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sexta-feira, 14 de outubro de 2022

882-O ADVOGADO PERFEITO PARA VOCÊ, E DE GRAÇA!!

   



Assistência jurídica espiritual gratuita

 

     Todos nós pecamos, somos infratores ou infratoras da lei de Deus. Estamos sujeitos ao juízo, julgamento, prestação de contas, condenação e desprezo eterno. Somos transgressores (ou transgressoras da lei). Sempre pecamos, uns mais, outros menos, não somos perfeitos, temos pecados, culpa, pecamos por ação e/ou omissão, pecamos através de pensamentos, desejos, vontades, pecamos através de palavras escritas, faladas e através de atitudes. A culpa paira sobre as nossas cabeças, o perigo iminente de ir para o inferno é real, porém, temos um grande advogado e intercessor que é o Senhor Jesus Cristo. Vamos ler:

1Meus filhinhos, escrevo a vocês estas coisas para que vocês não pequem. Se, porém, alguém pecar, temos um intercessor junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.

 

2Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos pecados de todo o mundo.

 

3Sabemos que o conhecemos, se obedecemos aos seus mandamentos.

 

4Aquele que diz: "Eu o conheço", mas não obedece aos seus mandamentos, é mentiroso, e a verdade não está nele.

 

5Mas, se alguém obedece à sua palavra, nele verdadeiramente o amor de Deus está aperfeiçoado. Desta forma sabemos que estamos nele:

 

6aquele que afirma que permanece nele deve andar como ele andou.

1 João 2.6

       Viu? Aproveite o grande advogado, o grande intercessor que é o Senhor Jesus, peça perdão pelos seus pecados, reconcilie-se com Deus, volte-se para Deus, faça o seu exame introspectivo diário e constante, confesse os seus pecados à Cristo. Calme por Ele, chame por Ele, aproveite o ofício de Cristo, aproveite a oportunidade que o Eterno está te dando agora mesmo, meu amigo(a), meu irmão(ã), aproveite esta preciosidade, você tem um grande advogado à sua disposição, pois, Ele já pagou o preço para você. Saiba que através da graça de Deus, do sangue de Cristo, através do seu sacrifício vicário e definitivo temos paz com Deus, temos o perdão, temos a vida eterna através da graça maravilhosa e salvadora de Cristo Jesus. O advogado que é Cristo nos fornece:

 

1-Perdão diário

2-Promessa de vida eterna

3-Oportunidade de reconciliação com o Altíssimo

4-Aproximação do trono da graça

5-Esperança de uma vida espiritual melhor

6-proteção contra o maligno

7-promessa do Espírito Santo habitar em você

8-Dons e capacitações ministeriais

9-paz, pois, Cristo é o príncipe da paz

10-Ser chamado de filho(a) de Deus

11-Coherdeiro(a) com Cristo

12-amigo(a)s de Deus

13-sacerdócio real

14-ser igreja militante no mundo

15 oportunidade de ser sal e luz para o mundo

 

   Jesus é e sempre será o nosso advogado diante de Deus, nosso Pai. A palavra advogado significa“ aquele que roga por nós” ou “ intercede por nós”.

   Um advogado é aquele que vem em nosso socorro, em perante a um juiz. As Escrituras Sagradas dizem que Jesus é esse advogado, e todos aqueles que confiam neste Advogado receberão o perdão de Deus.

 

Jesus é o advogado daqueles corações arrependidos, e daqueles que foram lavados Pelo Seu Sangue, e é por meio da Fé e da confissão de que Ele é o Nosso Senhor e Salvador que somos perdoados pelo Grande Juiz (Deus).

 

Romanos 8:1 - NVI - Portanto, agora já não há condenação para os que estão em Cristo Jesus.

Colossenses 2:14 - NVI - e cancelou a escrita de dívida, que consistia em ordenanças, e que nos era contrária. Ele a removeu, pregando-a na cruz.

