticismo, ou seja, uma filosofia herética, que defendia o dualismo, segundo o qual a matéria é má e o espírito é bom. Por isso, negava a encarnação de Cristo, pois o corpo, sendo matéria, contaminaria seu espírito. Paulo deixou Timóteo em Éfeso para amenizar os estragos dessa heresia, que se infiltrou no meio dos crentes, sob influência de Himeneu e Alexandre (1 Tm 1.19,20).
III - UMA MENSAGEM PARA A IGREJA LOCAL E A LIDERANÇA DA ATUALIDADE
Estamos vivendo os tempos trabalhosos que Paulo falou em 1 Timóteo 4.1,2. Precisamos estar atentos, por isso, vamos estudar duas heresias da atualidade. Estas precisam ser confrontadas com a Palavra de Deus.
1. O "evangelho" da prosperidade. Um dos mais eminentes defensores, desta falsa doutrina ensinou que "você é tanto uma encarnação de Deus quanto Jesus Cristo o foi. Você não tem um deus dentro de você. Você é um deus". Se o crente é "deus" pode tudo; tudo o que disser tornar-se-á realidade (confissão positiva); e terá o mundo e as riquezas que desejar, sem pobreza nem enfermidades. À luz da Palavra de Deus, tal ensinamento equivale a orgulho, presunção e soberba. Sabemos que Deus abomina toda altivez (Pv 6.16-19) e que tal ensino é contrário as Escrituras Sagradas. Somos criaturas, temos falhas e sem Deus nada somos e nada podemos. O poder e a majestade são dEle.
2. Apostasia dos últimos dias. Paulo adverte aos crentes quanto ao que está acontecendo nos dias atuais, onde muitos estão abandonando a fé em Cristo. Em Tito, ele faz advertência semelhante sobre falsos líderes, contradizentes e de torpe ganância (Tt 1.9-13). Precisamos estar atentos para que os ensinos heréticos e a apostasia não alcancem a Igreja do Senhor. O líder tem a responsabilidade de zelar pela sã doutrina.
IV - MENSAGEM PARA A LIDERANÇA
1. Administração eclesiástica. Em 1 Timóteo 3.1-12 e em Tito 1.5-9, vemos um conjunto de qualificações que aqueles que desejam liderar uma igreja necessitam ter. Infelizmente, em muitas igrejas, nem sempre estas recomendações são observadas. Porém, a liderança exige esforço. É necessário que o pastor tenha uma vida santa e irrepreensível. É preciso esforço e disciplina. Observe com atenção, algumas das qualificações necessárias ao líder: Irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos fiéis, não soberbo, não iracundo, não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme a Palavra, capaz de admoestar com a sã doutrina, etc.
2. Ética ministerial. Na Segunda Epístola a Timóteo, Paulo diz que o ministro deve apresentar-se a Deus "aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar; que maneja bem a palavra da verdade" (2.15). A verdadeira liderança se estabelece pelo exemplo, pelo testemunho, muito mais do que pela eloquência, pela oratória ou pela retórica. Não são os diplomas de um pastor que o qualificam como líder cristão, mas seu exemplo, sua ética, diante de Deus e da igreja local. Paulo tinha condições de ensinar liderança e ética, pois sua vida era exemplo para a igreja e para os de fora (Fp 3.17; 1 Co 11.1).
O líder cristão não é o que "manda", mas o que serve. Não é o maior, e sim o menor (Mt 20.24-28).
CONCLUSÃO
As cartas pastorais contêm doutrinas e exortações quanto a assuntos práticos, mas também diretrizes gerais sobre liderança, designação de obreiros, suas qualificações, as responsabilidades espirituais e morais do ministério; do relacionamento com Deus, com os líderes e das relações interpessoais. São riquíssimas fontes de ensino para edificação das igrejas locais nos tempos presentes.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. A IGREJA E O SEU TESTEMUNHO, As ordenanças de Cristo nas cartas pastorais. Lição 01 – Uma mensagem à Igreja local e à liderança. I – As epístolas pastorais. 1. Cartas pastorais. 2. Datas em que foram escritas. II – Propósito e mensagem. 1. Orientar os líderes quanto à vida pessoal. 2. Combater as heresias. III – Uma mensagem para a igreja local e a liderança da atualidade. 1. O “evangelho” da prosperidade. 2. Apostasias dos últimos dias. IV – Mensagem para a liderança. 1. Administração eclesiástica. 2. Ética ministerial. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 3° Trimestre de 2015.
Elaboração dos slides: Ismael Pereira de Oliveira. Pastor na Igreja Assembleia de Deus, Convenção CIADSETA, matrícula número 3749-12. Inscrito na CGADB, número do registro 76248. Contatos para agenda: 63 - 84070979 (Oi) e 63 – 81264038 (Tim), pregação e ensino.
Fonte
http://www.escola-dominical.com/2015/07/licao-01-uma-mensagem-igreja-local-e.html
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Lição 1 - Uma Mensagem à Igreja Local e à Liderança
Mas,
afinal , o que é este gnosticismo?
Esta palavra tem aparecido ultimamente por causa do
chamado “Evangelho de Judas”, que é de fundo gnóstico; e também por causa do
livro “O Código da Vinci”, de Dan Brown (Editora Sextante, 2004), onde o autor
diz que se baseou nos evangelhos apócrifos e gnósticos de Maria Madalena,
Filipe e Tomé, para fazer as suas afirmação contra a Igreja católica. O
gnosticismo está também na base filosófica e religiosa de muitos movimentos e
seitas como a Nova Era, o espiritismo, hinduísmo, etc. Mas, afinal , o que é este gnosticismo?
Mas
o que é o gnosticismo? Em poucas palavras vamos tentar explicar.
É uma concepção religiosa muito antiga, de antes de Cristo, que veio do Oriente, provavelmente da Pérsia, e que se infiltrou na Igreja gerando uma terrível heresia que foi severamente combatida já pelos Apóstolos São Paulo, São Pedro e São João em suas cartas, e também por Santo Irineu (130-200) no seu famoso livro “Contra os Hereges” (Ed. Paulus, Patrística, Vol. 4, 1995, SP).
É uma concepção religiosa muito antiga, de antes de Cristo, que veio do Oriente, provavelmente da Pérsia, e que se infiltrou na Igreja gerando uma terrível heresia que foi severamente combatida já pelos Apóstolos São Paulo, São Pedro e São João em suas cartas, e também por Santo Irineu (130-200) no seu famoso livro “Contra os Hereges” (Ed. Paulus, Patrística, Vol. 4, 1995, SP).
O gnosticismo acredita que há como que
dois deuses; um deus bom e outro mau; e o mundo teria sido criado pelo deus mau, um deus
menor, que eles chamam de demiurgo; este seria o nosso Deus da Bíblia, dai
todas as tragédias contadas nela. Para esta crença, as almas dos homens já
existiam em um universo de luz e paz (Plenoma); mas houve uma “tragédia” algo
como uma revolta e assim esses espíritos foram castigados sendo aprisionados
em corpos humanos, como em uma cadeia, pelo deus demiurgo, e que os impede de
voltar ao estado inicial. A salvação dessas almas só seria possível mediante a
libertação dessa cadeia que é o corpo, que é mau, e isto só seria possível
através de um conhecimento (gnose em grego) secreto, junto com práticas mágicas
(esotéricas) sobre Deus e a vida, revelados aos “iniciados”, e que dariam
condições a eles de se salvarem. Por isso os gnósticos não acreditam na
salvação por meio da morte e ressurreição de Jesus Cristo; não acreditam no
pecado, nos anjos, nos demônios, e nem no pecado original. Para eles o mal vem
da matéria e do corpo humano, que são maus. A Igreja muitas vezes teve que se
pronunciar contra isto e muitas vezes relembrou que “tudo o que Deus fez é bom”.
Para
o gnosticismo tudo que é material foi criado pelo deus mal e deve ser
desprezado; assim, por exemplo, o casamento e tido como mau porque através dele
o homem (corpo) se multiplica. São Paulo combateu isto em 1Tm 4, 1ss. Tudo o
que é espiritual teria sido criado pelo deus bom.
Segundo ainda o gnosticismo “cristão”, o Deus bom ,
Supremo, teria enviado ao mundo o seu mensageiro, Jesus Cristo, como redentor
(um eon), um Avatar, portador da gnósis, a palavra revelada a alguns
escolhidos e que leva à salvação (libertação do corpo). Jesus não teria tido um
corpo de verdade, mas apenas um corpo aparente (docetismo); doceta em grego
quer dizer aparente. Jesus teria então um corpo ilusório que não teria sido
crucificado. S. João combateu isto em suas cartas (cf.1 Jo 18,-23)
O gnosticismo acredita também na reencarnação para a salvação da pessoa; vê-se então, que é radicalmente oposto ao Cristianismo.
O gnosticismo acredita também na reencarnação para a salvação da pessoa; vê-se então, que é radicalmente oposto ao Cristianismo.
Pergunta: "O que é o Gnosticismo Cristão?"
Resposta:Na verdade, não existe tal conceito de Gnosticismo Cristão, pois o verdadeiro Cristianismo e o Gnosticismo são sistemas de crença que se excluem mutuamente. Os princípios do Gnosticismo contradizem o que significa ser cristão. Portanto, embora algumas formas de Gnosticismo afirmem ser cristãs, elas são decididamente não-cristãs.
O Gnosticismo talvez fosse a heresia mais perigosa que ameaçava a igreja primitiva durante os primeiros três séculos. Influenciado por filósofos como Platão, o Gnosticismo é baseado em duas premissas falsas. Primeiro, essa teoria sustenta um dualismo em relação ao espírito e à matéria. Os gnósticos acreditam que a matéria seja essencialmente perversa e que o espírito seja bom. Como resultado dessa pressuposição, os gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque a vida verdadeira existe no reino espiritual apenas.
Segundo, os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento elevado, uma “verdade superior”, conhecida apenas por poucos. O Gnosticismo se origina da palavra grega gnosis, a qual significa “saber”, pois os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento mais elevado, não da Bíblia, mas um conhecimento adquirido por algum plano místico e superior de existência. Os gnósticos se enxergam como uma classe privilegiada e mais elevada sobre todas as outras devido ao seu conhecimento superior e mais profundo de Deus.
Para descartar a ideia de qualquer compatibilidade entre o Cristianismo e o Gnosticismo, é necessário comparar o que os dois ensinam sobre as doutrinas principais da fé. Quanto à salvação, o Gnosticismo ensina que salvação é adquirida através da posse de conhecimento divino que liberta o ser das ilusões da escuridão. Apesar de clamarem seguir a Jesus Cristo e Seus ensinamentos originais, eles O contradizem frequentemente. Jesus nada falou sobre salvação através de conhecimento, mas através de fé nEle como Salvador do pecado. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9). Além disso, a salvação que Cristo oferece é de graça e disponível a qualquer um (João 3:16), não apenas a uma certa elite que adquiriu uma revelação especial.
O Cristianismo afirma que há apenas uma fonte de Verdade, e essa é a Bíblia, a inspirada e inerrante Palavra do Deus vivente, a única regra infalível de fé e prática (João 17:17; 2 Timóteo 3:15-17; Hebreus 4:12). Ela é a revelação escrita por Deus aos homens e nunca deve ser substituída pelos pensamentos, ideias, escrituras ou visões humanas. Os gnósticos, por outro lado, usam uma variedade de documentos hereges e primitivos conhecidos como os Evangelhos Gnósticos, uma coleção de farsas que clama ser os “livros perdidos da Bíblia”. Ainda bem que os fundadores da igreja primitiva quase que por unanimidade reconheceram que esses livros eram farsas fraudulentas que sustentavam doutrinas falsas sobre Jesus Cristo, salvação, Deus e todas as outras verdades cruciais da fé Cristã. Há inúmeras contradições entre os Evangelhos Gnósticos e a Bíblia. Mesmo quando os tão chamados “Gnósticos Cristãos” citam a Bíblia, eles reescrevem os versículos e partes dos versículos para concordarem com a sua filosofia; essa é uma prática fortemente proibida, contra a qual as próprias Escrituras nos advertem (Deuteronômio 4:2, 12:32; Provérbios 30:6; Apocalipse 22:18-19).
O Cristianismo e Gnosticismo também diferem drasticamente quanto à Pessoa de Jesus Cristo. Os gnósticos acreditam que o corpo físico de Jesus Cristo não era real, mas apenas “aparentava” ser físico e que o seu espírito descera sobre Ele no seu batismo e o abandonara bem antes de sua crucificação. Tais concepções destroem não só a humanidade de Jesus, mas também a expiação, pois Jesus tinha que ter sido não só Deus verdadeiro, mas também um verdadeiro homem (e fisicamente real) que realmente sofreu e morreu na cruz para que seu sacrifício substitutivo pelo pecado fosse aceitável (Hebreus 2:14-17). Uma concepção bíblica de Jesus afirma tanto a Sua humanidade completa quanto a Sua divindade completa.
O Gnosticismo é relacionado à heresia do movimento Nova Era e é baseado em uma abordagem mística, intuitiva, subjetiva, interior e emocional da verdade. Essa abordagem não é nova, pelo contrário, é bem velha e volta, de certa forma, ao Jardim do Éden, onde Satanás questionou Deus e as palavras que Ele falou, convencendo a Adão e Eva a rejeitá-las e a acreditar em uma mentira. Ele faz a mesma coisa nos dias de hoje, à medida que “o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pedro 5:8). Ele ainda questiona Deus e a Bíblia e facilmente agarra com suas presas aqueles que são ingênuos e escrituralmente mal informados, ou que estão apenas procurando por alguma forma de revelação pessoal para fazê-los se sentirem especiais, únicos e superiores a outras pessoas. No entanto, revelações extra-bíblicas sempre levam a erro. Devemos seguir o exemplo do Apóstolo Paulo e o seu comando: “Examinai tudo. Retende o bem” (1 Tessalonicenses 5:21). Fazemos isso ao comparar tudo à Palavra de Deus, a única Verdade.
Leia mais:http://www.gotquestions.org/Portugues/Gnosticismo-Cristao.html#ixzz3eyRtTde0
Resposta:Na verdade, não existe tal conceito de Gnosticismo Cristão, pois o verdadeiro Cristianismo e o Gnosticismo são sistemas de crença que se excluem mutuamente. Os princípios do Gnosticismo contradizem o que significa ser cristão. Portanto, embora algumas formas de Gnosticismo afirmem ser cristãs, elas são decididamente não-cristãs.
O Gnosticismo talvez fosse a heresia mais perigosa que ameaçava a igreja primitiva durante os primeiros três séculos. Influenciado por filósofos como Platão, o Gnosticismo é baseado em duas premissas falsas. Primeiro, essa teoria sustenta um dualismo em relação ao espírito e à matéria. Os gnósticos acreditam que a matéria seja essencialmente perversa e que o espírito seja bom. Como resultado dessa pressuposição, os gnósticos acreditam que qualquer coisa feita no corpo, até mesmo o pior dos pecados, não tem valor algum porque a vida verdadeira existe no reino espiritual apenas.
Segundo, os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento elevado, uma “verdade superior”, conhecida apenas por poucos. O Gnosticismo se origina da palavra grega gnosis, a qual significa “saber”, pois os gnósticos acreditam que possuem um conhecimento mais elevado, não da Bíblia, mas um conhecimento adquirido por algum plano místico e superior de existência. Os gnósticos se enxergam como uma classe privilegiada e mais elevada sobre todas as outras devido ao seu conhecimento superior e mais profundo de Deus.
Para descartar a ideia de qualquer compatibilidade entre o Cristianismo e o Gnosticismo, é necessário comparar o que os dois ensinam sobre as doutrinas principais da fé. Quanto à salvação, o Gnosticismo ensina que salvação é adquirida através da posse de conhecimento divino que liberta o ser das ilusões da escuridão. Apesar de clamarem seguir a Jesus Cristo e Seus ensinamentos originais, eles O contradizem frequentemente. Jesus nada falou sobre salvação através de conhecimento, mas através de fé nEle como Salvador do pecado. “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie” (Efésios 2:8-9). Além disso, a salvação que Cristo oferece é de graça e disponível a qualquer um (João 3:16), não apenas a uma certa elite que adquiriu uma revelação especial.
O Cristianismo afirma que há apenas uma fonte de Verdade, e essa é a Bíblia, a inspirada e inerrante Palavra do Deus vivente, a única regra infalível de fé e prática (João 17:17; 2 Timóteo 3:15-17; Hebreus 4:12). Ela é a revelação escrita por Deus aos homens e nunca deve ser substituída pelos pensamentos, ideias, escrituras ou visões humanas. Os gnósticos, por outro lado, usam uma variedade de documentos hereges e primitivos conhecidos como os Evangelhos Gnósticos, uma coleção de farsas que clama ser os “livros perdidos da Bíblia”. Ainda bem que os fundadores da igreja primitiva quase que por unanimidade reconheceram que esses livros eram farsas fraudulentas que sustentavam doutrinas falsas sobre Jesus Cristo, salvação, Deus e todas as outras verdades cruciais da fé Cristã. Há inúmeras contradições entre os Evangelhos Gnósticos e a Bíblia. Mesmo quando os tão chamados “Gnósticos Cristãos” citam a Bíblia, eles reescrevem os versículos e partes dos versículos para concordarem com a sua filosofia; essa é uma prática fortemente proibida, contra a qual as próprias Escrituras nos advertem (Deuteronômio 4:2, 12:32; Provérbios 30:6; Apocalipse 22:18-19).
O Cristianismo e Gnosticismo também diferem drasticamente quanto à Pessoa de Jesus Cristo. Os gnósticos acreditam que o corpo físico de Jesus Cristo não era real, mas apenas “aparentava” ser físico e que o seu espírito descera sobre Ele no seu batismo e o abandonara bem antes de sua crucificação. Tais concepções destroem não só a humanidade de Jesus, mas também a expiação, pois Jesus tinha que ter sido não só Deus verdadeiro, mas também um verdadeiro homem (e fisicamente real) que realmente sofreu e morreu na cruz para que seu sacrifício substitutivo pelo pecado fosse aceitável (Hebreus 2:14-17). Uma concepção bíblica de Jesus afirma tanto a Sua humanidade completa quanto a Sua divindade completa.
O Gnosticismo é relacionado à heresia do movimento Nova Era e é baseado em uma abordagem mística, intuitiva, subjetiva, interior e emocional da verdade. Essa abordagem não é nova, pelo contrário, é bem velha e volta, de certa forma, ao Jardim do Éden, onde Satanás questionou Deus e as palavras que Ele falou, convencendo a Adão e Eva a rejeitá-las e a acreditar em uma mentira. Ele faz a mesma coisa nos dias de hoje, à medida que “o diabo, vosso adversário, anda em derredor, bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1 Pedro 5:8). Ele ainda questiona Deus e a Bíblia e facilmente agarra com suas presas aqueles que são ingênuos e escrituralmente mal informados, ou que estão apenas procurando por alguma forma de revelação pessoal para fazê-los se sentirem especiais, únicos e superiores a outras pessoas. No entanto, revelações extra-bíblicas sempre levam a erro. Devemos seguir o exemplo do Apóstolo Paulo e o seu comando: “Examinai tudo. Retende o bem” (1 Tessalonicenses 5:21). Fazemos isso ao comparar tudo à Palavra de Deus, a única Verdade.
Leia mais:http://www.gotquestions.org/Portugues/Gnosticismo-Cristao.html#ixzz3eyRtTde0
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3º trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanças De
CRISTO Nas Cartas Pastorais
Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações,
questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA
LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO
Veja -http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao12-ada-1tr11-asviagensmissionariasdepaulo.htm
TEXTO ÁUREO
"Ninguém despreze a tua mocidade; as sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza." (1 Tm 4.12)
"Ninguém despreze a tua mocidade; as sê o exemplo dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no espírito, na fé, na pureza." (1 Tm 4.12)
VERDADE PRÁTICA
As cartas pastorais reúnem orientações à liderança cristã e aos membros em geral para que vivam conforme a vontade de DEUS
LEITURA DIÁRIA
Segunda - 1 Tm 1.2 - O cuidado paternal pelo jovem obreiro
Terça - Ef 6.17 - A Palavra de DEUS é a"espada do ESPÍRITO"
Quarta - Gl 4.9-11 - O pastor deve ter cuidado com o legalismo
Quinta - At 15.19,20 - De que os crentes gentios deveriam se abster
Sexta - 1 Co 5.7a - Paulo alerta a respeito do cuidado com o"fermento velho"
Sábado - 2 Tm 2.15 - Preparado para manejar a Palavra da verdade
Terça - Ef 6.17 - A Palavra de DEUS é a"espada do ESPÍRITO"
Quarta - Gl 4.9-11 - O pastor deve ter cuidado com o legalismo
Quinta - At 15.19,20 - De que os crentes gentios deveriam se abster
Sexta - 1 Co 5.7a - Paulo alerta a respeito do cuidado com o"fermento velho"
Sábado - 2 Tm 2.15 - Preparado para manejar a Palavra da verdade
LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - 1 Timóteo 1.1,2; Tito 1.1-4
1Tm 1.1 - Paulo, apóstolo de JESUS CRISTO, segundo o mandado de DEUS,
nosso Salvador, e do Senhor JESUS CRISTO, esperança nossa, 2 - a Timóteo, meu
verdadeiro filho na fé: graça, misericórdia e paz, da parte de DEUS, nosso Pai,
e da de CRISTO JESUS, nosso Senhor.
Tt 1.1- Paulo, servo de DEUS e apóstolo de JESUS CRISTO, segundo a fé
dos eleitos de DEUS e o conhecimento da verdade, que é segundo a piedade, 2 -
em esperança da vida eterna, a qual DEUS, que não pode mentir, prometeu antes
dos tempos dos séculos, 3 - mas, a seu tempo, manifestou a sua palavra pela
pregação que me foi confiada segundo o mandamento de DEUS, nosso Salvador, 4 -
a Tito, meu verdadeiro filho, segundo a fé comum: graça, misericórdia e paz, da
parte de DEUS Pai e da do Senhor JESUS CRISTO, nosso Salvador.
OBJETIVO GERAL
Apresentar um panorama geral das epístolas paulinas de Timóteo e Tito.
PONTO CENTRAL
As epístolas de Timóteo e Tito apresentam orientações aos líderes e
membros quanto à vida pessoal e cristã.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Abaixo, os objetivos específicos referem-se ao que o professor deve
atingir em cada tópico.
Introduzir as epístolas pastorais de Timóteo e Tito. (epístolas de Paulo
aos pastores Timóteo e Tito, seus"verdadeiros filhos na fé")
Conhecer os propósitos das epístolas de Timóteo e Tito. (orientar os
líderes quanto à vida pessoal e no combate as heresias)
Conscientizar a respeito da atualidade das epístolas pastorais. (podemos
encontrar nas cartas pastorais, ensinos preciosos para a liderança local e para
a igreja dos dias atuais - prosperidade e apostasia).
Explicar o conteúdo da mensagem de Paulo para a
liderança. (apresentam um conjunto de qualificações que aqueles que
desejam a liderança devem ter - administração, ética e serviço ).
INTERAGINDO COM O PROFESSOR
Prezado professor, neste terceiro trimestre do ano, estudaremos a respeito das epístolas de Timóteo e Tito. O autor destas cartas é o apóstolo Paulo. Ele as escreveu com o objetivo de orientar e confortar dois jovens pastores, Timóteo e Tito. A cada lição estudada, você verá que os conteúdos destas epístolas são repletos de bons conselhos que podem ajudar líderes e liderados a viverem conforme a vontade de DEUS.
O comentarista é o pastor Elinaldo Renovato de Lima - autor de diversos livros, líder da Assembleia de DEUS em Parnamirim, RN.
O enriquecimento espiritual que advirá do estudo de cada lição será sentido na liderança e em cada membro da Igreja de CRISTO.
Prezado professor, neste terceiro trimestre do ano, estudaremos a respeito das epístolas de Timóteo e Tito. O autor destas cartas é o apóstolo Paulo. Ele as escreveu com o objetivo de orientar e confortar dois jovens pastores, Timóteo e Tito. A cada lição estudada, você verá que os conteúdos destas epístolas são repletos de bons conselhos que podem ajudar líderes e liderados a viverem conforme a vontade de DEUS.
O comentarista é o pastor Elinaldo Renovato de Lima - autor de diversos livros, líder da Assembleia de DEUS em Parnamirim, RN.
O enriquecimento espiritual que advirá do estudo de cada lição será sentido na liderança e em cada membro da Igreja de CRISTO.
Resumo da Lição 1 - Uma Mensagem à Igreja Local e à Liderança
I - AS EPÍSTOLAS PASTORAIS
1. Cartas pastorais.
1. Cartas pastorais.
2. Datas em que foram escritas.
3. Conteúdo.
II - PROPÓSITO E MENSAGEM
1. Orientar os líderes quanto à vida pessoal.
2. Combater as heresias.
III - UMA MENSAGEM PARA A IGREJA LOCAL E A LIDERANÇA DA ATUALIDADE
1. O"evangelho" da prosperidade.
2. Apostasia dos últimos dias.
IV - MENSAGEM PARA A LIDERANÇA
1. Administração eclesiástica.
2. Ética ministerial.
SÍNTESE DO TÓPICO I - As epístolas
pastorais receberam esta designação pelo fato de terem sido escritas e enviadas
a dois pastores.
SÍNTESE DO TÓPICO II - As epístolas de
Timóteo e Tito tinham como propósitos orientar os líderes quanto à vida pessoal
e no combate as heresias
SÍNTESE DO TÓPICO III - Embora tenha sido
escrita em um tempo distinto do nosso, podemos encontrar nas cartas pastorais,
ensinos preciosos para a liderança local e para a igreja dos dias atuais.
SÍNTESE DO TÓPICO IV - As epístolas de
Timóteo e Tito apresentam um conjunto de qualificações que aqueles que desejam
a liderança devem ter.
CONHEÇA MAIS - Cartas pastorais (pte1)
“Aparentemente, a primeira carta a Timóteo foi escrita no período em que
Paulo esteve preso em Roma. A segunda carta a Timóteo foi escrita durante seu
segundo encarceramento. Desta vez o apóstolo não conseguiu sobreviver. Pelas
várias referências, fica claro por essas cartas e pelo testemunho da história,
que as epístolas pastorais datam próximas do final da Era Apostólica. Somente
os originais das cartas de João, podem ser mais antigos.” Leia mais em Guia do
Leitor da Bíblia, CPAD, p. 830.
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO (pte1)
“O centro do ensino de Paulo a Timóteo concentra-se no modo de vida que é apropriado dentro da igreja. As suas lições falam de oração (2.1-8), mulheres (2.9-15), a escolha de ‘bispos’ (3.1-7) e ‘diáconos’ (3.8-13) e concluem com uma liturgia de louvor (3. 14-16). Estas lições têm o objetivo de ajudar na igreja do DEUS vivo’. A seguir, Paulo passa a falar do próprio Timóteo. É aparente que, embora Paulo amasse muito Timóteo, o enviasse em importantes missões. Timóteo, por natureza, era tímido e hesitante. Por isto as palavras de Paulo parecem, às vezes, ir além do incentivo e da exortação. Paulo lembra Timóteo de que ele pode esperar falsos ensinos infectando as igrejas, e que o seu dever é ‘propor’ a verdade aos irmãos (4.1-10). Mas Timóteo deve fazer ainda mais. Ele deve ‘mandar e ensinar’ a verdade, e não permitir que alguém ‘despreze’ sua ‘mocidade’. E as exortações prosseguem: Timóteo deve ‘meditar nestas coisas’, ‘ocupar-se nelas’ e ‘perseverar nelas’ (4.10-16)” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 467).
“O centro do ensino de Paulo a Timóteo concentra-se no modo de vida que é apropriado dentro da igreja. As suas lições falam de oração (2.1-8), mulheres (2.9-15), a escolha de ‘bispos’ (3.1-7) e ‘diáconos’ (3.8-13) e concluem com uma liturgia de louvor (3. 14-16). Estas lições têm o objetivo de ajudar na igreja do DEUS vivo’. A seguir, Paulo passa a falar do próprio Timóteo. É aparente que, embora Paulo amasse muito Timóteo, o enviasse em importantes missões. Timóteo, por natureza, era tímido e hesitante. Por isto as palavras de Paulo parecem, às vezes, ir além do incentivo e da exortação. Paulo lembra Timóteo de que ele pode esperar falsos ensinos infectando as igrejas, e que o seu dever é ‘propor’ a verdade aos irmãos (4.1-10). Mas Timóteo deve fazer ainda mais. Ele deve ‘mandar e ensinar’ a verdade, e não permitir que alguém ‘despreze’ sua ‘mocidade’. E as exortações prosseguem: Timóteo deve ‘meditar nestas coisas’, ‘ocupar-se nelas’ e ‘perseverar nelas’ (4.10-16)” (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 467).
SUBSÍDIO BIBLIOLÓGICO (pte2)
“A responsabilidade imediata de Timóteo era esta: ‘Para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina’. O apóstolo não nos informa a quem ele se referia quando emitiu esta ordem; Timóteo provavelmente já sabia muito bem quem eram os envolvidos. Paulo usa termos vagos para descrever a natureza destas heresias: Fábulas ou... genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de DEUS, que consiste na fé. Mesmo que seja impossível concluir com plena certeza quais eram esses ensinos que o apóstolo percebia que estavam minando a fé dos cristãos efésios, não é forçar a interpretação sugerir que se tratava de um começo de gnosticismo. A heresia conhecida por gnosticismo, que no século II se tornou ameaça séria à integridade do ensino cristão, tinha raízes judaicas e gentias. (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 452).
“A responsabilidade imediata de Timóteo era esta: ‘Para advertires a alguns que não ensinem outra doutrina’. O apóstolo não nos informa a quem ele se referia quando emitiu esta ordem; Timóteo provavelmente já sabia muito bem quem eram os envolvidos. Paulo usa termos vagos para descrever a natureza destas heresias: Fábulas ou... genealogias intermináveis, que mais produzem questões do que edificação de DEUS, que consiste na fé. Mesmo que seja impossível concluir com plena certeza quais eram esses ensinos que o apóstolo percebia que estavam minando a fé dos cristãos efésios, não é forçar a interpretação sugerir que se tratava de um começo de gnosticismo. A heresia conhecida por gnosticismo, que no século II se tornou ameaça séria à integridade do ensino cristão, tinha raízes judaicas e gentias. (RICHARDS, Lawrence O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2007, p. 452).
SUBSÍDIO TEOLÓGICO (pte4)
"A liderança é essencial à vida e missão da igreja. Sem ela, a igreja tropeça e cai num curso incerto em sua peregrinação rumo a um lugar melhor. Sem liderança, a igreja não é capaz de cumprir seus propósitos de ministrar eficazmente aos de dentro e alcançar os de fora, nem pode render a DEUS a glória que Ele merece.
O pastor é a pessoa chamada para prover a liderança final da igreja, não importando o sistema administrativo dela. O sucesso da igreja depende em grande parte de sua capacidade de liderança.
Liderança é bíblica. A ideia de alguém liderando outros está fundamentada nas Escrituras. Assumir papel de líder na igreja de DEUS e esperar que outros sigam seu exemplo não é egoísmo, autoritarismo, condescendência nem pecado. Temos certeza disso porque as Escrituras deitam as bases e os princípios da liderança cristã" (MACARTHUR, John. Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão. 7. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 294-5).
"A liderança é essencial à vida e missão da igreja. Sem ela, a igreja tropeça e cai num curso incerto em sua peregrinação rumo a um lugar melhor. Sem liderança, a igreja não é capaz de cumprir seus propósitos de ministrar eficazmente aos de dentro e alcançar os de fora, nem pode render a DEUS a glória que Ele merece.
O pastor é a pessoa chamada para prover a liderança final da igreja, não importando o sistema administrativo dela. O sucesso da igreja depende em grande parte de sua capacidade de liderança.
Liderança é bíblica. A ideia de alguém liderando outros está fundamentada nas Escrituras. Assumir papel de líder na igreja de DEUS e esperar que outros sigam seu exemplo não é egoísmo, autoritarismo, condescendência nem pecado. Temos certeza disso porque as Escrituras deitam as bases e os princípios da liderança cristã" (MACARTHUR, John. Ministério Pastoral: Alcançando a excelência no ministério cristão. 7. ed. Rio de Janeiro: CPAD, 2012, pp. 294-5).
Comentários de vários autores com algumas modificações do Ev. Luiz
Henrique
Resumo rápido da Lição 1 - Uma Mensagem à Igreja Local e à Liderança
I - AS EPÍSTOLAS PASTORAIS
1. Cartas pastorais. Aos dois jovens pastores Timóteo e Tito.
1. Cartas pastorais. Aos dois jovens pastores Timóteo e Tito.
2. Datas em que foram escritas. 64 a 67 d. C.
3. Conteúdo. Ensino, advertências, conselhos. Saudação, exigências aos escolhidos, cuidado com os falsos mestres e as falsas
doutrinas, Cuidado com a "sã" doutrina, Modo de se comportar quando
confrontado por heresias e doutrinas estranhas ao evangelho.
II - PROPÓSITO E MENSAGEM
1. Orientar os líderes quanto à vida pessoal. Santidade e dedicação à
DEUS e Sua Palavra. Apesar de jovem deve ser exemplo para todos. Líder é
espelho para todos. Família deve ser exemplo.
2. Combater as heresias. Muitas heresias permeavam a igreja naquela
época. Alguns crentes já haviam sucumbido. Judaizantes infiltrados exigiam
guarda da lei e do sábado como condição para salvação. Gnosticismo ensinava que
corpo é ruim, casa do pecado, portanto JESUS não poderia ressuscitar com mesmo
corpo. Cuidado com Himeneu e Alexandre, principais disseminadores do
gnosticismo.
III - UMA MENSAGEM PARA A IGREJA LOCAL E A LIDERANÇA DA ATUALIDADE
1. O"evangelho" da prosperidade. Ensina
que o homem é encarnação de Deus quanto JESUS CRISTO o foi. Ensina que somos
deuses - Você não tem um deus dentro de você - Você é um deus, rico, sem
doença, sem problemas..
2. Apostasia dos últimos dias. Falsos líderes, contradizentes e
de torpe ganância (Tt 1.9-13). Mamom é o deus deste século. O amor ao dinheiro
tem ultrapassado o amor a DEUS e isso, dentro da Igreja.
IV - MENSAGEM PARA A LIDERANÇA
1. Administração eclesiástica.Qualificações do verdadeiro Líder: Irrepreensível,
marido de uma só mulher, que tenha filhos fiéis, não soberbo, não iracundo, não
dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe ganância, dado à
hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo, temperante, retendo firme
a Palavra, capaz de admoestar com a sã doutrina, etc.
2. Ética ministerial. Apresentar-se a Deus "aprovado, como
obreiro que não tem de que se envergonhar; que maneja bem a palavra da
verdade". Exemplo é o maior testemunho. Paulo era exemplo em tudo,
principalmente nos sofrimentos por CRISTO. O líder cristão não é o que
"manda", mas o que serve. Não é o maior, e sim o menor (Mt 20.24-28).
As cartas pastorais do apóstolo Paulo são um ponto levemente fora da
curva entre os seus outros escritos do Novo Testamento, pela sua própria
natureza: 1 e 2 Timóteo e Tito são cartas pessoais de um homem mais velho para
jovens a quem ele quer bem, com orientações, comentários sobre conhecidos em
comum e pedidos - como por exemplo, para pedir sua capa e pergaminhos. Esse
tipo de expressão não é normal na Bíblia, e particularmente com relação a Paulo,
de quem sabemos tanto de sua vida"missionária" ou de sua
doutrina através do livro de Atos e das outras cartas. É como
se o homem Paulo revelasse um pouco de sua vida pessoal, um vislumbre, é
certo, que deu margem a muitas especulações, mas um vislumbre.
AS PERSONALIDADES
Estas três cartas, que formam um grupo distinto na coletânea paulina,
declaram ser comunicações do grande Apóstolo enviadas a dois dos seus
lugares-tenentes da maior confiança. Receberam o título de ‘Pastorais” desde o
início do século XVIII porque estão endereçadas a pastores e, em grande medida,
dizem respeito aos deveres deles. Timóteo é um dos mais conhecidos entre as
personagens secundárias do Novo Testamento. Filho de um pai pagão e de uma mãe
judia convertida, juntou-se pela primeira vez à comitiva de Paulo em Listra, na
Licaônia, no início da segunda viagem missionária deste. Já era um cristão de
certa posição, tendo sido provavelmente convertido por Paulo quando este
pregara na localidade um ou dois anos anteriormente. Parece que o Apóstolo teve
simpatia por ele e o persuadiu a acompanhá-lo, mas primeiramente o circuncidou
como uma concessão às suscetibilidades judaicas (At 16:1-3). A partir de então,
foi companheiro constante de Paulo e seu amigo íntimo, e cooperou com ele em
várias das suas cartas (1 e 2 Ts, 2 Co, Fp, Cl e Fm), e foi encarregado de
várias missões importantes, e.g. para Tessalônica (1 Ts 3:2) e para Corinto (1
Co 4:17). O Apóstolo o considerava seu “cooperador”, e seu “filho amado e fiel
no Senhor” (Rm 16:21; 1 Co 4:17). Quando Paulo estava começando sua última
viagem a Jerusalém, Timóteo fazia parte do grupo (At 20:4), e estava ao seu
lado durante sua prisão em Roma. Realmente, Paulo recebia consolo especial da
sua presença e planejou o envio dele numa missão para a igreja filipense (Fp 2:
19-24). Nossas informações acerca de Tito são mais escassas, mas ele, também
parece ter sido um convertido de Paulo e ter desfrutado da mais plena confiança
deste. Um pagão de nascença, escoltou seu mestre na sua segunda viagem para
Jerusalém, onde uma tentativa, mais provavelmente mal-sucedida, foi feita no
sentido de submetê-lo à circuncisão (G1 2:1-5). Mais tarde, quando os
relacionamentos com a igreja de Corinto estavam a ponto de romper-se, foi para
lá como o enviado pessoal do Apóstolo, levando a carta severa que era
virtualmente um ultimato. Parece ter manobrado a situação desajeitada com
perícia, e ter restaurado a comunidade à lealdade e à obediência, e depois de
dar seu relatório a Paulo na Macedônia, foi enviado de volta para Corinto a fim
de entregar 2 Coríntios e completar a coleta ali (2 Co 7:6-16; 8:6; 12: 17-18).
Ainda que não ficasse tão próximo do Apóstolo quanto Timóteo, deve ter tido um
caráter mais forte, e seu serviço a Paulo deve ter começado antes e ter abrangido
um período ainda mais longo. Conforme o quadro exposto nas cartas, Timóteo e
Tito agora são delegados apostólicos temporariamente encarregados das igrejas
de Éfeso e de Creta respectivamente. Timóteo, pelo menos, ainda é relativamente
jovem (1 Tm 4:12; 2 Tm 2:22), talvez com seus trinta e cinco anos ou mais, e
temos a impressão que é um homem tímido e sensível, cuja disposição de ânimo
precisa de apoio. 1 Timóteo o representa presidindo sobre a congregação de
Éfeso; Paulo o deixou ali, ou de qualquer maneira pediu que continuasse ali, e
planeja visitá-lo antes de passar- se muito mais tempo. Neste ínterim,
encoraja-o a reestabelecer a tradição sadia do ensino cristão contra as
tendências heréticas divisivas, tendo em vista aquele objetivo, organizar o
ministério e a vida diária da congregação numa base apropriada. A carta a Tito,
que é semelhante na sua ocasião e no seu alvo, dá a entender que Paulo e seu
correspondente já tinham levado a efeito uma missão conjunta em Creta. O
próprio Apóstolo agora foi para a Grécia, com a intenção de passar o inverno na
cidade adriática de Nicópolis; Tito foi deixado em Creta com a tarefa de
estabelecer um ministério apropriadamente ordenado em todas as cidades da ilha,
e também de pôr fim aos falsos ensinos que são generalizados. Parece que seu
empreendimento é considerado de duração menor, visto que Paulo antevê sua
reunião com ele em Nicópolis. Estas duas cartas, embora sejam endereçadas a
indivíduos, claramente visam (se são cartas verdadeiras) ser lidas em alta voz
à congregação reunida também. Este fato se ressalta especialmente nas saudações
no fim, que estão no plural. O tom de 2 Timóteo é muito mais pessoal, embora
ela, também termine com uma saudação no plural. Tem a aparência a ser a última
das três, quanto à data, visto que representa o Apóstolo em prisão rigorosa em
Roma, acorrentado como criminoso e esperando sua execução num futuro
previsível. Timóteo, segundo parece, ainda está em Éfeso, e os falsos mestres
ainda são uma ameaça com sua influência desmoralizadora; Paulo manda-o
precaver-se contra eles. Mas boa parte da carta consiste nas admoestações
pessoais do Apóstolo ao seu discípulo no sentido de levar a efeito seu
ministério com perseverança, seja qual for o sofrimento acarretado. Anseia por
sua presença, e conclama-o a vir até ele antes do inverno começar.
Paulo preparou a Timóteo ensinando-o como ministrar aos que tinha
sob seu cuidado. Seus ensinamentos foram claros e específicos. Timóteo não teve
que adivinhar o que seu mestre ou discipulador esperava dele. Estas instruções
surgiram da experiência e sabedoria de Paulo. Os líderes servidores preparam a
outros instruindo-os nas áreas específicas de seu ministério. Paulo faz
apelo angustiado a Timóteo para que este guarde fielmente a fé genuína, ante a
apostasia vindoura (1 Tm 4.1; 6.20; 2 Tm 1.14). Cada crente deve imitar um
Paulo em sua vida porque “você necessita de alguém que tenha atravessado o
caminho”. Cada crente necessita de um Barnabé porque precisa de alguém “que o
ame, mas que não se deixe impressionar por você”. Necessita de um Timóteo “cuja
vida está edificando”. (Fp 2.19 - ARA)
J. N. D. Kelly - Novo Testamento - Vida Nova - Série Cultura Cristã.
Filipenses 2.19-23 19 E espero, no Senhor JESUS, que
em breve vos mandarei Timóteo, para que também eu esteja de bom ânimo, sabendo
dos vossos negócios. 20 Porque a ninguém tenho de igual sentimento, que
sinceramente cuide do vosso estado; 21 porque todos buscam o que é seu e não o
que é de CRISTO JESUS. 22 Mas bem sabeis qual a sua experiência, e que serviu
comigo no evangelho, como filho ao pai. 23 De sorte que espero enviá-lo a
vós logo que tenha provido a meus negócios.