Romanos 10:9 - NVI - Se você confessar com a sua boca que Jesus é Senhor e crer em seu coração que Deus o ressuscitou dentre os mortos, será salvo.

2 Coríntios 5:21 - NVI - Deus tornou pecado por nós aquele que não tinha pecado, para que nele nos tornássemos justiça de Deus.

Graças a essa intermediação, é que somos salvos pela misericórdia de Deus.

 

Advogado em hebraico, Aramaico e Grego

O significado de Advogado no grego é “convocado a estar do lado de alguém”, e se escreve “παρακλητος” (parakletos).

 

Convocado para estar ao lado de alguém para protegê-la;

 convocado para ajudar alguém;

 Alguém que pleiteia a causa de outro;

 Defensor de alguém perante ao juiz;

 intercessor, Conselheiro, Assistência Social, alguém que advoga Alguma causa;

Principais traduções da Palavra Advogado :

 

Δικηγόρος (Hebraico)

παρακλητος (Grego)

Advocatus (Latim)

 

 

Sites consultados:

https://novabiblia.com.br/advogado-na-biblia

https://www.bibliaon.com/1_joao_2/

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

881-MOISÉS COM CHIFRES? O QUE ACONTECEU A MIGUEL ÂNGELO?

  


MOISÉS COM CHIFRES? O QUE ACONTECEU A MIGUEL ÂNGELO.



Miguel Ângelo e a sua escultura de Moisés com dois chifres

A resposta à pergunta é mais ou menos fácil.Trata-se de um erro de tradução da bíblia que iremos desenvolver neste artigo. Há dois tipos de erros na bíblia: os que resultam da tradução de textos em aramaico ( e não só) e os que foram introduzidos pelos monges copistas propositadamente ou não. Há casos conhecidos de erros que foram introduzidos pelos monges copistas sendo o mais famoso o da mulher adúltera prestes a ser apedrejada, cujo episódio nunca existiu. Segundo especialistas, este episódio foi colocado, por um escriba, no evangelho de João no século 3. As razões para esta adulteração tem que ver com a diferença que se procurava estabelecer entre o cristianismo e o judaísmo. Apedrejar adúlteras é uma das leis que os sacerdotes colocaram no Pentateuco. O cristianismo procurava a diferença, daí ter construído esta história.

Voltemos aos chifres: Após a conversão do imperador Constantino foi imperativo tratar da tradução da bíblia para o latim. O homem escolhido para esta tarefa chamou-se Eusebius Hieronimus, que viria a ser canonizado com o nome de São Jerónimo. Sob as ordens do papa Dâmaso este senhor viajou para Jerusalém para aprender hebraico e traduzir a bíblia. Demorou 17 anos. Produziu a Vulgata que é a bíblia que todos conhecemos.

Ao traduzir uma passagem do Êxodo escreveu "cornuta esse faceis sua" ou seja a sua face tinha chifres. Ora o problema está na tradução da palavra Karan que tanto pode significar raio de luz, como chifre. O bom do nosso Eusebius - o facto de não ser nativo na língua também não ajudou - avançou com a tradução para chifre em vez de raio de luz, vá-se lá saber porquê uma vez que até se trata de um erro grosseiro. A tradução correta veio a ser publicada na Septuaginta, onde se pode ler que o profeta tinha o rosto iluminado e não chifrado. Há uma diferença grande!

Miguel Ângelo era conhecido por ter uma biblioteca fabulosa com livros antiquíssimos. O que o levou a esculpir Moisés desta forma? Será que há alguma mensagem subliminar nesta imagem? Era preciso um nível de cultura muito grande para saber que este erro de tradução tinha sido cometido. Se Miguel Ângelo não tivesse esculpido esta peça e assim perpetuando este erro será que esta história tinha viajado até hoje? Teria sido um erro de tradução ou houve algo mais nesta história? Talvez um novo livro do Dawn Brawn possa explicar isto. Já agora prefiro que o José Rodrigues dos Santos pegue no assunto porque o último livro do Dawn Brawn (Origens) que li foi a pior coisa que li nos últimos tempos. Senti um alívio enorme quando o vendi por 5€.