TIMÓTEO. Timóteo era um bom exemplo do que um ministro e
missionário de DEUS deve ser. Era um estudante zeloso e obediente à Palavra de
DEUS (2 Tm 3.15); um servo perseverante e digno de CRISTO (1 Ts 3.2); um
homem de boa reputação (At 16.2), amado e fiel (1 Co 4.17), com solicitude
genuína pelo próximo (v. 20), fidedigno (2 Tm 4.9,21) e dedicado a Paulo e ao
evangelho (v. 22; Rm 16.21).
PORQUE TODOS BUSCAM O QUE É SEU. Há pastores que pregam, ensinam,
pastoreiam ou escrevem, não com solicitude genuína pela propagação do
evangelho, mas visando aos seus próprios interesses, honra, glória e prestígio.
Ao invés de procurarem agradar ao Senhor JESUS, procuram agradar aos homens e
conquistar o favor deles (1.15; 2.20,21; 2 Tm 4.10,16). Tais pastores não são
verdadeiros servos do Senhor.
Sabendo que está com os dias contados e seu ministério acabado, ele
escreve para Timóteo: Procure vir logo ao meu encontro, pois Demas, amando este
mundo, abandonou-me e foi para Tessalônica. Crescente foi para a Galácia, e
Tito, para a Dalmácia. Só Lucas está comigo. Traga Marcos com você, porque ele
me é útil para o ministério (2 Tm 4.9-11).
Quando seu tempo se esgotava, quando se sentiu abandonado e quando
possivelmente se deixava abater pelo desânimo, Paulo queria ter duas pessoas a
seu lado: Timóteo, seu amado filho, e Marcos, “porque ele me é útil para o
ministério”.
Paulo como Mentor de Timóteo (discipulador com figura de pai)
Paulo mentoreou muitas pessoas, no entanto foi com Timóteo que esse
trabalho sem dúvida destacou-se mais claramente. A imagem de mestre ou
discipulador transparece em 1 e 2 Timóteo, em especial no início de 2 Timóteo.
Experimente numerar, nos versículos citados a seguir, cada palavra, frase ou
conceito que você considere expressão típica de um mestre ou discipulador:
Paulo, apóstolo de CRISTO JESUS pela vontade de DEUS, segundo a promessa
da vida que está em CRISTO JESUS, a Timóteo, meu amado filho: Graça,
misericórdia e paz da parte de DEUS Pai e de CRISTO JESUS, nosso Senhor. Dou
graças a DEUS, a quem sirvo com a consciência limpa, como o serviram os meus
antepassados, ao lembrar-me constantemente de você, noite e dia, em minhas
orações. Lembro-me das suas lágrimas e desejo muito vê-lo, para que a minha
alegria seja completa. Recordo-me da sua fé não fingida, que primeiro habitou
em sua avó Lóide e em sua mãe, Eunice, e estou convencido de que também habita
em você. Por essa razão, torno a lembrar-lhe que mantenha viva a chama do dom
de DEUS que está em você mediante a imposição das minhas mãos. Pois DEUS não
nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio. Portanto,
não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro
dele, mas suporte comigo os meus sofrimentos pelo evangelho, segundo o poder de
DEUS [...]. Retenha, com fé e amor em CRISTO JESUS, o modelo da sã doutrina que
você ouviu de mim. Quanto ao que lhe foi confiado, guarde-o por meio do
ESPÍRITO SANTO que habita em nós. Você sabe que todos os da província da Ásia
me abandonaram, inclusive Fígelo e Hermógenes[...]. Portanto, você, meu filho,
fortifique-se na graça que há em CRISTO JESUS. E as palavras que me ouviu dizer
na presença de muitas testemunhas, confie-as a homens fiéis que sejam também
capazes de ensinar outros (2 Tm 1.1-8, 13-15; 2.1-2).
Paulo, “já ancião” (denominação que ele mesmo da a si em Fm 9)
escrevendo a dois jovens: Timóteo (Ninguém despreze a tua mocidade) e Tito. O
velho escrevendo aos Jovens.
Vejo que o mestre ou discipulador, como também o pai espiritual, o líder
pastoral ou o discipulador será bem-aventurado se reunir as qualidades de Paulo
descritas nessas passagens. Vejamos brevemente algumas delas:
* Relacionamento paternal e familiar: Paulo trata Timóteo, repetidas
vezes, como filho (1Tm 1.2, 18 e 2 Tm 1.2; 2.1). Hoje, parece que carecemos
tanto de pais espirituais como de filhos. A desestruturação e o desajuste
familiar na atual geração é terrível. Precisamos muito de pessoas que saibam
gerar filhos espirituais.
* Amor: Vale a pena destacar como Paulo se referia a Timóteo: “meu amado filho” (v. 2). Palavras semelhantes foram ditas pelo Pai após o batismo de JESUS: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mt 3.17). As Escrituras trazem mais oito frases similares com referência a JESUS, o que mostra quão fundamental isso foi para a vida e a identidade de CRISTO (v. Is 42.1; Mt 12.18, 17.5; Mc 1.11, 9.7; Lc 3.22, 9.35 e 2Pe 1.17). Quantos líderes e pastores não estão convictos de que são realmente amados, aceitos pelo Pai celeste ou por um mestre ou discipulador ou pai espiritual aqui na terra.
* Intercessão: a ligação profunda entre Paulo e Timóteo transparecia no relacionamento de Paulo com DEUS. O apóstolo lembrava-se de Timóteo constantemente, dia e noite (v. 3). Que privilégio contar com um mestre ou discipulador intercessor!
* Intimidade: Timóteo tinha liberdade de chorar com Paulo, e este não se envergonhava disso (v. 4). Na verdade o próprio Paulo também sabia ser transparente e compartilhar emoções profundas que também o levavam às lágrimas. Dirigindo-se aos anciãos de Éfeso, a igreja que mais tarde Timóteo supervisionaria, Paulo afirmou que serviu “ao Senhor com toda a humildade e com lágrimas” (At 20.19); instou-os a cuidarem de si mesmos e a vigiarem, lembrando-lhes “que durante três anos jamais [cessara] de advertir cada um [deles] disso, noite e dia, com lágrimas” (At 20.31). Não devemos nos surpreender de que nessa despedida “todos choraram muito, e, abraçando-o, o beijavam” (At 20.37). O verdadeiro mestre ou discipulador não só deixa seu coração transparecer, a ponto das lágrimas fazerem parte de sua vida e de seu ministério comum, como encoraja seus seguidores a fazerem o mesmo.
* Saudade e alegria (v. 4): Paulo, afinal, possuía um lado afetivo e sabia expressá-lo. Desenvolveu uma ligação afetiva com seu discípulo ou aprendiz. Alegrava-se com seu discípulo ou aprendiz e realmente buscava oportunidades de compartilhamento (veja 2 Tm 4.9). Mais uma vez a alegria de Paulo reflete a alegria do Pai no Filho quando diz: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (grifo do autor).
* Reafirmação do que é bom (v. 5): Paulo citava qualidades de Timóteo e das boas experiências que compartilharam. Não insistia sempre em que seu discípulo ou aprendiz precisava melhorar, mas comunicava um profundo sentimento de aceitação.
* Exortação (v. 6): Paulo não só reafirmava claramente seu amor, sua aceitação e alegria, mas também sabia como desafiar seu discípulo ou aprendiz para o crescimento.
* Ministração: mais que uma vez Paulo impõe as mãos sobre Timóteo (v. 6) e, em oração, vê o ESPÍRITO SANTO agir de forma sobrenatural na vida deste (v. 1Tm 4.14). O poder e a graça de DEUS fluíam de Paulo para Timóteo.
* Discernimento das necessidades do discípulo ou aprendiz: Paulo sabia que Timóteo sofria dificuldades por causa da timidez ou do medo, por isso ministrava-lhe diretamente a respeito (v. 7) com palavras que encorajaram milhares de outros Timóteos através dos anos.
* Desejo de manter o discípulo ou aprendiz junto a si: Timóteo foi chamado a participar da vida de Paulo e a segui-lo de perto (2 Tm 3.10,11, 4.9), até em seus sofrimentos (2 Tm 1.8). Paulo não escondia de Timóteo a realidade nem o fato de que a vida cristã apresentava desafios e dificuldades. Também não o deixou enfrentá-los sozinho. O mestre ou discipulador se parece ao Paracletos (ES), que se aproxima de nós e nos chama para junto de si.
* Exemplo (v. 13): Paulo mostrou a Timóteo como ensinar e viver (2 Tm 3.10,11), não como um ser perfeito, mas como alguém que permanecia em constante crescimento rumo à perfeição (Fp 3.11-14).
* Reafirmação do chamado do discípulo ou aprendiz: Paulo lembrou Timóteo de manter viva a chama do dom de DEUS que estava nele (v. 6) e ainda estímulou-o a guardar o que lhe foi confiado ou depositado (v. 14).
* Compartilhamento de dificuldades: o mestre ou discipulador não se vale de máscaras para levar o discípulo ou aprendiz a crer que tudo está sempre bem (v. 15). Em vez disso, compartilha suas dores, suas decepções e sua solidão (2 Tm 4.9-16).
* Discipulado: o estilo de ensino de Paulo, ao contrário do professor, não se baseia em conteúdo e em programas, mas no que flui do coração de um pai para um filho espiritual (2 Tm 1,2; 2.1,2). Paulo repassa vida, a sua e a de CRISTO, demonstrando as verdades que queria que Timóteo aprendesse através de como vivia e como se relacionava com ele (2 Tm 2.3-17).
* Orientação do discípulo ou aprendiz no pensamento estratégico: Paulo desafia Timóteo a reproduzir o que recebeu dele. Mais que isso. Desafia-o a multiplicar-se através de escolher as pessoas certas para que estas, por sua vez, ensinem a outros o que receberam (2 Tm 2.2).
* Amor: Vale a pena destacar como Paulo se referia a Timóteo: “meu amado filho” (v. 2). Palavras semelhantes foram ditas pelo Pai após o batismo de JESUS: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (Mt 3.17). As Escrituras trazem mais oito frases similares com referência a JESUS, o que mostra quão fundamental isso foi para a vida e a identidade de CRISTO (v. Is 42.1; Mt 12.18, 17.5; Mc 1.11, 9.7; Lc 3.22, 9.35 e 2Pe 1.17). Quantos líderes e pastores não estão convictos de que são realmente amados, aceitos pelo Pai celeste ou por um mestre ou discipulador ou pai espiritual aqui na terra.
* Intercessão: a ligação profunda entre Paulo e Timóteo transparecia no relacionamento de Paulo com DEUS. O apóstolo lembrava-se de Timóteo constantemente, dia e noite (v. 3). Que privilégio contar com um mestre ou discipulador intercessor!
* Intimidade: Timóteo tinha liberdade de chorar com Paulo, e este não se envergonhava disso (v. 4). Na verdade o próprio Paulo também sabia ser transparente e compartilhar emoções profundas que também o levavam às lágrimas. Dirigindo-se aos anciãos de Éfeso, a igreja que mais tarde Timóteo supervisionaria, Paulo afirmou que serviu “ao Senhor com toda a humildade e com lágrimas” (At 20.19); instou-os a cuidarem de si mesmos e a vigiarem, lembrando-lhes “que durante três anos jamais [cessara] de advertir cada um [deles] disso, noite e dia, com lágrimas” (At 20.31). Não devemos nos surpreender de que nessa despedida “todos choraram muito, e, abraçando-o, o beijavam” (At 20.37). O verdadeiro mestre ou discipulador não só deixa seu coração transparecer, a ponto das lágrimas fazerem parte de sua vida e de seu ministério comum, como encoraja seus seguidores a fazerem o mesmo.
* Saudade e alegria (v. 4): Paulo, afinal, possuía um lado afetivo e sabia expressá-lo. Desenvolveu uma ligação afetiva com seu discípulo ou aprendiz. Alegrava-se com seu discípulo ou aprendiz e realmente buscava oportunidades de compartilhamento (veja 2 Tm 4.9). Mais uma vez a alegria de Paulo reflete a alegria do Pai no Filho quando diz: “Este é o meu Filho amado, em quem me agrado” (grifo do autor).
* Reafirmação do que é bom (v. 5): Paulo citava qualidades de Timóteo e das boas experiências que compartilharam. Não insistia sempre em que seu discípulo ou aprendiz precisava melhorar, mas comunicava um profundo sentimento de aceitação.
* Exortação (v. 6): Paulo não só reafirmava claramente seu amor, sua aceitação e alegria, mas também sabia como desafiar seu discípulo ou aprendiz para o crescimento.
* Ministração: mais que uma vez Paulo impõe as mãos sobre Timóteo (v. 6) e, em oração, vê o ESPÍRITO SANTO agir de forma sobrenatural na vida deste (v. 1Tm 4.14). O poder e a graça de DEUS fluíam de Paulo para Timóteo.
* Discernimento das necessidades do discípulo ou aprendiz: Paulo sabia que Timóteo sofria dificuldades por causa da timidez ou do medo, por isso ministrava-lhe diretamente a respeito (v. 7) com palavras que encorajaram milhares de outros Timóteos através dos anos.
* Desejo de manter o discípulo ou aprendiz junto a si: Timóteo foi chamado a participar da vida de Paulo e a segui-lo de perto (2 Tm 3.10,11, 4.9), até em seus sofrimentos (2 Tm 1.8). Paulo não escondia de Timóteo a realidade nem o fato de que a vida cristã apresentava desafios e dificuldades. Também não o deixou enfrentá-los sozinho. O mestre ou discipulador se parece ao Paracletos (ES), que se aproxima de nós e nos chama para junto de si.
* Exemplo (v. 13): Paulo mostrou a Timóteo como ensinar e viver (2 Tm 3.10,11), não como um ser perfeito, mas como alguém que permanecia em constante crescimento rumo à perfeição (Fp 3.11-14).
* Reafirmação do chamado do discípulo ou aprendiz: Paulo lembrou Timóteo de manter viva a chama do dom de DEUS que estava nele (v. 6) e ainda estímulou-o a guardar o que lhe foi confiado ou depositado (v. 14).
* Compartilhamento de dificuldades: o mestre ou discipulador não se vale de máscaras para levar o discípulo ou aprendiz a crer que tudo está sempre bem (v. 15). Em vez disso, compartilha suas dores, suas decepções e sua solidão (2 Tm 4.9-16).
* Discipulado: o estilo de ensino de Paulo, ao contrário do professor, não se baseia em conteúdo e em programas, mas no que flui do coração de um pai para um filho espiritual (2 Tm 1,2; 2.1,2). Paulo repassa vida, a sua e a de CRISTO, demonstrando as verdades que queria que Timóteo aprendesse através de como vivia e como se relacionava com ele (2 Tm 2.3-17).
* Orientação do discípulo ou aprendiz no pensamento estratégico: Paulo desafia Timóteo a reproduzir o que recebeu dele. Mais que isso. Desafia-o a multiplicar-se através de escolher as pessoas certas para que estas, por sua vez, ensinem a outros o que receberam (2 Tm 2.2).
AZEVEDO, Irland. De pastor para pastores: um testemunho pessoal. Rio de
Janeiro: JUERP, 2001.
HENDRICKS, Howard. Aprenda a mentorear. Belo Horizonte: Betânia, 1999, principalmente parte 2.
HOUSTON, James. E. Mentoria espiritual: o desafio de transformar indivíduos em pessoas. São Paulo: Sepal, 2003.
KORNFIELD, David. As bases na formação de discipuladores. São Paulo: Sepal, 1996. Na verdade, toda a literatura na área de discipulado está muito relacionada ao mentoreamento. _____. Equipes de ministério que mudam o mundo: oito características de equipes de alto rendimento. São Paulo: Sepal, 2002.
HENDRICKS, Howard. Aprenda a mentorear. Belo Horizonte: Betânia, 1999, principalmente parte 2.
HOUSTON, James. E. Mentoria espiritual: o desafio de transformar indivíduos em pessoas. São Paulo: Sepal, 2003.
KORNFIELD, David. As bases na formação de discipuladores. São Paulo: Sepal, 1996. Na verdade, toda a literatura na área de discipulado está muito relacionada ao mentoreamento. _____. Equipes de ministério que mudam o mundo: oito características de equipes de alto rendimento. São Paulo: Sepal, 2002.
Sites de consulta na Internet MAPI (Ministério de Apoio a Pastores e
Igrejas): www.mapi-sepal.org.br. Fonte: http://www.mapi-sepal.org.br/ Visite www.sermao.com.br
TIMÓTEO: UM SERVO COM UM ÚNICO PENSAMENTO
Espero no Senhor JESUS enviar-lhes Timóteo brevemente, para que eu
também me sinta animado quando receber notícias de vocês. Não tenho ninguém
como ele, que tenha interesse sincero pelo bem-estar de vocês, pois todos
buscam os seus próprios interesses e não os de JESUS CRISTO. Mas vocês sabem
que Timóteo foi aprovado, porque serviu comigo no trabalho do evangelho como um
filho ao lado de seu pai. Portanto, é ele quem espero enviar, tão logo me
certifique da minha situação, confiando no Senhor que em breve também poderei
ir. (2:19–24)
Timóteo é um modelo de servo espiritual, amado filho de Paulo na fé.
Como Paulo, o seu mestre ou discipulador e modelo, Timóteo é um exemplo de
confiança para os outros crentes imitarem.
A prisão de Paulo o impediu de ir para Filipos, que era a sua esperança
no Senhor JESUS (isto é, na vontade do Senhor). Timóteo era um nativo de
Listra, na província da Galácia (parte da atual Turquia). Sua mãe, Eunice, era
judia e seu pai era grego e provavelmente um pagão. Paulo levou-o a CRISTO (1
Co 4:17; 1. Tim 1:2, 18;..2 Tm 1:2), provavelmente durante a visita do apóstolo
a Listra em sua primeira viagem missionária (At 14:6-23) . Tanto a sua mãe como
a sua avó Loide, eram crentes (2 Tm. 1:5) e haviam instruído Timóteo no Antigo
Testamento (2 Tm 3:15). Timóteo não era circuncidado como qualquer criança
judia, isso sugere que seu pai o educou na aprendizagem e cultura grega. Paulo
detectando sua maturidade espiritual, sua herança judaica e também sua
descendência grega, viu que o mesmo era qualificado para ministrar o evangelho
com ele pelo mundo gentio. Para fazer Timóteo mais aceitável para os judeus, especialmente
para aqueles da Galácia que o conheciam como descendente de grego, Paulo
circuncidou-o (Atos 16:3). Quando Paulo escreveu aos Filipenses, Timóteo tinha
sido seu companheiro quase constante durante cerca de dez anos.
Com grande afeto, Paulo falou dele como"meu filho verdadeiro na
fé" (1 Tm 1:2),"meu filho amado" (2 Tm1:2),"meu amado filho
e fiel no Senhor" (1 Coríntios 4:17). ", meu companheiro de
trabalho" (Rm 16:21; 1 Tessalonicenses 3:2; cf 1 Cor 16:10),"nosso
irmão" (2 Coríntios 1:1.; 1 Tessalonicenses 3:2; cf Hb 13:23), e, em
Filipenses, como um companheiro e servo de CRISTO JESUS (Fp 1:1). Timóteo
estava com Paulo em Corinto (Atos 18:5), foi enviado à Macedônia (19:22), e
acompanhou o apóstolo em sua viagem de volta a Jerusalém (20:4). Ele foi
associado com Paulo na escrita de Romanos (Rm 16:21), 2 Coríntios (2 Coríntios
1:1), Filipenses (Fp 1:1), Colossenses (Cl 1:1), ambas as epístolas aos
Tessalonicenses (1 Tessalonicenses 1:1;. 2 Tessalonicenses 1:1.), e Filemon (Fm
1). Ele serviu
como solução de problemas de Paulo em Corinto (1 Cor. 4:17), Tessalônica
(1 Ts. 3:2), Éfeso (1 Tm. 1:3-4), e em Filipos (Fp 2:19).
Timóteo era fiel e confiável, em todos os sentidos e estava claramente
qualificado para ser um modelo a ser imitado por todos os crentes. Timóteo
estava com Paulo, quando a igreja de Filipos foi fundada (cf. Atos 16:3,
12-40), por isso o apóstolo estava ansioso para enviar Timóteo a eles em breve.
Paulo esperava que Timóteo lhe desse uma avaliação positiva das
condições espirituais dos Filipenses antes de os visitar.
O apóstolo Paulo destaca sete características pessoais que os filipenses
deveriam imitar:
Timóteo era:
- imitador de Paulo,
- simpático (bem quisto),
- sincero (obstinado, perseverante),
- temperado (experiente),
- submisso a DEUS,
- sacrificial (desejo de se sacrificar pelo evangelho), e
- útil (disponível).
Primeiro, a personalidade espiritual de Timóteo era semelhante à do
apóstolo Paulo.
De muitas maneiras, Timóteo era um verdadeiro filho espiritual de Paulo.
Epafrodito (2:25-30) e alguns pregadores e professores em Roma eram servos
fiéis do Senhor, e Paulo era amado e apreciado por eles (cf. 1:14-17). O
apóstolo não estava menosprezando estes homens, mas não havia ninguém da
estatura de Timóteo. Ele tinha sido instruído nas Escrituras desde a infância
por sua mãe Eunice e avó Lóide (2 Timóteo 1:5;. 3:15) e era muito bem visto por
aqueles que o conheciam (Atos 16:2). No entanto, o maior crescimento espiritual
de Timóteo começou quando ele passou a viajar e ministrar com Paulo. Exceto o
Senhor JESUS CRISTO, nunca houve um mestre ou discipulador espiritual, melhor
que Paulo (que por sua vez, foi discipulado por Barnabé). Timóteo teve o
privilégio único e invejável de ser protegido do apóstolo. Usado apenas aqui no
Novo Testamento, isopsuchos é um adjetivo composto, composto por isso (igual) e
psuche (alma). E, literalmente, significa"igual a alma"
ou"one-alma", referindo-se a pessoas que são como de espírito e de
alma gêmea. A Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento) usou a
palavra no Salmo 55:13, onde Davi fala de"um homem meu igual, meu
companheiro e meu amigo íntimo", que gravemente o traiu.
O objetivo do verdadeiro discipulado é a reprodução, quando uma pessoa
está totalmente discipulado, JESUS disse, ele será como o seu mestre (Mateus
10:25). Ao longo do tempo, Timóteo chegou a pensar como Paulo, tanto a respeito
de crentes como de não crentes, Sabia, como Paulo, avaliava idéias e situações.
Tinha confiança no Senhor como Paulo, e orava como Paulo. Aqueles dois homens
de DEUS tinham qualidades semelhantes na alma, paixões semelhantes, objetivos
semelhantes, e zelo similar. Paulo disse aos crentes de Filipos o que ele tinha
dito àqueles em Corinto, poucos anos antes:"Exorto-vos, que sejais meus
imitadores. Por esta razão, enviou a vocês Timóteo, que é meu filho amado e
fiel no Senhor, e ele vos fará lembrar-se de meus caminhos que estão em CRISTO,
assim como eu ensino em todos os lugares em cada igreja "(1 Cor. 4:16
-17). Tanto em Corinto, até Paulo visitá-los novamente, Timóteo foi de longe o
seu melhor substituto. Não era nenhuma maravilha, portanto, Timóteo ser tão
amado e querido por Paulo.
A segunda Virtude - Timóteo também tinha a virtude de ser
simpático.
Era de inteira confiança, Paulo assegurava que Timóteo ia realmente ser
causa para bem-estar de todos. Havia em Timóteo preocupação pelo bem-estar da
igreja. “Tal como o seu Senhor, Paulo tinha extrema preocupação com todas as
Igrejas” (2 Co 11:28) e estava confiante de que Timóteo compartilhava dessa
preocupação. Eram verdadeiros pastores, cuja principal preocupação era com o
bem-estar de suas ovelhas.
A terceira virtude que caracterizava Timóteo era sua sinceridade
(obstinação, perseverança), indiretamente mencionada por contraste com os
líderes da igreja em Roma.
Paulo lamenta a atitude egocêntrica, sem amor desses líderes. Buscar
traduz o tempo presente do verbo zeteo e poderia ser traduzida como"
buscar continuamente." Deve ter sido profundamente triste para Paulo ter
que dizer deles que todos eles buscavam seus próprios interesses, e não os de
CRISTO JESUS.
Embora o evangelho estivesse sendo proclamado por um bom número de
homens em Roma, foi pregado por vezes devido à"inveja e porfia ... [e]
ambição egoísta, e não por motivos puros" (1:15, 17). Apesar da
presença de Paulo, muitos pregadores tornaram-se mundanos e egoístas. Eles não
eram apóstatas ou heréticos, mas, obviamente, haviam deixado seu primeiro amor
por CRISTO e tornaram-se egoístas (centrados em si mesmos) (cf. Ap 2:4). Seus
interesses principais agora já não eram os de CRISTO JESUS, mas seus próprios
interesses. Ao contrário de Timóteo, eles não eram mais sinceros, mas
tornaram-se vacilantes e, portanto, espiritualmente instáveis (Tiago 1:8). Eles
foram exemplificados por Demas, um colega de trabalho confiável de Paulo em
Roma (Cl 4:14;. Fm 24), que acabaria por abandoná-lo (2 Tim 4:10, 16.). Poucos
homens foram fiéis a Paulo em Roma, como Lucas e Aristarco (Cl 4:10;. Fm 24), e
estes não estavam, evidentemente, disponíveis para viajarem para Filipos. O
apóstolo necessitava de alguém confiável; Timóteo foi a única opção nesse
momento de necessidade de Paulo em Roma.
Mais tarde essa seria a mesma situação, na segunda prisão de Paulo em
Roma - Em sua última carta a Timóteo, ele disse,"Todos os que estão na
Ásia se afastaram de mim" (2 Tm 1:15.) E pediu a Timóteo para permanecer
fiel (2 Tm. 1:13).
A quarta virtude: Timóteo era experiente (temperado no fogo).
Comprovado valor traduz dokimen, que tem o significado básico da prova
cumprida após o teste. Usado para uma pessoa, descreve o caráter aprovado ou
valor testado e aprovado. Paulo advertiu muitas vezes os crentes
a"provarem da vontade de DEUS que é boa, agradável e perfeita" (Rm
12:2), e para"examinarem tudo e examinarem-se" (1 Cor . 11:28,.. 2 Cor
13:5; Gal 6:4).. Os crentes devem"examinar tudo com cuidado, apegar-se o
que é bom" (1 Tessalonicenses 5:21.) E"provar os espíritos para ver
se eles são de DEUS" (1 João 4:1). Paulo também usou o termo em relação ao
teste do Senhor dos crentes, notando que"Mas, como
fomos aprovados de DEUS para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos,
não como para agradar aos homens, mas a DEUS, que prova os nossos
corações." (1 Tessalonicenses 2:4; cf 1 Cor
3:13; 1 Pedro 1:7). Paulo falou da identificação do obreiro"Com
eles enviamos também outro nosso irmão, o qual muitas vezes, e em muitas
coisas, já experimentamos ser diligente, e agora muito mais diligente ainda
pela muita confiança que em vós tem." (2
Coríntios. 8:22), e instruiu que os diáconos"E também estes sejam
primeiro provados, depois sirvam, se forem irrepreensíveis." ( 1 Tm. 3:10). Timóteo havia sido testado muitas
vezes em seu serviço ao Senhor. Quando agitadores de Tessalônica forçaram Paulo
a abandonar Bereia, Timóteo e Silas foram confiados a permanecer lá e continuar
o trabalho (Atos 17:14).
A quinta vrtude de Timóteo mencionada aqui é a sua submissão.
Como Paulo, Timóteo serviu ao Senhor, o jovem era submisso ao Senhor.
Douleuo (servido) foi usado por muitos tipos de serviço, incluindo serviço de
dinheiro (financeiro) (Mt 6:24), um mestre humano (1 Tim 6:2.), Um pai humano
(Lucas 15:29), uma nação conquistadora ( Atos 7:7; cf. Jo 8:33), e serviço dos
crentes uns aos outros (Gl 5:13). Mas foi também um dos verbos mais comuns
usados no Novo Testamento para o serviço do Senhor (cf. At 20:19, Rm 12:11;
14:18.; Col. 3:24), muitas vezes em contraste com a de servir outras pessoas e
coisas, como a letra da lei mosaica (Rm 7:6), a lei do pecado (Rom. 7:25), e
desejos pecaminosos (Rm 16:18; Tito 3:3). Como a frase seguinte ("no
progresso do evangelho") deixa claro, servido aqui se refere a servir ao
Senhor.
É importante notar que Paulo não está falando de um serviço
personalizado de Timóteo para ele, embora isso pudesse ser considerado. Timóteo
era completamente submisso a Paulo, como um apóstolo, um pai espiritual, e um
modelo incomparável de piedade. Mas Paulo deixa claro que este serviço
específico não era para ele, mas com ele. Eles serviram ao Senhor juntos em uma
parceria amorosa e não competitiva. Paulo era claramente o sênior e Timóteo o
júnior que o servia com todo o respeito. No entanto, os dois homens eram
ambos"servos de CRISTO JESUS" (Fl 1:1),"fazendo a obra do
Senhor" juntos (1 Cor. 16:10). Timóteo não só foi colega de Paulo, mas
também"trabalhador de DEUS e companheiro no evangelho de CRISTO" (1
Ts. 3:2).
A sexta virtude de Timóteo era a sua vontade de se sacrificar pelo
evangelho, como se conclui pelo seu ministério com Paulo na promoção do
evangelho como um filho servindo a seu pai.
A partir do momento em que o apóstolo escolheu-o para servir ao lado
dele, Timóteo deixou seus planos pessoais que poderiam passar por sua cabeça.
Começou uma aventura sem volta que lhe traria grande fecundidade (produção de
almas) e satisfação espiritual, mas que também envolviam sofrimento e
sacrifício.
Como Paulo, Timóteo considerava-se sob a obrigação de pregar CRISTO a
todos, sabendo que o evangelho"é o poder de DEUS para salvação de todo
aquele que crê primeiro do judeu e também do grego" (Rm 1:14-16) . Ele
também estava"determinado a não saber nada ... com exceção de JESUS CRISTO
e este crucificado" (1 Cor. 2:2), estava disposto a se tornar" (1
Cor. 4:9-13)."Porque tenho para mim, que DEUS a nós, apóstolos, nos pôs
por últimos, como condenados à morte; pois somos feitos espetáculo ao mundo,
aos anjos, e aos homens. Nós somos loucos por amor de CRISTO, e vós sábios em
CRISTO; nós fracos, e vós fortes; vós ilustres, e nós vis. Até esta presente
hora sofremos fome, e sede, e estamos nus, e recebemos bofetadas, e não temos
pousada certa, E nos afadigamos, trabalhando com nossas próprias mãos. Somos
injuriados, e bendizemos; somos perseguidos, e sofremos; somos blasfemados, e
rogamos; até ao presente temos chegado a ser como o lixo deste mundo, e como a
escória de todos.” Ele podia dizer sinceramente como Paulo que"não nos
pregamos a nós mesmos, mas a CRISTO JESUS como Senhor e nós mesmos como vossos
servos por amor de JESUS", e que ele estava"aflito em todos os
sentidos, mas não desanimados, ficamos perplexos, mas não desesperados;
perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; trazendo
sempre no corpo o morrer de JESUS, para que a vida de JESUS se manifeste também
em seus corpos" (2 Coríntios 4:5, 8 -. 10). O Senhor também lhe deu o"ministério
da reconciliação" como um embaixador de CRISTO (2 Cor. 5:18, 20). E como
Paulo, ele acabou sendo preso por sua fé (Hebreus 13:23). Por causa de seu
Senhor, ele deixou sua casa e sua mãe piedosa e avó. Não há nenhuma evidência
nas Escrituras de que se casou, teve filhos, e experimentou as alegrias da vida
familiar. Ele podia verdadeiramente declarar como fez Paulo aos anciãos de
Éfeso:" Mas de nada faço questão, nem tenho a minha vida
por preciosa, contanto que cumpra com alegria a minha carreira, e o ministério
que recebi do Senhor JESUS, para dar testemunho do evangelho da graça de DEUS."(Atos 20:24).
A sétima virtude: Timóteo estava disponível, uma característica
implícita para ajudar aos outros.
Porque ele era tão eminentemente qualificado para o serviço, Paulo podia
afirmar sem hesitação, portanto espero enviá-lo imediatamente. Como observado
na discussão do versículo 21, ele ainda precisava de ajuda de Timóteo um pouco
mais. O contexto deixa claro que Timóteo estava disposto a fazer qualquer coisa
que Paulo lhe pedisse. Ele não tinha agenda própria. Ele estava disponível para
o Senhor e isso essencialmente significava ser útil ao apóstolo do Senhor. Sua
permanência ou saída era inteiramente decisão de Paulo, não dele próprio. Deve
ter sido um desafio para este talentoso jovem, inteligente e energético ter
rompido de repente suas relações com sua família, amigos e colegas de trabalho.
Para a maioria das pessoas, especialmente aquelas com as suas capacidades, isso
seria impensável, mas para Timóteo o que mais importava era sua chamada.
Timóteo era o tipo de servo voluntário, confiável e alegre como era Paulo no
seu serviço para JESUS CRISTO. Ele estava pronto para gastar e ser gasto como
parecia melhor para seu querido amigo e apóstolo.
Timóteo tinha fraquezas humanas.
Apesar de sua vocação divina e os dons espirituais (1 Tm 4:14.), ele
aparentemente não tinha autoconfiança por causa de sua juventude (1 Tm. 4:12).
Ele foi tentado pelas paixões da mocidade. Em sua segunda carta a ele, o
apóstolo adverte: "Se alguém se purificar destas coisas, será vaso para
honra, santificado e útil ao Senhor, e preparado para toda boa obra. Agora fugi
das paixões da mocidade e siga a justiça, fé, amor e paz, com aqueles que
invocam o Senhor com um coração puro "(2 Tm. 2:21-22). Aparentemente,
Timóteo estava, então, em um ponto baixo em sua vida pessoal e ministerial. Ele
teve vitórias e derrotas, satisfação e felicidade, decepção e tristeza. Mas ele
atendeu o conselho de Paulo: "Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste,
e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido, E que desde a tua
meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a
salvação, pela fé que há em CRISTO JESUS. Que
pregues a palavra, instes a tempo e fora de tempo, redarguas, repreendas,
exortes, com toda a longanimidade e doutrina. Mas tu, sê sóbrio em tudo, sofre
as aflições, faze a obra de um evangelista, cumpre o teu ministério." (2 Tm 3:14;. 4:2, 5).
Paulo estava acorrentado a um soldado em Roma quando escreveu Filipenses
(Atos 28:16). Usando a palavra metaforicamente, Paulo admoestou Timóteo a
sofrer dificuldades com ele "como bom soldado de CRISTO JESUS" (2 Tm.
2:3).
Paulo, Timóteo e Epafrodito eram três pessoas muito diferentes:
Paulo o líder corajoso, destemido, Timóteo seu assistente, tranquilo e
consagrado; Epafrodito era diligente, trabalhador por trás das cenas. No
entanto, todos os três manifestaram a característica mais importante de uma
vida piedosa – Imitavam o líder maior como patrimônio celestial – JESUS CRISTO.
Modelos de um Servo espiritual - (Filipenses 2:17-18) - MacArthur, J.
(2001). Philippians (309). Chicago: Moody Press.
Introdução às Epístolas Pastorais
I. Por que Devemos Estudá-las?
É necessário estudar exaustivamente as Epístolas Pastorais pelas
seguintes razões:
(1) Porque elas lançam luz sobre o importante problema da administração
eclesiástica. Essas cartas contém algumas
diretrizes acerca do culto publico que faríamos bem em prestar atenção? Que
qualidades deve um homem possuir para ser um bom pastor? Um ancião digno? Um
diácono consciente? Até que ponto poderiam as mulheres ser usadas na obra da
igreja? Sobre quem repousa a responsabilidade primária de suprir os
necessitados? Como o ministro deve tratar os homens de idade avançada que
necessitam de conselho pastoral? E as mulheres idosas? E os jovens? E as
jovens?
(2) Porque enfatizam a sã doutrina. É verdade que não importa o que uma pessoa creia contanto que seja
sincera no que ela crê? A Bíblia é de fato “a Palavra de DEUS” tal como
ela se apresenta, ou simplesmente se torna a Palavra de DEUS quando ela o
‘‘toca”? Como deve alguém defrontar-se com hereges? É possível prestar
demasiada atenção aos erros deles?
(3) Porque exigem uma vida consagrada. É possível que uma pessoa seja “doutrinariamente sã”, porém
“corrompida na prática”? Os homens maus devem ser disciplinados? Com que
prontidão? Com que propósito em mente?
(4) Porque respondem a pergunta: "Os credos tem algum valor”? A igreja creu, no período de transição, na formulação de credos, nas
declarações concisas e em outros meios de transmitir a verdade do evangelho aos
interessados e a juventude? Havia alguns hinos? O lema: “Credos não, CRISTO
sim” está em harmonia com o ensino das Pastorais?
(5) Porque nos informam das atividades finais na vida do grande apóstolo
Paulo. O livro de Atos apresenta um
relato completo de todas as suas viagens? Houve realmente duas prisões em Roma?
(6) Porque são uma valiosa fonte para a compreensão da história da
igreja no terceiro quarto do 1º século d. C. (Ver M. C. Tenney, The New Testament, A Survey, p. 354).
(7) Porque nessas Epístolas, tanto quanto nas demais, DEUS nos fala.
II. Quem Escreveu as Pastorais?
A expressão “Epístolas pastorais”, como um título comum para 1 Timóteo,
2 Timóteo e Tito, data da primeira parte do século 18. Ora, essas cartas
certamente fornecem importantes diretrizes aos pastores. Não obstante, o título
não é exato. Timóteo e Tito não eram “pastores” no sentido usual e atual do
termo. Não eram ministros de uma congregação local, mas, antes, delegados
apostólicos, enviados especiais ou comissionados do apóstolo Paulo, enviados
por ele para cumprirem missões específicas. A eles foram confiadas tarefas
concretas segundo a necessidade do momento. A tarefa deles era cumprir seu
ministério espiritual aqui ou acolá, levando a bom termo a obra que se havia
iniciado, para em seguida informar ao apóstolo suas descobertas e realizações.
Marcião, em meados de 2° século, rejeitou essas três cartas. Tertuliano afirma:
“Entretanto, estou surpreso que enquanto ele [Marcião] aceitou esta carta
[Filemom] que fora dirigida a um só homem, tenha rejeitado as duas Epístolas a
Timóteo e a dirigida a Tito, as quais tratam da disciplina eclesiástica”
(Against Mareion V.xxi). Ora, é natural que um homem como Marcião, que pregava
o mais estrito ascetismo, negava a legalidade do matrimônio e estabeleceu
regras rígidas para o jejum, rejeitasse as Epístolas Pastorais nas quais o
ascetismo é condenado (l Tm 4.3, 4; Tt 1.14, 15). Um herege não gosta de um
escrito que direta ou indiretamente condena sua heresia ou algo parecido. No
século 19 (1807, para ser exato), F. Shleiermacher rejeitou a autoria paulina
de 1 Timóteo. F. C. Baur, em sua obra sobre as Epístolas Pastorais (Stuttgart e
Tubingen, 1835), defendia a posição de que é inconsistente aceitar 2 Timóteo e
Tito e rejeitar 1 Timóteo. As três deviam ser consideradas como literatura
pseudoepigráfica. Muitos discípulos entusiastas - a Escola de Tubingen -
endossaram seu ponto de vista. Hoje essa posição é aceita por muitos, ainda que
alguns tenham adotado um ponto de vista um pouco mais conservador (ver p. 27).
Pode-se honestamente sustentar que nessa atitude negativa os críticos são tão
objetivos como dizem ser? É possível que a forma em que essas três pequenas
jóias tratam “alguns dos mais queridos temas da mente moderna” tenha algo que
ver com a forma decidida em que negam que Paulo seja o autor? As Epístolas
Pastorais põem ênfase especial em assuntos tais como a realidade e importância
dos ofícios eclesiásticos (1 Tm 3; Tt 1), a inspiração da palavra escrita (2 Tm
3.16), a necessidade de manter a pureza doutrinária (l Tm 4.1-6; 2 Tm 3.14;
4.3; Tt 2.1), a realidade da ressurreição (2 Tm 2.18) e a exigência divina de
que a fé se torne militantemente manifesta. (2 Tm 4.2, 7, 8). Ora, se
tendências subjetivas tem ou não prevalecido, uma conclusão se torna
inescapavelmente clara quando os fatos são examinados: os críticos não
conseguiram provar sua tese que afirma que Paulo não poderia ter escrito as
Pastorais.
Os argumentos dos críticos podem ser assim resumidos:
(1) No tocante ao vocabulário, as três Epístolas são muito semelhantes
entre si, mas inteiramente diferentes das outras dez.
Epístolas, as quais são tradicionalmente atribuídas a Paulo, a saber. Romanos,
1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1
Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses e Filemom. Quanto aos seguintes pontos que
se acham enfatizados sob esse tópico geral, alguns críticos enfatizam um ponto,
outros enfatizam outro:
a. A grande similaridade no vocabulário das três pastorais.
REFUTAÇÃO - Quanto a alternativa a., até certo ponto a
verdade é exatamente o oposto. Das palavras novas (novas no sentido em que não
aparecem nas dez) bem poucas se encontram em todas as três em conjunto; apenas
nove de um total de 306! Dai, se a falta de similaridade no vocabulário é prova
de que o autor é outro, haveria algo a dizer em prol de uma proposição que
sustentasse que há um autor diferente para cada epístola pastoral. 1 Timóteo contém
127 palavras novas; 2 Timóteo, outras 81; e Tito, outras 45. Em conjunto, 1
Timóteo e 2 Timóteo contém apenas dezessete; 1 Timóteo e Tito, apenas vinte; 2
Timóteo e Tito, apenas sete; as três, em conjunto, apenas nove. (Todavia, tanto
o vocabulário quanto o estilo, tomados em conjunto, apontam antes para um só
autor.)
b. Os contraste entre o vocabulário das Pastorais e o das outras dez
Epístolas.