Já agora, à laia de despedida, o linguista Eugene Nida chegou, na década de 60, a traduzir a palavra sestercios (a antiga moeda romana) para dólares com o objetivo de atrair leitores!

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O ERRO MAIS FAMOSO DA ARTE OCIDENTAL

A estátua de Moisés do ano de 1515 é uma das esculturas mais célebres da arte ocidental. Ela retrata Moisés segurando com nobreza as tábuas da lei depois de descer do Monte Sinai pela segunda vez. Estranhamente, Moisés tem dois chifres na sua cabeça! Por séculos, milhões de pessoas do mundo inteiro acreditavam que Moisés - e todos os judeus - tinham chifres na cabeça! Como isso aconteceu?!

 

 

ERRO NA TRADUÇÃO DA BÍBLIA

É um erro causado pela tradução. O versículo que descreve a descida de Moisés do Monte Sinai descreve sua face e expressão com a palavra hebraica קרן. Mas esta palavra pode ser lida de duas maneiras diferentes: "Keren" (קֶרֶן) que significa "um chifre" e "karan" (קָרַן) que significa "brilhou/estava radiante". Na verdade, o versículo diz "ele não sabia que sua cara estava radiante (karan) porque tinha falado com o Senhor"! (Êxodo 34:29)

 

 

 

A SOLUÇÃO: VOLTAR À FONTE

Hoje em dia, os leitores da Bíblia entendem que a palavra karan deve ser lida metaforicamente para expressar: "sua face brilhou" ou "sua face projetou raios de luz". Esta famosa obra de arte é apenas um exemplo das consequências trágicas de traduzir a Bíblia incorretamente. Ao invés de depender do Português, aprenda o Hebraico original da Bíblia. Recupere hoje o autêntico e poderoso significado da Bíblia evitando a tradução!

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A Vulgata,  Bíblia latina, que até hoje é o texto oficial da Igreja Católica e foi o alicerce da Igreja no Ocidente, traduzida por Eusebius Hyeronimus, que mais tarde viria a ser canonizado com o nome de são Jerônimo. É tão influente, mas tão influente, que até seus erros de tradução se tornaram clássicos. Ao traduzir uma passagem do Êxodo que descreve o semblante do profeta Moisés, são Jerônimo escreveu em latim: cornuta esse facies sua, ou seja, “sua face tinha chifres”. Esse detalhe esquisito foi levado a sério por artistas como Michelangelo – sua famosa escultura representando Moisés, hoje exposta no Vaticano, está ornada com dois belos corninhos. Tudo porque Jerônimo tropeçou na palavra hebraica karan, que pode significar tanto “chifre” quanto “raio de luz”. A tradução correta está na Septuaginta: o profeta tinha o rosto iluminado, e não chifrudo. Apesar de erros como esse, a Vulgata reinou absoluta ao longo da Idade Média – durante séculos, não houve outras traduções.

 

30.E, tendo-o visto Aarão e todos os israelitas, notaram que a pele de seu rosto se tornara brilhante e não ousaram aproximar-se dele. Ex 34:30

 

Fonte: http://www.bibliacatolica.com.br/01/2/34.php

E vendo Arão e todos os filhos de Israel que brilhava a pele do rosto de Moisés e temeram em se aproximar. Ex 34:30

30 Quando Arão e todos os filhos de Israel chegaram a ver Moisés, ora, eis que a pele da sua face emitia raios e eles ficaram com medo de se aproximar dele. Ex 34:30

 

Pesquisando, descobri que a raiz desse mistério está numa tradução errada feita por São Jerônimo de  Êxodo XXXIV, 29:

 

Quando Moisés desceu a montanha do Sinai, trazendo nas mãos as duas tábuas do Testemunho, sim, quando desceu a montanha, não sabia que a pele de seu rosto resplandecia porque havia falado com Ele.