As vezes quase pareceria que um simples relance nos famosos diagramas de
Harrison (em seu livro The Probiem ofthe Pastoral Epistles, Oxford, 1921) seria
suficiente para convencer alguns de que Paulo não poderia ter escrito I
Timóteo, 2 Timóteo e Tito. O número de palavras novas por página (!) do texto
grego que o autor introduz nessas três cartas, não está totalmente fora de
proporção em relação a quantidade muito menor de palavras novas por página
usadas por Paulo nas outras dez Epístolas? Se o apóstolo escreveu as dez, é
possível que tenha escrito as Pastorais? Além disso, não apontam para um autor
distinto de Paulo expressões como as seguintes: “guarda o depósito” (I Tm 6.20:
2 Tm 1.12, 14); “segue a doutrina” (uma forma de, I Tm 4.6; 2 Tm 3.10);
“linguagem profana” (I Tm 6.20; 2 Tm 2.16); “homem de DEUS” (I Tm 6.11; 2 Tm
3.17)? E, em contrapartida, não é verdade que muitas palavras que são usadas
diversas vezes nas dez [Epístolas] não aparecem nas três: “fazer injustiça”
“sangue”, “incircuncisão”, “obras da lei”, etc.? Burton Scott Easton realça que
o verdadeiro Paulo usa a palavra “ESPÍRITO" umas oitenta vezes; o autor
das Pastorais, só três vezes.
d. A ausência de famílias de palavras paulinas. Isso é o inverso do
precedente.
c. A presença, nas Pastorais, de famílias de palavras inteiramente novas
ou grandemente expandidas.
Não é verdade que as Pastorais apresentam pela primeira vez com
ramificações sem paralelos, não só muitas palavras particulares, mas famílias
completas de palavras? Para apresentar apenas um exemplo: a família de
compostos que se centraliza em torno da ideia comum do ensino ou da didática.:
As seguintes não ocorrem em parte alguma nas dez: é apto para ensinar, l
Timóteo 3.2; 2 Timóteo 2.24, mestre da lei, 1 Timóteo 1.7, mestre daquilo que é
bom, Tito 2.3, ensinar outra, coisa, ensinar doutrina diferente, 1 Timóteo 1.3;
6.3 Que ocorrem também em duas ou três das dez: mestre, 1 Timóteo 2.7; 2
Timóteo 1.11; 4.3 ensino, nas Pastorais ocorrendo com grande frequência, tanto
sentido ativo quanto no passivo (doutrina), ensino, 2 Timóteo 4.2; doutrina,
Tito 1.9 Que ocorrem também em seis das dez: ensinar, 1 Timóteo 2.12; 4.11;
6.2; 2 Timóteo 2.2; Tito 1.11.
REFUTAÇÃO - Quanto a b., c. e d., o fato é que pouco mais de
um quarto do vocabulário total da Epístola de Paulo aos Romanos é “novo” no
sentido em que não é usado nas outras nove Epístolas. A porcentagem de palavras
novas, em proporção ao total do vocabulário empregado em 2 Timóteo (palavras
que não aparecem nas dez) é apenas superior a de Romanos. O mesmo vale para
Tito. Em 1 Timóteo, cerca de um terço das palavras são novas. Por certo, com base
nesses fatos, a tese dos críticos, a saber, que Paulo não poderia ter escrito
as Pastorais, não procede! Em cada epístola, Paulo usa as palavras (inspiradas
pelo ESPÍRITO) de que necessita, a fim de expressar seus pensamentos
(inspirados pelo ESPÍRITO) acerca do tema especifico de que está tratando. Por
essa razão, não surpreende que certas palavras, encontradas nas dez,
estejam ausentes nas três. Por exemplo, tomemos as primeiras três palavras
mencionadas por Harrison em sua lista na p. 31, tomando-as na ordem em que
aparecem. A primeira é fazer mal, fazer injustiça. A segunda é sangue. A
terceira é incircunciso. Ora, todo o tema da justiça, obtida pelo pecador
mediante o sangue de CRISTO e não por meio de ritos tais como a circuncisão,
corresponde a Epístolas tais como Romanos, Gálatas e, em certa extensão, a l
Coríntios. Portanto, é nessas Epístolas que devemos buscar tais palavras e
outras similares. Seguramente, porém, o apóstolo não precisava expor em
detalhes a Timóteo e Tito, seus amigos íntimos e colaboradores na obra, a
doutrina da justificação mediante a fé! Por isso é que é plenamente natural que
essas três palavras não apareçam aqui, embora a doutrina propriamente dita não
esteja completamente ausente; ver Tito 3.5-7. O mesmo vale para as demais
palavras apresentadas por Harrison nas pp. 31 e 32 de seu livro. A ausência de
qualquer uma delas é estranha nas Pastorais, ainda que se torna mais claramente
por que não deve ser achada mais num caso do que noutro. Além do mais, se
devemos negar que Paulo é o autor das Pastorais pelo fato de que a palavra
“ESPÍRITO” aparece somente três vezes, não deveríamos também rejeitar a
paternidade literária paulina de Colossenses, 2 Tessalonicenses e Filemom?
Quanto a uma espada de dois gumes, pois poder-se-ia também dizer que a própria
presença de famílias inteiras de palavras aqui nas Pastorais como nas dez
aponta na direção de autoria idêntica. Pode-se explicar facilmente que a
palavra básica em torno da qual se tem desenvolvido a família de palavras não
seja a mesma nas diferentes Epístolas: nas cartas a Timóteo e Tito, nas quais
havia necessidade especifica de bom conselho acerca de sua tarefa especifica de
comunicar instrução, de modo algum surpreende que a família de palavras se
desenvolva em torno da ideia de ensino. Além disso, pode-se demonstrar que, se
a presença ou a ausência de certas palavras e famílias de palavras é decisiva
na determinação da autoria, não seria fácil para os críticos da defesa de Paulo
como autor das dez, porque na lista que Harrison apresenta de 41 palavras que
aparecem em cinco Epístolas paulinas, porém não nas Pastorais (op. cit., p.
31), somente uma palavra das primeiras 22 aparece em 2 Tessalonicenses!
Naturalmente, alguns estariam bem dispostos a desfazer se de 2 Tessalonicenses também!
e. O fato de que várias palavras que se encontram em 1 Timóteo, 2
Timóteo e Tito, porém não nas dez, aparecerem no vocabulário dos Pais
Apostólicos, e o fato complementar de que uma alta porcentagem de palavras
genuinamente paulinas não aparece nas três e tampouco aparece no vocabulário
dos Pais Apostólicos. Alega-se que isso indica que as
Pastorais correspondem aos primórdios do 2º século. Quanto a isso, é também
costumeiramente realçado que durante o 2º século houve o ressurgimento da
dicção clássica. Mantém-se que isso explica a presença de um número
considerável de palavras clássicas nas cartas.
REFUTAÇÃO - Quanto a e., nosso conhecimento do verdadeiro
vocabulário que se usava durante a segunda metade do 1º século d. C., em
comparação com o da primeira metade do 2º século d. C., é por demais escasso
para servir como critério fidedigno. Com quanta frequência ocorre que palavras
consideradas como que pertencentes a tempo posterior de repente aparecem em
escritos recém-descobertos, e que são de uma época bem anterior? A ideia de que
o uso de palavras “clássicas” é indicio de um autor do 2º século d. C. é
admitir como verdade algo que precisa ser provado. Por que pareceria irracional
supor que Paulo pessoalmente tenha escrito as Pastorais, e que tenha obtido seu
conhecimento de vocabulário “clássico” de suas próprias leituras e de havê-lo
ouvido? Não fora ele, em sua juventude, estudante? O currículo de Gamaliel nada
fornecera da literatura antiga e contemporânea? Não é verdade que o Paulo que
temos aprendido a conhecer através das dez Epístolas reconhecidas teria tido um
extenso conhecimento (direto ou indireto) de autores gregos, de modo a poder
citar Menandro ( I Co 15.33) e Arato (At 17.28)? E absurdo considerar a
possibilidade de que durante sua longa primeira prisão (e, segundo alguns,
talvez durante sua segunda prisão, cf. 2 Tm 4.13) o apóstolo tenha expandido
seu conhecimento fazendo, de vez em quando, incursões na literatura
extracanônica? Seja como for, sabemos que algumas palavras que não são usadas
em outros lugares do Novo Testamento, mas que foram usadas pelo autor das
Pastorais e por escritores do 2 ° século d. C., foram também usadas por
contemporâneos dos apóstolos. Quem se atreveria afirmar que muitas outras
palavras poderiam não ser do uso comum em data tão antiga que remonte ao 1
século d. C., ou até mesmo anterior a isso? A similaridade de vocabulário que
se nota ao compararem-se as Pastorais com os escritos cristãos do 2º século d.
C., não significa necessariamente que, quem quer que tenha escrito 1 Timóteo, 2
Timóteo e Tito tenha vivido nos dias dos Pais Apostólicos e dos apologistas.
Poderia significar igualmente que os autores cristãos do 2º século tenham lido,
estudado e, em certa medida, copiado e parafraseado Paulo.
f. O uso frequente de palavras e expressões latinas.
Diz-se que isso indica que o autor das Pastorais não poderia ter sido
Paulo, mas que certamente teria sido alguém que morava em Roma ou nas
proximidades de Roma. Ou, se tal conclusão não for expressa exatamente dessa forma,
o argumento sobre os latinismos que ocorrem nas Pastorais ao menos se encontram
na lista das causas para o ceticismo.
REFUTAÇÃO - Quanto a f., o uso frequente de palavras e expressões
derivadas do latim e um argumento que pende de um fio muito débil. Os críticos
podem assinalar apenas duas palavras latinas, e não mais, nas três pastorais, a
saber: (latim, membrana), pergaminho, 2 Timóteo 4.13, e (a mesma passagem)
(latim, paenula), a qual tem sido variadamente interpretada como capa, capa de
livro, pasta [para arquivo]. As palavras latinas, porém, ocorrem naquelas
Epístolas que mesmo pelos críticos são atribuídas a Paulo: 0picqj|kuto,
conduzir em triunfo (cf. latim, triumphus), 2 Coríntios 2.14; Colossenses 2.15;
açougue (latim, macellum), 1 Coríntios 10.25; e Guarda Pretoriana (latim,
praetorium), Filipenses 1.13. Além disso, em seu Evangelho e Atos, Lucas, que
fora companheiro de Paulo, e que, segundo 2 Timóteo 4.11, estava novamente com
ele durante a segunda prisão do apóstolo, usa quase a metade de um total de
cerca de trinta palavras latinas que são usadas no Novo Testamento. Se o
companheiro frequente de Paulo pode usar palavras latinas, por que Paulo não
poderia fazer o mesmo? E certo que também se ouvem ecos do latim em expressões
como as seguintes: (dominus), 1 Timóteo 6.1, 2; 2.21; Tito 2.9, dono, senhor
(bilinguis num de seus significados), 1 Timóteo 3.8, ambiguo (firmamentum), 1
Timóteo 3.15, suporte, baluarte, fundamento (pietas), I Timóteo 2.2; 4.7, 8,
piedade, reverência, devoção, viver santo, santidade, religião (vaniloquium), 1
Timóteo 1.6, conversação fútil (nostri), Tito 3.14, “nosso rebanho”, nosso povo
(praeiudiciuni), 1 Timóteo 5.21, prejulgamento, preconceito (gravitas), 1
Timóteo 2.2; 3.4; Tito 2.7, dignidade, respeitabilidade, gravidade, seriedade
(gratiam habere), 1 Timóteo 1.12, reconhecimento, gratidão Mas, em conexão com
isso, observe o seguinte:
1. Também se encontram nos outros escritos do Novo Testamento palavras e
frases que nos lembram expressões paralelas no latim.
2. Já durante o 1º século d. C., o grego e o latim haviam alcançado uma
posição de intercambio e de tradução de um para o outro idioma.
3. O que pode parecer uma expressão copiada pode bem ser apenas o
resultado de um desenvolvimento paralelo de cognatos. Além do mais, mesmo
quando se reconhecesse uma considerável medida de influência do latim sobre o
grego das Pastorais, provaria isso, de algum modo, que Paulo não pode tê-las
escrito? Não é inteiramente natural que o homem que chegara a metrópole do
mundo, onde bem recentemente havia passado não menos de dois anos, um homem,
ademais, que era altamente suscetível as influências do meio ambiente e que
estava desejoso de fazer tudo a todos os homens, começasse a fazer uso mais
pleno da dicção “romana” e de sua fraseologia, o que até então não havia feito?
Neste ponto o argumento dos críticos parece fracassar completamente!
g. O sentido totalmente diferente nas Pastorais das palavras que se
encontram tanto nelas como nas dez.
Exemplos: fé é usada objetivamente nas Pastorais - o que se crê, a
verdadeira religião; Paulo, porém, a usa no sentido de confiança subjetiva -
tomar é usado em l Timóteo 3.16 em referência a ascensão de CRISTO, enquanto
que em Efésios 6.13, 16 no sentido de “tomar” armas espirituais - A letra é usada
por Paulo num sentido desfavorável; letras, porém, são usadas em sentido
favorável em 2 Timóteo 3.15 - os escritos sacros.
REFUTAÇÃO - Com respeito a g., essas ilustrações se desvanecem
imediatamente ao serem examinadas mais detidamente. Assim, alega-se que Paulo
usa a palavra fé em sentido subjetivo (confiança em DEUS e em suas promessas),
mas que o autor das Pastorais a usa no sentido objetivo (credo, corpo de
doutrina). Mas, para começar pelas Pastorais, a expressão “a fé e o amor que
estão em CRISTO JESUS” (I Tm 1.14) indica o exercício dessas virtudes.
“Permanecerem fé, em amor e em santificação” (ver I Tm 2.15) também ilustra o
uso subjetivo. E quando o autor ensina que alguém recebe a “salvação pela fé
que está em CRISTO JESUS”, todos imediatamente entendem que ele está falando da
atitude de confiança no Redentor e do exercício dela (portanto, uma vez mais no
sentido subjetivo). Ver também 1 Timóteo 3.13; 6.11, 12 e 2 Timóteo 1.13; 3.10;
4.7. E no tocante as dez Epístolas, o autor delas nem sempre usa a palavra no
sentido objetivo. Assim, em Gálatas 1.23 fala-se de “pregar a fé”. Em Gálatas
6.10 usa-se a expressão “os da família da fé”. Em Filipenses 1.27: “combatendo
unanimes pela fé do evangelho”, temos outro excelente exemplo de Uso objetivo.
Além do mais, não surpreende que nas Pastorais, Paulo, sendo um homem que está
para partir desta vida, esteja preocupado com a preservação de “a verdade”, e,
consequentemente, empregue amiúde a palavra “fé” nesse sentido objetivo (1 Tm
1.19; 3.9; 4.1; 5.8; 6.10; 2 Tm 3.8; Tt 1.13). No tocante aos demais exemplos
que se supõe demonstram que, quando o autor das três usa uma palavra paulina, o
faz num sentido completamente distinto, demonstrando assim que o apóstolo não
poderia ter escrito as três, não é de todo evidente por que um autor não
poderia usar o mesmo verbo grego no sentido de “tomar” as armas espirituais e
no de “recebido no alto”, ao referir-se a JESUS e sua ascensão. De forma
semelhante, não deve causar estranheza o fato de a expressão “a letra”, no
singular, ser usada num sentido, porém o termo “letras”, no plural, em sentido
diferente. Muitos idiomas contém expressões desse caráter: por exemplo, é muito
necessário tomar ar puro (no singular), porém não é aconselhável “dar-se ares”
(plural). Não é verdade que nas Epístolas que mesmo os críticos atribuem a
Paulo, as palavras “carne” e “lei” são usadas em mais de um sentido, assim como
o autor do quarto Evangelho usa a palavra “mundo” em diversos sentidos?
h. Finalmente, o fato de que não só “as pedras” diferem das usadas por
Paulo, mas também “as ferramentas e argamassa” (partículas de transição e
inferência, que saturam as dez, porém são escassas nas Pastorais). Não é difícil demonstrar que o valor deste argumento e de suas
ramificações tem sido excessivamente superestimado.
REFUTAÇÃO - Finalmente, quanto a h., nos discursos expositivos ou
argumentativo. - pense especialmente em Romanos, l e 2 Coríntios e Gálatas onde
podemos esperar naturalmente um uso muito mais extenso de partículas de
transição e inferência do que num manual de advertências e instruções para
“pastores”. Nesta buscamos e encontramos o modo imperativo. Em suma, estamos
diante de Paulo, “já ancião” (denominação que ele mesmo da a si em Fm 9),
escrevendo uma carta. Um homem de idade avançada usaria o mesmo vocabulário de
um jovem? Apesar das vigorosas negativas, não é possível que a idade e a
experiência de estar em prisão, quer num passado recente ou no exato momento em
que escreve, tenha algo que ver com o vocabulário, com a gramática ou com
ambos? O autor das Pastorais está escrevendo a colaboradores muito achegados
que ele mesmo comissionara. Em nossos dias, quando o ministro de uma
congregação grande ministra conselho a seu “auxiliar”, com quem tem um trato
amistoso, emprega ele o estilo oratório do púlpito que usa aos domingos? Ao
escrever aos seus colaboradores, o autor os aconselha sobre a forma de
organizar a igreja, que tipo de presbíteros se devem designar, o que se deve
fazer com os hereges, etc. Tem-se dessa natureza requerem o vocabulário que
alguém usaria ao expor ante a congregação a doutrina da “justificação pela fé”
(Romanos) ou de “a unidade de todos os crentes em CRISTO”
(Efésios)? N. J. D. White, op. cit., pp. 63, 65, 66, justifica a
ocorrência de algumas das novas palavras nas Pastorais, mostrando que sua
presença é plenamente natural em cartas que condenam heresias. Ele põe termos
tais sob o tópico “Fraseologia polêmica em referência ao falso ensino”. Um
exemplo é “linguagem profana”.
Em conclusão, gostaríamos de perguntar aos críticos: No início de sua
carreira como escritor, foi entregue ao apóstolo um catálogo de palavras com a
exigência de que, não importa quais fossem as circunstâncias suas e de seus
leitores, e sem importar o propósito da epístola ou do tema que fosse escrever,
usasse invariavelmente essas palavras, e tão-somente essas, e além disso as
distribuísse em igual proporção em todas as suas cartas, como os salpicos num
vestido de bolinhas? Em volume real, físico, a herança literária que Paulo nos
legou não é de modo algum imponente: somente 138 páginas pequenas no texto
grego de N.N. (para as dez Epístolas). Temos o direito de supor que o que está
escrito contém todo o vocabulário e a sintaxe de Paulo, de modo que qualquer
discordância (em palavras ou gramática) que alguém encontra nas Pastorais
demonstra que estas devem ser atribuídas a outro autor? Teria alguém o direito
de aplicar aos escritos de Paulo um critério que, aplicado a Milton, Shelley e
Carlyle, os despojara de grande parte de seus escritos? O argumento baseado no
vocabulário e na gramática, não conduz a parte alguma. Mesmo o mais zeloso
defensor da autenticidade das Pastorais reconhecerá com prontidão que há uma
notável diferença no vocabulário, quando as três são comparadas com as dez, assim
como há uma variação considerável quando cada uma das três são comparadas uma
com as outras duas. É totalmente possível que as explicações que são
apresentadas - tais como a idade de Paulo e sua prisão (passada ou presente), o
caráter dos leitores, os temas abordados, o propósito - não sejam razão
suficiente para tais diferenças. Também podem haver afetado outros fatores, por
exemplo, o rápido avanço e desenvolvimento da igreja como uma nova entidade,
crescente, mutante e vigorosa, e a necessidade de criar uma nova fraseologia.
Expressões tais como “guardar o depósito”, “seguir a doutrina” e “homem de
DEUS” são consideradas por White como pertencentes a essa categoria. Podemos
supor que aqui Paulo está usando fraseologia que ouve ao seu redor. Além do mais,
tem-se sugerido que em certa medida o “secretário” ou “secretários” poderiam
ter influenciado no produto final. Entretanto, o ponto a notar é o seguinte: a
responsabilidade da prova repousa inteiramente na critica, negativa. Não é o
crente conservador que pretende que o vocabulário e a gramática demonstrem que
Paulo foi o autor, mas que são os críticos que proclamam em voz alta que o
vocabulário e a gramática indicam que Paulo não poderia ter sido o autor. Os
críticos literários dos primeiros séculos, que estavam bem conscientes das
peculiaridades gramaticais e do estilo, e portanto puderam pôr em dúvida que
Paulo fosse o autor de Hebreus, jamais tiveram, dificuldades com as Pastorais.
O crítico moderno tem fracassado completamente em seu intento de demonstrar que
uma só palavra sequer do total do vocabulário das Pastorais não tenha sido
escrita por Paulo.
(2) O estilo das Pastorais denuncia sua origem forjada.
Alguns, ao falarem sobre “estilo”, usam este termo num sentido que se aproxima
de “vocabulário”, “dicção”. Isso já foi discutido. Outros, contudo, dão uma
conotação mais ampla ao termo, e sob esse tópico discutem o que o autor das
Pastorais diz e especialmente como ele o diz, o caráter geral de seus
pensamentos e particularmente a maneira como ele os expressa. Aqui tomaremos o
termo neste sentido mais amplo. Em um assunto os críticos estão de acordo, a
saber, na afirmação de que o estilo das Pastorais aponta para a direção oposta
a Paulo. Mas assim que se formula a pergunta: “por quê?”, as respostas se
dividem e se tornam contraditórias, afirmando alguns que o estilo propriamente
dito de forma alguma é paulino; outros, que em muitos pontos ele faz lembrar
Paulo, que teria de ser um falsificador, um imitador consciente. Teria de ter
uma cópia das Epístolas genuínas de Paulo diante dos olhos. Dessas cópias,
teria copiado uma e outra frase, agindo como se fosse Paulo!
A luz dessa confusão no campo dos críticos só há uma forma segura de
alguém recuar, a saber: mediante um exame imparcial dos próprios fatos. Estes
apontam para Paulo como autor. Observe o seguinte: Nessas breves cartas
encontramos a mesma classe de pessoa que se revela nas dez. O que aqui se
reflete é o caráter de Paulo, justamente como, por exemplo, em 1
Tessalonicenses e 2 Tessalonicenses. O autor das Pastorais está profundamente
interessado naqueles a quem se dirige, a saber: em Timóteo e Tito, revelando
cordial afeição por eles (I Tm 1.2; 5.23; 6.11, 12; 2 Tm 1.2, 5, 6, 7; 2.1, 2,
15, 16; 4.1, 2, 15; Tt 1.4). Partilha suas experiências e sente-se prazeroso em
recomendar tudo quanto de bom existe neles (2 Tm 1.8; 3.10-15; 4.5-8; Tt 1.4).
Atribui a soberana graça de DEUS tudo quanto de bom existe nele e em seus
destinatários (I Tm 1.12-17; 4.14; 2 Tm 1.6, 7, 13, 14; 2.1). Ele revela
admirável tato no aconselhamento (I Tm 1.18; 4.6, 11-16; 5.1; 6.11-16; 2 Tm
1.2-7; Tt 1.4; 2.7). Trata uma a uma as matérias de especial preocupação para
com Timóteo e Tito (evidentes a todo aquele que porventura leia essas três
breves cartas do início ao fim). Está ansioso por vê-los (2 Tm 1.4; 4.9, 11; Tt
3.12). Além do mais, ele aprecia a figura de linguagem chamada litotes, ou
seja, afirmação por meio de negação do oposto. Pode-se considerar como um tipo
de exposição atenuada ou incompleta de uma ocorrência ou miosis (ou depreciação). E assim, em vez de dizer que ele está “orgulhoso” de poder pregar a
CRISTO, ele afirma que “não se envergonha” daquele em quem ele crê (2 Tm 1.12;
cf. 1.8, 16). Semelhantemente, afirma que a Palavra de DEUS “não está
acorrentada” (2 Tm 2.9) e que DEUS é aquele que “não pode mentir” (Tt 1.2).
Isto fortemente lembra Paulo, o homem que declarou ser um cidadão de uma
“cidade não insignificante” (At 21.39); que “não fui desobediente” a visão
celestial (At 26.19); que “não me envergonho do evangelho” (Rm 1.16); que seu
ingresso entre os tessalonicenses “não foi infrutífero” (I Ts 2.1); que seu
apelo “não procede de engano” (Its 2.3); que não queria que os leitores fossem
ignorantes (Its 4.13); e que “não vos canseis de fazer o bem” (2Ts 3.13). Ele
aprecia as enumerações. E assim ele agrupa as virtudes ou os vícios,
catalogando-os em séries (I Tm 3.1-12; 6.4, 5; 2 Tm 3.2-5; 3.10- 11; Tt 3.3).
Isto é exatamente o que Paulo faz nas demais Epístolas (ver Rm 1.29-32; 2 Co
12.20; G1 5.19-23). Não é contrário a introduzir aqui e ali um “jogo de
palavras”. Assim ele admoesta o rico a depositar sua esperança naquele que dá
ricamente (I Tm 6.17). Ele contrasta “amantes dos prazeres” com "amantes
de DEUS” (2 Tm 3.4). Ele nos informa que um dos propósitos dos escritos
inspirados é “para que o homem de DEUS seja completo (ou equipado), plenamente
munido (ou completamente equipado) para toda boa obra” (2 Tm 3.17, passagem
está onde a R.S.V., por meio da sua tradução, perde evidentemente o jogo
intencional das palavras). E ele admoesta a Timóteo que, ao pregar a Palavra,
que isso “seja a tempo ou fora de tempo”. Aqui, uma vez mais, alguém
inevitavelmente pensa em Paulo e em sua inclinação para a mesma característica
estilística. É Paulo quem, conhecedor do fato de que a denominação judeu (cf.
Judá) significa “que ele (isto é, DEUS) seja louvado, escreve: “Porém judeu é
aquele... cujo louvor não procede dos homens, mas de DEUS” (Rm 2.29). É Paulo
também quem faz uso do fato de que o nome de um escravo fugitivo, ou seja,
Onésimo, significa útil, benéfico, proveitoso: “sim, solicito-te em favor de
meu filho Onésimo, que gerei entre algemas. Ele, antes, foi inútil',
atualmente, porém, é útil a ti e a mim” (Fm 10, 11). Além disso, Paulo gosta de
“compostos breves” (E. K. Simpson). Ele as vezes escolhe termos que são
compostos de várias palavras (as vezes uma ou mais preposições mais um verbo).
Dai, é ele quem diz que o ESPÍRITO SANTO nos ajuda em nossa fraqueza. Ora, essa
palavra, ajudar, originalmente significa “ele se apodera de juntamente com
(ovv) uma pessoa, ou enfrentando essa pessoa ou assumindo seu lugar, de modo
que leva a carga no lugar (avxi) dessa pessoa. Aqui também as Pastorais se
assemelham as dez, atestando compostos tais como (se tornam levianas, I Tm 5.11),
(altercações mútuas ou atritos sem fim, I Tm 6.5), (disposto a partilhar com
outros, generoso, I Tm 6.18), (inspirado por DEUS, 2 Tm 3.16) e (condenado por
si mesmo, Tt 3.11).
O amor de Paulo por frases “em aposição” - ver, por exemplo, Romanos
12.1, “apresentar-se como sacrifício vivo... (que é) seu serviço segundo a
razão (ou culto racional)" - é bem conhecido e pode ser ilustrado por
várias passagens das dez Epístolas. Exemplos semelhantes de aposição ocorrem
por todas as Pastorais. Ver, por exemplo, 1 Timóteo 1.17; 3.15, 16; 4.10, 14;
6.14, 15; 2 Timóteo 1.2; 2.1; Tito 1.1, 10; 2.14.
O súbito irromper de Doxologias, traço que deparamos ao estudar as dez
(ver Rm 9.5; 11.36; 16.27; Ef 1.3ss.; 3.20) aparece uma vez mais nas Pastorais
(I Tm 1.17; 6.15, 16; 2 Tm 4.18; e cf. outros exemplos de estilo elevado -
“quase Doxologia” - em I Tm 3.16; Tt 2.13, 14). A expressão de sua indignidade
pessoal (Ef 3.8; I Co 15.9) recorre em 1 Timóteo 1.13, a fraseologia “se não...
como...?” (1 Co 14.6,7, 9) se encontra também em 1 Timóteo 3.5; além disso,
quem, senão o Paulo que conhecemos a luz das dez Epístolas, poderia ter escrito
esta linha intensamente pessoal e exuberante: “Combati o bom combate, completei
a carreira, guardei a fé”, etc. (2 Tm 4.7, 8)? Um relance nas frases das
Pastorais que Harrison sublinhou (para indicar que também se encontram nas dez)
acrescenta ao acúmulo de evidência em favor da autoria paulina, ainda que não
fosse a intenção de Harrison abonar tal conclusão. O argumento segundo o qual
Paulo não poderia ter escrito as Pastorais uma vez que o estilo de certas
passagens nas dez não é característica de 1 Timóteo e Tito nada prova ou prova
demais. Existe algum autor de nota que sempre, em todas as circunstâncias, em
todas as épocas de sua vida, e sem importar a quem escreva ou sobre que tema
escreva, empregue o mesmo estilo sem variação Naturalmente admito que há um
notável contraste entre a fraseologia de estrutura extensa e complexa de
passagens como Efésios 1.3- 14; Filipenses 2.5-8, de um lado, e as muitas
admoestações breves e cheias de conteúdo das Pastorais, por outro lado, porém,
esta comparação é justa? As sentenças extensas não estão completamente ausentes
das Pastorais (ver I Tm 1.5-7; 1.8-11; 1.18-20; 2.5-7; etc.). As declarações
breves sobejam nas dez. Tampouco é justo comparar o tom exuberante de certos
parágrafos nas dez, com a forma de expressão mais calma e prosaica que
caracteriza grande parte do material das Pastorais. Não se deveria comparar 1
Timóteo 2.8-15 com o vigoroso clímax de Romanos 8, é, sim, com uma passagem
mais ou menos semelhante: 1 Coríntios 11.1-16. Tampouco dever-se-ia alguém por
Tito 3.9-14 ao lado de 1 Coríntios 13, mas junto de 1 Tessalonicenses 5.12-22
para comparação. Se as variações no estilo provam um autor diferente, então o
autor de 1 Coríntios 13 não poderia ter escrito a epístola a Filemom, nem o
autor de Romanos 8 poderia ter escrito Romanos 13! Além do mais, não é
inteiramente natural que o homem que estava bem avançado em anos ao escrever as
Pastorais, agora, quando a carreira estava chegando ao fim, empregue um estilo
mais reservado? Sentir-nos-iamos surpresos com o fato de que com frequência nas
Pastorais notamos que esse fervor rude e vigor fogoso dos primeiros anos haja
desaparecido? Quando as Pastorais são comparadas com aquelas seções das dez que
formam a base de uma comparação legitima, torna-se evidente - como já se
indicou por numerosos exemplos - que seu estilo é caracteristicamente paulino.
Aliás, o estilo dessas três breves cartas é tão notavelmente paulino que vários
críticos se dispõem a abrir uma concessão. Admitem que num ou noutro lugar se
encontra material genuinamente paulino; por exemplo, as notas pessoais que se
encontram em 2 Timóteo 4.6-22. Nesse parágrafo ele solicita a Timóteo que venha
antes do inverno e traga a “capa” do prisioneiro e os livros, especialmente os
pergaminhos. Demas é descrito como um renegado e Lucas, como leal. Há um breve
esboço de sua “primeira defesa”. E saudações pessoais são enviadas a várias
pessoas. Uma passagem um tanto parecida é Tito 3.12.
Ora, ainda que alguns críticos (especialmente alguns dos primeiros)
tenham sido bastante ousados a ponto de considerar também essas notas pessoais
como sendo obra de hábil falsificador, o qual tentou dar colorido e verossemelhança
a seu hábil produto literário, e que inventou situações irreais - porém de
aparência real - com o fim de alcançar seu objetivo, ao mesmo tempo que bafeja
ares de profundo respeito pela verdade, essa solução não encontrou aceitação
geral. E de muitos ângulos objetável. É dificilmente provável que um forjador
usasse tantos nomes pessoais. Além do mais, ele se veria obrigado a fazer que
suas notas de toque pessoal assumissem um aspecto por demais real e vivido.
Seguramente, não teria falado de Demas em tom desfavorável (2 Tm 4.10), que em
nenhuma parte é tomado por Paulo como desertor, um homem que se havia
apaixonado pelo mundo (contrastar com Cl 4.14; Fm 24). Mas a alternativa
proposta por outros críticos negativos é algo melhor? Esta alternativa
transforma o autor das Pastorais num adaptador que tomou certas passagens
genuinamente paulinas, acomodou-as a sua própria composição, e assim deu a
impressão de que Paulo era o autor do todo. Esta teoria, porém, não explica
como é que as transições do material genuíno ao forjado veio a ser tão fluente.
Como já se observou, poder-se-ia esperar que as costuras fossem percebidas!
Além do mais, não é estranho que da correspondência original entre o grande
apóstolo e seus associados ficassem somente umas poucas notas pessoais
genuínas? Em suma, a teoria é vulnerável a luz de diversos aspectos, e hoje é
rejeitada por muitos dos próprios críticos negativos. Albert Schweitzer, como
era de se esperar, negando que seja Paulo o autor das Pastorais, observa que
são várias reiteradas tentativas de descobrir nelas “as notas breves escritas
por Paulo”. Ora, a verdadeira alternativa a teoria de “recortes e colagem” ou
“quebra-cabeça” dos críticos não é negar completamente que Paulo fosse o autor,
mas, de conformidade com os dados apresentados, a aceitação de Paulo como o
autor de todo o conteúdo. O argumento do estilo, quando se tem em conta todos
os fatos, indica somente um sentido, a saber, que Paulo é o autor das
Pastorais.
(3) A teologia não é a de Paulo.
A cruz já não é mais o centro. Há uma ênfase indevida nas boas obras.
Causa perplexidade que ainda se reitere tal argumento. Qualquer leitor da
Bíblia no idioma inglês [e português] que estude cuidadosamente as Pastorais do
início ao fim, e que esteja familiarizado com a doutrina de Paulo como
apresentada nas outras dez Epístolas, pode responder facilmente aos críticos
neste ponto. Naturalmente, é verdade que nas Pastorais não há uma exposição
detalhada, da doutrina da salvação pela fé em CRISTO sem as obras da lei. Não
obstante, essa doutrina é expressa de forma inequívoca em mais de uma passagem,
e é totalmente admitida. A verdade é que a doutrina que é ensinada e
pressuposta nas Pastorais é claramente a mesma sustentada nas dez: Os redimidos
foram escolhidos desde a eternidade. São chamados escolhidos (2 Tm 2.10; cf. Ef
1.4; I Ts 1.4). A salvação deles se deve a graça de DEUS em CRISTO, e não as
obras humanas (I Tm 1.14; 2 Tm 1.9; Tt 3.5; cf. G1 2.16; Rm 3.21-24). CRISTO é
DEUS (Tt 2.13; cf. Rm 9.5; Fp 2.6; Cl 2.9). Ele é o Mediador entre DEUS e o
homem, sendo o próprio Senhor JESUS CRISTO um homem (I Tm 2.5; cf. Rm 9.5; I Co
8.4, 6). Seu propósito ao vir ao mundo é assumir a humanidade foi salvar
pecadores, dos quais Paulo se considera o principal (I Tm 1.15; cf. 2 Co 8.9; I
Co 15.9; Ef 3.8). Os homens são salvos por meio da fé neste Mediador divino e
humano, JESUS CRISTO (2 Tm 1.12; cf. Rm 1.17; Ef 2.8). Esta fé implica a união
mística com CRISTO: morrer com ele; viver com ele; sofrer com ele; reinar com
ele (2 Tm 2.11, 12; cf. Rm 6.8; 8.17). As boas obras são necessárias (I Tm
2.10; 6.11, 18; 2 Tm 2.22; 3.17) e devem ser consideradas como fruto da graça
de DEUS (portanto, fruto da fé) que opera no crente (Tt 2.11-14; 3.4-8; cf. G1
5.22-24; Ef 2.10). A gloria de DEUS é o propósito principal do homem (I Tm
6.16; 2 Tm 4.18; cf. Rm 11.36; 16.27). Em tudo isso, onde existe contraste em
doutrina, contraste supostamente tão marcante e definido que o autor das dez
não poderia ter sido o autor das três? Quando na literatura, mesmo na recente,
ainda se defende uma posição tão completamente insustentável e não se
proporciona evidência de qualquer tipo, alguém sente-se levado a perguntar: “A
alta critica é realmente cientifica?”
DEUS, em sua providência, de forma bem apropriada, cuidou para que nas
três Epístolas finais de Paulo se realçasse o fruto (boas obras) da fé, posto
que nas cartas precedentes foram apresentadas a natureza da fé e a necessidade
dela em contraste com as obras da lei. Primeiro vem a árvore; em seguida vem o fruto.
(4) As Pastorais atacam o gnosticismo do 2º século, especialmente o
marcianismo.
Ora, Marcião foi expulso da igreja de Roma no ano 144 d. C.. Portanto,
as Pastorais certamente foram escritas por volta dessa data, ou seja, não antes
do segundo quarto do 2º século. Isto demonstra que Paulo não poderia ter sido
seu autor. Para abonar o ponto de vista de que quem quer que haja escrito as
Pastorais está aqui combatendo o ponto de vista dos gnósticos do segundo
século, geralmente se põe ênfase nos seguintes pontos:
(a) As “genealogias” (I Tm 1.4; Tt 3.9) são os “aeons” que emanam do
seio de DEUS dos gnósticos do 2º século.
REFUTAÇÃO - Com respeito a (a): As “genealogias”, a luz de todo o
contexto, são claramente judaicas em seu caráter. Lembram imediatamente as que
se encontram no livro de Gênesis (cf. também Crônicas). O Livro de Jubileus
está repleto de especulações que adornam nomes e histórias do Antigo
Testamento. Os judeus eram mestres renomados na arte da eisegesis (introduzir
os pensamentos e sentimentos do leitor na passagem; oposto a exegesis: extrair
o sentido que o autor lhe deu). Ora, o próprio Marcião não discute os aeons
(mundo eterno das ideias segundo Platão - Gênese; Apogeu e Decadência). Não se deve confundir seu ensino com o de Valentino. Mas em parte
alguma da literatura gnóstica a palavra “genealogia” é usada como sinônimo de
“aeon”.
(b) As “fábulas” (Tt 1.14) ou “mitos” representam especulações gnósticas
do 2º século.
REFUTAÇÃO - Com respeito a (b): As “fábulas” ou os “mitos” são
indubitávelmente chamados judaicos (Tt 1.14). Portanto, simplesmente não é
justo equipará-los com as extravagâncias do gnosticismo do 2º século.
(c) As práticas ascéticas contra as quais o autor faz advertência ao
condenar os pontos de vista de quem proíbe o matrimônio e impõe a abstinência
de alimentos (I Tm 4.3), apontam para Marcião que praticou o mais estrito
ascetismo, rebelando-se contra o matrimônio, a carne e o vinho.
REFUTAÇÃO - Com respeito a (c): Os críticos parecem ignorar que o
apóstolo Paulo advertiu contra tendências ascéticas afins em Colossenses
2.16-23. Então, devemos concluir que Colossenses pertença também ao 2º século?
Além do mais, poderíamos admitir prontamente que 1 Timóteo adverte contra o
gnosticismo ascético, tal como o de Marcião. Isso, porém, não prova que o autor
era contemporâneo de Marcião. Aqui não há nada que esteja contra o fato de que
um autor do 1º século, a saber, Paulo, possa, sob a diretriz do ESPÍRITO,
predizer o desenvolvimento de um erro no 2º século que, em forma incipiente, já
existia em seu próprio tempo.
(d) A negação da ressurreição corporal (2 Tm 2.18) era uma
característica do dualismo gnóstico do 2º século.
REFUTAÇÃO - Com respeito a (d): A negação de uma ressurreição
física “ é tão antiga quanto as colinas”. Manifestou-se em formas diferentes.
As vezes se rejeitava franca e diretamente a ideia da ressurreição do corpo. Em
outras ocasiões a rejeição era implícita, como em nosso tempo: designa um
sentido espiritual para o termo ressurreição. Por exemplo, os hereges descritos
em 2 Timóteo 2.18 faziam precisamente isto. Em todo caso, em vista do extenso
argumento de Paulo em 1 Coríntios 15, contra os que diziam: “Não existe
ressurreição dos mortos”, é evidente que a afirmação: “a ressurreição já
ocorreu” (2 Tm 2.18) não prova o que os críticos estão tentando provar. Não
prova que Paulo não escreveu as Pastorais.
(e) As afirmações de que toda a Escritura é inspirada e útil (2 Tm
3.16), e que há um só DEUS (I Tm 2.5) não podem deixar de apontar para Marcião,
que rejeitava todos os livros do Antigo Testamento é estabelecia uma aguda
antítese entre o Jeová meramente justo do Antigo Testamento e o DEUS gracioso
do Novo Testamento (ou seja, da edição mutilada do N. T. feita por Marcião).
REFUTAÇÃO - Com respeito a (e): As passagens a que se faz
referência deveriam ser lidas a luz de seus próprios contextos específicos.
Então toma-se evidente que, quando o autor está falando de um DEUS, não está
contrastando um DEUS do Novo Testamento com um “demiurgo” do Antigo Testamento.
Tampouco está pondo o Antigo Testamento numa relação antitética com o Novo,
quando usa a expressão “toda a Escritura”. Esta contrastando o uso incorreto
com o uso correto das Escrituras. Quando se faz uso correto das Escrituras de
modo que se permaneça em seu claro ensino, a conclusão iniludível será que
“toda a Escritura é inspirada por DEUS é útil”.
(f) O “próprio título do livro de Marcião” (“Antítese”) em 1 Timóteo
6.20 confirma o argumento. Seguramente, quem menciona o título da obra de um
autor que floresceu no 2º século não poderia ter sido Paulo que morreu no 1º
século! Aliás, é muito estranho que para algumas pessoas este argumento de seis
pontos, que tem sido tão frequentemente e tão habilmente refutado, esteja ainda
sendo reiterado, seja como um todo ou em parte, como se contivesse pelo menos
um elemento considerável de valor.