 

Ele se equivocou quando verteu o versículo para o latim, traduzindo raios de luz (o resplandecimento) por chifres de luz, já que a palavra hebraica karan pode significar raios ou chifres.

 

Esse é um erro que pode ser cometido com certa facilidade, como está explicado no seguinte vídeo:

 

 

 

Por outro lado, vale notar que o "chifre" não é um símbolo destituído de significado para o catolicismo, como explicou o confrade Otávio:

 

 

Na verdade, ao contrário do que se pensa, o chifre tem uma importância fundamental para o judaísmo, cristianismo e outras religiões pré-cristãs não apenas pelas representações plásticas, mas também, semioticamente (pois trata de um símbolo) e filologicamente, o que nos ajuda a entender um pouco o sentido dele na Sagrada Escritura (tarefa árdua, pois, de acordo com um levantamento que fiz, a vasta ocorrência do(s) chifre(s) revela uma importância dificilmente encontrada em outros elementos culturais.

 

O desapreço estético contra a presença dos chifres na arte cristã se dá pela distância histórica que temos em relação à concepção que os antigos atribuíam ao elemento visual. Portanto, como vivemos em uma época em que o "chifre" possui conotação perjorativa (demônio, vítimas de infidelidade etc.), há uma repugnância imediata por parte dos não iniciados nos estudos da cultura semítica.

 

Acredito que os confrades já resolveram a questão, mas posso contribuir com algo, mesmo sendo redundante em muitos aspectos. Julguei pertinente separar minha postagem por tópicos, para garantir uma melhor organização das ideias:

 

1) Comentário bíblico da tradução da Vulgata em Ex 34, 29-35

 

2) A luz, como símbolo antropológico e religioso do conhecimento superior

 

3) A importância do chifre na cultura dos povos da Antiguidade

 

4) A importância do chifre na Sagrada Escritura

 

5) Considerações sobre o chifre enquanto representação na arte cristã

 

6) Conclusão

 

7) Bibliografia

 

 

1) COMENTÁRIO BÍBLICO DA TRADUÇÃO DA VULGATA EM Ex 34,29-35

 

Na Bíblia do Peregrino (2006, p. 170), Luís Alonso Schökel faz o seguinte comentário:

 

"34,29-35 Moisés se expôs à luminosidade esplendente, a glória do Senhor, e a luz o transfigurou sem que ele o notasse. Seu rosto tornou-se luminoso, com luz refletida. Tudo o que diz é ressonância de Deus, do mesmo modo que sua luminosidade é reflexo de Deus. O esplendor é como um halo que emoldura o oráculo e o mediador. O fenômeno se repetirá, não já na montanha, mas na tenda do encontro."

 

Que nos parece? Schökel não parece ter interesse na questão das representações artísticas, mas somente no texto em si mesmo e expõe uma teologia bíblica interessante. Por mais que Moisés fosse como um de nós ("imagem" e semelhança de Deus, como em Gn 1,26), sua exposição à santidade e presença de Deus o fez ainda "mais semelhante". Tal atestado, apesar de desconcertante à primeira vista, pode ser associado à própria vida dos santos: sua adesão à Deus era tal que faziam milagres, curavam doentes, se "transportavam" de um lugar para outro como Jesus, se resplandeciam de luz, como luz do mundo etc. Como? Para quem intensifica o contato com o próprio Deus, intensifica também sua semelhança.

 

Como Deus é "luz", o contato de Moisés com Deus e sua exposição à luz divina, refletiu o que Deus é nele mesmo: LUZ!