REFUTAÇÃO - Finalmente, com respeito a (f): Se isto tem algum
valor, equivaleria ao seguinte silogismo: Premissa maior: O autor das Pastorais
faz uso do termo “antítese”. Premissa menor: Marcião, herege do 2º século,
também faz uso do termo “antítese”, no título de um livro que escreveu.
Conclusão: Portanto, o autor das Pastorais teria conhecido o livro de Marcião.
De forma semelhante, alguém poderia dizer: Premissa maior: O autor do livro de
Gênesis escreve sobre o Paraíso, o rio, a árvore da vida, a serpente. Premissa
menor: O apóstolo João, autor do final do 1º século d. C., emprega as mesmas
palavras em seu livro Apocalipse. Conclusão: Portanto, o autor do livro de
Gênesis teria lido o livro Apocalipse. Ora, quem quer que leia 1 Timóteo 6.20
com uma mente imparcial e a luz de toda a epístola, facilmente chegará à
conclusão de que, ao falar de “antítese”, o que o autor tinha em mente não é o
contraste de Marcião entre o Cristianismo e o Judaísmo, mas as opiniões
conflitantes dos que especulavam sobre as genealogias judaicas. Seguramente,
uma coincidência meramente verbal entre uma palavra usada por um autor e um
título usado por outro não pode ser usado como argumento convincente para
determinar o autor. Além do que se disse em resposta ao argumento dos críticos,
note-se o seguinte: Cada vez mais se reconhece hoje que o gnosticismo não
surgiu repentinamente no 2º século, mas teve sua origem muito antes na
história. Além do mais, não é um sistema organicamente unificado, mas um
sincretismo ou adição religiosa especulativa, a qual contribuíram não só a
filosofia platônica, mas também o misticismo oriental, o Judaísmo Cabalístico e
o Cristianismo. Portanto, ainda que seja um fato que a heresia condenada pelas
Pastorais tinha certos traços em comum com o gnosticismo do 2º século, isso de
forma alguma as identifica como uma só.
O erro contra o qual as Pastorais advertem é tanto presente (I Tm 1.3-7,
19; 4.7; 6.4, 5, 9, 10, 17; 2 Tm 2.16-18; Tt 1.10-16; 3.9) quanto futuro (I Tm
4.1-3; 2 Tm 3.1-9) - tomados em conjunto abarcam toda a nova dispensação até a
vinda de CRISTO; e ao mesmo tempo mormente doutrinal (I Tm 4) e mormente moral
(2 Tm 3); produz-se dentro e fora das portas.
Não obstante, um fato é muito evidente, a saber: que em linhas mestras o
erro aqui condenado se refere a lei veterotestamentária e sua interpretação
(ver I Tm 1.7; cf. 6.4, 5; 2 Tm 4.4; Tt 1.14; 3.9). A ênfase é posta aqui. E
foi exatamente essa lei com a qual o gnosticismo do 2º século nada teve que
ver. Portanto, não há nada aqui que impulsione alguém a buscar um autor do 2º
século. Pelo contrário, tudo aponta para o 1º século e o tempo e época de
Paulo. Pelas razões indicadas, não surpreende que mesmo entre os críticos, os
autores mais criteriosos já não mencionem “o argumento baseado na heresia que
aqui se condena”. Parece que lhes agradaria ignorar que ele foi sempre
seriamente usado contra a autoria paulina das Pastorais.
(5) As Pastorais revelam um marcante progresso na organização
eclesiástica, muito mais que no tempo de Paulo.
Em seu tempo, ainda não existia um ministério oficial. Em contrapartida,
no tempo em que as Pastorais foram escritas havia urna organização bem mais
complexa, com oficiais assalariados, cujas qualificações haviam se tornado
padronizadas.
Um crítico chama isso de “o argumento principal”, o qual prova que Paulo
não poderia ter escrito as Pastorais. Alguns tentam “reforçá-lo ”, afirmando
ser evidente o principio de organização em forma de pirâmide a luz do fato de
que, enquanto as Pastorais reconhecem apenas um “bispo” (I Tim 3.1, 2; Tt 1.7),
elas falam de muitos “presbíteros” ou “anciãos” (Tt 1.5), que evidentemente
estavam servindo sob sua diretriz.
Outros críticos, contudo, evitam escrupulosamente fazer referência ao
argumento em qualquer de suas formas. Evidentemente também nesse caso gostariam
de ignorar que alguém o elaborou. E, por certo, entre os inúmeros argumentos
pobres que se tem apresentado em defesa da teoria de que Paulo não poderia ter
escrito as Pastorais, este é um dos piores.
Os fatos são os seguintes: (a) É errônea toda a concepção segundo a qual
o oficio eclesiástico (comissão divina que implica autoridade sobre vida e
doutrina) foi surgindo com o passar do tempo. É simplesmente incorreto dizer
que no principio havia só liderança espontânea com base apenas nos dons
espirituais, e que num tempo posterior isso deu lugar aos ofícios eletivos. Ver
C. N. T. sobre o Evangelho de João, vol. II. Naturalmente, é verdade que os
ofícios extraordinários foram gradualmente cedendo espaço aos ordinários. As
Pastorais são os últimos escritos de Paulo. Portanto, não surpreende que o
oficio “ordinário” de “supervisor” (bispo) ou “ancião” seja introduzido aqui
como proeminente. (b) A noção de que no tempo de Paulo não havia ainda um
ministério oficial está em conflito com os fatos mencionados nas Escrituras.
Jerusalém tinha seus diáconos (homens que “serviam as mesas”) muito
antes que Paulo empreendesse suas viagens missionárias (At 6.1-6). Desde seus
primórdios, a Igreja tinha anciãos (At 11.30), oficio que num sentido foi um
prolongamento natural da instituição de anciãos no Israel antigo. Já em sua
primeira viagem missionária, Paulo havia constituído “anciãos em cada igreja”
(At 14.23). Já foi indicado que numa das primeiras cartas escritas por Paulo
faz-se menção definidamente de “aos que trabalham entre vós, e vos presidem no
Senhor, e vos admoestam” (ver C. N. T. sobre 1 Tessalonicenses 5.12, 13). Ao
regressar de sua terceira viagem missionária, Paulo “convocou os anciãos da
igreja” (de Éfeso e seus arredores). Ele os caracteriza como bispos sobre o
rebanho, a igreja “do Senhor, a qual ele comprou com seu próprio sangue” (At
20.17, 28). Numa epístola escrita da prisão se faz menção de “bispos e
diáconos” (Fp 1.1). Ora, com base em tudo isto por certo que não surpreenderia
que nas Epístolas que o apóstolo escreveu um pouco antes de sua morte, o oficio
de “supervisores” ou “anciãos” é reconhecido como já bem notório. É também
muito natural que Paulo, sobre a partida desta esfera terrena, especificasse
certas qualificações e regulamentações para o oficio, de modo a que igreja se
guardasse contra as devastações causadas pelo erro, tanto doutrinal quanto
moral. (c) Nas pastorais, o termo “ancião” (ou “presbítero”) e “supervisor” (ou
“bispo”) são claramente sinônimos, como se prova a luz de Tito 1.5-7 (cf. I Tm
3.1-7; Filipenses 1.1; 1 Pedro 5.1,2). Ver comentário sobre esta passagem. (d)
O episcopado, um sistema de governo eclesiástico no qual bispo governa sobre os
presbíteros, parece ter surgido durante o período de transição obscura: o fim
do 1º século e princípios do 2º. Surge passo a passo e se faz evidente pela
primeira vez nas Epístolas de Inácio de Antioquia (que sofreu o martírio cerca
do ano 110 d. C.), onde ele aparece como um episcopado congregacional (não
diocesano). Ora, esse mesmo fato indica que as Pastorais, em que “bispo” é
simplesmente outro nome para “ancião” ou “presbítero”, corresponde ao 1º
século, e não ao 2°.
(6) Posto que Paulo não foi libertado de sua primeira e única prisão em
Roma, mas que foi morto, é posto que o livro de Atos, que narra a história, de
sua vida desde que perseguia a Igreja até o final de sua prisão, não deixa
lugar para as viagens que estão implícitas nas Pastorais, não é possível que
Paulo tenha escrito essas Epístolas.
J. Moffatt declara ousadamente que na realidade Paulo não saiu de sua
prisão." Esse ponto de vista tem sido defendido por muitos antes e depois
dele. Ora, se isso fosse correto, então os críticos já triunfaram em seu
argumento, porque é um fato que as Pastorais implicam um número de viagens que
não pode enquadrar-se nos itinerários de Paulo que são relatados no livro de
Atos, e para os quais de fato não se pode achar lugar no espaço da vida do
apóstolo que cobre Atos. O seguinte deixará isso bem claro: Quanto a 1 Timóteo,
o autor lembra a Timóteo que ele ordenou que este ficasse em Éfeso enquanto ele
se dirigia ao noroeste partindo de Éfeso em direção a Macedônia (I Tm 1.3).
Também o informa (a Timóteo) que ele (o autor) espera ir vê-lo em breve (I Tm
3.14). Ora, segundo Atos, em sua primeira viagem missionária Paulo de forma
alguma passou para a Europa (para Macedônia). Na segunda viagem: na ida, o
ESPÍRITO SANTO o proibiu de falar a palavra na Ásia (At 16.6); portanto, não
esteve em Éfeso; e de volta, ele foi de Corinto para o oriente de Éfeso, em
seguida para o sudeste, via Cesaréia a Antioquia (At 18.18-23). Na terceira
viagem, na ida, Paulo realizou uma poderosa tarefa em Éfeso (At 19). Continuou
ali bastante tempo (três anos, At 20.31) e também cruzou depois para Macedônia
(At 20.1). Mas dessa vez Timóteo não foi deixado em Éfeso, porém foi para
Macedônia e Corinto (At 19.21, 22; 1 Co 4.17; 16.10), e em seguida regressou
com Paulo para Macedônia (2 Co 1.1). Em seguida vai com Paulo a Corinto,
regressa com ele a Macedônia, espera-o em Trôade e, provavelmente, está com ele
em Jerusalém (Rm 16.21; At 20.3-5; I Co 16.3). Finalmente, em sua viagem a
Roma, Éfeso ficou a longa distância ao norte. Chegando a Roma, seguiram-se dois
anos de prisão. E o livro de Atos termina com o relato desse acontecimento. É
evidente que nesse relato do livro de Atos não há espaço para a suposta viagem
em 1 Timóteo. Com respeito a Tito, a situação é semelhante. Segundo essa
Epístola Pastoral, o escritor deixou Tito em Creta para completar a organização
das igrejas nessa ilha (Tt 1.5). Ele, então instrui seu colaborador a
encontrar-se com ele em Nicópolis (em Epiro, na costa oriental do mar Jônico),
onde espera passar o inverno (Tt 3.12). Segundo Atos, porém, em nenhuma das
três viagens missionárias Paulo chegou a Creta. E na viagem a Roma, embora ele
e Lucas navegassem “a sotavento de Creta”, e chegassem a Bons Portos, o
apóstolo é apresentado como um prisioneiro, que não realiza nenhuma obra
evangelística na ilha, e que não podia dizer nada acerca do lugar onde esperava
passar o inverno ou onde desejava encontrar Tito (ver At 27.7-15). E,
finalmente, 2 Timóteo pinta um prisioneiro (em Roma, cf. 2 Tm 1.17), considerado
“malfeitor” (2 Tm 2.9), na véspera de sua execução. Humanamente falando, as
perspectivas são muito tristes (ver, porém, 2 Tm 4.7, 8!). Só depois de uma
diligente busca foi que Onésimo pode encontrá-lo (2 Tm 1.16, 17). Em nenhuma
parte se vê sua libertação. Quase todos o haviam abandonado. Somente Lucas está
com ele (2 Tm 1.15; 4.10, 11). Havia chegado (ou está para chegar) o momento de
sua partida do cenário terreno (2 Tm 4.6, 18). Em brusco contraste com isso, a
notícia da prisão romana registrada em Atos e nas Epístolas de Paulo da prisão
(as prisões anteriores certamente não entram no quadro aqui) termina com
esperança (ver também pp. 38-39). O apóstolo vive numa casa alugada a sua
própria custa, e nutre esperanças de ser posto em liberdade em breve (At 28.30;
Fp 1.25, 26; Fm 22). A conclusão é inevitável: se Paulo escreveu as Pastorais,
teria sido posto em liberdade da prisão romana registrada em Atos. Teria feito
mais viagens e teria sido novamente preso. Por muito tempo os críticos
(intimidados pelo prestigio de Moffatt?) negaram a historicidade de sua soltura
ou, pelo menos, procuraram ignorar o assunto. Não obstante, mais recentemente
parece ter-se iniciado a volta a posição conservadora. Numa edição da revista
Journal o f Biblical Literature, L. P. Pherigo argumenta enfaticamente em prol
da posição de que Paulo foi realmente posto em liberdade da prisão registrada
em Atos, e que ele trabalhou uns poucos anos mais. Ora, quem quer que esteja
disposto a examinar a evidência se dará conta de que os argumentos contra a
posição de que Paulo foi posto em liberdade são muito fracos. Por exemplo, o
argumento que afirma que se Paulo tivesse sido posto em liberdade o autor de
Atos teria registrado isso - como se Atos fosse a biografia de Paulo! - tem de
defrontar-se com o contra-argumento: “se não fora posto em liberdade, Lucas
certamente o teria assim indicado, posto que a nota favorável com que termina
seu relato levaria os leitores a esperarem seu livramento” (At 28.30, 31). E
não tem apoio a conclusão de que Paulo nunca voltou a Éfeso, e portanto não
poderia ter escrito 1 Timóteo 1.3, inferência que se deriva da declaração do
apóstolo aos anciãos efésios, ou seja: “Agora sei que nenhum de vocês, entre os
quais passei pregando o Reino, verá novamente minha face” (At 20.25; cf. v.
38). Nessa passagem de Atos, o apóstolo não disse: “Eu sei que nunca voltarei a
Éfeso”, mas predisse que não voltaria a reassumir pessoalmente a tarefa de
percorrer a Ásia Menor, de confirmar as igrejas e de ir de lugar em lugar
pregando o evangelho do reino, e desse modo não voltaria a ver os crentes de
todos os lugares por onde passara. Tampouco disse Paulo: “Eu sei que nenhum de
vocês, anciãos, que estão em Éfeso, verá novamente minha face”, mas: “Eu sei
que todos vocês entre os quais tenho andado pregando o evangelho do reino não
mais verão minha face.” O apóstolo estava dirigindo-se aos anciãos como
representantes das igrejas da Ásia Menor. Com tais palavras, não se excluía a
possibilidade de uma breve visita a Éfeso. O que se exclui é algo comparável
com a atividade diária da obra do reino na região de Éfeso durante três anos
(ver o contexto, At 20.31).
Os argumentos em prol da posição tradicional (é, como o vemos, correta é
de que Paulo na verdade foi libertado de sua primeira prisão romana, fez mais
algumas viagens, numa das quais escreveu 1 Timóteo e Tito, foi preso pela
segunda vez, prisão essa durante a qual escreveu 2 Timóteo, e então foi
executado, são os seguintes:
a. O livro de Atos leva o leitor a
esperar o livramento de Paulo, poderia ainda implicar essa libertação.
Lucas enfatiza continuamente a justiça relativa, e as vezes as
qualidades de amizade e cooperação das autoridades romanas. Resgatado por um
tribuno militar das mãos da multidão assassina em Jerusalém, permite-se que
Paulo se defenda, primeiro diante do povo e em seguida perante o concílio
judaico (At 21.31-23.9). Uma vez mais é resgatado pelo tribuno, dessa vez das
mãos dos fariseus e saduceus, que disputam entre si (At 23.10); e uma terceira
vez, agora de um grupo de mais de quarenta judeus obrigados por voto. E
trasladado para Cesaréia. Cláudio Lísias escreve uma carta em seu favor (At
23.12-35), dirigida ao governador Felix. Este também permite a Paulo
defender-se, porém, querendo fazer um favor aos judeus, o deixa na prisão.
Quando Festo sucede Felix, o apóstolo apela para César. Festo diz ao rei Agripa
que Paulo nada fizera que merecesse a morte, e lhe permite apresentar sua
defesa diante do rei. No barco, rumo a Roma, o apóstolo é tratado humanamente
pelo centurião Júlio (At 27.3), que em seguida também lhe salva a vida (At
27.43). Depois da tempestade e do naufrágio, sendo acolhido hospitaleiramente
pelo chefe da ilha de Malta (At 28.7), e depois de haver coberto a etapa final
da viagem, chega a Roma, onde se lhe permite viver por conta própria com um
soldado a guardá-lo (At 28.16). Ainda que se trate de um prisioneiro que espera
seu julgamento, concede-se-lhe uma considerável liberdade pessoal, bem como a
oportunidade de pregar o evangelho (At 20.30, 31). Certamente a noção de que
ele fora então condenado e executado destoa completamente de todo o relato
precedente. Aliás, ainda se tem sugerido que a expressão “permaneceu dois anos
completos” numa casa alugada (ou “por sua própria conta”) poderia ter um sentido
legal, ou seja, que esperou os dois anos completos (limite estabelecido pela
lei?) durante os quais os acusadores teriam a oportunidade de insistir com suas
acusações. Não surgindo nenhuma (Atos 28.21 aponta nessa direção?), o
julgamento encerrou- se por desistência, e Paulo foi posto em liberdade, tendo
cumprido o requisito legal dos dois anos. Não se tem estabelecido se essa
interpretação é correta. O argumento primordial é este: os capítulos finais de
Atos pressupõem uma libertação, e não uma execução.
b. As Epístolas de Paulo escritas da
prisão revelam que ele esperava ser posto em liberdade (Fp 1.25-27; 2.24; Fm
22).
c. O próprio fato de essas Epístolas
Pastorais, que pressupõem viagens que exigiriam a libertação e uma segunda
prisão, terem sobrevivido e serem aceitas pela igreja primitiva como autênticas
e inspiradas, parece apontar na direção de uma tradição forte e antiga em prol
desse aspecto.
d. Ainda muito antes da prisão romana
registrada em Atos, o apóstolo nutria o desejo de ir a Espanha (Rm 15.24, 28).
e. Que ele foi posto em liberdade, foi a
Espanha, em seguida foi preso pela segunda vez e, tendo prestado testemunho
diante das autoridades, foi executado, é certamente a interpretação mais
natural da passagem muito discutida de Clemente de Roma que, escrevendo na
última década do 1º século d. C., de Roma, o centro do império, aos coríntios,
admoestando-os a por fim de que a suas lutas oriundas dos ciúmes, disse: “Paulo
... tendo ensinado a justiça a todo o mundo, e havendo chegado as fronteiras do
Ocidente, e testificando diante dos governadores, deixou este mundo e foi
levado para o Lugar Santo, deixando um extraordinário exemplo de paciência”
(Primeira Epístola de Clemente aos Coríntios, V.vii).
A expressão “as fronteiras do Ocidente”, especialmente quando usada por
alguém que escreve de Roma, o coração e centro do império, se refere
naturalmente ao extremo ocidental da Europa. De forma semelhante, o Fragmento
Muratoriano menciona a viagem de Paulo a Espanha. E o grande historiador da
igreja, Eusébio, declara de forma significativa: “Lucas, também, que nos
entregou por escrito os Atos dos Apóstolos, chegou ao fim de sua narrativa
declarando que Paulo passou em liberdade dois anos completos em Roma, e que
pregava a palavra de DEUS sem impedimento. A tradição sustenta que o apóstolo,
havendo se defendido, voltou a ser enviado em seu ministério de pregação, e ao
voltar pela segunda vez a mesma cidade, sofreu o martírio sob o governo de
Nero. Enquanto permanecia na prisão, compôs a segunda epístola a Timóteo,
significando ao mesmo tempo que já havia ocorrido sua primeira defesa e que seu
martírio estava próximo” (História Eclesiástica Il.xxii. 1, 2). A tradição
posterior aceita uma segunda prisão em Roma (Crisóstomo, Jerônimo, Teodoro de
Mopsuestia e outros) Consequentemente, fez-se evidente que o
assim chamado argumento “histórico” contra a possibilidade de Paulo haver
escrito as Pastorais não tem mais substância do que tem os demais. É preciso
encontrar melhores razões, se o intuito é contrabalançar o peso da tradição. O
que já se disse basta para indicar a inadequação dos argumentos dos críticos.
Supondo que as Pastorais foram as últimas Epístolas de Paulo, escritas depois
de sua primeira prisão em Roma, com um propósito completamente distinto do das
outras dez Epístolas, fica resolvido o principal problema, pelos menos em
grande medida. De acordo com a informação proporcionada pelas próprias
Epístolas, o autor era:
(1) Um homem chamado “Paulo, apóstolo de JESUS CRISTO” (I Tm 1.1; 2 Tm
1.1), ou “Paulo, servo de DEUS e apóstolo de JESUS CRISTO” (Tt 1.1). Assim vemos que essas três cartas identificam seu autor, em
contraste com Hebreus, que não menciona o nome de seu autor. Nesse aspecto, as
três são semelhantes as dez.
(2) Não só o autor dá seu nome, também dá um perfil
de si mesmo. Esse perfil concorda com o que encontramos em Atos e nas dez
epístolas acerca de Paulo.
a. O “Paulo” de ambas havia sido blasfemo e perseguidor da
igreja (I Tm 1.12-17; cf. At 8.3; 9.1, 2; 22.4, 5; 26.9-11; I Co 15.9).
b. Convertido, foi divinamente designado para ser pregador e
apóstolo (I Tm 1.1, 11; 2.7; 2 Tm 1.1, 11; Tt 1.1; cf. At 9.15; 22.14,
15; 26.16-18; 2 Co 12.12; G1 1.1; 2.7).
c. Sofreu muito em defesa da verdade, por exemplo em sua viagem por
Antioquia, Icônio e Listra (2 Tm 1.12, 13; 3.10, II; cf. At 14; 2 Co 11; I Ts
1.6; 2.2).
(3) Esse homem escreve três cartas que, com variações menores, são semelhantes em estrutura as dez
Epístolas paulinas. Sobre a natureza da concepção da carta de Paulo, ver C. N.T
sobre 1 e 2 Tessalonicenses. Como exemplo, tomemos 2 Timóteo.
Ali encontramos:
a. Menção do nome e o oficio do autor (1.1).
b. Designação da pessoa a qual a carta é dirigida (1.2a), com um breve
perfil da pessoa.
c. Saudação inicial (1.2b).
d. Ação de graças, misturada ao corpo da carta (1,3ss.).
e. Saudação final, no presente caso bastante detalhada (4.19-21).
f. Benção.
Ainda em detalhes menores, como a alínea e: a presença e
ausência de palavras de saudação no final da carta, essas três Epístolas se
assemelham, em suas variações, ao que se encontra nas dez. Assim Timóteo tem
uma benção final (6.21b: “A graça seja com vocês”), e não uma saudação. Isso
nos lembra Gálatas (6.18). Em 2 Timóteo faz-se menção, um a um, de quem se quer
lembrar, e são dados vários nomes (4.19-21). Isso se assemelha ao que se
encontra no final de Romanos (cap. 16) e de I Coríntios (16.19-21). Em Tito, a
saudação final é muito geral (3.15: “Todos os que estão comigo o saúdam”).
Poder-se-ia comparar isso com 2 Coríntios (13.13).
(4) Essas três cartas apontam para a mesma relação
entre o autor e o destinatário (Timóteo e Tito) que nós conhecemos pelas cartas
comumente atribuídas a Paulo (no caso de Timóteo) no livro de Atos. Era a
relação de alguém que escreve com autoridade a quem reconhece sua autoridade, a
de um “pai” espiritual a um “filho” espiritual, de amigo para amigo (abrangendo
tanto afeição quanto confiança). Quanto a isso, sobre a relação de Paulo com
Timóteo, o leitor deve comparar 1 Timóteo 1.2; 2 Timóteo 1.2 com 1 Coríntios 4.17;
16.10; Filipenses 2.19-23; Colossenses 1.1; 1 Tessalonicenses 3.2; e Filemom 1;
e sobre sua relação com Tito, o leitor deve comparar Tito 1.4 com 2 Coríntios
2.13; 7.6, 13; e 8.17, 23.
(5) As três cartas mencionam nominalmente certas
pessoas a quem, por outras fontes, temos aprendido a reconhecer como
companheiros e colaboradores de Paulo. Ver o comentário sobre 2 Timóteo 4 e
Tito 3.
(6) Elas revelam um autor cujo ardente interesse pelas
igrejas que estabeleceu, cujo estilo e cuja teologia apontam diretamente para
Paulo, como já se demonstrou (ver pp. 23-30). O testemunho da igreja primitiva
está em harmonia com a conclusão que se tem derivado das próprias três
Epístolas. Assim Eusébio, havendo feito uma investigação completa da literatura
que tinha ao seu alcance, declara: “Mas claramente evidentes e simples são as
quatorze [Epístolas] de Paulo; não obstante, não temos o direito de ignorar que
alguns põem dúvida sobre a [epístola] aos Hebreus” (História Eclesiástica,
III.iii.4, 5). Obviamente Eusébio, ao escrever em princípios do 4.° século,
sabia que toda a igreja ortodoxa aceitava as Pastorais como tendo sido escritas
por Paulo. Já observamos que ele faz menção especifica de 2 Timóteo como
composição do grande apóstolo, “enquanto estava na prisão”, ao vir pela segunda
vez a mesma cidade (Eclesiásticas History, Il.xxii. 1, 2 e cf. Ill.ii). A
atitude negativa de uns poucos hereges (Basilides e Marcião) com respeito as
três, e de Taciano e alguns outros que tinham uma forma de pensar afim com
respeito a 1 e 2 Timóteo se deveu, provavelmente, ao fato de que o ensino
desses homens estava longe de harmonizar-se com o ensino das Pastorais. Pelo
menos essa é a explicação dada por Tertuliano, Clemente e Jerônimo. Certamente
a opinião de uns poucos hereges não deve ser posta acima do considerado juízo
de toda a igreja! De Eusébio podemos retroceder a Orígenes (cerca de 210-250),
que cita um grande número de passagens (por exemplo, em sua obra Against
Celsus: I Tm 2.1, 2; 3.15, 16; 4.1-5, 10, 17, 18; 6.20; 2 Tm 1.3, 10; 2.5;
3.6-8; 4.7, 11, 15, 20, 21; Tt 1.9, 10, 12; 3.6, 10) e as atribui a Paulo:
“Além do mais, Paulo, que depois chegou ele mesmo a ser um apóstolo de JESUS,
disse em sua epístola a Timóteo: Esta é uma palavra fiel, que JESUS CRISTO veio
ao mundo salvar os pecadores, dos quais eu sou o principal” (citando I Tm 3.15,
Against Celsus I. lxiii). De Orígenes podemos recuar ainda mais, até chegar a
seu mestre, Clemente de Alexandria (cerca de 190-200). Este cita a passagem com
referência “a ciência, assim chamada falsamente” (1 Tm 6.20, 21), atribuindo
esta passagem ao “apóstolo” (Stromata Il.xi). Também cita a predição de que
“nos últimos tempos alguns apostatarão da fé” (I Tm 4 .1, 3), atribuindo-a ao
“bendito Paulo” (Stromata Ill.vi). Um relance no Índice de Textos das
obras de Clemente (por exemplo, em The AnteNicene Fathers, reimpressão em
inglês de 1951, Grand Rapids, MI, Vol. II) e a leitura dessas passagens no
original ou mesmo numa boa tradução basta para provar que nas obras desse pai
da igreja há numerosas referências - e citações diretas - as Pastorais,
consideradas obra escrita pelo apóstolo Paulo.
Quase ao mesmo tempo, Tertuliano (cerca de 193-216), no breve espaço de
umas poucas linhas, cita várias passagens de 1 e 2 Timóteo (I Tm 6.20; 2 Tm
1.14; I Tm 1.18; 6.13; 2 Tm 2.2, em Prescription Against Heretics, XXV)
declarando definitivamente que “Paulo dirigiu essa expressão a Timóteo”. Já
vimos que ele desaprova a rejeição de Marcião das Pastorais (Against Marcion
V.xxi). Irineu precedeu por uns poucos anos a Clemente de Alexandria e a
Tertuliano, porém ainda foi contemporâneo deles por longo tempo. Ele começa sua
obra Against as Heresies (cerca de 182-188) com uma citação de 1 Timóteo 1.4
(passagem sobre as “genealogias intermináveis” que não edificam), a qual
definitivamente atribui ao apóstolo (ver o Prefácio da obra supramencionada de
Irineu). Na mesma obra ele cita ou faz alusão a várias outras passagens, por
exemplo 1 Timóteo 1.9 (IV.xvi.3); 2.5 (V.xvii.l); 3.15 (III.i.1); 4.2
(II.xxi.2); e não só da primeira epístola a Timóteo, mas também da segunda (2
Tm 2.23; cf. Against Heresies, IV., Prefácio, 3) e de Tito (Tt 3.10; cf. op.
cit., I.xvi.3). Note especialmente que na última passagem Irineu declara que é
Paulo quem nos ordena separar-nos dos que dão atenção a fábulas. Ora, ao
atribuir Irineu as Pastorais ao “apóstolo”, ou seja, a “Paulo”, sua palavra
deveria ter um peso considerável. Ele viajara extensamente e estava intimamente
relacionado com quase toda a igreja de seu tempo, e fora discípulo de um
discípulo (Policarpo) de um dos apóstolos (João). O Fragmento Muratoriano
(cerca de 180-200), síntese dos livros do Novo Testamento, declara que o
“bendito Paulo... escreve... produto do amor e do afeto, uma a Filemom, uma a
Tito e duas a Timóteo... que o proeminente apreço da igreja universal considera
sagradas na regulamentação da disciplina eclesiástica”. Entre os escritores
ortodoxos, que viveram num ou noutro momento durante o período compreendido
entre os anos 90 e 180, encontramos, no final dessa era, Teófilo de Antioquia
que faz referência a “água e lavagem da regeneração” (To Autolycus Il.xvi), que
pode ser considerada uma fusão de Efésios 5.26 e Tito 3.5. Ele cita
definitivamente 1 Timóteo 2.2: “Para que vivamos vida tranquila e mansa” (a
mesma obra, III.xiv). Atenágoras - as vezes chamado “o filósofo cristão do
Agora Ateniense” (cf. seu nome Atena gora) -, era um ateniense de quem se diz
que passeando certo dia chegou ao mercado onde encontrou pessoas zombando dos
cristãos; então, movido por curiosidade, começou a ler as Escrituras com o fim
de refutá-las. Diz-se que se converteu no processo de estudar as Escrituras com
tal finalidade. Contemporâneo de Teófilo, considera DEUS como “luz inacessível”
(A Pleafor tlie Christians XVI). Isto certamente nos lembra 1 Timóteo 1.16.
Justino Mártir, escrevendo entre 155 e 161, demonstra conhecer as Pastorais. É
certo que nem todas as semelhanças aparentes entre certas passagens de seus
escritos e as Pastorais tem valor de evidência. Assim, por exemplo, a expressão
“este mesmo CRISTO... o Juiz de todos os vivos e os mortos” (Dialogue with
Trypho CXVIII), embora nos faz lembrar 2 Timóteo 4.1 (“JESUS CRISTO, que
julgara vivos e mortos”), do que, naturalmente, poderia ter-se derivado, era
provavelmente uma “palavra fiel” que se havia popularizado numa das primeiras
etapas da fé cristã (ver também At 10.42; l Pe 4.5; cf. Mt 25.31-46; Jo
5.25-29; 2 Co 5.10), de modo que nela não se pode basear qualquer argumento
para demonstrar que Justino conhecia as Pastorais. Não obstante, sua referência
a “a bondade de DEUS e seu amor para com os homens” - note a filantropia de
DEUS - é quase certo que a extraiu de Tito 3.4 (“Porém, quando se manifestou a
bondade de DEUS... e seu amor para com os homens”). Também, quando chegamos a
Policarpo (que escreveu provavelmente em algum momento entre 100 e 135),
sentimos que pisamos em terreno firme. O fato de ele haver conhecido as
Pastorais e as citar parece ser indiscutível. Julgue o leitor por si só:
POLICARPO
|
AS PASTORAIS (Aos Filipenses)
|
“Mas o
principio de todos os males é o amor ao dinheiro” (IV)
|
“Porque
o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (I Tm 6.10).
|
“Portanto,
sabendo que nada trouxemos para o mundo e que nada dele levamos, vistamo-nos
com a armadura da justiça”. (IV)
|
“Porque
nada trouxemos para o mundo nem podemos levar algo dele” (I Tm 6.7)
|
Da
mesma forma os diáconos devem ser se doblez,não amantes do dinheiro,
temperantes
em tudo ...”” (V).
|
" “Os
diáconos igualmente devem ser dignos, homens de palavra, não amigos
de muito vinho, nem, de lucros desonestos ...” (I Tm 3.8)
|
“Reinaremos
com ele, se realmente livermos fe” (V).
|
“Se
perseveramos, com ele tambem com elereinaremos” (2 Tm 2.12).
|
“Porque
nao amaram este mundo”(IX).
|
“Pois
Demas, amando este mundo, abandonou-me e foi para Tessalonica” (2 Tm 4.10).
|
Aqui, evidentemente, um escritor está usando as palavras de outro,
variando um pouco a linguagem de acordo com a necessidade. É muito natural
chegar a conclusão de que quando um autor diz: “Demas... amando o mundo”, e o
outro se refere a pessoas usando que “não amaram este mundo”, é o segundo
escritor que está usando expressões do primeiro, e não o contrário. Além do
mais, se o discípulo, Irineu, atribuiu as Pastorais a Paulo, como já
demonstramos, não é provável que o mestre, Policarpo, também o fizesse? Inácio
(não depois de 110), ao exortar Policarpo a agradar aquele que o chamou para
ser soldado (To Polycarp VI), imediatamente leva o leitor a lembrar-se de 2
Timóteo 2.4. (Outras supostas semelhanças são menos convincentes.) Devido a seu
caráter conflitante, passamos por alto umas poucas alusões prováveis às
Pastorais na Epístola de Barnabé, e passamos a considerar, finalmente, Clemente
de Roma (90-100). As similaridades mais claras são as seguintes:
CLEMENTE DE ROMA (Aos Coríntios) “Estáveis ... prontos para toda boa
obra” (11). "... os que com uma consciência pura servem a seu excelente
nome” (XLV).
AS PASTORAIS “Lembre a todos... a fazer tudo o que é bom” (Tt 3.1). “Dou
graças a DEUS, a quem sirvo com consciência limpa” (2 Tm 1.3). Sumariando todo
o argumento relativo a autoria, podemos agora dizer com segurança o seguinte:
(1) Os argumentos dos críticos negativos foram examinados detalhadamente
e foram achados falhos; ou seja, os críticos não puderam demonstrar que Paulo
não poderia ter escrito as Pastorais.
(2) De acordo com a evidência das próprias Epístolas, o autor não foi
outro senão o apóstolo Paulo.
(3) Dentro da igreja ortodoxa há uma tradição uniforme que atribui as
Pastorais ao apóstolo Paulo. Essa tradição pode ser seguida desde Eusébio, nos
princípios do 4° século, recuando até chegar a Irineu e ao fragmento
Muratoriano em fins do 2º século. Além do mais, as Pastorais se encontram
inclusas não só nessa lista (de Muratori), mas em todas as listas antigas de
Epístolas paulinas, e também em todos os manuscritos e versões que chegaram até
nós.
(4) Ainda no período compreendido entre 90 e 180 d. C. descobrimos clara
evidência de que 1 e 2 Timóteo e Tito já existiam, eram tidas em alto apreço
como a própria palavra de DEUS, e eram citadas com frequência de forma direta
ou em paráfrase. É verdade que esses primeiros testemunhos não mencionam Paulo
nominalmente como o autor.
É, antes, característica deles não mencionar os autores dos livros do
Novo Testamento. Eles e seus leitores viviam tão próximo ao tempo dos apóstolos
que isso não era considerado necessário. O próprio fato de que no tempo das
testemunhas mais antigas - Teófilo de Antioquia, Atenágoras, Justino Mártir,
Policarpo, Inácio e Clemente de Roma - as Pastorais tinham alcançado elevada
fama e ampla circulação demonstra que a data de sua origem remonta a um período
muito anterior. Dai, toda a evidência histórica aponta para Paulo como o único
que durante o período 63-67 d. C. foi no sentido real o autor responsável
dessas três pequenas jóias da verdade inspirada.
III. A Quem Foram Endereçadas?
E natural passar do remetente para os destinatários: Timóteo e Tito.
Timóteo, ou Timotheus, era uma pessoa notabilíssima. Seu nome significa
“honrar ou adorar a deus”, originalmente um nome pagão muito comum, que era
adotado por judeus e cristãos com mudança de referência, ou seja, para seu
DEUS. Seu caráter era uma mescla de afeto e fidelidade a despeito de sua
natural timidez. Paulo amava Timóteo e admirava seus extraordinários traços de
personalidade. No que tange ao caráter afetuoso de Timóteo, é sobre ele que o
apóstolo escreveu estas comoventes palavras: “Espero no Senhor JESUS
enviar-lhes Timóteo brevemente, para que eu também possa sentir-me animado
quando receber notícias de vocês. Não tenho ninguém como ele, que tenha
interesse sincero pelo bem-estar de vocês, pois todos buscam seus próprios
interesses e não os de JESUS CRISTO. Mas vocês sabem que Timóteo foi aprovado,
porque serviu comigo no trabalho do evangelho como um filho ao lado de seu pai”
(Fp 2.19-22). Aliás, Timóteo era o “filho amado” do apóstolo (2 Tm 1.2). No que
tange a sua invariável fidelidade e decidida disposição de sacrificar qualquer
coisa que parecesse ser-Ihe de interesse pessoal imediato pela causa do
evangelho, isso se faz evidente não só à luz da passagem citada, mas também
ante o fato de que nenhum dos companheiros de Paulo é mencionado com tanta
frequência e que estivesse com ele tão constantemente como Timóteo. No último capitulo
escrito da prisão, o grande apóstolo escreve: “Procura vir ter comigo logo...
Procura vir antes do inverno” (2 Tm 4.9, 21). Paulo sabia que podia contar com
Timóteo, assim como sabia que podia contar com Lucas (2 Tm 4.11).
Essa confiabilidade também se faz evidente a luz do fato de que apesar
de sua juventude - era mais novo que Paulo vários anos (cf. I Tm 4.12; 2 Tm
2.22) -, sua natural reserva e timidez (I Co 16.10; 2 Tm 1.7) e suas
“frequentes enfermidades” (I Tm 5.23), estava disposto a deixar seu lar para
acompanhar o apóstolo em arriscadas viagens missionárias, ser enviado em
comissões difíceis e mesmo perigosas e de continuar sendo até o fim um servo
digno de JESUS CRISTO (Rm 16.21); ver também I Ts 3.2. Timóteo é mencionado
pela primeira vez em Atos 16.1, passagem da qual se poderia inferir com
probabilidade que ele era habitante de Listra (cf. At 20.4). Era procedente de
um casamento “misto”: de um pai grego, pagão, e de uma piedosa mãe judia,
Eunice e sua avó era Lóide (At 16.1; 2 Tm 1.5). Desde sua tenra idade fora
instruído nas Sagradas Letras do Antigo Testamento (2 Tm 3.15). Com toda
probabilidade, em sua primeira viagem missionária (cerca do ano 47 d. C.),
Paulo fora o instrumento para a conversão de Timóteo, por isso desde então podia
ser chamado “filho” (espiritual) de Paulo (1 Co 4.17; I Tm 1.2; 2 Tm 1.2). Por
isso, não surpreende ler que ele estivesse familiarizado com as perseguições e
os sofrimentos que os missionários experimentaram em sua primeira viagem (2 Tm
3.11), ou seja, antes que o próprio Timóteo se unisse a obra ativa de Paulo.
Embora Paulo fosse o pai espiritual de Timóteo, não é de todo improvável
que a avó Lóide e a mãe Eunice, cuja conversão ao Cristianismo precedeu a de
Timóteo (2 Tm 1.5), tenham cooperado muito efetivamente para que esse feliz
acontecimento viesse a ocorrer.
Quando, na segunda viagem missionária, Paulo e Silas chegaram a Derbe e
Listra, Timóteo atendeu favoravelmente a solicitação do apóstolo de unir-se ao
grupo nas tarefas missionárias. Isso deve ter ocorrido em torno do ano 51. À
luz de Atos sabemos que as pessoas de sua comunidade “davam bom testemunho
dele”. Posto ser notório que o pai de Timóteo era grego, de modo que a
influência do jovem entre os judeus seria reduzida a zero a menos que se
fizesse algo que demonstrasse publicamente sua devoção pelas Sagradas Letras do
povo do pacto, ele foi circuncidado (At 16.3). Nesse tempo, provavelmente
ocorreu outro acontecimento importante: Timóteo foi ordenado pelos anciãos da
igreja local (que fora estabelecida e organizada na primeira viagem) para sua
nova tarefa, participando o próprio Paulo da solene “imposição das mãos” (At
14.23; I Tm 1.18; 4.14; 2 Tm 1.6). Juntamente com os outros missionários,
Timóteo subsequentemente passou para a Europa, tendo Lucas por esse tempo se
unido ao grupo. Já expusemos nossas razões para crer que embora Lucas ficasse
em Filipos (contrastar “nos” de At 16.11, 13 com “eles” de At 17.1), Timóteo
seguiu viagem com Paulo e Silas para Tessalônica (ou pelo menos reuniu-se logo depois
com eles ali). Também ajudou os demais no lugar seguinte a que chegaram, ou
seja, em Beréia, onde ele e Silas foram deixados com o fim de prestar auxilio
espiritual a igreja recém-nascida, enquanto Paulo pessoalmente, acompanhado por
alguns de seus amigos, se dirigia à costa, chegando finalmente a Atenas (At
17.10-15). Agindo a pedido de Paulo, Timóteo deixou Beréia e se reuniu com o
apóstolo enquanto este ainda estava em Atenas (I Ts 3.1, 2). Foi enviado de
regresso a Tessalônica com o fim de fortalecer e animar aos irmãos (I Ts 3.1,
2). Depois que Paulo partiu de Atenas e começou a obra em Corinto, Silas e
Timóteo “vieram de Macedônia” para reunir-se com o apóstolo (At 18.1, 5; ver I
Ts 3.6). Em Corinto, Timóteo realizou seus trabalhos missionários com Paulo e
Silas. Por essa razão (e porque era conhecido em Tessalônica) seu nome é
associado com o deles nos cabeçalhos das duas Epístolas aos Tessalonicenses,
enviadas de Corinto (ver I Ts 1.1; 2Ts 1.1).