 

O verbo "resplandecer", que ocorre somente neste capítulo, é um denominativo do substantivo "clarim". A Vulgata traduz por cornuta ("chifre" em latim), que posteriormente tornou-se a fonte das representações artísticas de Moisés com chifres em sua cabeça. Richard J. Clifford (2007, p. 159) comenta que, na realidade, o brilho em sua face expressa seu lugar privilegiado como servo íntimo de Yahweh, o que confirma a dissertação de Schökel.

 

2) A LUZ, COMO SÍMBOLO ANTROPOLÓGICO E RELIGIOSO DO CONHECIMENTO SUPERIOR

 

Partimos agora, de uma breve exposição semiótica da luz como símbolo.

 

Considerada do ponto de vista do homem, a luz pode lembrar também todo o campo do conhecimento. A metáfora toca de certa forma o símbolo quando o conhecimento em questão provém do Senhor. Nesse campo, podemos distinguir três níveis de simbolização: aprendizado da Lei, mistérios do mundo criado, e os mistérios do mundo incriado. O caso de Moisés situa-se no segundo nível.

 

 1º O primeiro é o do aprendizado da Lei, entendida não no sentido estreitamente comportamental, mas na perspectiva global da experiência religiosa da aliança. O conhecimento prático do agir correto, todo sapiencial, se adquire pelo contato assíduo com a Lei escrita, que é Palavra de Deus: ela é uma “luz imperecível” (Sb 18,4), que ilumina o caminho do justo, cf. Sl 119,105.130. Também em Eclo 24,32; 50,29 na versão da Septuaginta (o texto hebraico é diferente); Sb 5,6; Is 2,5 (cf. v3); 5,20; 26,9 (somente na Septuaginta); 51,4; Os 10,12 (cf. Septuaginta); Br 4,23. Em Rm 2,19, Paulo critica os judeus que, invocando a Lei, se tomam pela “luz daqueles [que estão] nas trevas”, i.é., no fundo, como porta-luzes.

 

Pela lógica da expressão, essa luz divina, guia da moralidade, não é interior, mas brilha diante dos olhos do homem (cf. Sl 19,9), embora o lugar de assimilação da Palavra só possa ser o coração. Por isso, no caso, a expressão pertence mais ao símbolo (i.é., ao campo simbólico) do que à metáfora.

 

2º O segundo nível é o dos mistérios do mundo criado, inapreensíveis para o comum dos mortais. Esse conhecimento, sapiencial também, provém, contudo, de uma iluminação do coração de origem transcendente. Daniel, penetrado do “sopro do Deus santo”, possui “luz, inteligência e sabedoria como a sabedoria de Deus” (Dn 5,11.14; cf. também 2,22). Os três termos, sinônimos (hendíadis), situam claramente o conhecimento do jovem no registro da ciência, se bem que se trate de ciência infusa. Por isso, a metáfora se abre mais para o símbolo. O caso de Moisés, o sábio, o homem da Lei por excelência, tão transformado por seu encontro com o Senhor que, segundo a tradição recebida, sua iluminação interior transparecia por fora: “a pele de seu rosto brilhava”, de modo que ele teve de cobri-lo com um véu (Ex 34,29-30.34-35).

 

3º Só o NT atinge o terceiro nível, que diz respeito aos mistérios do mundo incriado. Também esse conhecimento provém de uma “iluminação” de origem divina, mas não tem nada em comum com a sabedoria deste mundo. Trata-se do dom da fé, o qual “ilumina os olhos do coração” do homem, para que chegue ao conhecimento profundo do desígnio divino de salvação em Jesus Cristo (Ef 1,18; também de acordo com 2Cor 4,6; 2Tm 1,10). Disso decorre a responsabilidade da evangelização: o crente deve tornar-se, por sua vez, “luz do mundo” (cf. Mt 5,14-16; Fl 2,15-16), porque o verdadeiro conhecimento só pode irradiar-se de corações iluminados.