Na terceira viagem missionária (53/54-57/58 d. C.), Timóteo está com o
apóstolo durante o extenso ministério deste em Éfeso. Dali é enviado a
Macedônia e a Corinto (At 19.21, 22; I Co 4.17; 16.10). Como Timóteo foi por
via terrestre - ou seja, a Corinto via Macedônia -, Paulo esperava que seu colaborador
chegasse a Corinto depois que 1 Coríntios houvesse chegado a sua destinação.
Quando Paulo chega a Macedônia, Timóteo reuniu-se a ele, como é evidente a luz
do fato de que ele associa seu nome com o do apóstolo na epístola que ora envia
aos Coríntios (2 Co 1.1). Também é claro que o ajudante e sócio acompanhou o
apóstolo até Corinto (Rm 16.21), e que junto com os outros está com Paulo
quando regressa a Macedônia (At 20.3, 4), e o está esperando em Trôade (At
20.5). Provavelmente esteve também com o apóstolo em Jerusalém (I Co 16.3). Por
um pouco perdemos Timóteo de vista, mas durante a primeira prisão de Paulo em
Roma os dois estão em intimo contato novamente, como se faz evidente a luz de
Filipenses 1.1; Colossenses 1.1; Filemom 1.1. Como o apóstolo espera ser posto
em liberdade num futuro próximo (Fp 2.24), ele diz aos filipenses que espera
enviar-lhes Timóteo logo (Fp 2.19). Uma vez mais existe um vácuo na informação
que chegou até nós. A próxima vez que ouvimos de Timóteo, ele está em Éfeso,
onde Paulo juntou-se a ele. Ao partir, o apóstolo solicita que Timóteo fique em
seu lugar (I Tm 1.3). Enquanto permanecia ali, certo dia Timóteo recebe a carta
que hoje chamamos 1 Timóteo. Passam-se muitos meses, durante os quais nada se
ouve acerca de Timóteo. Logo chega outra carta, na qual Paulo, escrevendo de
Roma como prisioneiro que espera a morte, exorta seu amigo a fazer todo o
possível para ir vê-lo antes do inverno (2 Tm 4.9, 21). Não existe um relato
que esclareça se os dois chegaram realmente a ver-se outra vez. (A declaração
enigmática acerca de Timóteo em Hb 13.23 não pode ser discutida aqui.). É
possível admitir-se que Timóteo tentou ver o apóstolo. Isto está em harmonia
com todo seu caráter. Embora seja vacilante e reservado, seu amor por Paulo, e
mais ainda pelo Senhor JESUS CRISTO, por fim sempre triunfava. Talvez se
estremeça por um instante (cf. I Co 16.10), porém jamais se nega. O seu caráter
é digno de admiração. A dinâmica agressividade do apóstolo Paulo encontra uma
verdadeira contrapartida em sua natural timidez. Não surpreende que Paulo e
Timóteo fossem amigos! Timóteo e Tito tem em comum a inabalável lealdade a
causa do evangelho, a disposição de serem enviados em comissões difíceis e um
elevado conceito e respeito por seu amigo e superior, Paulo. Não obstante, em
certo aspecto ambos diferem. Tito é mais líder; Timóteo é um seguidor. Tito é o
tipo de homem que pode não só receber ordens, mas também pode proceder segundo
seu próprio critério (2 Co 8.16, 17). Timóteo necessita um pouco de estímulo (2
Tm 1.6), embora aqui a ênfase esteja posta em “um pouco” e não no “estímulo”.
Tito é um homem de recursos próprios, um homem com iniciativa numa boa causa.
Alguém em quem se vê um pouco da agressividade de Paulo. Timóteo é cooperador,
um homem que revela esse espírito mesmo quando tal cooperação exige que se
façam coisas que vão contra sua natural timidez. Essa é a forma em que esses
dois personagens se exibem na Galeria de Arte dos Escritos Sagrados. Ora, no
que respeita a Tito, seu nome não aparece no livro de Atos, porém em outros
lugares do Novo Testamento se encontra treze vezes: duas em Gálatas (2.1; 2.3),
uma em 2 Timóteo (5.10), uma vez em Tito ( 1.4), e não menos de nove vezes em 2
Coríntios (2.13; 7.6; 7.13; 7.14; 8.6; 8.16; 8.23; 12.18; e novamente em
12.18). Não obstante, a primeira referência tacita a Tito se encontra no livro
dos Atos, ainda que ali não se mencione seu nome. Comparando Atos 15.2 (“alguns
outros”) com Gálatas 2.1,3 (“levando também comigo a Tito”... “mesmo Tito, que
estava comigo”) sabemos que quando, depois da primeira viagem missionária,
Paulo e Barnabé foram enviados a Jerusalém para ajudar a igreja a chegar a uma
conclusão com respeito a se os cristãos gentios deviam circuncidar-se, foram
acompanhados por “alguns outros”, entre os quais estava “Tito”. Com toda
probabilidade, Tito era um dos convertidos pelo apóstolo, que o chama
“verdadeiro filho na fé comum” (Tt 1.4). Há quem opine que seu lar ficava em
Antioquia da Síria, e que se convertera durante a campanha de evangelização
especialmente bendita realizada por Paulo e Barnabé nesse lar (At 11.19- 26;
cf. At 14.26; 15.2; G1 2.1, 3), todavia isso não passa de uma conjetura
plausível. Em seguida Tito se transforma numa pessoa de magna importância para
o avanço do evangelho. È posto diante “dos apóstolos e anciãos”, em Jerusalém,
como um teste, um claro desafio aos judaizantes. Tito é grego (G1 2.3) e ambos
os seus genitores são gentios (em contraste com Timóteo, cuja mãe era judia).
Naturalmente, o partido judaizante de Jerusalém exigiu que ele fosse
circuncidado. Paulo, porém, não se deixa submeter-se por instante sequer (G1
-2.5), e a questão em disputa fica decidida em favor da livre admissão dos
gentios na igreja, com base na fé pura em CRISTO, sem que se lhes exija que guardem
a lei judaica (At 15.13-29). A importância dessa vitória para a liberdade
cristã e para o avanço do Cristianismo dificilmente se poderá superestimar.
Nada mais se ouve de Tito até a terceira viagem missionária de Paulo (data
provável, 53/54-57/58). Durante essa viagem, o fiel auxiliar de Paulo é enviado
a Corinto em mais de uma missão, ainda que os comentaristas difiram sobre se
ele foi enviado duas ou três vezes. Provavelmente, a reconstrução mais simples
de suas viagens seja também a melhor. Presumo que na terceira viagem
missionária Tito fez apenas duas viagens a Corinto, uma de Éfeso (ele foi o
portador de 1 Coríntios?) e uma de Macedônia, quando levou 2 Coríntios a seus
destinatários. Voltando agora a primeira viagem (Éfeso a Corinto), foi Tito quem
recebeu o encargo de realizar a delicada e difícil tarefa de solucionar “a
situação coríntia” (rivalidade de partidos, fornicação etc.; ver I Co 1.11;
5.6; 16.17). É verdade que sua chegada a Corinto parece ter sido seguida quase
imediatamente pela de Timóteo, porém nada se informa em relação com o que este
tenha feito na cidade. Não obstante, diz-se aos coríntios que quando Timóteo
chegasse, cuidassem para que ele estivesse entre eles “com tranquilidade” (I Co
16.10). Quanto a Tito, o apóstolo havia esperado encontrar seu emissário de
regresso a Trôade. Quando Paulo não o encontrou ali, não teve descanso em seu
espírito. Assim que partiu de Trôade e entrou na Europa (Macedônia, 2 Co 2.13),
seu espírito foi confortado e seu coração se encheu de alegria não só por
encontrar Tito, mas por ouvir de seus lábios um relato que em conjunto era
favorável (2 Co 7.6, 13, 14)A missão para a qual Tito fora chamado a cumprir
tinha sido bem sucedida numa medida considerável. Parece que em Corinto ele
atuara com base no principio de que o melhor método de vencer o mal é “com o
bem”. Assim, enquanto esteve ali, começara a por em ação novamente a obra de
coleta de fundos para os santos carentes de Jerusalém.
Essa importante obra, que fora iniciada vários meses antes (2 Co 8.10),
teve a data prorrogada. Tito, com o dinamismo que o caracterizava, lhe
imprimira novos impulsos. Como já se indicou, o relato que Tito havia trazido
não era de todo favorável. Os inimigos de Paulo não receberam de bom grado a
repreensão que haviam recebido. Atacaram o apostolado de Paulo, e o acusaram de
leviandade por haver mudado os planos de viagem (2 Co 1.15- 24); que ele
revelara uma atitude jactanciosa que escondia uma covardia secreta; e que
embora pregasse o evangelho sem remuneração, seus motivos não eram puros. Em
conformidade com isso, de Macedônia (Filipos?) Paulo então escreve 2 Coríntios,
a qual é levada por Tito (o mesmo que levou 1 Coríntios a seus
destinatários?). Ele era o homem adequado para lidar com uma situação difícil.
Ao mesmo tempo, poderia completar a obra de coletar fundos para os pobres de
Jerusalém. Dessa vez Tito é acompanhado por outros dois, um dos quais era um
notável pregador (2 Co 8.16-24). Tito, fiel a seu caráter, estava desejoso de
continuar nessa missão (2 Co 8.16, 17). Nele não se descobre hesitação alguma.
Segue-se um longo intervalo (talvez cerca de 56 a 63 d. C.) durante o qual nada
sabemos de Tito. A próxima menção de seu nome é quando está a cargo de uma
igreja em Creta (ou de um grupo de igrejas). Posto em liberdade de sua primeira
prisão em Roma, e de viagem em direção ao oriente, Paulo o deixou ali com o fim
de levar a bom termo o mandato descrito em Tito 1.5 (ver sobre essa passagem).
Encontraremos Tito novamente (ver itens 2, 5, 6 e 10, nas pp. 55-56). Uma comparação
entre 1 Timóteo 4.12 (“Que ninguém despreze sua juventude”) e Tito 2.15
(“Exorte e repreenda com toda autoridade. Ninguém o despreze”) pareceria
indicar que Tito era mais velho que Timóteo. Ele amava os coríntios, amava seu
Senhor. Amava a obra do Senhor, e revelou ampla evidência disso pela forma
espontânea com que assumiu sua tarefa em Corinto. Nutria o mesmo espírito que
Paulo, e seguia de perto seus passos (2 Co 12.18). Era original, prudente,
corajoso, leal, um amigo intimo e de confiança do grande apóstolo, o verdadeiro
representante deste na causa de CRISTO.
IV. Qual é Seu Antecedente Histórico e Seu Propósito?
Tem-se estabelecido (ver pp. 35-40) que toda a evidência histórica
aponta na direção de uma libertação de Paulo de sua primeira prisão em Roma.
Aonde foi ele imediatamente depois de ser posto em liberdade? Simplesmente não
sabemos com nenhum grau de certeza. Naturalmente, as Pastorais implicam uma
série de viagens, porém esses são apenas “elos” que podem ser unidos de muitas
maneiras diferentes. Teria Paulo ido a Espanha? Teria ido ele de Roma a
Filipos, e dali a Éfeso, como afirmam alguns, ou foi o inverso disso
(Roma-Éfeso-Filipos), como afirmam outros? Quando teria viajado para Espanha?
Teria Timóteo pedido permissão a Paulo para sair de Éfeso, permissão essa
negada? Se esse é o caso, onde estava o apóstolo quando lhe chegou essa
petição? Estava em algum lugar voltando da Espanha e dirigindo-se a Macedônia,
como supõem alguns? Ou, é isso me parece preferível, devemos rejeitar a ideia
de uma petição procedente de Timóteo, e devemos, quem sabe, pôr Paulo em Éfeso
com Timóteo, quando solicita ao jovem que permaneça em seu posto, enquanto o
apóstolo segue viagem rumo a Europa? É possível formular mais perguntas como
essas. Entre as muitas combinações possíveis, o seguinte esquema é tão bom
quanto qualquer outro. Ele tem a vantagem de sugerir uma linha natural de
viagem.
1. Imediatamente depois de sua liberação, Paulo envia Timóteo a Filipos
com esta boa notícia (Fp 2.19-23). Não pode estar muito fora a data de 63 d. C.
Depois de 19 a 24 de julho de 64 (incêndio de Roma), a libertação teria sido
muito improvável.
2. Paulo propriamente dito começa sua viagem em direção a Ásia Menor, e
ao passar por Creta com essa destinação, deixa Tito na ilha com a finalidade de
completar a organização da igreja (ou das igrejas) que fora estabelecida ali
(cf. At 2.11; Tt 1.5).
3. O apóstolo chega a Éfeso, viaja até Colossos como havia proposto (Fm
22) e regressa para Éfeso.
4. Ali ele se reúne a Timóteo que traz notícias da congregação de
Filipos (ver 1). Ao partir, Paulo solicita a Timóteo que ficasse em Éfeso, o
que era indispensável a seu ministério (I Tm 1.3, 4).
5. Paulo pessoalmente vai a Macedônia, como havia planejado (Fp 2.24; I
Tm 1.3). Espera regressar a Éfeso em breve, mas antes prevê que sua ausência
será prolongada (I Tm 3.14, 15). De Macedônia (Filipos?) escreve duas Epístolas
que se assemelham muito entre si: 1 Timóteo e Tito. Em sua epístola a Tito
solicita a esse amado irmão que o encontre em Nicópolis (Tt 3.12).
6. De acordo com o planejado, o apóstolo viaja para Nicópolis (em
Epiro), situada nas costa oriental do mar Jônico. Ali passa o inverno (Tt 3.12)
e Tito se reúne a ele.
7. Paulo viaja para a Espanha (Rm 15.24), segundo alguns “levando Tito
com ele”, mas não há indicação alguma nesse sentido. Imagina-se se Paulo foi a
Espanha nessa ocasião e que Tito foi com ele, isso é algo que se admite. Acerca
de Tito não há nada definido até chegarmos a 2 Timóteo 4.10.
8. Havendo regressado da Espanha, Paulo segue com destino a Ásia menor
(ver 5) e deixa Trófimo enfermo em Mileto, ao sul de Éfeso (2 Tm 4.20). Teria o
apóstolo se encontrado novamente com Timóteo e teria ocorrido a separação com
lágrimas (2 Tm 1.4) nessa oportunidade ou pouco depois?
9. Em Trôade ele visita Carpo, em cuja casa deixa a capa (2 Tm 4.13).
Dirige-se a Roma via Corinto, onde Erasto permanece (2 Tm 4.20). Volta a ser
preso. (Não se sabe onde ocorreu - Trôade, Corinto, Roma ou outro lugar.) Quem
reina é o cruel Nero. Esse é o monstro que assassinou seu meio-irmão, sua
própria mãe, sua esposa (Otávia), seu tutor (Sêneca) e muitos outros. Quando
Roma foi incendiada, em 64, o povo acusou Nero de ter ateado fogo a cidade. Ele
tentou desviar de si a atenção e culpou os cristãos. O carnaval de sangue que
se seguiu foi algo terrível.
10. Consequentemente, Paulo, ao regressar da Espanha, não mais desfrutou
da proteção política. Sua segunda prisão é severa e breve (2 Tm 1.16, 17; 2.9).
Somente Lucas permanece com ele. Demas o desamparou, havendo amado este mundo e
partindo para Tessalônica. Crescente foi para Galácia ou Galia (Gaul), Tito,
para Dalmácia (ver comentário sobre 2 Tm 4.10, 11). Ao solicitar que Timóteo
fosse logo, pede-lhe que leve consigo Marcos. Esses detalhes se encontram em 2
Timóteo, carta que foi escrita quando a morte já rondava o apóstolo (2 Tm
4.6-11). Ele é condenado a morte e a decapitação na Via Ostia, quase cinco
quilômetros fora da capital. Não sabemos se Timóteo e Marcos chegaram em Roma
antes da morte do apóstolo.
Voltamos agora aos itens 4 e 5. Em Éfeso os judaizantes estavam
difundindo suas doutrinas estranhas, pondo forte ênfase em coisas tais como
genealogias intermináveis e fábulas profanas e de velhas caducas e assumindo a
postura de doutores da lei (1 Tm 1.4, 7; 4.7). Segundo vários interpretes - e é
possível que tenham razão esses seguidores do erro também criam que a matéria é
má ou, pelo menos, a sede do mal, e, portanto, reconheciam uma ressurreição
meramente espiritual (2 Tm 2.18). Logo passaram também a proibir o matrimônio e
o uso de certos alimentos (I Tm 4.3). Já mostramos que os erros condenados eram
em parte atuais, em parte futuros e em parte atuais e futuros (ver pp. 32-33).
Além do mais, ao defenderem uma ética e doutrinas falsas, esses sinistros
mestres (e talvez outros com eles) parece ter tornado necessário que Paulo
estabelecesse algumas regras claras acerca da conduta apropriada no culto
publico (ver especialmente o capitulo 2). As mulheres também careciam de
instrução especial a esse respeito. A situação era muito grave. Isso se faz
evidente quando se tem em conta os fatos adicionais:
a. a luz de passagens tais como 1 Timóteo 1.6, 20; 3.3, 6; 5.17-25
provavelmente se poderia presumir que membros proeminentes da igreja -
inclusive alguns com “complexo de superioridade” (pessoas “inchadas”) -
estivessem entre os seguidores do erro; e
b. o próprio Timóteo, como já vimos, era por natureza pessoa de
disposição muito oposta. Tudo indica ter sido uma pessoa com “complexo de
inferioridade”. Era realmente difícil que um homem tal pudesse fazer frente a
tal situação. Por isso, cerca do ano 63, Paulo, recentemente afastado de Éfeso
onde deixara Timóteo, e estando então na Macedônia (I Tm 1.3), instrui Timóteo
sobre como administrar os assuntos da igreja. Especificamente, escreve com o
fim de:
(1) Fortalecer o espírito de Timóteo, lembrando-o do “dom” que havia
recebido (I Tm 4.14), sua “boa confissão” (6.12) e o depósito que se lhe havia
recomendado (6.20).
(2) Transmitir orientação com respeito ao crítico conflito contra os
erros destrutivos da alma que estavam sendo difundidos na igreja de Éfeso, e
exortar Timóteo que continuasse na “sã doutrina” (1.3-11; 1.18-20; cap. 4; cap.
6). Tal orientação se faria absolutamente necessária se a ausência do apóstolo
se prolongasse (ver comentário sobre I Tm 3.14, 15). Em conexão com essa
batalha contra a difusão do erro, ênfase é posta na importância da organização
adequada: eleição do tipo adequado de líderes (especialmente anciãos e
diáconos) e de admoestá-los caso se extraviem (cap. 3; cap. 2).
(3) Fornecer diretrizes para a conduta apropriada no culto publico (cap.
2). Voltando uma vez mais ao item 5, notamos que Paulo, então em Macedônia
(Filipos?), também escreve a Tito, a quem deixara em Creta e a quem deseja ver
em Nicópolis. A reputação dos cretenses não era boa. A necessidade de uma
santificação total na vida congregacional, individual, familiar e publica tinha
de ser enfatizada aqui mais que em qualquer outro lugar. Os anciãos que iriam
ser designados deveriam ser “irrepreensíveis” (1.5, 6). Era necessário fechar a
boca de indivíduos contumazes, loquazes fúteis e enganadores (1.10). Era
preciso ensinar o povo (especialmente os membros da igreja!) a que se
abstivesse dos desejos mundanos e viver sóbria, justa e piedosamente no mundo
atual, esperando a gloriosa manifestação do Redentor (2.11-14). Na vida
publica, deviam ser obedientes as autoridades e conduzir-se corretamente em
relação a todos (3.1, 2). Os que provocavam divisões e eram impenitentes deviam
ser disciplinados (3.10). Em contrapartida, os obreiros do evangelho que eram
sinceros (como Zenas e Apolo), cujo itinerário podia incluir Creta, e que
provavelmente levavam com eles a carta de Paulo endereçada a Tito, deviam
receber toda assistência (3.13).
Consequentemente, a carta a Tito foi escrita com este tríplice propósito
em mente:
(1) Insistir com Tito a ir ter com Paulo em Nicópolis, assim que um
substituto houvesse assumido o trabalho em Creta (3.12).
(2) Encaminhar Zenas, o interprete da lei, e Apolo, o evangelista
eloquente (3.13).
(3) Ministrar diretrizes para a promoção do espírito de santificação nas
relações congregacionais, individuais, familiares e sociais. Desses três
propósitos enunciados, o último é o que cobre um território mais amplo. Quando
deixamos 1 Timóteo e Tito, e nos volvemos para 2 Timóteo, notamos imediatamente
que toda a atmosfera sofre mudança. Quando escreveu 1 Timóteo e Tito, o
apóstolo era um homem livre, que podia fazer planos de viagens. Quando escreve
2 Timóteo, ele é um prisioneiro que se acha face a face com a morte. Creta (Tt
1.5), Éfeso (I Tm 1.3), Macedônia (I Tm 1.3; cf. Fp 2.24) e Nicópolis (Tt 3.12)
são os lugares mencionados nominalmente em 1 Timóteo e Tito (em conjunto), e
formam uma rota facilmente traçável no mapa. Embora ninguém saiba se o apóstolo
realmente passou por esses lugares, nessa ordem, todos terão de reconhecer que
essa linha de viagem é natural. Mileto (2 Tm 4.20), Trôade (2 Tm 4.13), Corinto
(2 Tm 4.20; cf. Rm 16.23) são lugares que Paulo visitou na viagem - ou nas
viagens suposta em 2 Timóteo até chegar a Roma e a prisão final (cf. 2 Tm 1.8;
4.6). Aqui também, se a ordem em que delineamos essas estações for correta, a
rota é lógica. Portanto, é natural presumir que a viagem a Espanha ocorreu entre
essas duas viagens, ou seja, entre a rota suposta em 1 Timóteo e Tito, de um
lado, e a que provavelmente 2 Timóteo indica, do outro. Pela razão apresentada,
provavelmente seja incorreto dizer que Tito 3.12 e 2 Timóteo 4.21 se referem ao
mesmo “inverno” e em seguida fixar, portanto, a data de Tito, situando-a o mais
próxima possível de 2 Timóteo. E preciso lembrar que o apóstolo havia feito
planos definidos quanto ao lugar onde ele, como um homem livre, passaria o
inverno referido em Tito 3.12 (ou seja, Nicópolis). Nenhum dos planos era
possível com respeito ao lugar onde Paulo, o prisioneiro, passaria o “inverno”
referido em 2 Timóteo 4.21. Esses dois invernos não são o mesmo. Quando ele
escreve 2 Timóteo, todo o quadro é diferente. Esse é o inverno do ano 65, 66 ou
67. É o último inverno de Paulo sobre a terra. O grande apóstolo, escrevendo da
prisão na metrópole do mundo, estava em dúvida sobre se seu auxiliar chegaria a
Roma antes de sua morte, e admoesta Timóteo a que, seja o que for que lhe aconteça,
estivesse firme na sã doutrina e a defendesse incessantemente contra todo e
qualquer adversário. Ainda que 2 Timóteo não declare onde se encontrava Timóteo
quando foi escrita, não obstante há várias passagens que apontam para Éfeso.
Assim Paulo diz a Timóteo saber ele que “todos os que estão na Ásia” o
abandonaram (1.15). Se a pessoa a quem se dirige estava em Éfeso, que ficava na
“Ásia”, é compreensível que teria de estar a par de tal situação.
Semelhantemente, Paulo escreve que Timóteo “sabe melhor” que o apóstolo, ou
“sabe muito bem” dos serviços que Onesíforo prestara, e admite que Timóteo “em
Éfeso” (1.18) poderia levar as saudações de Paulo a família deste “portador de
benefícios” (4.19). Há outra referência a Éfeso em 4.12: “Enviei Tito a Éfeso.”
Além do mais, se Timóteo está vivendo em Éfeso, não lhe será difícil demais
levar a capa que Paulo deixara “em Trôade, em casa de Carpo” (4.13). De modo
algum nos surpreenderia encontrar Priscila (ou Prisca) e Áquila (4.19) de volta
a Éfeso (embora não se mencione o lugar), onde viveram anteriormente (At 18.18,
19, 24, 26; cf. I Co 16.19). É verdade que depois de sua estada em Éfeso
voltaram a Roma (Rm 16.3), mas não é de estranhar que, havendo uma furiosa
perseguição em Roma, tenham abandonado novamente a capital. Anteriormente e por
razões semelhantes, haviam deixado a Itália (At 18.2). Um ponto adicional na
evidência circunstancial que associa Timóteo com Éfeso quando essa carta foi
escrita e a natureza da heresia a qual é aqui condenada (ver 2 Tm 2.14-18).
Até certo ponto ela se assemelha àquela denunciada em 1 Timóteo (dirigida a
Timóteo enquanto estava em Éfeso, I Tm 1.3). Então, poderíamos presumir que
Timóteo ainda não havia saído de Éfeso, onde o erro e a perseguição aos crentes
grassavam (1.8; 2.3, 12, 14-18, 23; 3.8, 12).
Consequentemente, é possível resumir assim o propósito de Paulo ao
escrever 2 Timóteo:
(1) Solicitar que Timóteo fosse a Roma o mais depressa possível em vista
da iminente partida do apóstolo desta vida (4.9, 21; cf. 4.6-8).
(2) Admoestá-lo a persistir na sã doutrina, defendendo-a contra todo e
qualquer erro e suportando as dificuldades como bom soldado. Este segundo item
é característico de toda a carta.
William Hendriksen, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, São Paulo: Cultura
Cristã, 2001, p. 191-6 (Comentário do Novo Testamento)
Comentário Sobre Tito
ESBOÇO DE TITO
Tema: O Apóstolo Paulo, Escrevendo a Tito, Ministra Diretrizes para a
Promoção do ESPÍRITO de Santificação
Capítulo 1: Na Vida Congregacional.
A. Destina..o e Saúda-o.
B. Deve-se designar presbíteros bem qualificados em todas as cidades.
C. Razão: Creta não tem escassez de pessoas de muita reputação, as quais
necessitam ser repreendidas com toda seriedade.
Capítulo 2: Na Vida Familiar e Individual.
A. Todas as classes de indivíduos que compõem o círculo familiar devem
conduzir-se de tal maneira que, por meio de sua vida, possam adornar a doutrina
de DEUS, seu Salvador.
B. Razão: A graça de DEUS se manifestou a todos para a santificação e
para a jubilosa expectativa do aparecimento em glória de nosso grande DEUS e
Salvador,
JESUS CRISTO.
Capítulo 3: Na Vida Social (ou seja, Pública).
A. Os crentes devem obedecer as autoridades. Devem ser amáveis para com
todos os homens, visto que foi a bondade de DEUS nosso Salvador, não nossas
obras, o que nos trouxe a salvação.
B. Em contrapartida, é preciso evitar as questões néscias e os homens
facciosos que se negam a prestar atenção às admoestações.
C. Instruções finais com respeito a itinerantes em prol do reino
(Artemas ou Tíquico, Tito, Zenas, Apolo) e a crentes cretenses em geral.
Saudações.
William Hendriksen, 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito, São Paulo: Cultura
Cristã, 2001, p. 191-6 (Comentário do Novo Testamento)
2 TIMÓTEO
2 Timóteo 3.14. Paulo agora receita o remédio
soberano contra serem enganados por tais charlatães, diz, a adesão leal à
mensagem do evangelho em contraste com as novidades imaginativas (cf. 2: 16)
que vã'o mercadejando.Tu, porém, diz ele, contrastando Timóteo com os
enganadores especiosos que acaba de mencionar, permanece naquilo que
aprendeste, e de que foste inteirado. Sua confiança nestas verdades devia
ter uma base dupla. Primeiramente, sabe de quem (o pronome está no
plural no Grego) o aprendeste. Estas verdades da tradição cristã'
foram transmitidas a ele, não por aventureiros individualistas sagazes, para os
quais ninguém pode ser fiador a não ser eles mesmos, mas, sim, por sua mãe e
avó (cf. 1: 5), o próprio Apóstolo, e outras testemunhas de fidedignidade
comprovada; e deu seu assentimento firme a elas.
2 Timóteo 3.15. O segundo motivo para sua cobrança
deve ser a sólida base que recebeu na Escritura; desde a
infância, conforme muito bem sabe, tem tido familiaridade com as
sagradas letras. Esperava-se dos pais judeus que ensinassem aos seus filhos
a Lei desde a idade de cinco anos. A expressão as sagradas
letras (Gr. hiera grammata) é achada somente aqui na Bíblia,
onde o substantivo que denota a Escritura é normalmente
graphe (singular ou plural). Os comentaristas têm feito esforços
desnecessários para excogitar as razões para sua escolhia na presente passagem,
e a teoria menos plausível é que o plural abrange especificamente os
escritos cristãos, inclusive as cartas do próprio Paulo, bem como o A.T.
Aqueles que adotam este ponto de vista acreditam que o escritor pertencia à
segunda quarta parte do século 11, e que, portanto, deve-se esperar
uma referência à literatura cristã' autorizada. Mesmo com esta pressuposição,
no entanto, (a) nada há na frase que dê a mínima sugestão dos escritos
cristãos, e (b) é incrível. que o escritor, que, segundo se supõe,
está fazendo o melhor que pode para representar o Apóstolo lembrando Timóteo da
educação que recebeu na sua juventude, caísse num anacronismo tão desajeitado.
Realmente, por sagradas letras Paulo quer dizer, é lógico, o
A.T.; há evidência abundante de que esta era uma designação clássica para ele
no judaísmo de fala grega (cf. Filo e Josefo). A ausência do artigo definido no
Grego confirma que é usado de modo técnico. Seu uso da frase, no lugar da
palavra mais usual graphé, está de acordo com sua predileção (ou a do
seu amanuense) nestas cartas por uma linguagem idiomática mais rabínica. O A.T.
era a única Escritura canônica para os cristãos bem como para os judeus na era
apostólica, e por várias gerações depois. lrineu (c. de 180) foi o primeiro
escritor a falar inequivocamente de um"Novo Testamento"; mas em data
tão recuada quanto 2 Pe 3: 15-16, as cartas de Paulo estavam sendo
classificadas com"as demais Escrituras," ao passo que para Inácio (c.
de 110)"o evangelho" era uma autoridade equivalente a"os
profetas" (e.g. Smym. v.l; vii. 2).
A razão porque os livros do A.T. são tão preciosos é porque podem
tomar-te sábio para a salvação pela fé em CRISTO JESUS. Noutras palavras,
transmitem, não simples fatos nem mesmo história sagrada, mas, sim, uma
revelação do propósito salvífico de DEUS. A"sabedoria" referida ( o
Grego tem o verbo: tomar-te sábio) é o profundo entendimento ou
domínio que o crente normalmente possui, e é contrastada com a insensatez dos
mestres do erro, estigmatizada no v. 9. E esta apreensão vem pela fé em
CRISTO JESUS. A chave à Escritura é CRISTO, e esta nada pode dizer aos
homens até que O tenham recebido como Salvador e Senhor. Este, no cômputo
geral, é o sentido mais provável das palavras finais, embora muitos prefiram
entendê-Ias mais estreitamente com salvação. Segundo este ponto de
vista, Paulo está enfatizando que a salvação sobre a qual o A.T.
instrui os homens somente pode ser obtida mediante uma fé viva em CRISTO.
2 Timóteo 3.16. Paulo desenvolve sua doutrina do
valor do A.T. numa frase que os comentaristas têm achado ambígua e
frustradora. Toda Escritura, declara ele, é inspirada por DEUS e
útil. . . Não precisa haver hesitação acerca do substantivo (Gr. graphé), pelo
menos no que diz respeito à sua referência geral. Embora literalmente
signifique"escrito" ou"livro" e possa concebivelmente
abranger escritos ou livros em geral, tanto o contexto quanto o uso no N. T.
requerem que tenha o sentido mais restrito de Escritura, i.é, o A.T.
Muito mais difícil é a expressão total (Gr. posa graphe), traduzida
aqui Toda Escritura. No singular, graphe pode denotar
(a) um livro da Escritura,
(b) a Escritura na sua totalidade (e.g. GI 3:8,22; Rm 11:1; cf.
também 1 Tm 5:18), ou
(c) uma passagem específica da Escritura (e.g. Mc 12: 10; Jo 19:37;
20:9; At 8:35). O primeiro uso, freqüente no judaísmo helenístico, falta
inteiramente no N.T., e provavelmente estamos justificados em exclui-Io aqui.
Muitos preferem o segundo; e traduzem Toda Escritura, e a favor disto
há o fato de que o Apóstolo está claramente pensando do A.T. na sua inteireza.
Do outro lado, não há artigo definido no Grego aqui, e
onde pas (="todo" ou"cada") é empregado com um
substantivo no singular sem o artigo, usualmente significa"cada" ao
invés de"totalidade" ou"todo." O problema é complicado pelo
fato de que não podemos ter certeza quão rigorosamente este dogma foi observado
no koine no século I, mas o equilíbrio do argumento parece favorecer Toda
Escritura. Tendo falado de modo geral das sagradas letras, Paulo
talvez agora esteja ansioso para enfatizar a importância delas em todas as
passagens individuais que perfazem a totalidade.
Tem havido, também, muita discussão acerca da construção da frase, pois
não há verbo que corresponde a"é" no original. Visto que a
partícula traduzida"é" tem o significado alternativo
de"também," inspirada por DEUS pode ser interpretado ou
como predicado conforme supra, ou como um adjetivo qualificador ("Toda
Escritura inspirada.é também útil. . .''). Os comentaristas que favorecem esta
última interpretação argumentam que uma afirmação direta da inspiração .da
Escritura está fora de lugar aqui, visto que Timóteo presumivelmente nunca a
duvidara e o objetivo de Paulo é ressaltar a utilidade do A.T. Mesmo
assim, uma lembrança da sua origem divina é perfeitamente apropriada numa
passagem que visa impressionar sobre seu discípulo o valor dela, tanto como a
a1:1tenticaçio da mensagem cristã quanto como um instrumento pastoral. Uma
decisão não é fácil, mas como apoio para a versão adota. da pode ser
argumentado que
(a) parece natural, na ausência de um verbo, analisar os dois
adjetivos da mesma maneira;
(b) que a construção da frase é exatamente paralela com a de 1 Tm
4:4, onde os dois adjetivos são predicativos;
(c) que se inspirada por DEUS fosse atributivo,
deveríamos, nas circunstâncias, esperar que fosse colocado antes
de Escritura, e, além do mais,"também" não teria razão de
ser; e
(d) que"Toda Escritura inspirada" parece conter uma
insinuação que certas passagens da Escritura não são inspiradas.
O adjetivo traduzido - inspirada por
DEUS (Gr. tneopneutos) não ocorre em qualquer outra parte da
Bíblia Grega, mas é achado quatro vezes na literatura grega pré-cristã' e nos
Oráculos Sibilinos. Significa literalmente ''soprado para dentro por DEUS:' e
expressa com exatidão o conceito da inspiração do A. T. que prevalecia entre os
judeus do século I (cf. Josefo,
C Ap:i. 37 ss.;Filo,Spec.leg. i. 65; iv.49; Quisrer,
div. 263 ss.). A igreja o adotou na sua inteireza, conforme vemos na
declaração em 2 Pe 1:21 de que, na profecia,"homens santos falaram da
parte de DEUS movidos pelo ESPÍRITO SANTO."
- Porque o próprio DEUS fala através dele, o A.T. é pastoralmente
útil para o ensino, i.é, como fonte positiva de doutrina cristã' (cf.
o hábito de Paulo de constantemente reforçar sua mensagem com citações
bíblicas); para a repreensão, i.é para refutar o erro e para
repreender o pecado; para a correção, para convencer os
mal-orientados dos seus erros e de colocá-Ios no caminho certo outra vez;
e para a educação na justiça, i.é, para a educação construtiva na
vida cristã'. A palavra
traduzida justiça (Gr. dikaiosune) também
significa"retidão;" para este sentido, cf. 2:22; 1 Tm 6: 11 - também
Rm 14: 17; 2 Co 6: 14; 11: 15.
2 Timóteo 3.17. Se. a Escritura ê usada de todas
estas maneiras, preenche uma função específica, fazendo com que o homem de
DEUS seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa obra. A
cláusula ê introduzida por a fim de que (Gr. hina), que no
Grego clássico normalmente expressa propósito, mas que
no koine freqüentemente era usado para denotar resultado. O último
sentido parece preferível aqui. A frase homem de DEUS poderia
designar os cristãos em geral, mas o contexto e o uso deliberado do singular
confirmam que, como em 1 Tm 6: 11 (ver a nota ali), Paulo está pensando
especificamente do líder cristão. Com a ajuda de um treinamento sadio na
Escritura toma-se perfeitamente adaptado à sua tarefa, e pode enfrentar de modo
firme as suas responsabilidades. As palavras finais repetem a ênfase dada às
obras caridosas que é um aspecto tão destacado destas cartas: ver nota sobre 1
Tm 2: 10; cf. também Tm5:10;2Tm2:21; Tt3:1; etc.
I e II Timóteo e Tito - Introdução e Comentário -
J.N.D.Kelly - Série Cultura Bíblica - edições 1983,1986, 1991 - Sociedade
Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão - SP
TITO - CONSELHOS PARA CATEGORIAS DIFERENTES DE CRISTÃOS 2: 1-10
Tendo feito provisões para a nomeação de ministros apropriados, e tendo deixado
Tito de sobreaviso contra os sectários subversivos, Paulo volta-se para o
supervisão pastoral das próprias comunidades cretenses. Como nas passagens
correspondentes em Cl 3: 18 - 4: 1 e Ef 5:22 - 6:9, divide-as em grupos, embora
a divisão aqui seja baseada na idade, no sexo, e na posição social ao invés da
família. Como noutros lugares, parece que está adaptando listas correntemente
aceitas de qualidades admiráveis. Ao requerer de cada um dos grupos que observe
um alto padrão de conduta, está preocupado tanto com a boa reputação da igreja
quanto com o avanço do evangelho num ambiente de moralidade duvidosa.
Tito 2.1. Suas palavras iniciais, Tu, porém, (Gr. Su
de: lit. ''Mas tu"), são enfáticas. Os falsos mestres fustigados na
seção anterior têm desviado as pessoas; a linha seguida por Tito deve ser
exatamente a oposta. Destarte, seu ensino deve ser o que convém à sã
doutrina, em contraste com as"fábulas" e os mandamentos dos
homens dos sectários. Para sã doutrina, cf. 1:9; ver também nota
sobre 1 Tm 1:10. O conselho de Paulo vai ser rigorosamente prático, mas n[o
oculta sua convicção de que a base do bom comportamento é a crença correta.
Tito 2.6, 7. O tom de Paulo torna-se mais severo quando chega
aos moços. Exorta-os, pede a Tito, empregando o imperativo pela
primeira vez, para que. . . sejam
criteriosos ("exerçam controle-próprio"). Mais uma vez temos
esta qualidade que é tão prezada nas Pastorais (ver sobre 1 Tm 2:9), pois o
verbo aqui usado (Gr. sõphronizein) tem relacionamento com o adjetivo
(Gr. sõphrõn) traduzido"sensato" nos vv. 2 e 5. Não fica
totalmente claro. se a expressão em todas as coisas deva ser tomada
com este infinitivo ou com a frase que se segue. Qualquer destas maneiras é
gramaticamente possível, mas a primeira parece preferível (a) porque
as palavras então indicam o largo escopo do"controle-próprio"
exigido, e (b) porque a segunda pessoa no singular, ter, na
cláusula seguinte, volta então a reaver sua verdadeira ênfase.
Paulo sabe que a pregação por si mesma terá pouca utilidade; Tito terá
mais probabilidade de conseguir fazer o efeito desejado se se
mostrar padrão de boas obras ("boa conduta"). O acento
aqui, conforme já foi sugerido, recai fortemente sobre te; Tito ainda
é relativamente jovem, e, destarte, sua maneira de comportar-se deve ter
influência sobre os jovens. Para a insistência do Apóstolo de que o líder
cristão deve pessoal mente dar o exemplo, ver sobre 1 Tm 4: 12.
10. Não somente os escravos devem ser obedientes aos seus
senhores, como também devem"dar-lhes satisfação sem responder nem
furtar" - dando-lhes motivo de satisfação; não sejam respondões, não
furtem. Devem cumprir seus deveres com um desejo positivo de agradar,
pensando na sua posição de cristãos mais do que de escravos, O verbo traduzido furtar (Gr. .nesphizesthai) literalmente
significa"separar," ou"colocar de lado," e assim fica sendo
um eufemismo para.o furto em pequena escala ou o quieto aproveitamento dalgumas
vantagens indevidas. Longe de descer àquele nível, o escravo cristão deve
esforçar-se para exibir prova de toda a fidelidade.
No fim, Paulo dá a razão profundamente cristã porque os escravos devam
manter este alto padrão de conduta, :e urna razão que demonstra que
compartilham, igualmente com seus senhores, da tarefa suprema de honrar a DEUS
nas suas vidas, à qual a igreja inteira é dedicada - a fim de ornarem, em
todas as coisas, a doutrina de DEUS, nosso Salvador. Noutras palavras, seu
comportamento obediente ajudará a fazer a mensagem cristã atraente e nobre, e
assim a recomendará ao mundo externo. Para DEUS, nosso
Salvador (característica das Pastorais).
I e II Timóteo e Tito - Introdução e Comentário -
J.N.D.Kelly - Série Cultura Bíblica - edições 1983,1986, 1991 - Sociedade
Religiosa Edições Vida Nova e Associação Religiosa Editora Mundo Cristão - SP
DESGRAÇAS DOS ÚLTIMOS DIAS. 3: 1-9
I. Como em 1 Tm 4: 1 ss (ver as notas ali), Paulo agora relembra a
Timóteo (Sabe, porém, isto) acerca da convicção cristã primitiva de que o
período que antecederia a volta de CRISTO seria de crise agonizante, envolvendo
um colapso de padrões morais. Visto que está fazendo uso de matéria profética
corrente na igreja, naturalmente emprega o tempo do futuro, mas logo toma-se
aparente que sua atenção está fixa no presente, quando aquelas predições estão
sendo por demais exatamente cumpridas. Sua lição é que Timóteo, longe de ficar
desanimado, deve ficar de sobreaviso, e, em certo sentido, até mesmo
estimulado, pelas evidências ao seu redor da má conduta e da fé religiosa
insatisfatória, que o Apóstolo classifica juntas, visto que todas fazem parte
do padrão dos eventos que foi profetizado.
Para a expressão Nos últimos dias, cf. At 2:17; Tg 5;3; 2 Pe.3:3; Jd 18.
Não é achada nas Paulinas reconhecidas (mas cf. 1 Tm 4: 1:"nos últimos
tempos"), denota o período pouco antes da Paurosia e do fim da era
presente. A igreja apostólica acreditava que o próprio CRISTO predissera que
estes eventos seriam introduzidos por uma crise do mal, inclusive a emergência,
de impostores religiosos e uma apostasia geral (Mt 24; Mc 13; Lc 21), e a
apocalíptica judaica previu um colapso total da moralidade diante da vinda do.
Messias. Paulo, portanto, pode aceitar como verdade estabelecida (cf. 2 Ts
2:3-12) de que sobrevirão tempos difíceis, i.é, penosos e perigosos para os
servos verdadeiros de DEUS, e a situação deplorável em Éfeso parece fornecer
confirmação empírica (experimental, acontecendo na sua época) do fato.
- É também ensino tradicional judaico ao invés de ser a diatribe
helenística.
2. Paulo começa com uma declaração generalizante de que os homens serão
vis de várias maneiras. Não está pensando primeiramente de grupos específicos,
mas, sim, está dando expressão aos prenúncios apocalípticos de um repúdio geral
à lei, à decência, e à afeição natural. Destarte, os adjetivos egoístas e
avarentos (lit."amantes de si mesmos" e"amantes do
dinheiro") têm, igualmente, o prefIxo phil- em Grego: Pode ser notado que
o catálogo é encerrado com um par construído de modo semelhante: amigos dos
prazeres e amigos de DEUS. Estes pares fornecem a chave dos demais, visto que a
corrupção moral completa tende a ser o resultado quando os homens abandonam a
DEUS para ficarem ocupados com o próprio-eu e a satisfação material. Para o
conceito do dinheiro como uma causa radical do mal, cf. 1 Tm 6: 10.
O segundo par, jactanciosos, arrogantes, expressam aspectos deferentes,
porém correlatos, do orgulho que brota do egocentrismo. Jactanciosos tem a ver
com palavras, gestos, e o comportamento externo, e arrogantes, com sentimentos
interiores. Os dois adjetivos aparecem juntos em Rm 1 :30. O terceiro par,
blasfemadores, desobedientes aos pais, abrangem conduta desnaturada com relação
a outras pessoas e à própria família, respectivamente. O último destes vícios
figura também em Rm 1:30.
3,4. Os dois membros do quarto par, ingratos, irreverentes, têm o
prefixo adversativo"a" - no original, assim como têm desafeiçoados,
implacáveis. O adjetivo desafeiçoado (Gr. astorgos) conota a falta de toda a
afeição natural; é achado somente aqui e em Rm 1 :31 no N. T. A palavra grega
traduzida implacável (aspondos) deriva de sponde (="trégua"), e assim
denota um homem que não consegue entender-se com outras pessoas.
Os epítetos seguintes, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos
do bem, pintam um quadro terrível dos homens que, embora tenham se afundado até
ao nível dos instintos animais, permanecem suficientemente humanos para
reconhecerem a verdade e a bondade e para serem animados pelo ódio para com
elas. As duas últimas expressões têm o prefixo adversativo em Grego, e assim
formam um par, Assim acontece também com traidores, atrevidos, sendo que as
duas palavras têm o mesmo prefixo grego, pro-. É possível que traidores dê um
indício da disposição dos sectários para trair seus irmãos, e até mesmo dar
informações contra eles; mas não ficamos sabendo noutros lugares de problemas
entre a igreja e a autoridade civil, e não é necessário que cada item no
catálogo, que em grande parte é convencional, deva ter uma referência exata. O
homem que é atrevido não se detém diante de nada para obter seus propósitos.
5. Com enfatuados, antes amigos dos prazeres que amigos de DEUS, a lista
talvez pareça completa, mas o Apóstolo interpõe, como clímax, a cláusula
pungente: tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. É claro que
agora deixou as generalizações do catálogo convencional, e que está fixando sua
atenção na conduta e atitude reais dos mestres do erro em Éfeso. Sua acusação
contra eles é mais do que uma de simples hipocrisia. Fazem uma grande
demonstração do cristianismo, e estão ativos em pregar e praticar aquilo que,
segundo o conceito deles, é a fé verdadeira. Mas ao passo que o evangelho
autêntico é uma força regeneradora, a qualidade desregrada da vida deles
comprova que, para todos os fins práticos, o rejeitaram. Para uma acusação
semelhante, cf. Tt 1: 16. A palavra aqui traduzida forma (extra) (Gr.
morphõsis) é usada por Paulo em Rm 2:20 (talvez a esteja tirando emprestada de
um contexto rabínico) com o sentido algo diferente de"incorporação
visível."
Não admira que Timóteo é admoestado: Foge também destes.
O âmbito da predição apocalíptica agora é completamente abandonado, e
Paulo não oculta o fato de que está falando dos sectários. O verbo (Gr.
apotrepesthai) é enfático, e subentende que Timóteo deve evitá-los com horror.
A referência não diz respeito tanto aos seus relacionamentos pessoais com eles
(Já foi instruído, em 2:24-25, que deve ser bondoso com todos) quanto à sua
atitude oficial.
6, 7. Pessoas como estas, Paulo continua, são as que penetram
sorrateiramente nas casas e conseguem cativar mulherinhas. Apesar da sua ironia
mordaz, está desenhando um quadro vivo das táticas da propaganda religiosa.
Visto que as mulheres na Antiguidade eram, de modo geral, confinadas ao lar,
foi por métodos semelhantes a estes que o cristianismo ortodoxo conseguiu uma
base segura na sociedade pagã no mundo greco-romano; foi, no entanto, infeliz o
fato de que pudessem ser explorados com sucesso pelo menos igual pelas formas
falsificadas do cristianismo. A menção de mulherinhas ("mulheres
tontas") (Gr. gunaikaria: um diminutivo de desprezo) também é um toque
vívido. Paulo tem, sem dúvida, casos concretos em mente, e isto explica seu tom
de desprezo; mas o fato permanece que as mulheres, com sua abordagem mais
intuitiva e receptiva, são especialmente suscetíveis, em todas as eras, ao
proselitismo, seja mau, seja bom.
Com verdadeiro entendimento psicológico, Paulo observa que estas
criaturas sem valor, conforme ele as representa, caem como vítimas fáceis às
manhas dos falsos mestres enquanto estão sobrecarregadas de pecados, conduzidas
de várias paixões. Embora seu objeto imediato seja fustigar as falhas de
indivíduos específicos, é um truísmo que as mulheres, e, naturalmente, os
homens também, estão mais prontas a abraçar o evangelho na sua forma autêntica,
mas também, lastimavelmente, na sua forma pervertida, quando têm mais
consciência da sordidez e futilidade das suas vidas. As mulheres em epígrafe,
no entanto, padecem, além da instabilidade que freqüentemente acompanha o
diletantismo religioso. Conforme Paulo alega, aprendem sempre, i.é, com
curiosidade ávida e talvez mórbida acerca da religião, e dispostas a
enamorar-se de qualquer teoria nova que lhes é proposta, mas, visto que lhes
falta um propósito sério e estão sendo simplesmente atraídas pela novidade por
si só, revelam que jamais podem chegar ao conhecimento da verdade.
8. Com a menção da verdade, que no uso dele representa o evangelho
autêntico, Paulo volta aos falsos mestres, declarando que eles, na realidade,
resistem à verdade, e o fazem exatamente do modo por que Janes e Jambres
resistiram a Moisés. Estas personagens eram dois dos mágicos de Faraó que
procuravam demonstrar que eram tão eficazes como Moisés quanto à operação de
milagres (Êx 7:11; 9: 11 ). Seus nomes não ocorrem no A.T., nem são mencionados
por Filo ou Josefo, mas há referências a eles nos documentos de Cunrã bem como
na literatura judaica e pagã posteriores, e na literatura cristã primitiva. A
lenda acerca de Moisés passou por grandes elaborações no judaísmo posterior, e
seus detalhes eram evidentemente largamente conhecidos nos círculos cristãos do
século I (e.g. At 7:22-23, 53; 1 Co 10:2; GI 3:19; Hb 2:2; Jd 9), Destarte, a
comparação feita por Paulo entre os hereges de Éfeso e os dois mágicos mal-fadados
provavelmente era uma flecha eficaz. Além disto, é coerente com o tratamento
tipológico do A.T. que ele compartilhava com outros cristãos do século I,
segundo o qual as experiências de Israel no Egito e no deserto eram um tipo de
antecipação divinamente ordenada daquelas da igreja.
É possível, mas provavelmente enganoso, detectar por detrás da
comparação de Paulo uma insinuação de que os sectários eram culpados de
práticas mágicas. A soma da condição deles, acrescenta como mal, é que São
homens de todo corrompidos na mente, réprobos quanto à fé ("cuja fé não
passou o teste"). Para a primeira metade desta discrição, cf. 1 Tm 6:5. Na
segunda metade, fé tem o artigo definido, e, portanto, provavelmente conota,
como tão freqüentemente nestas cartas (ver 1 Tm 3: 9), o conteúdo da crença.
9. A diatribe pessimista de Paulo termina numa - mais confiante. Os
falsos mestres, ele sente certeza, não irão avante (para o verbo, Gr.
prokoptein ="fazer progresso," cf. 2: 16 supra). As tentativas deles
de se imporem sobre as pessoas talvez tenham sido bem-sucedidas por enquanto,
mas uma parada logo será ordenada a eles. Alternativamente, poderemos
desconsiderar a força comparativa das palavras traduzidas avante ou"mais
longe" (Gr. epi :pleion) e traduzir"não irão longe;" mas das
duas versões possíveis,"mais longe" parece mais aplicável. O desfecho
virá quando sua insensatez, i.é, a falsidade, e, realmente, a pura estultícia
das suas doutrinas (cf. corrompidos na mente no v. 8) será a todos evidente. O
Apóstolo está convicto de que isto deve acontecer, visto que a daqueles, i.é,
de Janes e Jambres, que foram prefigurações deles, foi desmascarada, com toda a
sua impostura. O desmascaramento deles é mencionado de forma breve em Êx 7:
12-13; 9: 12, mas era provavelmente descrito com detalhes elaborados na lenda
de Moisés.
Série Cultura Bíblica - I e II Tim e Tito - J.N.D.Kelly - Vida Nova e
Novo Mundo - São Paulo - SP - 1991
RESUMO
NOS ÚLTIMOS DIAS... TEMPOS TRABALHOSOS. Os últimos dias incluem a
era cristã na sua totalidade. Paulo, porém, profetiza pelo ESPÍRITO SANTO (cf.
1 Tm 4.1) que as coisas se tornarão piores à medida que o fim se aproximar (cf.
2 Pe 3.3; 1 Jo 2.18; Jd 17,18).
(1) Os últimos dias serão assinalados por um aumento cada vez maior de
iniquidade no mundo, um colapso nos padrões morais e a multiplicação de falsos
crentes e falsas igrejas dentro do reino de DEUS (Mt 24.11,12; ver 1 Tm 4.1).
Esses tempos serão espiritualmente difíceis e penosos para os verdadeiros
servos de DEUS.
(2) Paulo faz essa advertência a fim de reanimar os obreiros que, com
suas igrejas, permanecerem leais a CRISTO e à sua revelação. A plena bênção da
salvação em CRISTO e o poderoso derramamento do ESPÍRITO SANTO continuarão à
disposição dos que permanecem leais à fé e à prática dos ensinos do NT. A
apostasia na igreja redundará em mais graça e poder para os que se mantiverem
firmes na fé original que foi entregue aos santos (At 4.33; Rm 5.20; Jd 3)
AMANTES DE SI MESMOS. Paulo apresenta uma lista de pecados que têm
suas raízes no amor próprio (vv. 2-4). Alguns, hoje, ensinam que a falta do
amor a si mesmo (amor-próprio) é a raiz do pecado. A revelação bíblica ensina o
contrário.
SEM AFETO NATURAL. Nos últimos dias, o crente deve estar disposto a
enfrentar um volume esmagador de impiedade.
(1) O apóstolo profetiza que Satanás promoverá uma grande destruição na
família. Os filhos serão"desobedientes a pais e mães" (v. 2), e os
homens e mulheres não terão afeto natural (gr. astorgoi). Esta expressão pode
ser traduzida"sem afeição à família", e refere-se ao desaparecimento
dos sentimentos de ternura e amor naturais; falta esta demonstrada por uma mãe
que rejeita os filhos, ou mata seu bebê; por um pai que abandona a família, ou
os filhos que negligenciam os devidos cuidados para com seus pais idosos (ver
Lc 1.17).
(2) Os homens e mulheres passarão a amar idolatradamente o dinheiro e os
prazeres, e estarão sempre em busca disso para a satisfação de seus desejos
egoístas (v. 2). Ser pai ou mãe, com suas responsabilidades e encargos, e amor sacrificial
na criação de filhos, já não será considerado missão nobre, nem dignificante
(vv. 2-4). Pais amorosos darão lugar, cada vez mais, a pais egoístas e
desumanos que abandonarão seus filhos (cf. Sl 113.9; 127.3-5; Pv 17.6; Tt
2.4,5; ver 2 Tm 4.3,4 -). (3) Se os pais cristãos quiserem preservar suas
famílias nos tempos difíceis dos últimos dias, devem hoje protegê-las contra as
práticas infames da sociedade em que vivem (Jo 21.15-17; At 20.28-30),
separá-los dos costumes sórdidos do mundo e evitar que os ímpios influenciem
seus filhos (At 2.40; Rm 12.1,2). Os pais precisam aceitar o plano de DEUS para
a família (ver Ef 5.21-25), e não proceder como os ímpios (Lv 18.3-5; Ef 4.17).
Eles, e suas famílias, realmente precisarão ser como forasteiros e peregrinos
na terra (Hb 11.13-16).
TENDO APARÊNCIA DE PIEDADE. Paulo se refere àqueles que dizem ser
crentes, e, aparentam santidade, porém, não demonstram que foram libertos por
DEUS, do pecado, do egoísmo e da imoralidade. Tais pessoas toleram a
imoralidade nas suas igrejas e ensinam que é possível praticar os pecados
citados nos versículos 2-4 e, ao mesmo tempo, serem crentes (cf. vv. 5-9;
4.3,4; 2 Pe 2.12-19; ver 1 Co 6.9 -).
FALSOS MESTRES
Mc 13.22: “Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos”;.
DESCRIÇÃO. O crente da atualidade precisa estar informado de que pode haver, nas igrejas, diversos obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de DEUS, nos dias de JESUS (Mt 24.11,24). JESUS adverte, aqui, que nem toda pessoa que professa a CRISTO é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser.
(1) Esses obreiros “exteriormente pareceis justos aos homens” (Mt 23.28). Aparecem “vestidos como ovelhas” (Mt 7.15).
(2) Todavia, esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos (ver Dt 13.3; 1Rs 18.40; Ne 6.12; Jr 14.14; Os 4.15 ), e aos fariseus do NT.
Mc 13.22: “Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas e farão sinais e prodígios, para enganarem, se for possível, até os escolhidos”;.
DESCRIÇÃO. O crente da atualidade precisa estar informado de que pode haver, nas igrejas, diversos obreiros corrompidos e distanciados da verdade, como os mestres da lei de DEUS, nos dias de JESUS (Mt 24.11,24). JESUS adverte, aqui, que nem toda pessoa que professa a CRISTO é um crente verdadeiro e que, hoje, nem todo escritor evangélico, missionário, pastor, evangelista, professor, diácono e outros obreiros são aquilo que dizem ser.
(1) Esses obreiros “exteriormente pareceis justos aos homens” (Mt 23.28). Aparecem “vestidos como ovelhas” (Mt 7.15).
(2) Todavia, esses homens são semelhantes aos falsos profetas dos tempos antigos (ver Dt 13.3; 1Rs 18.40; Ne 6.12; Jr 14.14; Os 4.15 ), e aos fariseus do NT.
A PROVA. Quatorze vezes nos Evangelhos, JESUS advertiu os discípulos a
se precaverem dos líderes enganadores (Mt 7.15; 16.6,11; 24.4,24; Mc 4.24;
8.15; 12.38-40; 13.5; Lc 12.1; 17.23; 20.46; 21.8). Noutros lugares, o crente é
exortado a pôr à prova mestres, pregadores e dirigentes da igreja (1Ts 5.21; 1
Jo 4.1). Seguem-se os passos para testar falsos mestres ou falsos profetas:
(1) Discernir o caráter da pessoa. (Gl 5.22,23), (Jo 3.16), (Hb 1.9) e (Mt 23; Lc 3.18-20)?
(2) Discernir os motivos da pessoa. (2Co 8.23; Fp 1.20); (At 26.18; 1Co 6.18; 2Co 6.16-18); (1Co 9.19-22); (Fp 1.16; Jd 3).
(3) Observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa. (Mt 7.16).
(4) Discernir até que ponto a pessoa se baseia nas Escrituras. (2Jo 9-11)?
(5) Finalmente, verifique a integridade da pessoa quanto ao dinheiro do Senhor. (1Tm 3.3; 6.9,10).
Apesar de tudo que o crente fiel venha a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas, não deixará de haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com a ajuda de Satanás, ocultam-se até que DEUS os desmascare e revele aquilo que realmente são.
(1) Discernir o caráter da pessoa. (Gl 5.22,23), (Jo 3.16), (Hb 1.9) e (Mt 23; Lc 3.18-20)?
(2) Discernir os motivos da pessoa. (2Co 8.23; Fp 1.20); (At 26.18; 1Co 6.18; 2Co 6.16-18); (1Co 9.19-22); (Fp 1.16; Jd 3).
(3) Observar os frutos da vida e da mensagem da pessoa. (Mt 7.16).
(4) Discernir até que ponto a pessoa se baseia nas Escrituras. (2Jo 9-11)?
(5) Finalmente, verifique a integridade da pessoa quanto ao dinheiro do Senhor. (1Tm 3.3; 6.9,10).
Apesar de tudo que o crente fiel venha a fazer para avaliar a vida e o trabalho de tais pessoas, não deixará de haver falsos mestres nas igrejas, os quais, com a ajuda de Satanás, ocultam-se até que DEUS os desmascare e revele aquilo que realmente são.
RESISTEM À VERDADE. Uma das coisas que identifica o falso mestre na
igreja é a sua oposição às verdades básicas do evangelho, ou sua indiferença
para com elas (ver 1 Tm 4.1).
BEP - CPAD - Em CD
PARA REFLETIR - A respeito das Cartas Pastorais:
Quais as epístolas estudaremos neste trimestre?
1 e 2 Timóteo e Tito.
Quem escreveu as cartas a Timóteo e Tito?
Elas foram escritas por Paulo.
Em que data, aproximadamente, foi escrita a Primeira Epístola de Timóteo?
Foi escrita no ano de 64 d. C. (aproximadamente).
Quais eram os propósitos de 1 e 2 Timóteo e Tito?
Orientar os líderes quanto à vida pessoal e combater as heresias.
De acordo com a lição, o líder é quem manda ou quem serve?
O líder cristão não é o que"manda", mas o que serve. Não é o maior, e sim o menor.
Quais as epístolas estudaremos neste trimestre?
1 e 2 Timóteo e Tito.
Quem escreveu as cartas a Timóteo e Tito?
Elas foram escritas por Paulo.
Em que data, aproximadamente, foi escrita a Primeira Epístola de Timóteo?
Foi escrita no ano de 64 d. C. (aproximadamente).
Quais eram os propósitos de 1 e 2 Timóteo e Tito?
Orientar os líderes quanto à vida pessoal e combater as heresias.
De acordo com a lição, o líder é quem manda ou quem serve?
O líder cristão não é o que"manda", mas o que serve. Não é o maior, e sim o menor.
CONSULTE
Revista Ensinador Cristão - CPAD, nº 63, p. 37. - Você encontrará mais
subsídios para enriquecer a lição.
SUGESTÃO DE LEITURA
Uma Pedagogia para a Educação Cristã
Guia do Leitor da Bíblia
Comentário Bíblico - Epístolas Paulinas
3º trimestre de 2015 - A Igreja E O Seu Testemunho - As Ordenanças De
CRISTO Nas Cartas Pastorais
Comentarista da CPAD: Pr. Elinaldo Renovato de Lima
Complementos, ilustrações,
questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva
Complete os espaços vazios e marque com"V" as respostas
Verdadeiras e com"F" as Falsas, conforme a revista da CPAD.
TEXTO ÁUREO
1- Complete:
1- Complete:
"Ninguém despreze a tua _________________________; mas sê o
_________________________ dos fiéis, na palavra, no trato, no amor, no
espírito, na __________________, na pureza." (1 Tm 4.12)
VERDADE PRÁTICA
2- Complete:
As cartas
__________________________ reúnem __________________________ à liderança cristã e aos
membros em geral para que vivam conforme a __________________________
de Deus
I - AS
EPÍSTOLAS PASTORAIS
3- O que são cartas pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito)?
3- O que são cartas pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito)?
( ) São cartas dirigidas pelo pastor Paulo aos
diáconos da Igreja.
(
) As três epístolas que estudaremos são chamadas de cartas pastorais, e isso se
deve ao fato de terem sido elas endereçadas a dois jovens pastores: Timóteo e
Tito.
(
) Foram escritas por Paulo, um líder itinerante, que estava preocupado com os
jovens pastores.
(
) Ele os instrui de modo cuidadoso a respeito do trato com a Igreja e com seus
ministérios.
4- Em que datas foram escritas as cartas pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito)?
(
) A Primeira Epístola a Timóteo foi escrita por volta de 60 d. C., entre a
primeira e a segunda prisão de Paulo, e enviada de Roma ou da Macedônia (talvez
Éfeso).
(
) A Primeira Epístola a Timóteo foi escrita por volta de 64 d. C., entre a
primeira e a segunda prisão de Paulo, e enviada de Roma ou da Macedônia (talvez
Filipos).
(
) Em seguida, por volta de 65 d. C., foi escrita a Carta a Tito.
(
) Já a Segunda Epístola a Timóteo foi escrita em torno de 67 d. C., quando do
segundo encarceramento do apóstolo, e antes de sua morte.
(
) A segunda Epístola a Timóteo faz parte das "cartas da prisão", ao
lado de Filipenses, Efésios, Colossenses e Filemon.
5- Qual o conteúdo das cartas pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito)?
(
) Estas epístolas formam um conjunto literário, devocional e doutrinário, em
que se observam o mesmo vocabulário, o mesmo estilo e os mesmos propósitos para
qual foram escritas.
(
) Principalmente estas três epístolas possuíam ensino sobre os dons
espirituais.
(
) A estrutura foi elaborada com o intuito de alcançar seus destinatários com
solenes ensinos e advertências da parte de Deus.
6- De que
maneira o conteúdo das cartas pastorais (1 e 2 Timóteo e Tito) pode ser
resumido? Complete:
a) ___________________________: Nas __________________________ aos destinatários, Paulo
demonstra o seu cuidado para com os jovens obreiros;
b) __________________________ ministeriais. Paulo demonstra que para ser Ministro do Evangelho, há requisitos a serem respeitados;
c) Alerta contra os _________________________ mestres e as falsas _________________________ (1 Tm 4.1-5; Tt 1.10-16). _________________________ mestres e falsas __________________________ já existiam nas igrejas e infelizmente ainda existem em muitos lugares;
d) O cuidado com a "___________________ doutrina"; a falta desse cuidado contribui para a disseminação das _________________________ e desvios de toda a espécie;
e) Comportamento e __________________________ a diversos grupos. Paulo fala a respeito dos servos, __________________________, pais, filhos, jovens e outros grupos.
b) __________________________ ministeriais. Paulo demonstra que para ser Ministro do Evangelho, há requisitos a serem respeitados;
c) Alerta contra os _________________________ mestres e as falsas _________________________ (1 Tm 4.1-5; Tt 1.10-16). _________________________ mestres e falsas __________________________ já existiam nas igrejas e infelizmente ainda existem em muitos lugares;
d) O cuidado com a "___________________ doutrina"; a falta desse cuidado contribui para a disseminação das _________________________ e desvios de toda a espécie;
e) Comportamento e __________________________ a diversos grupos. Paulo fala a respeito dos servos, __________________________, pais, filhos, jovens e outros grupos.
II - PROPÓSITO E MENSAGEM
7- Quais
os propósitos das cartas pastorais de 1 Timóteo, 2 Timóteo e Tito?
(
) Orientar os líderes quanto à vida pessoal.
(
) Combater as heresias.
( ) Reconciliar Timóteo e Tito.
8- Como
Paulo orientou Timóteo em sua liderança, quanto à vida pessoal?
(
) Paulo exorta o jovem pastor Timóteo dizendo que ele deveria servir como
exemplo de sabedoria intelectual contemporânea.
(
) Paulo exorta o jovem pastor Timóteo dizendo que ele deveria servir como
exemplo em tudo.
(
) Para estar na liderança de uma igreja local é imprescindível ter uma vida
exemplar.
(
) Também é necessário e importante que o líder saiba cuidar bem de sua vida
familiar, a fim de que sua esposa e filhos tenham uma boa conduta.
9- Como
deveria ser o combate às heresias, por parte de Timóteo e Tito, segundo Paulo e
quais as principais heresias da época?
(
) Naquele tempo havia também o perigo da teologia da prosperidade, ou seja, uma
filosofia herética, que defendia o enriquecimento do clero.
(
) Paulo sabia das diversas heresias que ameaçavam as igrejas locais.
(
) O apóstolo estava preocupado com os crentes que já haviam sido seduzidos pelo
judaísmo.
(
) O judaísmo exigia o cumprimento de vários rituais e liturgias, contudo JESUS
nos ensinou uma nova maneira de cumprir a Lei e de viver.
(
) JESUS fez uma Nova Aliança com a humanidade mediante seu sacrifício na cruz.
(
) Naquele tempo havia também o perigo do gnosticismo, ou seja, uma filosofia
herética, que defendia o dualismo, segundo o qual a matéria é má e o espírito é
bom.
(
) Por isso, negava a encarnação de CRISTO, pois o corpo, sendo matéria,
contaminaria seu espírito.
(
) Paulo deixou Timóteo em Éfeso para amenizar os estragos dessa heresia, que se
infiltrou no meio dos crentes, sob influência de Himeneu e Alexandre.
III - UMA
MENSAGEM PARA A IGREJA LOCAL E A LIDERANÇA DA ATUALIDADE
10- Cite
duas principais heresias da atualidade: Complete:
1- O
"evangelho" da ___________________________.
2- _________________________ dos últimos dias
(contradizentes e de torpe ganância).
11- Como
confrontar a heresia chamada “Teologia da prosperidade” com a Palavra de Deus?
Complete:
Um dos
mais eminentes defensores, desta falsa doutrina ensinou que "você é tanto
uma _________________________ de Deus quanto
JESUS CRISTO o foi. Você não tem um deus dentro de você. Você é um_______________________". Se o crente é "_____________________" pode tudo; tudo o que
disser tornar-se-á realidade (confissão positiva); e terá o mundo e as riquezas
que desejar, sem pobreza nem __________________________.
À luz da Palavra de Deus, tal ensinamento equivale a _______________________, presunção e soberba.
Sabemos que Deus _________________________
toda altivez (Pv 6.16-19) e que tal ensino é contrário as Escrituras Sagradas.
Somos ________________________, temos
falhas e sem Deus nada somos e nada podemos. O _____________________ e
a majestade são dEle.
12- Como
confrontar a “Apostasia dos últimos dias” com a Palavra de Deus? Complete:
Paulo
adverte aos crentes quanto ao que está acontecendo nos dias atuais, onde muitos
estão abandonando a __fé __em CRISTO. Em Tito, ele faz advertência semelhante
sobre falsos líderes, contradizentes e de torpe __________________________.
Precisamos estar atentos para que os ensinos heréticos e a apostasia não alcancem
a _______________________ do Senhor.
O líder tem a responsabilidade de _______________________ pela
sã doutrina.
IV -
MENSAGEM PARA A LIDERANÇA
13- Quais
as qualificações exigidas pela bíblia para a administração eclesiástica?
(
) Em 1 Timóteo 3.1-12 e em Tito 1.5-9, vemos um conjunto de qualificações
daqueles que desejam louvar a DEUS na igreja.
(
) Em 1 Timóteo 3.1-12 e em Tito 1.5-9, vemos um conjunto de qualificações que
aqueles que desejam liderar uma igreja necessitam ter.
(
) Infelizmente, em muitas igrejas, nem sempre estas recomendações são
observadas. Porém, a liderança exige esforço.
(
) É necessário que o pastor tenha uma vida santa e irrepreensível.
(
) É preciso esforço e disciplina.
(
) Observe com atenção, algumas das qualificações necessárias ao líder:
Irrepreensível, marido de uma só mulher, que tenha filhos fiéis, não soberbo,
não iracundo, não dado ao vinho, não espancador, não cobiçoso de torpe
ganância, dado à hospitalidade, amigo do bem, moderado, justo, santo,
temperante, retendo firme a Palavra, capaz de admoestar com a sã doutrina, etc.
14- Como
deve ser a ética ministerial?
(
) Na Primeira Epístola a Timóteo, Paulo diz que o ministro deve apresentar-se a
Deus "aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar; que maneja
bem a palavra da verdade".
(
) Na Segunda Epístola a Timóteo, Paulo diz que o ministro deve apresentar-se a
Deus "aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar; que maneja
bem a palavra da verdade".
(
) A verdadeira liderança se estabelece pelo exemplo, pelo testemunho, muito
mais do que pela eloquência, pela oratória ou pela retórica.
(
) Não são os diplomas de um pastor que o qualificam como líder cristão, mas seu
exemplo, sua ética, diante de Deus e da igreja local.
(
) Paulo tinha condições de ensinar liderança e ética, pois sua vida era exemplo
para a igreja e para os de fora.
(
) O líder cristão não é o que "manda", mas o que serve. Não é o
maior, e sim o menor.
CONCLUSÃO
15- Complete:
15- Complete:
As cartas
pastorais contêm _______________________ e
exortações quanto a assuntos práticos, mas também diretrizes gerais sobre __________________________, designação de obreiros,
suas __________________________, as
responsabilidades espirituais e morais do ministério; do __________________________ com Deus, com os
líderes e das relações ___________________________.
São riquíssimas fontes de ensino para __________________________
das igrejas locais nos tempos presentes.
Referências Bibliográficas (outras estão acima)
Bíblia de estudo - Aplicação Pessoal.
Bíblia de Estudo Almeida. Revista e Atualizada. Barueri, SP: Sociedade
Bíblica do Brasil, 2006.
Bíblia de Estudo Palavras-Chave Hebraico e Grego. Texto bíblico Almeida
Revista e Corrigida.
Bíblia de Estudo Pentecostal. Traduzida em português por João Ferreira
de Almeida, com referências e algumas variantes. Revista e Corrigida, Edição de
1995, Flórida- EUA: CPAD, 1999.
BÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM
CD.
CPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos
Pentecostal.
VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE - http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm
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LIÇÃO 10 - JESUS E O DINHEIRO / SLIDES DA LIÇÃO / REVISTA DA CLASSE ADULTOS
LIÇÃO 10 - JESUS E O DINHEIRO
TEXTO ÁUREO
"E, vendo Jesus que ele ficara muito triste, disse: Quão dificilmente entrarão no Reino de Deus os que têm riquezas!" (Lc 18.24)
VERDADE PRÁTICA
As Escrituras não condenam a aquisição honesta de riquezas, e, sim, o amor a elas dispensado.
INTRODUÇÃO
O cristianismo bíblico e ortodoxo sempre manteve uma posição de cautela e até mesmo reserva com respeito ao uso do dinheiro e aquisição de riquezas. Na verdade, os primeiros líderes cristãos, inspirados nos ensinos de Jesus, passaram a desestimular a aquisição de bens materiais. Entretanto, o secularismo e o materialismo sempre rondaram o arraial cristão e, vez por outra, Mamon tem deixado suas marcas em nosso meio.
Observaremos, nesta lição, que os ensinos de Jesus sobre a aquisição de riquezas se distanciam do judaísmo de seus dias e, também, daquele que é praticado hoje por muitos setores do cristianismo evangélico. Longe de estimular a aquisição de bens, como fazem dezenas de igrejas, Jesus aconselhava se desvencilhar delas.
Aprendamos com o Mestre o uso correto do dinheiro e como ser bons mordomos dos bens que nos foram confiados.
I - O DINHEIRO, BENS E POSSES NAS PERSPECTIVAS SECULAR E CRISTÃ
1. Perspectiva secular. Uma das formas mais comuns de se enxergar o dinheiro, bens e posses na cultura secular é vê-los apenas como algo de natureza puramente material. Tanto no mundo antigo quanto no contemporâneo, é possível observar que a realidade material pareceu sempre se sobrepor à espiritual. O material passa a dominar a vida das pessoas e isso inclui dinheiro, bens e posses. No Mundo Ocidental, essa forma de enxergar as coisas transformou-se em uma filosofia de vida que se recusa a enxergar outra coisa além da matéria. Por essa perspectiva, o material é superestimado enquanto o espiritual é ignorado e suplantado. Nesse contexto, quem tem posses é valorizado, e quem não as possui nada vale. O dinheiro, como valor material que garante posses, ganha o status de senhor em vez de servo.
2. Perspectiva cristã. No contexto cristão, o mesmo Deus que fez o espiritual é o mesmo que fez o material. Nos ensinos de Cristo, não há um dualismo entre matéria e espírito! Todavia, as coisas espirituais, por serem de natureza eterna, ganham primazia sobre as materiais, que são apenas temporais (Lc 10.41). Na perspectiva cristã, portanto, as dimensões material e espiritual devem coexistir. Assim como servimos a Deus com o nosso espírito, nossa dimensão espiritual, devemos também servir com o nosso corpo (1 Co 6.19,20; 1 Ts 5.23), nossa dimensão material. Dessa forma, quem se tornou participante dos valores espirituais deve também servir com seus bens materiais (Rm 15.27; Lc 8.3). Aqui, o dinheiro, como valor material, não é visto como senhor, mas apenas como um servo.
II - DINHEIRO, BENS E POSSES NO JUDAÍSMO DO TEMPO DE JESUS
1. Ricos e pobres. No judaísmo do tempo de Jesus, a sociedade estava dividida em dois grupos: os ricos e os pobres. Na classe mais abastada, estavam os sacerdotes, participantes de uma elite que controlava o sistema de sacrifícios e lucravam com ele, e os herodianos que possuíam grandes propriedades. Um outro grupo era formado por membros da aristocracia judaica que enriqueceu à custa de impostos de suas propriedades e ao seu comércio. O último grupo era formado por judeus comerciantes, que, embora não possuíssem herdades, participavam ativamente da vida econômica da nação. No extremo oposto dessa situação, estavam os pobres! Estes eram "o povo da terra" (Lc 21.1-4). Não possuíam nada e ainda eram oprimidos pelos ricos (Tg 2.6).
2. Generosidade e prosperidade. Na cultura judaica nos dias de Jesus, a posse de bens materiais não era vista como um mal em si. O expositor bíblico P. H. Davids observa que os exemplos de Abraão, Salomão e Jó serviam de inspiração àqueles que almejavam a prosperidade. A ideia era que os ricos prosperavam porque sobre eles estava o favor de Deus. Dessa forma, a prosperidade passou a ser associada à piedade. Para evitar a avareza e a ganância, a tradição rabínica estimulava os ricos a serem generosos e solidários com os pobres, que era maioria na comunidade. Evidentemente que essa concepção estimulava apenas as ações exteriores, sem levar em conta as atitudes interiores (Lc 21.4).
III - DINHEIRO, BENS E POSSES NOS ENSINOS DE JESUS
1. Jesus alertou sobre os perigos da riqueza. O ensino de Jesus sobre o uso das riquezas foi muito mais radical do que ensinava o judaísmo e a tradição rabínica dos seus dias. Jesus, ao contrário dos rabinos, não associou a piedade com a prosperidade. A riqueza de alguém nada dizia sobre a sua real condição espiritual. Para Jesus, o perigo das riquezas estava no fato de que elas poderiam, até mesmo, se transformar numa personificação do mal e reivindicar o culto para si. Por isso, advertiu: "Não podeis servir a Deus e [as riquezas]" (Lc 16.13). O vocábulo traduzido como "riqueza", nesse texto, corresponde à palavra grega de origem aramaica Mammonas, traduzida na ARC como Mamom. A riqueza pode se transformar em um ídolo, ou deus, para aqueles que a possui. Nesse aspecto, as riquezas tornam-se um obstáculo no caminho daquele que serve a Deus (Lc 8.14).
2. Jesus ensinou a confiança em Deus. Embora Jesus tenha mostrado que as riquezas podem, até mesmo, se tornar uma personificação do mal, Ele não as demonizou. No entanto, na perspectiva lucana, Jesus desencoraja a aquisição de riquezas (Lc 12.13; 18.22) e estimula a confiança em Deus. E havia uma razão para isso. Logo após mostrar os perigos da avareza a alguém que queria fazer dEle um juiz em uma questão relacionada a uma herança, Jesus revela a seus discípulos que a melhor forma de se proteger desse mal é confiar inteiramente na provisão divina (Lc 12.13-34). As riquezas dão a falsa sensação de segurança e de independência das coisas espirituais. Daí, sua recomendação para não se confiar nelas (Lc 12.33,34).
IV - DINHEIRO, BENS E POSSES NA MORDOMIA CRISTÃ
1. Avaliando a intenção do coração. Os léxicos definem a avareza como um apego demasiado e sórdido ao dinheiro e mesquinhez. Vimos que, para evitar esse mal, a tradição rabínica estimulava as práticas filantrópicas e solidárias. O ensino de Jesus sobre o uso das riquezas vai muito além da simples doação de bens e ações filantrópicas. Ele não se limitava a avaliar apenas as ações exteriores, mas, sobretudo, voltava-se para as atitudes interiores. Dessa forma, valorizou as atitudes da mulher pecadora na casa de Simão, o leproso, e de Maria de Betânia, a irmã de Marta e de Lázaro (Lc 7.36-50). Não era, portanto, apenas se desfazer dos bens, mas a atitude e intenção com que isso era feito (Lc 11.41; 21.1-4). Não basta apenas ofertar, ou dar o dízimo, mas a atitude com que se faz essas coisas. Não era apenas doar, mas doar-se.
2. Entesourando no céu. Mordomo é alguém que administra os bens de outra pessoa. Os bens não lhe pertencem, mas ele pode usufruir deles enquanto os administra para seu legítimo dono. Jesus contou a parábola do administrador, ou mordomo infiel, para mostrar esse fato (Lc 16.1-13). O entendimento entre os intérpretes da Bíblia é que essa parábola tem um fim escatológico. Assim como os filhos deste mundo são perspicazes e astutos no que diz respeito ao uso de suas riquezas, assim também os filhos do Reino devem ser sábios na aplicação de seus bens. O ensino da parábola é que o melhor investimento é usar os recursos materiais adquiridos na propagação do Reino de Deus e, dessa forma, ganhar amigos para a vida eterna (Lc 16.9).
CONCLUSÃO
Não há valor moral no dinheiro em si. Ter dinheiro pode ser uma coisa boa ou ruim. Isso vai depender do conjunto de valores daquele que o utiliza. Certamente, usar o dinheiro para ajudar uma obra filantrópica, ou investir na obra missionária, é uma coisa útil e louvável. Todavia, usar esse dinheiro, como advertiu Jesus, simplesmente com a atitude de querer mais posses, mais prestígio, mais autossatisfação, acaba se tornando uma coisa ruim. Leiamos com cuidado o terceiro Evangelho e descubramos o exercício da verdadeira mordomia cristã.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. JESUS, O HOMEM PERFEITO, O Evangelho de Lucas, o médico amado. Lição 10 – JESUS e o dinheiro. I – O dinheiro, bens e posses nas perspectivas secular e cristã. 1. Perspectiva secular. 2. Perspectiva cristã. II – Dinheiro, bens e posses no judaísmo do tempo de Jesus. 1. Ricos e pobres. 2. Generosidade e prosperidade. III – Dinheiro, bens e posses nos ensinos de Jesus. 1. Jesus alertou sobre os perigos da riqueza. 2. Jesus ensinou a confiança em Deus. VI – Dinheiro, bens e posses na mordomia cristã. 1. Avaliando a intenção do coração. 2. Entesourando no céu. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 2° Trimestre de 2015.
Elaboração dos slides: Pastor, Ismael Pereira de Oliveira
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ALGUNS PADRÕES
MONETÁRIOS CITADOS NA BÍBLIA
O sistema monetário romano incluía o denário (denarius, em latim,
plural denarii), uma
pequena moeda de prata que era a de maior circulação
no Império Romano.
É geralmente aceito que no fim da República e no início do Principado, o
denário correspondia ao saláriodiário de um trabalhador. Com um
denário era possível comprar em torno de 8 quilos de pão.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Den%C3%A1rio
|
muitas moedas de pratas que receberam então o
nome de denário, o que originou na palavra dinheiro. Odenário era feito de prata e servia como base
do sistema de moedas (monetário) de Roma, e era fabricado no templo dedicado à
deusa Juno Moneta, que deu origem às palavras “moeda” e “monetário”.
http://www.agkcorretora.com.br/noticia/89/origem-da-palavra-dinheiro
A história da civilização nos conta que o homem primitivo
procurava defender-se do frio e da fome, abrigando-se em cavernas e
alimentando-se de frutos silvestres, ou do que conseguia obter da caça e da
pesca. Ao longo dos séculos, com o desenvolvimento da inteligência, passou a
espécie humana a sentir a necessidade de maior conforto e a reparar no seu
semelhante. Assim, como decorrência das necessidades individuais, surgiram as
trocas.
Esse sistema de troca direta, que durou por vários séculos, deu
origem ao surgimento de vocábulos como "salário", o pagamento feito
através de certa quantidade de sal; "pecúnia", do latim
"pecus", que significa rebanho (gado) ou "peculium",
relativo ao gado miúdo (ovelha ou cabrito).
As primeiras moedas, tal como conhecemos hoje, peças
representando valores, geralmente em metal, surgiram na Lídia (atual Turquia),
no século VII A. C.. As características que se desejava ressaltar eram
transportadas para as peças através da pancada de um objeto pesado (martelo),
em primitivos cunhos. Foi o surgimento da cunhagem a martelo, onde os signos
monetários eram valorizados também pela nobreza dos metais empregados, como o
ouro e a prata.
http://www.casadamoeda.gov.br/portalCMB/menu/cmb/sobreCMB/origem-dinheiro.jsp
Moedas - Charles F. Pfeiffer, Howard
F. Vos, John Rea - Dicionário Bíblico Wycliffe - CPAD
Antes do desenvolvimento da moeda corrente, os homens trocavam mercadorias e serviços utilizando a permuta. Suas palavras para gado e para dinheiro mostram o lugar central que o gado possuía nos sistemas romanos e israelitas de permuta. A palavra lat. pecunia (dinheiro) vem de pecus (gado), enquanto a palavra hebraica comum para gado, miqneh, pode significar "preço de compra" ou "posse (adquirida por meio de compra)", como acontece em Gêneses 17.12,13; 23.18; Levítico 25.16. Naturalmente, outras mercadorias e animais, como ovelhas e cabras, também eram usados nas permutas. Hirão foi pago em azeite e trigo por sua ajuda na edificação do Templo (1 Rs 5.11).
Com o passar do tempo, o homem passou a usar metais, principalmente o ouro, a prata e o bronze, como meio de troca.
Antes do desenvolvimento da moeda corrente, os homens trocavam mercadorias e serviços utilizando a permuta. Suas palavras para gado e para dinheiro mostram o lugar central que o gado possuía nos sistemas romanos e israelitas de permuta. A palavra lat. pecunia (dinheiro) vem de pecus (gado), enquanto a palavra hebraica comum para gado, miqneh, pode significar "preço de compra" ou "posse (adquirida por meio de compra)", como acontece em Gêneses 17.12,13; 23.18; Levítico 25.16. Naturalmente, outras mercadorias e animais, como ovelhas e cabras, também eram usados nas permutas. Hirão foi pago em azeite e trigo por sua ajuda na edificação do Templo (1 Rs 5.11).
Com o passar do tempo, o homem passou a usar metais, principalmente o ouro, a prata e o bronze, como meio de troca.
Alexandre Janeu (105-78 a.C.) foi o
primeiro a usar o termo "rei" em suas moedas. Antígono Matatias
(40-37 a.C), o último do macabeus, e o governante que antecedeu Herodes o
Grande, cunhou uma moeda retratando um candelabro de sete hastes. Esta é a mais
antiga representação conhecida do candelabro sagrado que pertencia ao Templo de
Jerusalém. Muitas das moedas de Matatias eram uma liga contendo chumbo.
O período do NT.
SALÁRIO O período do NT.
Entre os trabalhadores pagos encontravam-se, entre outros, os trabalhadores agrícolas (Mt 20.1-16); pedreiros, marceneiros, e ferreiros, assim como aqueles que reparavam o Templo durante o império do rei Joás (2 Cr 24.12); enfermeiras (Ex 2.9), soldados (Lc 3.14); pastores (Jo 10.12) e pescadores (Mc 1.20). Até mesmo a contratação de meretrizes é mencionada (Ez 16.31).
Na parábola em Mateus 20.1-16 é feita menção a um homem pagando um "denário" ou um "dinheiro" por dia (antigo ouro romano ou moeda de prata) aos trabalhadores de sua vinha.
A lei de Moisés protegia os trabalhadores contra o tratamento injusto. O salário diário deveria ser pago na noite do mesmo dia e nunca deixado para a manhã seguinte (Lv 19.13; Dt 24.14ss.). Mas acredita-se que os servos contratados deveriam ter uma vida difícil (Jó 7.1ss.). Os empregadores nem sempre mantinham sua palavra, como no caso de Labão e Jacó (Gn 31.7). Os profetas denunciavam aqueles que retinham o salário ou que oprimiam o assalariado (Jr 22.13; Ml 3.5; cf. Tg 5.4).
O termo "salário" (galardão ou recompensa) é também utilizado de forma figurativa, como a compensação recebida por aqueles que trabalham na seara do Senhor JESUS CRISTO (que é composta por almas, João 4.36), e da morte como o salário do pecado (Rm 6.23).
Leon Morris, The Wages of Sin, Londres. Tyndale Press, 1954. N. B. B. - Vida Nova
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LIÇÃO 05 - JESUS ESCOLHE SEUS DISCÍPULOS / SLIDES DA LIÇÃO / REVISTA DA CLASSE ADULTOS
LIÇÃO 05 - JESUS ESCOLHE SEUS DISCÍPULOS
TEXTO ÁUREO
"E qualquer que não levar a sua cruz e não vier após mim não pode ser meu discípulo." (Lc 14.27)
VERDADE PRÁTICA
O chamado para a salvação é de graça, mas o discipulado tem custos.
INTRODUÇÃO
Como crentes, temos consciência do valor que a pregação da Palavra tem para a construção do Reino de Deus. Todavia, quando lemos os Evangelhos, acabamos descobrindo que Jesus, durante o seu ministério terreno, ensinou mais do que pregou. Na verdade, suas pregações, mesmo quando proclamações, eram recheadas de conteúdo pedagógico. Esses fatos nos mostram a importância que o ensino tem para um aprendizado eficiente. Nesta lição, aprenderemos com o Mestre dos mestres como Ele ensinou os seus seguidores e como, dentre eles, formou seus discípulos.
I - O MESTRE
1. Seu ensino. Jesus, o homem perfeito, foi o Mestre por excelência. A maior parte do seu ministério foi dedicada a ensinar e a preparar os seus discípulos (Lc 4.15,31; 5.3,17; 6.6; 11.1,2; 13.10; 19.47). Portanto, o ministério de Jesus foi centralizado no ensino. As Escrituras registram que as pessoas ficavam maravilhadas com o ensino do Senhor (Lc 4.22). Elas já estavam acostumadas a ouvir os mestres judeus ensinando nas sinagogas (Lc 4.20). Porém, quando ouviram Jesus ensinando, logo perceberam algo diferente! (Mt 7.28,29) O que era? Ele as ensinava com autoridade, e não apenas reproduzindo o que os outros disseram. A natureza de seu ensino era diferente - seu ensino era de origem divina (Jo 7.16).
2. Seu exemplo. Jesus ensinou seus discípulos através do exemplo: "Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também" (Jo 13.15). Isso o distanciou dos escribas e fariseus que ensinavam, mas não praticavam o que ensinavam (Mt 23.3). Os discípulos se sentiram motivados a orar quando viram seu Mestre orando (Lc 11.1-4). As palavras de Jesus eram acompanhadas de atitudes práticas. De nada adianta a beleza das palavras se elas não vêm acompanhadas pelas ações (Tg 1.22). O povo se convence mais rápido pelo que vê do que pelo que ouve. Por isso, o Mestre exortou os seus discípulos a serem exemplos (Mt 5.16).
II - O CHAMADO
1. O método. Os teólogos têm observado que o método usado por Jesus para recrutar seus discípulos é variado. De fato, a Escritura mostra que algumas vezes a iniciativa do chamamento parte do próprio Senhor Jesus. Enquanto pregava e ensinava, Jesus observava as pessoas a quem iria chamar (Mc 1.16-20). Em alguns casos, o chamamento veio através da indicação do Batista (Jo 1.35-39). Houve também pessoas que se ofereceram para serem seguidoras de Jesus (Lc 9.57,58,61,62). E, finalmente, existiram os que foram conduzidos até Jesus por intermédio de amigos (Jo 1.40-42,45,46). Dessa forma, todas as classes foram alcançadas por Jesus. E foi dentre esses seguidores que Jesus chamou doze para serem seus apóstolos (Lc 6.13-16).
2. O custo. Jesus deixa bem claro quais são as implicações envolvidas na vida daquele que aceitasse o chamado para ser seu discípulo. Tornar-se discípulo é bem diferente de se tornar um simples aluno. No discipulado, o seguidor passa a conviver com o mestre, enquanto na relação professor-aluno essa prática não está presente. O aprendizado acontece diuturnamente, e não apenas durante algumas aulas dadas em domicílio ou numa sala. Quem quiser segui-lo deve, portanto, avaliar os custos. Seguir a Cristo envolve renúncia, significa submissão total a Ele. Jesus lembrou as pessoas desse custo, pois não queria que o seguisse apenas por empolgação (Lc 14.25-27). Muitos querem ser discípulos mas não querem renunciar nada. Às vezes precisamos sacrificar até mesmo o nosso relacionamento religioso na família, abrir mão de algumas coisas para seguir a Jesus. O que o Mestre está requerendo de você?
III - O TREINAMENTO
1. Mudança de destino. No treinamento dado aos discípulos, a cruz ocupa um lugar central nos ensinamentos do Mestre (Lc 9.23; 14.27). A cruz de Cristo aparece como um divisor de águas na vida dos discípulos. Uma mudança de rumo ou destino. A vida com Cristo é cheia de vida, na verdade vida em abundância (Jo 10.10). Mas por outro lado, é uma vida para a morte! Quem não estivesse disposto a morrer, não poderia ser seu seguidor autêntico. A cruz muda o destino daquele que se torna seguidor de Jesus. Ela garante paz e vida eterna, mas somente para aqueles que morrerem para este mundo.
2. Mudança de valores. Lucas mostra Jesus instruindo os Doze antes de enviá-los em missão evangelística (Lc 9.1-6) e, posteriormente, enviando outros setenta após dar-lhes também instruções detalhadas (Lc 10.1-12). Para chegar a esse ponto, muitas coisas precisaram ser mudadas na vida desses discípulos. Uma delas, e muito importante, foi a mudança de mentalidade dos discípulos. Jesus mudou a forma de pensar deles. Seus discípulos não poderiam mais, por exemplo, possuir uma mente materialista como os gentios, que não conheciam a Deus (Lc 12.22,30). Quem conhece a Jesus de verdade não fica preocupado com o amanhã, com as coisas deste mundo, pois sabe que Ele, o Bom Pastor, supre cada uma das nossas necessidades
IV - A MISSÃO
1. Pregar e ensinar. Já foi dito que o ministério de Jesus consistia no ensino da Palavra de Deus, na pregação do Evangelho do Reino e na cura dos doentes (Mt 4.23; Lc 4.44; 8.1). No texto de Lucas 9.1,2, vemos Jesus enviando os doze: "E, convocando os seus doze discípulos, deu-lhes virtude e poder sobre todos os demônios e para curarem enfermidades; e enviou-os a pregar o Reino de Deus e a curar os enfermos". "Pregar" é a tradução do verbo grego kerysso, que possui o sentido de "proclamar como um arauto". Jesus treinou seus discípulos com uma missão específica - serem proclamadores da mensagem do Reino de Deus. Proclamar o Evangelho do Reino ainda continua sendo a principal missão do Corpo de Cristo! Quando a Igreja se esquece desse princípio, ela perde o seu foco.
2. Libertar e curar. O Evangelho de Cristo provê tanto a cura para a alma como também para o corpo. O Evangelho de Mateus revela com clareza que o Senhor Jesus proveu tanto a cura como a libertação para todos aqueles que se achegavam a Ele com fé e contrição (Mt 8.16,17). Frank Stagg, teólogo americano, observa que embora a obra redentora de Cristo tenha o seu centro na cruz, Ele já era redentor da doença e do pecado durante o seu ministério terreno. Os discípulos, portanto, precisavam levar à frente essa verdade a todos os locais.
CONCLUSÃO
Aprendemos nesta lição sobre a importância que o ensino tem na formação do caráter cristão. Jesus ensinou os seus discípulos, mas não os ensinou de qualquer forma nem tampouco lhes deu qualquer coisa como conteúdo. Ele lhes ensinou a Palavra de Deus. Mas até mesmo o ensino da Palavra de Deus, para ter eficácia, precisa ser acompanhada pelo exemplo, valer-se de recursos didáticos eficientes, firmar-se em valores e possuir um objetivo claro e definido. Tudo isso encontramos com abundância nos ensinos de Jesus. Ao seguir seus ensinos, temos a garantia de que o hiato existente entre o professor e o aluno, entre o educador e o educando, desaparecerão. Dessa forma teremos um ensino eficiente.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. JESUS, O HOMEM PERFEITO, O Evangelho de Lucas, o médico amado. Lição 05 – Jesus escolhe seus discípulos. I – O mestre. 1. Seu ensino. 2. Seu exemplo. II – O chamado. 1. O método. 2. O custo. III – O treinamento. 1. Mudança de destino. 2. Mudança de valores. IV – A missão. 1. Pregar e ensinar. 2. Libertar e curar. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 2° Trimestre de 2015.
Elaboração dos slides: Pastor, Ismael Pereira de Oliveira
O que é o Discipulado
“E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi me dada toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.” (Mateus 28.18-20)
“Ide e fazei discípulos de todas as nações”
O maior mandamento ministerial do Senhor para nós é fazer discípulos. Todos são chamados a participar dessa tarefa, que não é um dom especial, e sim um mandamento. Diante desse mandamento, todos os que creem em Cristo não tem outra opção senão obedecer. O caráter do seguidor de Jesus é testado pela obediência aos Seus mandamentos, e o fazer discípulos é, sem dúvida, a maior implicação da obra de pós-Calvário de Cristo.
O que é o discipulado?
É o relacionamento entre um mestre e um aprendiz baseado no modelo, que é Cristo. Por ele o mestre reproduz no aprendiz a plenitude da vida que há em Cristo, capacitando o aluno a treinar outros para que também ensinem novos discípulos.
Esse relacionamento liga a pessoa à cadeia de autoridade existente na Igreja. Assim, o discípulo é acompanhado em seu processo de crescimento e ajudado a conformar sua vida com o propósito de Deus, como também a se encaixar na vida da Igreja.
Discipular é transmitir a vida de Jesus. É reproduzir essa vida em outras pessoas, ensinando-as a guardar tudo que Ele ordenou.
Extraído do Livro “Ide e Fazei Discípulos” – Abe Huber & Ivanildo Gomes, MDA Publicações, 2012.
http://www.visaomda.com/o-que-e-o-discipulado/
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LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS / SLIDES DA LIÇÃO / REVISTA DA CLASSE ADULTOS
LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS
TEXTO ÁUREO
"Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela." (Mt 5.28)
VERDADE PRÁTICA
O sétimo mandamento diz respeito à pureza sexual e à proteção da sagrada instituição da família, assim como o mandamento anterior fala sobre a proteção à vida.
INTRODUÇÃO
O sétimo mandamento condena o adultério e impureza sexual com o objetivo de proteger a família. A Bíblia não condena o sexo; a santidade dele é inquestionável dentro do padrão divino, mas sua prática ilícita tem sido um dos maiores problemas do ser humano ao longo dos séculos. O sétimo mandamento é tratado de uma maneira na lei, e de outra na graça. Um olhar no episódio da mulher adúltera (Jo 8.1-11) mostra que tal preceito foi resgatado pela graça e adaptado a ela, e não à Lei.
I - O SÉTIMO MANDAMENTO
1. Abrangência. Trata de um tema muito abrangente, que envolve sexo e casamento num contexto social contaminado pelo pecado. O mandamento consiste em uma proibição absoluta, sem concessão, expressa de maneira simples em duas palavras: “Não adulterarás” (Êx 20.14; Dt 5.18). Sua regulamentação para os israelitas pode ser encontrada nos livros de Levíticos e Deuteronômio, que dispõem contra os pecados sexuais, a prostituição e toda forma de violência sexual com suas respectivas sanções.
2. Objetivo. O Decálogo segue uma lógica. Primeiro aparece a proteção da vida, em seguida vem a família e depois os bens e a honra. O mandamento “Não adulterarás” veio para proteger o lar e dessa forma estabelecer uma sociedade moral e espiritualmente sadia. A proibição aqui é contra toda e qualquer imoralidade sexual, expressa de maneira genérica, mas especificada em diversos dispositivos na Lei de Moisés.
3. Contexto. A Lei foi promulgada numa sociedade patriarcal que permitia a poligamia. Nesse contexto social, o adultério na Lei de Moisés consistia no fato de um homem se deitar com uma mulher casada com outro homem, independente de ser ele casado ou solteiro. Os infratores da Lei deviam ser mortos, tanto o homem quanto a mulher (Dt 22.22; Lv 20.10).
II - INFIDELIDADE
1. Adultério. É traição e falsidade. É a quebra de uma aliança assumida pelo casal diante de Deus e da sociedade, uma infidelidade que destrói a harmonia no lar e desestabiliza a família. A tradição judaico-cristã leva o assunto a sério e considera o adultério um pecado grave. Trata-se de uma loucura que compromete a honra e a reputação de qualquer pessoa, independentemente de sua confissão religiosa ou status social (Jr 29.23; Pv 6.32,33).
2. Sexo antes do casamento. Esta prática está muito em voga na sociedade moderna, mas nunca teve a aprovação divina, e por isso os jovens devem evitar essas coisas (Sl 119.9). Em Israel, os envolvidos em tal prática. Desde que a mulher não fosse casada ou comprometida, não eram condenados à morte. A pena era menos rigorosa, mas o homem tinha de se casar com a moça, pagar uma indenização por danos morais ao pai da jovem e nunca mais se divorciar dela (Dt 22.28,29). Hoje esse tipo de pecado requer aplicação de disciplina da Igreja, mas nem sempre o casamento deles é a solução.
3. Fornicação. A “moça virgem, desposada com algum homem” (Dt 22.23) diz respeito, no contexto atual, à noiva que ainda não se casou, mas está comprometida em casamento. Trata-se do pecado sexual de fornicação praticado com consentimento mútuo. A pena da Lei é a morte por apedrejamento, como no caso de envolvimento com uma mulher casada (Dt 22.24). A razão desta pena vai além do simples ato, pois se trata de quebra de fidelidade, “porquanto humilhou a mulher do seu próximo; assim tirarás o mal do meio de ti” (Dt 22.24b).
III – OUTROS PECADOS SEXUAIS
1. Estupro. A Lei contrasta a cidade com o campo para deixar clara a diferença entre estupro e ato sexual consentido. Os versículos 25-27 tratam do caso de violência sexual, pois no campo a probabilidade de socorro era praticamente nula e a moça era forçada a praticar o ato (22.25). Neste caso, somente o estuprador era morto, acusado de crime sexual, mas a moça era inocentada (Dt 22.26,27).
2. Incesto. A Lei estabelece a lista de parentesco em que deve e não deve haver casamento, para evitar a endogamia e o incesto (Lv 18.6-18). Mais adiante, a Lei prescreve as penas de cada grupo desses pecados (Lv 20.10-23). “Nenhum homem tomará a mulher de seu pai” (Dt 22.30). A Lei dispõe contra a prática sexual execrável de abusar da madrasta. É o pecado que desonra o pai, invade e macula o seu leito. Quem pratica tal abominação está sob a maldição divina (Dt 27.20). Na Lei, o assunto pertence ao campo jurídico e a condenação prevista é a morte (Lv 20.11). Entretanto, estamos debaixo da Graça, e por essa razão o tema é levado à esfera espiritual, cuja sanção se restringe à perda da comunhão da Igreja (1 Co 5.1-5). A sábia decisão apostólica é a base para o princípio disciplinar que as igrejas aplicam hoje.
3. Bestialidade. É uma aberração sexual, tanto masculina como feminina, contra a qual a Lei dispõe tendo como sanção a pena de morte, seja para o homem, seja para a mulher e também para o animal, que devia ser morto (Lv 20.15,16). Bestialidade e homossexualismo desonram a Deus e eram práticas cananeias, razão pela qual os cananeus foram vomitados da terra (Lv 18.23-28).
IV – O ENSINO DE JESUS
1. O sétimo mandamento nos Evangelhos. O Senhor Jesus reiterou o que Deus disse no princípio da criação sobre o casamento, que se trata de uma instituição divina, uma união estabelecida pelo próprio Deus (Mt 19.4-6). Ele também se referiu ao tema do sétimo mandamento de maneira direta e indireta. Direta ao fazer uso das palavras “Não adulterarás” ou “Não cometerás adultério” no Sermão do Monte (Mt 5.27), na questão do moço rico (Mt 19.18), e nas passagens paralelas (Mc 10.19; Lc 18.20). Indireta quando fala acerca do divórcio, tema pertinente ao sétimo mandamento (Mt 19.9; Mc 10.11,12).
2. O problema dos escribas e fariseus. Mais uma vez Ele corrige o pensamento equivocado das autoridades religiosas de Israel. Os escribas e fariseus haviam reduzido o sétimo mandamento ao próprio ato físico, pois desconheciam o espírito da Lei, apegavam-se à letra dela (2 Co 3.6). Assim, como é possível cometer assassinato com a cólera ou palavras insultuosas, sem o ato físico (Mt 5.21,22), da mesma forma é possível também cometer adultério só no pensamento (Mt 5.27,28).
3. A concupiscência. Há diferença entre olhar e cobiçar. O pecado é o olhar concupiscente. O sexo é santo aos olhos de Deus, desde que dentro do casamento, nunca fora dele. O Livro de Cantares de Salomão mostra que o sexo não é apenas para procriação, mas para o prazer e a felicidade dos seres humanos. Jesus não está questionando o sexo, mas combatendo a impureza sexual e o sexo ilícito, a prostituição. O Senhor Jesus disse que os adultérios procedem do coração humano (Mt 15.19)
CONCLUSÃO
Cremos que Deus sabe o que é certo e o que é errado para a vida humana. A Bíblia é o manual divino do fabricante e é loucura querer ir contra Ele. A sanção contra os que violarem o sétimo mandamento, na fé cristã, não vai além da disciplina na Igreja e, em alguns casos, do caos na família. Mas o julgamento divino é tão certo quanto à sucessão dos dias e das noites, e a única salvação é Jesus (At 16.31; 17.31).
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Referências
Revista Lições Bíblicas. OS DEZ MANDAMENTOS, Valores divinos para uma sociedade em constante mudança. Lição 09 – Não adulterarás. I – O sétimo mandamento. 1. Abrangência. 2. Objetivo. 3. Contexto. II – Infidelidade. 1. Adultério. 2. Sexo antes do casamento. 3. Fornicação. III – Outros pecados sexuais. 1. Estupro. 2. Incesto. 3. Bestialidade. IV – O ensino de Jesus. 1. O sétimo mandamento nos Evangelhos. 2. O problema dos escribas e fariseus. 3. A concupiscência. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 1° Trimestre de 2015.
Elaboração dos slides: Pastor, Ismael Pereira de Oliveira
LIÇÃO 09 – NÃO ADULTERARÁS
TEXTO ÁUREO
"Eu, porém, vos digo que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar já em seu coração cometeu adultério com ela." (Mt 5.28)
VERDADE PRÁTICA
O sétimo mandamento diz respeito à pureza sexual e à proteção da sagrada instituição da família, assim como o mandamento anterior fala sobre a proteção à vida.
INTRODUÇÃO
O sétimo mandamento condena o adultério e impureza sexual com o objetivo de proteger a família. A Bíblia não condena o sexo; a santidade dele é inquestionável dentro do padrão divino, mas sua prática ilícita tem sido um dos maiores problemas do ser humano ao longo dos séculos. O sétimo mandamento é tratado de uma maneira na lei, e de outra na graça. Um olhar no episódio da mulher adúltera (Jo 8.1-11) mostra que tal preceito foi resgatado pela graça e adaptado a ela, e não à Lei.
I - O SÉTIMO MANDAMENTO
1. Abrangência. Trata de um tema muito abrangente, que envolve sexo e casamento num contexto social contaminado pelo pecado. O mandamento consiste em uma proibição absoluta, sem concessão, expressa de maneira simples em duas palavras: “Não adulterarás” (Êx 20.14; Dt 5.18). Sua regulamentação para os israelitas pode ser encontrada nos livros de Levíticos e Deuteronômio, que dispõem contra os pecados sexuais, a prostituição e toda forma de violência sexual com suas respectivas sanções.
2. Objetivo. O Decálogo segue uma lógica. Primeiro aparece a proteção da vida, em seguida vem a família e depois os bens e a honra. O mandamento “Não adulterarás” veio para proteger o lar e dessa forma estabelecer uma sociedade moral e espiritualmente sadia. A proibição aqui é contra toda e qualquer imoralidade sexual, expressa de maneira genérica, mas especificada em diversos dispositivos na Lei de Moisés.
3. Contexto. A Lei foi promulgada numa sociedade patriarcal que permitia a poligamia. Nesse contexto social, o adultério na Lei de Moisés consistia no fato de um homem se deitar com uma mulher casada com outro homem, independente de ser ele casado ou solteiro. Os infratores da Lei deviam ser mortos, tanto o homem quanto a mulher (Dt 22.22; Lv 20.10).
II - INFIDELIDADE
1. Adultério. É traição e falsidade. É a quebra de uma aliança assumida pelo casal diante de Deus e da sociedade, uma infidelidade que destrói a harmonia no lar e desestabiliza a família. A tradição judaico-cristã leva o assunto a sério e considera o adultério um pecado grave. Trata-se de uma loucura que compromete a honra e a reputação de qualquer pessoa, independentemente de sua confissão religiosa ou status social (Jr 29.23; Pv 6.32,33).
2. Sexo antes do casamento. Esta prática está muito em voga na sociedade moderna, mas nunca teve a aprovação divina, e por isso os jovens devem evitar essas coisas (Sl 119.9). Em Israel, os envolvidos em tal prática. Desde que a mulher não fosse casada ou comprometida, não eram condenados à morte. A pena era menos rigorosa, mas o homem tinha de se casar com a moça, pagar uma indenização por danos morais ao pai da jovem e nunca mais se divorciar dela (Dt 22.28,29). Hoje esse tipo de pecado requer aplicação de disciplina da Igreja, mas nem sempre o casamento deles é a solução.
3. Fornicação. A “moça virgem, desposada com algum homem” (Dt 22.23) diz respeito, no contexto atual, à noiva que ainda não se casou, mas está comprometida em casamento. Trata-se do pecado sexual de fornicação praticado com consentimento mútuo. A pena da Lei é a morte por apedrejamento, como no caso de envolvimento com uma mulher casada (Dt 22.24). A razão desta pena vai além do simples ato, pois se trata de quebra de fidelidade, “porquanto humilhou a mulher do seu próximo; assim tirarás o mal do meio de ti” (Dt 22.24b).
III – OUTROS PECADOS SEXUAIS
1. Estupro. A Lei contrasta a cidade com o campo para deixar clara a diferença entre estupro e ato sexual consentido. Os versículos 25-27 tratam do caso de violência sexual, pois no campo a probabilidade de socorro era praticamente nula e a moça era forçada a praticar o ato (22.25). Neste caso, somente o estuprador era morto, acusado de crime sexual, mas a moça era inocentada (Dt 22.26,27).
2. Incesto. A Lei estabelece a lista de parentesco em que deve e não deve haver casamento, para evitar a endogamia e o incesto (Lv 18.6-18). Mais adiante, a Lei prescreve as penas de cada grupo desses pecados (Lv 20.10-23). “Nenhum homem tomará a mulher de seu pai” (Dt 22.30). A Lei dispõe contra a prática sexual execrável de abusar da madrasta. É o pecado que desonra o pai, invade e macula o seu leito. Quem pratica tal abominação está sob a maldição divina (Dt 27.20). Na Lei, o assunto pertence ao campo jurídico e a condenação prevista é a morte (Lv 20.11). Entretanto, estamos debaixo da Graça, e por essa razão o tema é levado à esfera espiritual, cuja sanção se restringe à perda da comunhão da Igreja (1 Co 5.1-5). A sábia decisão apostólica é a base para o princípio disciplinar que as igrejas aplicam hoje.
3. Bestialidade. É uma aberração sexual, tanto masculina como feminina, contra a qual a Lei dispõe tendo como sanção a pena de morte, seja para o homem, seja para a mulher e também para o animal, que devia ser morto (Lv 20.15,16). Bestialidade e homossexualismo desonram a Deus e eram práticas cananeias, razão pela qual os cananeus foram vomitados da terra (Lv 18.23-28).
IV – O ENSINO DE JESUS
1. O sétimo mandamento nos Evangelhos. O Senhor Jesus reiterou o que Deus disse no princípio da criação sobre o casamento, que se trata de uma instituição divina, uma união estabelecida pelo próprio Deus (Mt 19.4-6). Ele também se referiu ao tema do sétimo mandamento de maneira direta e indireta. Direta ao fazer uso das palavras “Não adulterarás” ou “Não cometerás adultério” no Sermão do Monte (Mt 5.27), na questão do moço rico (Mt 19.18), e nas passagens paralelas (Mc 10.19; Lc 18.20). Indireta quando fala acerca do divórcio, tema pertinente ao sétimo mandamento (Mt 19.9; Mc 10.11,12).
2. O problema dos escribas e fariseus. Mais uma vez Ele corrige o pensamento equivocado das autoridades religiosas de Israel. Os escribas e fariseus haviam reduzido o sétimo mandamento ao próprio ato físico, pois desconheciam o espírito da Lei, apegavam-se à letra dela (2 Co 3.6). Assim, como é possível cometer assassinato com a cólera ou palavras insultuosas, sem o ato físico (Mt 5.21,22), da mesma forma é possível também cometer adultério só no pensamento (Mt 5.27,28).
3. A concupiscência. Há diferença entre olhar e cobiçar. O pecado é o olhar concupiscente. O sexo é santo aos olhos de Deus, desde que dentro do casamento, nunca fora dele. O Livro de Cantares de Salomão mostra que o sexo não é apenas para procriação, mas para o prazer e a felicidade dos seres humanos. Jesus não está questionando o sexo, mas combatendo a impureza sexual e o sexo ilícito, a prostituição. O Senhor Jesus disse que os adultérios procedem do coração humano (Mt 15.19)
CONCLUSÃO
Cremos que Deus sabe o que é certo e o que é errado para a vida humana. A Bíblia é o manual divino do fabricante e é loucura querer ir contra Ele. A sanção contra os que violarem o sétimo mandamento, na fé cristã, não vai além da disciplina na Igreja e, em alguns casos, do caos na família. Mas o julgamento divino é tão certo quanto à sucessão dos dias e das noites, e a única salvação é Jesus (At 16.31; 17.31).
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Referências
Revista Lições Bíblicas. OS DEZ MANDAMENTOS, Valores divinos para uma sociedade em constante mudança. Lição 09 – Não adulterarás. I – O sétimo mandamento. 1. Abrangência. 2. Objetivo. 3. Contexto. II – Infidelidade. 1. Adultério. 2. Sexo antes do casamento. 3. Fornicação. III – Outros pecados sexuais. 1. Estupro. 2. Incesto. 3. Bestialidade. IV – O ensino de Jesus. 1. O sétimo mandamento nos Evangelhos. 2. O problema dos escribas e fariseus. 3. A concupiscência. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 1° Trimestre de 2015.
Elaboração dos slides: Pastor, Ismael Pereira de Oliveira
Fonte:
http://www.escola-dominical.com/2015/02/licao-09-nao-adulteraras-slides-da.html
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LIÇÃO 06 – SANTIFICARÁS O SÁBADO
TEXTO ÁUREO
"E disse-lhes: O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem, por causa do sábado." (Mc 2.27)
VERDADE PRÁTICA
O quarto mandamento envolve os aspectos espiritual e social, diz respeito ao relacionamento do homem com Deus e ao mesmo tempo com o próximo.
INTRODUÇÃO
As controvérsias deste mandamento giram em torno da sua interpretação. Temos aqui a relação trabalho-repouso e ao mesmo tempo o relacionamento de Deus com Israel. A necessidade de um dia de repouso após seis jornadas de trabalho é universal, mas o sábado é um presente de Deus para Israel. O mandamento de santificar o sábado é mais bem compreendido quando se conhece o propósito pelo qual ele foi dado.
I - O SÁBADO DA CRIAÇÃO
1. O shabat. Deus celebrou o sétimo dia após a criação e abençoou este dia e o santificou (Gn 2.2,3). Aqui está a base do sábado institucional e do sábado legal. O sábado legal não foi instituído aqui; isso só aconteceu com a promulgação da lei. O substantivo shabbat, "sábado", não aparece aqui, na criação. Surge pela primeira vez no evento do maná (Êx 16.22, 23). A Septuaginta emprega a palavra sabbaton, "sábado, semana", a mesma usada no Novo Testamento grego.
2. Deus concluiu a criação no dia sétimo. Deus completou a sua obra da criação no sétimo dia. Deus "descansou" ou seja, cessou, é o significado do verbo hebraico usado aqui, shabat, "cessar, desistir, descansar" (Gn 8.22; Jó 32.1; Ez 16.41). Esse descanso é sinônimo de cessar de criar, e indica a obra concluída. Não se trata de ociosidade, pois Deus não para e nem se cansa (Is 40.28; Jo 5.17).
3. A bênção de Deus sobre o sétimo dia. Ele abençoou e santificou o sétimo dia como um repouso contínuo, na dispensação da inocência, mas isso foi interrompido por causa do pecado. Agostinho de Hipona lembra que não houve tarde no dia sétimo, e afirma que Deus o santificou para que esse dia permanecesse para sempre (Confissões, Livro XIII, 36). O sábado da criação aponta para o descanso de Deus ao mundo inteiro no fim dos tempos: "Portanto, resta ainda um repouso para o povo de Deus" (Hb 4.9).
II - O SÁBADO INSTITUCIONAL
1. Desde a criação. É o sábado para descanso de todos os povos. É uma questão moral que Deus estabeleceu para a raça humana ao comemorar a criação. Tornou modelo e uma forma natural para toda a raça humana. É a ordem natural das coisas: os campos precisam de repouso, as máquinas necessitam parar para manutenção e assim por diante (Lv 25.4). O sábado institucional, portanto, não se refere ao sétimo dia da semana; pode ser qualquer dia ou um período de descanso (Hb 4.8).
2. Não era mandamento. O sétimo dia da criação não era mandamento, mas revela a necessidade natural do descanso de toda a natureza. O repouso noturno de cada dia não é suficiente para isso. Deus abençoou e santificou esse dia não somente para comemorar a obra da criação mas para que, nesse dia, todos cessem o trabalho e assim descansem física e mentalmente para oferecer o seu culto de adoração a Deus.
3. Os patriarcas não guardaram o sábado. O livro de Gênesis não menciona os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó observando o sábado. Segundo Justino, o Mártir, Abraão e seus descentes até o Sinai agradaram a Deus sem o sábado (Diálogo com Trifão 19.5). Irineu de Lião diz que Abraão, "sem circuncisão e sem observância do sábado, 'acreditou em Deus e lhe foi imputado a justiça e foi chamado amigo de Deus'" (Contra as Heresias, Livro IV, 16.2).
III - O SÁBADO LEGAL
1. Significado. É o sétimo dia da semana no calendário judaico, marcado para repouso e adoração. Foi introduzido no mundo pela lei; é o sábado legal dado aos israelitas no Sinai. Nenhum outro povo na história recebeu a ordem para guardar esse dia; é exclusividade de Israel (Êx 31.13, 17). O sábado e a circuncisão são os dois sinais distintivos do povo judeu ao longo dos séculos (Gn 17.11).
2. O sábado do Decálogo. A expressão "Lembra-te do dia do sábado, para o santificar" (Êx 20.8), remete a uma reminiscência histórica e, sem dúvida alguma, Israel já conhecia o sábado nessa ocasião. Mas parece não ser referência ao sábado da criação. Ele aparece na promulgação da lei (Êx 20.11), contudo, essa reminiscência não reaparece em Deuteronômio (Dt 5.12-15). Trata-se, com certeza, do sábado que o povo não levou a sério no deserto (Êx 16.22-29).
3. Propósito. A instituição do sábado legal no Decálogo tinha um propósito duplo: social e espiritual. Cessar os trabalhos a cada seis dias de labor era dar descanso aos seres humanos e aos animais e dedicar um dia para adoração a Deus. É um memorial da libertação do Egito (Dt 5.15). Duas vezes é dito que o sábado é um sinal distintivo entre Deus e a nação de Israel (Êx 31.13,17).
IV - UM PRECEITO CERIMONIAL
1. O sacerdote no Templo. O Senhor Jesus Cristo disse mais de uma vez que a guarda do sábado é um preceito cerimonial. Ele colocou o quarto mandamento na mesma categoria dos pães da proposição (Mt 12.2-4). Veja ainda a que Jesus se referia quando falou a respeito desse ritual mencionado em Êxodo 29.33, Levítico 22.10 e 1 Samuel 21.6. Disse igualmente que "os sacerdotes no templo violam o sábado e ficam sem culpa" (Mt 12.5), ao passo que não existe concessão para preceitos morais.
2. A circuncisão no sábado. Se o oitavo dia da circuncisão do menino coincidir com um sábado, ela tem que ser feita no sábado, nem antes e nem depois. Assim, Jesus mais uma vez declara o quarto mandamento como preceito cerimonial e coloca a circuncisão acima do sábado (Jo 7.22,23 cf. Lv 12.3). Um mandamento moral é obrigatório por sua própria natureza.
V - O SENHOR DO SÁBADO
1. O sábado e a tradição dos anciãos. Os quatro evangelhos registram os conflitos entre Jesus e os fariseus sobre a interpretação do sábado. A tradição dos anciãos criou 39 proibições concernentes ao sábado, mas o Senhor Jesus disse que é "lícito fazer bem no sábado" (Mt 12.12). Isso Ele fez (Mc 3.1-5; Lc 13.10-13; 14.1-6; Jo 5.8-18; 9.6,7,16) e, por isso, nós devemos fazer o bem, não importa qual seja o dia da semana.
2. Jesus é o Senhor do sábado (Mc 2.28). O sábado veio de Deus e somente Ele tem autoridade sobre essa instituição. Então, não há outro no universo investido de tamanha autoridade, senão o Filho de Deus. A expressão "o Filho do Homem", no singular, é título messiânico, não é usual ou comum às outras pessoas. Está claro que Jesus se referia a Ele mesmo. Jesus disse que os seres humanos não foram criados para observar o sábado, mas que o sábado foi criado para o benefício deles (Mc 2.27).
3. Dia do culto cristão. O primeiro culto cristão aconteceu no domingo e da mesma forma o segundo (Jo 20.19,26). Nesse dia o Senhor Jesus ressuscitou dentre os mortos (Mc 16.16). O dia do Senhor foi instituído como o dia de culto, sem decreto e norma legal, pelos primeiros cristãos desde os tempos apostólicos (At 20.7; 1 Co 16.2; Ap 1.10). É o "sábado" cristão! O sábado legal e todo o sistema mosaico foram encravados na cruz (Cl 2.16,17), foram revogados e anulados (2 Co 3.7-11; Hb 8.13). O Senhor Jesus cumpriu a lei (Mt 5.17,18), agora vivemos sob a graça (Jo 1.17; Rm 6.14).
CONCLUSÃO
A palavra profética anunciava o fim do sábado legal (Jr 31.31-33; Os 2.11). Isso se cumpriu com a chegada do novo concerto (Hb 8.8-12). Exigir a guarda do sábado como condição para a salvação não é cristianismo e caracteriza-se como doutrina de uma seita.
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Referências
Revista Lições Bíblicas. OS DEZ MANDAMENTOS, Valores divinos para uma sociedade em constante mudança. Lição 06 – Santificarás o sábado. I – O sábado da criação. 1. O shabat. 2. Deus concluiu a criação no dia sétimo. 3. A bênção de deus sobre o sétimo dia. II – O sábado institucional. 1. Desde a criação. 2. Não era mandamento. 3. Os patriarcas não guardaram o sábado. III – O sábado legal. 1. Significado. 2. O sábado do Decálogo. 3. Propósito. IV – Um preceito cerimonial. 1. O sacerdote no Templo. 2. A circuncisão no sábado. V – O Senhor do sábado. 1. O sábado e a tradição dos anciãos. 2. Jesus é o Senhor do sábado. 3. Dia do culto cristão. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 1° Trimestre de 2015.
Elaboração dos slides: Pastor, Ismael Pereira de Oliveira
Fonte:
http://www.escola-dominical.com/2015/02/licao-06-santificaras-o-sabado-slides.html
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LIÇÃO 13 – O TEMPO DA PROFECIA DE DANIEL
(AULA DO DIA 28/12/14)
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(AULA DO DIA 28/12/14)
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LIÇÃO 8 - OS IMPÉRIOS MUNDIAIS E O REINO DO MESSIAS / SLIDES DA LIÇÃO
LIÇÃO 8 - OS IMPÉRIOS MUNDIAIS E O REINO DO MESSIAS
TEXTO ÁUREO
"E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão" (Dn 7.27).
VERDADE PRÁTICA
Enquanto os impérios humanos caem, o Reino de Deus se expande através de Jesus Cristo
Na lição desta semana, veremos uma mudança narrativa no capítulo sete de Daniel. Agora estamos diante de uma série de quatro visões do profeta. É o "apocalipse do Antigo Testamento" apresentando quatro impérios simbolizados por quatro animais. A visão do capítulo dois foi dada a um rei pagão, Nabucodonosor, enquanto que a do capítulo sete, a um servo de Deus, o profeta Daniel.
Veremos que em Nabucodonosor, a visão revela o lado político dos impérios apresentados como uma grande estátua. Em Daniel, através dos quatro animais, ela revela o lado moral e espiritual desses impérios. Os fatos são os mesmos, mas os objetivos das duas visões têm finalidades distintas. No capítulo sete, Deus revela a Daniel o fim dos quatro impérios e o surgimento do reino eterno do Messias prometido.
1. A visão. Daniel recebeu a visão sobre os quatro animais no primeiro ano do rei Belsazar da Babilônia. É importante lembrarmos, aqui, que Belsazar não governou sozinho. Ele foi corregente com o seu pai, Nabonido. Veremos agora a primeira parte da visão de Daniel (vv.1-3):
a) O "leão com asas de águia" (v.4). O versículo quatro descreve um animal semelhante ao leão com asas de águia. Enquanto Daniel o contemplava, as asas do leão eram arrancadas. Posteriormente, o animal foi erguido da terra, posto de pé como um ser humano e, logo depois, ele recebeu um coração humano. O leão representava o império da Babilônia.
b) O urso (v.5). Daniel viu uma figura semelhante a um urso. Este fora erguido de um lado e tinha em sua boca três costelas. A este animal as pessoas diziam: "Levanta-te, devora muita carne". O urso simbolizava o império Medo-Persa.
c) O leopardo com quatro asas (v.6). Outro animal era uma figura semelhante ao leopardo. Este possuía quatro cabeças e tinha quatro asas de aves em suas costas. Foi-lhe dado domínio. O leopardo simbolizava o império da Grécia.
d) Uma aparência indescritível (vv.7,8). "Terrível, espantosa e extremamente forte" era a figura do quarto animal. Ela tinha enormes dentes de ferro, comia e triturava o que encontrasse pelo caminho. Em sua cabeça havia ainda dez chifres. Enquanto Daniel prestava atenção nos dez chifres, um chifre pequeno surgiu entre os dez; mas três dos primeiros dez chifres foram arrancados pela raiz. No chifre pequeno havia também olhos como "olhos humanos" e uma boca que proferia "palavras arrogantes". O animal, aqui descrito, simbolizava o império romano.
2. A interpretação. O bloco dos versículos 9 a 14 revelam mais duas figuras: a do Ancião e a do Filho do Homem. Após este bloco de versículos, Daniel passa a narrar a interpretação dos animais dada a ele ainda na mesma visão (vv.15-27):
a) As figuras dos animais (15-18). As figuras representadas pelo leão, urso, leopardo e o quarto animal, significam quatro reis que se levantaram sobre a terra, isto é, o rei da Babilônia, o rei Medo-Persa, o rei da Grécia e o rei de Roma (v.17).
b) A ênfase no quarto animal (vv.23-27). O quarto animal foi o que mais chamou a atenção do profeta Daniel: "Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros" (v.19). Daniel precedeu o tempo em que o império romano se tornara uma superpotência. Roma foi o império mais devastador da história do mundo. Era forte (ferro), pela sua força e eficácia administrativa, mas frágil (barro), dada a grande corrupção que ajudou a sepultar "um sonho chamado Roma".
c) Os dez chifres e o pequeno chifre. Os dez chifres que saíam da cabeça do quarto animal prefiguravam dez reis advindos do antigo império romano. Mas outro rei, representado pelo pequeno chifre, se levantará após os dez reis e abaterá os três primeiros, arrancando-os tal como descreve a visão. Este pequeno chifre é o Anticristo escatológico tipificado na pessoa de Antíoco Epifânio, o qual estudaremos rapidamente na próxima lição e, com maiores detalhes, na lição 12
1. Tronos, "ancião de dias" e juízo divino (vv.9-14). Entramos na segunda parte da visão de Daniel, que trata do julgamento celeste. O versículo nove nos diz: "foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou" (v.9). A figura de vários tronos tipifica um contexto de julgamento e justiça. A profecia nos fala que o juiz do julgamento é o "ancião de dias", isto é, Deus é retratado no livro tendo cabelos brancos e vestido de branco. É aquele que Abraão reconheceu como o "Juiz de toda a terra" (Gn 18.25). O tribunal demonstrado no sétimo capítulo de Daniel revela que Deus julgará "o pequeno chifre" e decretará a sentença final contra o quarto animal (Roma) (vv.11,12). Aqui está o ápice da visão de Daniel, ou seja, o Altíssimo julgando as maldades, crueldades e perversidades das nações deste mundo!
2. O "Filho do Homem" (vv.13,14). A expressão "filho do homem" ou, de acordo com os melhores manuscritos antigos, "filho de homem", aparece mais de 80 vezes no livro de Ezequiel. A fórmula é regularmente traduzida como "homem" ou "ser humano", pois na Bíblia trata-se de expressões sinônimas. Tanto em Daniel quanto em Ezequiel, "filho do homem" refere-se a um ser humano distinto que recebe de Deus a soberania celestial. Posteriormente, os santos apóstolos de Cristo identificaram "filho do homem" com a pessoa de Jesus de Nazaré (Mt 24.27,30). Em o Novo Testamento, Jesus introduziu o Reino de Deus no mundo como o próprio verbo divino feito carne, a plena revelação de Deus ( Jo 1.1,14). Foi-lhe dado um nome que é sobre todo o nome e todo o poder sobre a Terra (Fp 2.9-11). Jesus Cristo virá pela segunda vez e instaurará o governo literal de Deus no mundo o reino milenar (Ap 20.2,6).
3. A Grande Tribulação (vv.24,25). Segundo a visão conservadora-tradicional e evangélica, estamos diante de um texto que aponta para um tempo de grande sofrimento no mundo, especialmente em relação à nação de Israel. "O chifre pequeno", advindo da região do quarto império, Roma, promoverá engano e assombro no planeta. Na linguagem neotestamentária, ele é o "Anticristo", o blasfemador de Deus e dos seus preceitos. Por "um tempo, e tempos, e metade de um tempo", o "Anticristo" terá autoridade no mundo. Esse período equivale a "três anos e meio", ou "quarenta e dois meses" ou "mil e duzentos e sessenta dias" (Dn 12.7; 9.27; Ap 12.14; 7.14). Ele compreende a metade dos sete anos finais prescritos como a Grande Tribulação e o fim do "tempo dos gentios". Nos primeiros "três anos e meio" o Anticristo fará acordos com Israel, mas não os cumprirá. Este é o período de grande poder e influência política desse líder mundial sobre o mundo e os judeus. Mas o Messias o dominará e quebrará o seu reino de mentira. O Anticristo será condenado e a plenitude do Reino de Deus será estabelecida para sempre!
1. A visão (vv.13,14). Explicamos anteriormente a expressão "filho do homem" e vimos que ela fora atribuída pelos apóstolos a Jesus Cristo. O versículo 13 de Daniel afirma que o "filho do homem" voltará nas nuvens do céu. Este é o entendimento remontado em Atos 1.9-11 quando da afirmação dos santos anjos sobre a volta do Cristo de Deus: "E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. [...] [Os anjos] lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir". Da mesma forma o apóstolo João escreveu no Apocalipse uma mensagem recebida do próprio Jesus: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram" (Ap 1.7). O reino de Cristo será eterno, único e jamais perecerá (v.14).
2. "Os santos do Altíssimo" (v.18). Para os primeiros leitores do livro de Daniel, a expressão "os santos do Altíssimo" era identificada por eles como o povo judeu que estava em cativeiro. Entretanto, de modo mais abrangente, e de acordo com Apocalipse 7.9-17, e a partir da revelação progressiva da Palavra de Deus ao longo da história bíblica, esses grupos de mártires e santos são os crentes advindos da Grande Tribulação, de todos os lugares, tribos e nações, que tiveram as suas roupas lavadas no sangue do Cordeiro.
3. A destruição do Anticristo (vv.26,27). Deus intervirá na história dos judeus e trará juízo contra o Anticristo. Este será julgado e condenado para sempre. A sua destruição dar-se-á quando do final do segundo período de "três anos e meio" da Grande Tribulação. Mas a Igreja de Cristo, lavada e remida no sangue do Cordeiro, não passará pela Grande Tribulação. Antes de iniciar esse tempo de grande sofrimento, o Corpo de Cristo será tirado do mundo para estar para sempre com o Senhor.
Lamentavelmente, devido à multiplicação da "doutrina" da prosperidade, e de muitas igrejas e pregadores propalarem o "aqui e agora", a profecia bíblica quanto ao futuro ficou de lado. Outros caem no erro de ensinar que as profecias de Daniel e do Apocalipse são alegorias e produtos de um tempo e de uma cultura sem conexão com a era atual. Estudemos a Palavra de Deus para não nos acharmos soberbos, deleitosos e não sejamos, pois, a Laodiceia contemporânea (Ap 3.14-22)!
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Referências
Revista Lições Bíblicas. INTEGRIDADE MORAL E ESPIRITUAL, O legado do livro de Daniel para a Igreja hoje. Lição 08 – Os impérios mundiais e o Reino do Messias. I – A visão dos quatro animais. 1. A visão. A) O leão com asas de águia. B) O urso. C) O leopardo com quatro asas. D) Uma aparência indescritível. 2. A interpretação. A) As figuras dos animais. B) A ênfase no quarto animal. C) Os dez chifres e o pequeno chifre. II – O clímax da visão profética. 1. Tronos, ancião de dias e juízo divino. 2. O filho do homem. 3. A grande tribulação. III – A vinda do filho do homem. 1. A visão. 2. Os santos do Altíssimo. 3. A destruição do Anticristo. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 4° Trimestre de 2014.
Elaboração dos slides: Pastor, Ismael Pereira de Oliveira
http://www.escola-dominical.com/
LIÇÃO 8 - OS IMPÉRIOS MUNDIAIS E O REINO DO MESSIAS
TEXTO ÁUREO
"E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão" (Dn 7.27).
VERDADE PRÁTICA
Enquanto os impérios humanos caem, o Reino de Deus se expande através de Jesus Cristo
Na lição desta semana, veremos uma mudança narrativa no capítulo sete de Daniel. Agora estamos diante de uma série de quatro visões do profeta. É o "apocalipse do Antigo Testamento" apresentando quatro impérios simbolizados por quatro animais. A visão do capítulo dois foi dada a um rei pagão, Nabucodonosor, enquanto que a do capítulo sete, a um servo de Deus, o profeta Daniel.
Veremos que em Nabucodonosor, a visão revela o lado político dos impérios apresentados como uma grande estátua. Em Daniel, através dos quatro animais, ela revela o lado moral e espiritual desses impérios. Os fatos são os mesmos, mas os objetivos das duas visões têm finalidades distintas. No capítulo sete, Deus revela a Daniel o fim dos quatro impérios e o surgimento do reino eterno do Messias prometido.
1. A visão. Daniel recebeu a visão sobre os quatro animais no primeiro ano do rei Belsazar da Babilônia. É importante lembrarmos, aqui, que Belsazar não governou sozinho. Ele foi corregente com o seu pai, Nabonido. Veremos agora a primeira parte da visão de Daniel (vv.1-3):
a) O "leão com asas de águia" (v.4). O versículo quatro descreve um animal semelhante ao leão com asas de águia. Enquanto Daniel o contemplava, as asas do leão eram arrancadas. Posteriormente, o animal foi erguido da terra, posto de pé como um ser humano e, logo depois, ele recebeu um coração humano. O leão representava o império da Babilônia.
b) O urso (v.5). Daniel viu uma figura semelhante a um urso. Este fora erguido de um lado e tinha em sua boca três costelas. A este animal as pessoas diziam: "Levanta-te, devora muita carne". O urso simbolizava o império Medo-Persa.
c) O leopardo com quatro asas (v.6). Outro animal era uma figura semelhante ao leopardo. Este possuía quatro cabeças e tinha quatro asas de aves em suas costas. Foi-lhe dado domínio. O leopardo simbolizava o império da Grécia.
d) Uma aparência indescritível (vv.7,8). "Terrível, espantosa e extremamente forte" era a figura do quarto animal. Ela tinha enormes dentes de ferro, comia e triturava o que encontrasse pelo caminho. Em sua cabeça havia ainda dez chifres. Enquanto Daniel prestava atenção nos dez chifres, um chifre pequeno surgiu entre os dez; mas três dos primeiros dez chifres foram arrancados pela raiz. No chifre pequeno havia também olhos como "olhos humanos" e uma boca que proferia "palavras arrogantes". O animal, aqui descrito, simbolizava o império romano.
2. A interpretação. O bloco dos versículos 9 a 14 revelam mais duas figuras: a do Ancião e a do Filho do Homem. Após este bloco de versículos, Daniel passa a narrar a interpretação dos animais dada a ele ainda na mesma visão (vv.15-27):
a) As figuras dos animais (15-18). As figuras representadas pelo leão, urso, leopardo e o quarto animal, significam quatro reis que se levantaram sobre a terra, isto é, o rei da Babilônia, o rei Medo-Persa, o rei da Grécia e o rei de Roma (v.17).
b) A ênfase no quarto animal (vv.23-27). O quarto animal foi o que mais chamou a atenção do profeta Daniel: "Então, tive desejo de conhecer a verdade a respeito do quarto animal, que era diferente de todos os outros" (v.19). Daniel precedeu o tempo em que o império romano se tornara uma superpotência. Roma foi o império mais devastador da história do mundo. Era forte (ferro), pela sua força e eficácia administrativa, mas frágil (barro), dada a grande corrupção que ajudou a sepultar "um sonho chamado Roma".
c) Os dez chifres e o pequeno chifre. Os dez chifres que saíam da cabeça do quarto animal prefiguravam dez reis advindos do antigo império romano. Mas outro rei, representado pelo pequeno chifre, se levantará após os dez reis e abaterá os três primeiros, arrancando-os tal como descreve a visão. Este pequeno chifre é o Anticristo escatológico tipificado na pessoa de Antíoco Epifânio, o qual estudaremos rapidamente na próxima lição e, com maiores detalhes, na lição 12
1. Tronos, "ancião de dias" e juízo divino (vv.9-14). Entramos na segunda parte da visão de Daniel, que trata do julgamento celeste. O versículo nove nos diz: "foram postos uns tronos, e um ancião de dias se assentou" (v.9). A figura de vários tronos tipifica um contexto de julgamento e justiça. A profecia nos fala que o juiz do julgamento é o "ancião de dias", isto é, Deus é retratado no livro tendo cabelos brancos e vestido de branco. É aquele que Abraão reconheceu como o "Juiz de toda a terra" (Gn 18.25). O tribunal demonstrado no sétimo capítulo de Daniel revela que Deus julgará "o pequeno chifre" e decretará a sentença final contra o quarto animal (Roma) (vv.11,12). Aqui está o ápice da visão de Daniel, ou seja, o Altíssimo julgando as maldades, crueldades e perversidades das nações deste mundo!
2. O "Filho do Homem" (vv.13,14). A expressão "filho do homem" ou, de acordo com os melhores manuscritos antigos, "filho de homem", aparece mais de 80 vezes no livro de Ezequiel. A fórmula é regularmente traduzida como "homem" ou "ser humano", pois na Bíblia trata-se de expressões sinônimas. Tanto em Daniel quanto em Ezequiel, "filho do homem" refere-se a um ser humano distinto que recebe de Deus a soberania celestial. Posteriormente, os santos apóstolos de Cristo identificaram "filho do homem" com a pessoa de Jesus de Nazaré (Mt 24.27,30). Em o Novo Testamento, Jesus introduziu o Reino de Deus no mundo como o próprio verbo divino feito carne, a plena revelação de Deus ( Jo 1.1,14). Foi-lhe dado um nome que é sobre todo o nome e todo o poder sobre a Terra (Fp 2.9-11). Jesus Cristo virá pela segunda vez e instaurará o governo literal de Deus no mundo o reino milenar (Ap 20.2,6).
3. A Grande Tribulação (vv.24,25). Segundo a visão conservadora-tradicional e evangélica, estamos diante de um texto que aponta para um tempo de grande sofrimento no mundo, especialmente em relação à nação de Israel. "O chifre pequeno", advindo da região do quarto império, Roma, promoverá engano e assombro no planeta. Na linguagem neotestamentária, ele é o "Anticristo", o blasfemador de Deus e dos seus preceitos. Por "um tempo, e tempos, e metade de um tempo", o "Anticristo" terá autoridade no mundo. Esse período equivale a "três anos e meio", ou "quarenta e dois meses" ou "mil e duzentos e sessenta dias" (Dn 12.7; 9.27; Ap 12.14; 7.14). Ele compreende a metade dos sete anos finais prescritos como a Grande Tribulação e o fim do "tempo dos gentios". Nos primeiros "três anos e meio" o Anticristo fará acordos com Israel, mas não os cumprirá. Este é o período de grande poder e influência política desse líder mundial sobre o mundo e os judeus. Mas o Messias o dominará e quebrará o seu reino de mentira. O Anticristo será condenado e a plenitude do Reino de Deus será estabelecida para sempre!
1. A visão (vv.13,14). Explicamos anteriormente a expressão "filho do homem" e vimos que ela fora atribuída pelos apóstolos a Jesus Cristo. O versículo 13 de Daniel afirma que o "filho do homem" voltará nas nuvens do céu. Este é o entendimento remontado em Atos 1.9-11 quando da afirmação dos santos anjos sobre a volta do Cristo de Deus: "E, quando dizia isto, vendo-o eles, foi elevado às alturas, e uma nuvem o recebeu, ocultando-o a seus olhos. [...] [Os anjos] lhes disseram: Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Esse Jesus, que dentre vós foi recebido em cima no céu, há de vir assim como para o céu o vistes ir". Da mesma forma o apóstolo João escreveu no Apocalipse uma mensagem recebida do próprio Jesus: "Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram" (Ap 1.7). O reino de Cristo será eterno, único e jamais perecerá (v.14).
2. "Os santos do Altíssimo" (v.18). Para os primeiros leitores do livro de Daniel, a expressão "os santos do Altíssimo" era identificada por eles como o povo judeu que estava em cativeiro. Entretanto, de modo mais abrangente, e de acordo com Apocalipse 7.9-17, e a partir da revelação progressiva da Palavra de Deus ao longo da história bíblica, esses grupos de mártires e santos são os crentes advindos da Grande Tribulação, de todos os lugares, tribos e nações, que tiveram as suas roupas lavadas no sangue do Cordeiro.
3. A destruição do Anticristo (vv.26,27). Deus intervirá na história dos judeus e trará juízo contra o Anticristo. Este será julgado e condenado para sempre. A sua destruição dar-se-á quando do final do segundo período de "três anos e meio" da Grande Tribulação. Mas a Igreja de Cristo, lavada e remida no sangue do Cordeiro, não passará pela Grande Tribulação. Antes de iniciar esse tempo de grande sofrimento, o Corpo de Cristo será tirado do mundo para estar para sempre com o Senhor.
Lamentavelmente, devido à multiplicação da "doutrina" da prosperidade, e de muitas igrejas e pregadores propalarem o "aqui e agora", a profecia bíblica quanto ao futuro ficou de lado. Outros caem no erro de ensinar que as profecias de Daniel e do Apocalipse são alegorias e produtos de um tempo e de uma cultura sem conexão com a era atual. Estudemos a Palavra de Deus para não nos acharmos soberbos, deleitosos e não sejamos, pois, a Laodiceia contemporânea (Ap 3.14-22)!
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Referências
Revista Lições Bíblicas. INTEGRIDADE MORAL E ESPIRITUAL, O legado do livro de Daniel para a Igreja hoje. Lição 08 – Os impérios mundiais e o Reino do Messias. I – A visão dos quatro animais. 1. A visão. A) O leão com asas de águia. B) O urso. C) O leopardo com quatro asas. D) Uma aparência indescritível. 2. A interpretação. A) As figuras dos animais. B) A ênfase no quarto animal. C) Os dez chifres e o pequeno chifre. II – O clímax da visão profética. 1. Tronos, ancião de dias e juízo divino. 2. O filho do homem. 3. A grande tribulação. III – A vinda do filho do homem. 1. A visão. 2. Os santos do Altíssimo. 3. A destruição do Anticristo. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 4° Trimestre de 2014.
Elaboração dos slides: Pastor, Ismael Pereira de Oliveira
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LIÇÃO 11 – O PRESBÍTERO, BISPO OU ANCIÃO / SLIDES
LIÇÃO 11 – O PRESBÍTERO, BISPO OU ANCIÃO
TEXTO ÁUREO
"Por esta causa te deixei em Creta, para que pusesses em boa ordem as coisas que ainda restam e, de cidade em cidade, estabelecesses presbíteros [...]" (Tt 1.5).
VERDADE PRÁTICA
O presbitério deve ser constituído por pessoas idôneas para auxiliar na administração da igreja local.
No início da Igreja do primeiro século havia líderes que orientavam os crentes quanto ao Evangelho, bem como à organização e desenvolvimento da igreja local. O Evangelho frutificou na vida das pessoas, e por isso, surgiam cada vez mais novos crentes. Foi necessário, a fim de garantir o discipulado integral da nova pessoa em Cristo, separar crentes idôneos e maduros na fé para cuidarem desse precioso rebanho. Assim, os apóstolos de Cristo passaram a estabelecer presbíteros para zelar pela administração e a vida espiritual da igreja local.
I - A ESCOLHA DOS PRESBÍTEROS
1. Significado da função. De acordo com a Bíblia de Estudo Palavras-Chave, o termo "presbítero" (do gr. presbyteros) é uma forma comparativa da palavra grega presbys, "pessoa mais velha". Como substantivo, e no emprego dos judeus e cristãos, "presbítero" é um título de dignidade dos indivíduos experientes e de idade madura que formavam o governo da igreja local. É um sinônimo de bispo (gr. episkopos, supervisor); de professor (gr. didaskolos); e de pastor (gr. poimēn).
2. A liderança local. O apóstolo Paulo cuidou de organizar a administração das igrejas locais por onde as plantava, separando um grupo de obreiros para tal trabalho. Quando escreve ao seu discípulo, o jovem Tito, Paulo o instrui a estabelecer presbíteros em diversos lugares, de cidade em cidade (Tt 1.4,5,7). Está claro, assim, o aspecto pastoral da função exercida pelos presbíteros nas comunidades cristãs antigas.
3. As qualificações. Em o Novo Testamento, as referências aos presbíteros encontram-se no plural: "presbíteros", "bispos" ou "anciãos" (At 11.30; 15.2,4,6; 20.17; Tg 5.14; 1 Pe 5.1). Como a liderança local era formada por um grupo de irmãos experientes na fé para cuidarem da igreja, a função dos presbíteros era pastoral. Portanto, o presbítero é um pastor, um apascentador de ovelhas! A Palavra de Deus expressa qualificações bem objetivas para o exercício fiel dessa função. Tais qualificações estão descritas em Tito 1.6-9 para presbítero, assim como em 1 Timóteo 3.1-7 para "bispo", denotando o aspecto sinonímico dos dois termos. Uma leitura atenta das duas listas indica a importância da função e como as igrejas não podem descuidar-se quando da ordenação de pessoas para servi-la. O bom conselho do apóstolo Paulo ainda é a maneira mais segura para se separar obreiros.
1. Significado do termo. "Não desprezes o dom que há em ti, o qual te foi dado por profecia, com a imposição das mãos do presbitério" (1 Tm 4.14). Foi dessa forma que o apóstolo Paulo lembrou Timóteo, aconselhando-o acerca do reconhecimento do ministério do jovem pastor pelo conselho de obreiros. O Novo Testamento classifica esse corpo de obreiro de "presbitério" (do gr. presbyterion, substantivo de presbítero, um conselho formado por anciãos da igreja cristã).
2. A atuação do presbitério. No Concílio de Jerusalém, em relação às sérias questões étnicas e eclesiásticas que podiam comprometer a expansão da igreja, os apóstolos e os anciãos (presbíteros) foram chamados para debater e legislar sobre o assunto (At 15.2,6,9-11). Em seguida, os presbíteros foram enviados à Antioquia para orientar os irmãos sobre a resolução dos problemas que perturbavam os novos convertidos: "E, quando iam passando pelas cidades, lhes entregavam, para serem observados, os decretos que haviam sido estabelecidos pelos apóstolos e anciãos em Jerusalém" (At 16.4).
3. A valorização do presbitério. O presbitério deve ser valorizado, pois desde os primórdios da Igreja cristã, a sua existência tem fundamento na Palavra de Deus. O rebanho do Senhor será ainda mais bem atendido se o presbitério das nossas igrejas for preparado para uma atuação mais efetiva no governo da igreja e no ministério de ensino, tal como instruiu o apóstolo Paulo: "Os presbíteros que governam bem sejam estimados por dignos de duplicada honra, principalmente os que trabalham na palavra e na doutrina" (1 Tm 5.17). O Novo Testamento mostra que, apesar de haver um pastor titular, o governo de uma igreja não era exercido por um único líder, mas pelo conselho de obreiros (At 20.17-37; Ef 4.11, 1 Pe 5.1). O presbitério é de vital importância ao desenvolvimento das igrejas locais e ao bom ordenamento do Corpo de Cristo.
1. Apascentar a igreja. Os presbíteros têm o dever de alimentar o rebanho de Deus com a exposição da Santa Palavra. O apóstolo Pedro bem exortou aos presbíteros da sua época acerca desta tarefa: (1 Pe 5.2a). O apascentar as ovelhas do Senhor se dá com cuidado pastoral, não pela força ou violência, como se os obreiros tivessem domínio sobre o Corpo de Cristo. Esse ato ocorre voluntariamente, sem interesse financeiro, servindo de exemplo ao rebanho em tudo (1 Pe 5.2,3). Os presbíteros formam o conselho da igreja local cujo objetivo maior é atuar na formação espiritual, social, moral e familiar do povo de Deus.
2. Liderar a igreja local. A liderança da igreja local tem duas esferas principais de atuação: o governo e o ensino. O presbítero, quando designado para essas tarefas, tem o dever de exercê-las na "Igreja de Deus" (1 Tm 3.5). Para isso, ele precisa saber "governar a sua própria casa" e ser "apto a ensinar" (1 Tm 3.2,4). Liderar o rebanho de Deus, segundo o Novo Testamento, é estar disponível "para servir" e "não para ser servido" (Mt 20.25-28; Mc 10.42-45). Com o objetivo de exercer competentemente esta função, o presbítero deve ser uma pessoa experiente, idônea e pronta a ser exemplo na igreja local. Ensinar e governar com equidade e seriedade é o maior compromisso de todo homem de Deus chamado para tão nobre tarefa.
3. Ungir os enfermos. "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor" (Tg 5.14). O ato da unção dos enfermos não pode ser banalizado na igreja local. Ele revela a proximidade que o presbítero deve ter com as pessoas. O membro da igreja local tem de se sentir à vontade para procurar qualquer um dos presbíteros e receber oração ou uma palavra pastoral. Tal obreiro foi separado pelo Pai e pela igreja para atender a essas demandas.
Vimos que os termos presbítero, bispo e pastor são sinônimos. Os presbíteros, ou bispos, sempre formaram um corpo de obreiros com a finalidade de contribuir para a edificação da igreja local. Eles exercem uma função pastoral. Nas Assembleias de Deus no Brasil, os presbíteros exercem este serviço, pastoreando as congregações. Eles ainda cuidam da execução das principais tarefas da Igreja: a evangelização e o ensino da Palavra. Portanto, esses obreiros precisam ser bem selecionados e valorizados pela igreja local.
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LIÇÃO 09 – O MINISTÉRIO DE PASTOR
TEXTO ÁUREO
"Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas" (Jo 10.11).
VERDADE PRÁTICA
Por meio do ministério pastoral, conduzimos as ovelhas ao Supremo Pastor, Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO
Ser pastor sempre foi uma tarefa árdua. Muitas são as demandas internas e externas da igreja local, entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões relacionadas a administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à oração, à pregação e ao ensino da Palavra de Deus. O dia a dia pastoral é desafiador a quem é vocacionado por Deus para apascentar. Somente pela graça e o amor do Pai é possível encarar tão grande responsabilidade. Por outro lado, uma liderança madura e servidora é imprescindível ao desenvolvimento da igreja local. Assim, a lição de hoje abordará esse importante ministério.
I - JESUS, O SUMO PASTOR
1. Jesus é o pastor supremo. A expressão "grande Pastor das ovelhas", que aparece em Hebreus 13.20, refere-se diretamente à sublimidade do Senhor Jesus como pastor no Novo Testamento. Marcado pela humildade e despojamento da sua glória, Ele foi chamado "grande" em seu nascimento (Lc 1.32). O adjetivo "grande" enfatiza o quanto o Nazareno é incomparável e mediador da nova aliança de Deus com os homens. Jesus Cristo é o supremo pastor em todos os aspectos. Ele venceu a morte e libertou o homem da prisão do pecado. Ele é Deus!
2. O pastor conhece as suas ovelhas. Em João 10.14, o adjetivo "bom" identifica Jesus como o pastor que por amor protege e cuida das ovelhas que lhe pertence. Por isso, Ele é o "bom Pastor". Tal expressão designa ainda a intimidade entre o Sumo Pastor e as suas ovelhas. Estas não ouvem a voz de outro pastor. O bondoso Salvador conhece a sua Igreja por inteiro, e se relaciona com cada membro (Jo 10.5,15).
3. O pastor dá a vida pelas ovelhas. Uma das principais fontes da economia israelita era o trabalho pastoril. Os pastores cuidavam das ovelhas para delas obterem o lucro diário. Este é o contexto de que se valeu o Senhor Jesus para referir-se ao ensinamento contido na expressão "o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas" (Jo 10.11). Aqui, diferente dos pastores que garantiam o seu sustento no campo através do uso das ovelhas, o Mestre Jesus mostra a disposição em dar a própria vida pelo seu rebanho (Jo 10.15). Os verdadeiros pastores da igreja devem imitar o Sumo Pastor, Jesus. NEle não há jamais exploração alguma do rebanho, e isso deve servir de exemplo a todos aqueles que desejam ministrar à igreja do Senhor, tal como ensina a Palavra em 1 Pedro 5.2-4.
1. Um caráter íntegro. Entre outras coisas, o exercício pastoral envolve aptidão para ensinar, aconselhar e comunicar-se de forma clara com a igreja local. Porém, essas características não são validadas se o caráter do pastor não for íntegro. Uma das piores queixas que se pode ouvir acerca de um ministro é que sua palavra pastoral não se coaduna com a sua vida. Como pode o líder falar sobre honestidade e ser desonesto? De simplicidade e mostrar-se esbanjador? De humildade e comportar-se soberbo? A melhor palavra pastoral é a vida do pastor em sintonia com a mensagem do Evangelho que ele proclama (Mt 7.24-27; 23.2-36).
2. Exemplo para os fiéis e os infiéis. O texto bíblico de 1 Timóteo 3.2,3, afirma que o bispo não deve ser dado ao vinho, espancador, cobiçoso de torpe ganância, contencioso ou avarento; a recomendação é que o obreiro seja moderado. A Igreja, o Corpo de Cristo, precisa contemplar em seu líder sinais claros do fruto do Espírito, tais como autocontrole, mansidão, bondade e amor. Estas características denotam idoneidade moral e maturidade espiritual. A mesma postura moral que o pastor atesta aos fiéis deve ser demonstrada, igualmente, aos infiéis (1 Tm 3.7).
3. Exemplo para a família. Não podemos esquecer que antes de ser exemplo para igreja local, e com os de fora, o ministro do Evangelho, em primeiro lugar, deve ser o exemplo para a sua própria família - sua primeira comunidade e igreja. Governar a própria casa com modéstia e equilíbrio, criando seus filhos com respeito (1 Tm 3.4), é o testemunho que toda a família cristã deseja experimentar na convivência sadia com o pastor que é esposo, pai e avô
1. A missão do pastor. O termo pastor (do gr. poime¯n) no Novo Testamento tem o significado de "apascentador de ovelhas". De acordo com esta definição podemos afirmar que a principal missão de um ministro é cuidar das pessoas que receberam Cristo como Salvador, dando-lhes alimento espiritual através do ensino da Palavra de Deus, como encontramos no livro do profeta Isaías (Is 40.11). O verdadeiro pastor cuida das ovelhas com zeloso amor e compaixão, entregando-se totalmente às suas demandas.
2. Uma missão polivalente. A missão pastoral também é múltipla, pois o ministério envolve o ensinamento, o aconselhamento, a evangelização e missões, bem como a pregação expositiva da Palavra de Deus, que é o seu mais importante empreendimento. Para além dessas responsabilidades, o pastor age como o bom conciliador e administrador eclesiástico dos bens e recursos humanos disponíveis para toda boa obra da igreja local. Está sob os seus cuidados a gestão eficiente e honesta dos bens materiais, patrimoniais e das finanças da igreja local.
3. O cuidado contra os falsos pastores. Quando Deus levantou Ezequiel como profeta de Israel, Ele ordenou-lhe que repreendesse os pastores infiéis da nação. O Altíssimo considerava como falsos pastores os que apascentavam a si mesmo e não as ovelhas (Ez 34.2c); exploravam o rebanho e não o poupavam (34.3); não demonstravam amor pelas ovelhas, fazendo com que elas se dispersassem (34.4-6). O próprio Deus é contra os falsos pastores (Ez 34.8-10)! Ele inspirou o apóstolo Paulo a escrever para Tito quando da sua instrução pastoral ao jovem obreiro, que este retivesse "firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores [...] aos quais convém tapar a boca" (Tt 1.9-11).
O dom ministerial de pastor é concedido àqueles a quem Deus chama para servir ao seu precioso rebanho, a Igreja de Jesus. Esta acha-se espalhada nas igrejas locais que reúnem crentes oriundos de todos os lugares do mundo. Eles estão sob os cuidados de líderes para serem alimentados com a Palavra de Deus. O objetivo do ministério pastoral é fazer com que o rebanho do Senhor cresça na graça e no conhecimento do Evangelho de nosso Salvador (2 Pe 3.18). Portanto, o pastor precisa da graça divina para não fracassar em seu ministério. Oremos pelos pastores, compreendamos as suas lutas e os apoiemos com amor e carinho.
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OBS: O tamanho original de cada slide é 28x19 cm, para manter as proporções e qualidades dos slides, sugerimos alterar o tamanho do seu slide no PowerPoint em “Design” e depois “Configurar página”.
Referência
Revista Lições Bíblicas. DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS, Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Lição 09 – O Ministério de pastor. I – Jesus, o sumo pastor. 1. Jesus é o pastor supremo. 2. O pastor conhece as suas ovelhas. 3. O pastor dá a vida pelas ovelhas. II – As características do verdadeiro pastor. 1. Um caráter íntegro. 2. Exemplo para os fiéis e os infiéis. 3. Exemplo para a família. III – O ministério pastoral. 1. A missão do pastor. 2. Uma missão polivalente. 3. O cuidado contra os falsos pastores. Conclusão. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 2° Trimestre de 2014.
http://www.escola-dominical.com/2014/05/licao-09-o-ministerio-de-pastor-slides.html?showComment=1406858728460#c6858399132398867991
LIÇÃO 09 – O MINISTÉRIO DE PASTOR
TEXTO ÁUREO
"Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas" (Jo 10.11).
VERDADE PRÁTICA
Por meio do ministério pastoral, conduzimos as ovelhas ao Supremo Pastor, Jesus Cristo.
INTRODUÇÃO
Ser pastor sempre foi uma tarefa árdua. Muitas são as demandas internas e externas da igreja local, entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões relacionadas a administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à oração, à pregação e ao ensino da Palavra de Deus. O dia a dia pastoral é desafiador a quem é vocacionado por Deus para apascentar. Somente pela graça e o amor do Pai é possível encarar tão grande responsabilidade. Por outro lado, uma liderança madura e servidora é imprescindível ao desenvolvimento da igreja local. Assim, a lição de hoje abordará esse importante ministério.
I - JESUS, O SUMO PASTOR
1. Jesus é o pastor supremo. A expressão "grande Pastor das ovelhas", que aparece em Hebreus 13.20, refere-se diretamente à sublimidade do Senhor Jesus como pastor no Novo Testamento. Marcado pela humildade e despojamento da sua glória, Ele foi chamado "grande" em seu nascimento (Lc 1.32). O adjetivo "grande" enfatiza o quanto o Nazareno é incomparável e mediador da nova aliança de Deus com os homens. Jesus Cristo é o supremo pastor em todos os aspectos. Ele venceu a morte e libertou o homem da prisão do pecado. Ele é Deus!
2. O pastor conhece as suas ovelhas. Em João 10.14, o adjetivo "bom" identifica Jesus como o pastor que por amor protege e cuida das ovelhas que lhe pertence. Por isso, Ele é o "bom Pastor". Tal expressão designa ainda a intimidade entre o Sumo Pastor e as suas ovelhas. Estas não ouvem a voz de outro pastor. O bondoso Salvador conhece a sua Igreja por inteiro, e se relaciona com cada membro (Jo 10.5,15).
3. O pastor dá a vida pelas ovelhas. Uma das principais fontes da economia israelita era o trabalho pastoril. Os pastores cuidavam das ovelhas para delas obterem o lucro diário. Este é o contexto de que se valeu o Senhor Jesus para referir-se ao ensinamento contido na expressão "o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas" (Jo 10.11). Aqui, diferente dos pastores que garantiam o seu sustento no campo através do uso das ovelhas, o Mestre Jesus mostra a disposição em dar a própria vida pelo seu rebanho (Jo 10.15). Os verdadeiros pastores da igreja devem imitar o Sumo Pastor, Jesus. NEle não há jamais exploração alguma do rebanho, e isso deve servir de exemplo a todos aqueles que desejam ministrar à igreja do Senhor, tal como ensina a Palavra em 1 Pedro 5.2-4.
1. Um caráter íntegro. Entre outras coisas, o exercício pastoral envolve aptidão para ensinar, aconselhar e comunicar-se de forma clara com a igreja local. Porém, essas características não são validadas se o caráter do pastor não for íntegro. Uma das piores queixas que se pode ouvir acerca de um ministro é que sua palavra pastoral não se coaduna com a sua vida. Como pode o líder falar sobre honestidade e ser desonesto? De simplicidade e mostrar-se esbanjador? De humildade e comportar-se soberbo? A melhor palavra pastoral é a vida do pastor em sintonia com a mensagem do Evangelho que ele proclama (Mt 7.24-27; 23.2-36).
2. Exemplo para os fiéis e os infiéis. O texto bíblico de 1 Timóteo 3.2,3, afirma que o bispo não deve ser dado ao vinho, espancador, cobiçoso de torpe ganância, contencioso ou avarento; a recomendação é que o obreiro seja moderado. A Igreja, o Corpo de Cristo, precisa contemplar em seu líder sinais claros do fruto do Espírito, tais como autocontrole, mansidão, bondade e amor. Estas características denotam idoneidade moral e maturidade espiritual. A mesma postura moral que o pastor atesta aos fiéis deve ser demonstrada, igualmente, aos infiéis (1 Tm 3.7).
3. Exemplo para a família. Não podemos esquecer que antes de ser exemplo para igreja local, e com os de fora, o ministro do Evangelho, em primeiro lugar, deve ser o exemplo para a sua própria família - sua primeira comunidade e igreja. Governar a própria casa com modéstia e equilíbrio, criando seus filhos com respeito (1 Tm 3.4), é o testemunho que toda a família cristã deseja experimentar na convivência sadia com o pastor que é esposo, pai e avô
1. A missão do pastor. O termo pastor (do gr. poime¯n) no Novo Testamento tem o significado de "apascentador de ovelhas". De acordo com esta definição podemos afirmar que a principal missão de um ministro é cuidar das pessoas que receberam Cristo como Salvador, dando-lhes alimento espiritual através do ensino da Palavra de Deus, como encontramos no livro do profeta Isaías (Is 40.11). O verdadeiro pastor cuida das ovelhas com zeloso amor e compaixão, entregando-se totalmente às suas demandas.
2. Uma missão polivalente. A missão pastoral também é múltipla, pois o ministério envolve o ensinamento, o aconselhamento, a evangelização e missões, bem como a pregação expositiva da Palavra de Deus, que é o seu mais importante empreendimento. Para além dessas responsabilidades, o pastor age como o bom conciliador e administrador eclesiástico dos bens e recursos humanos disponíveis para toda boa obra da igreja local. Está sob os seus cuidados a gestão eficiente e honesta dos bens materiais, patrimoniais e das finanças da igreja local.
3. O cuidado contra os falsos pastores. Quando Deus levantou Ezequiel como profeta de Israel, Ele ordenou-lhe que repreendesse os pastores infiéis da nação. O Altíssimo considerava como falsos pastores os que apascentavam a si mesmo e não as ovelhas (Ez 34.2c); exploravam o rebanho e não o poupavam (34.3); não demonstravam amor pelas ovelhas, fazendo com que elas se dispersassem (34.4-6). O próprio Deus é contra os falsos pastores (Ez 34.8-10)! Ele inspirou o apóstolo Paulo a escrever para Tito quando da sua instrução pastoral ao jovem obreiro, que este retivesse "firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contradizentes. Porque há muitos desordenados, faladores, vãos e enganadores [...] aos quais convém tapar a boca" (Tt 1.9-11).
O dom ministerial de pastor é concedido àqueles a quem Deus chama para servir ao seu precioso rebanho, a Igreja de Jesus. Esta acha-se espalhada nas igrejas locais que reúnem crentes oriundos de todos os lugares do mundo. Eles estão sob os cuidados de líderes para serem alimentados com a Palavra de Deus. O objetivo do ministério pastoral é fazer com que o rebanho do Senhor cresça na graça e no conhecimento do Evangelho de nosso Salvador (2 Pe 3.18). Portanto, o pastor precisa da graça divina para não fracassar em seu ministério. Oremos pelos pastores, compreendamos as suas lutas e os apoiemos com amor e carinho.
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OBS: O tamanho original de cada slide é 28x19 cm, para manter as proporções e qualidades dos slides, sugerimos alterar o tamanho do seu slide no PowerPoint em “Design” e depois “Configurar página”.
Referência
Revista Lições Bíblicas. DONS ESPIRITUAIS E MINISTERIAIS, Servindo a Deus e aos homens com poder extraordinário. Lição 09 – O Ministério de pastor. I – Jesus, o sumo pastor. 1. Jesus é o pastor supremo. 2. O pastor conhece as suas ovelhas. 3. O pastor dá a vida pelas ovelhas. II – As características do verdadeiro pastor. 1. Um caráter íntegro. 2. Exemplo para os fiéis e os infiéis. 3. Exemplo para a família. III – O ministério pastoral. 1. A missão do pastor. 2. Uma missão polivalente. 3. O cuidado contra os falsos pastores. Conclusão. Editora CPAD. Rio de Janeiro – RJ. 2° Trimestre de 2014.
http://www.escola-dominical.com/2014/05/licao-09-o-ministerio-de-pastor-slides.html?showComment=1406858728460#c6858399132398867991
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