 

3) A IMPORTÂNCIA DO CHIFRE NA CULTURA DOS POVOS DA ANTIGUIDADE

 

Na Antiguidade (LURKER, 2006, p. 51), os povos consideravam o chifre, enquanto arma de ataque e defesa, como símbolo de força física e poder supra-humano. No Egito antigo, os chifres, em ligação com a coroa, serviam muitos deuses como adorno da cabeça e eram considerados pelo povo simples como súmula do terror que cerca o sobrenatural. Faz-se relação simbólica especial entre chifre e sol.

 

Figuras rupestres do norte da África mostram carneiros e búfalos que trazem a esfera do sol entre os chifres. A deusa do céu Hátor traz na cabeça o chifre de rez com a esfera do sol. Na arte da mesopotâmia antiga, as divindades são ornadas com a coroa de chifres, como que símbolo de seu poder supraterreno. Na época do helenismo, governantes faziam cunhar sua imagem com testa coroada de chifres em moedas.

 

Os animais portadores de chifres em larga escala são considerados como símbolos de fertilidade. Assim, também o chifre é sinal de abundância (cornucópia), da hospitalidade, da generosidade, da paz e da esperança; em representações das partes do mundo é símbolo da Europa e da África. Segundo o Dicionário dos Símbolos: imagens e sinais da arte cristã (HEINZ-MOHR, 1994, p. 96), também é atributo do profeta Jonas e da Sibila délfica.

 

4) A IMPORTÂNCIA DO CHIFRE NA SAGRADA ESCRITURA

 

O chifre é antigo símbolo da excelência, da elevação e do poder. Assim, a Bíblia fala do "chifre da salvação". (1Sm 2,1; Sl 18,3; 148,14; Lc 1,69; Ap 5,6: o cordeiro com sete chifres) e conhece a unção régia com óleo do chifre. Por isso, na Bíblia, o chifre é sinal de poder e força. O Senhor faz para o seu povo chifres de ferro e cascos de bronze, para que ele esmague numerosos povos e consagre a Yahweh os seus despojos (Mq 4,13). Aos piedosos Deus ergue o chifre (Sl 92,11), expressão eloqüente para dizer a graça de Deus. Quem teme a Deus e anda de acordo com seus mandamentos, a "sua força se exalta em glória" (Sl 112,9).

 

Enquanto o Senhor ergue o chifre do seu povo (Sl 148, 14), abater-se-á o chifre de Moab (Jr 48, 25), ou seja, o seu poder será desbaratado. "Ele corta o chifre dos ímpios, mas o chifre do justo será erguido" (Sl 75,11). O próprio Senhor é designado, no cântico de ação de graças depois de batalha com êxito, como chifre de salvação (Sl 18,3). Como sinal especial de poder divino de bênçãos eram considerados os chifres de metal dos quatro cantos do altar dos perfumes da Tenda da Reunião (Ex 27,2; 30,2).

 

Também junto do altar dos holocaustos que estava no templo salomônico "se levantavam quatro chifres" Ez 43,15). Aspergindo os chifres com o sangue dos animais sacrificados se queria indicar a doação de vida a Deus de modo particular. Já Aarão e seus filhos receberam, por ocasião de sua consagração como sacerdotes, a ordem: "Tomarás parte do sangue do bezerro e com o dedo o porás sobre os chifres do altar" (Ex 29,12). Terrível castigo é quando o Senhor corta os chifres do altar e estes caem em terra (Am 3,14). Quando um acusado, fugia para o templo e tocava nos chifres do altar, colocava-se sob a proteção de Deus e era salvo — caso não tivesse cometido nenhum crime premeditado (1Rs 1,50-53).

 

Com apoio nos salmos diz-se em Lucas: "Bendito seja o Senhor Deus de Israel, porque visitou e redimiu o seu povo, e suscitou-nos um chifre de salvação na casa de Davi, seu servo" (Lc 1,68ss). O Cordeiro apocalíptico "tinha sete chifres e sete olhos, que são os sete Espíritos de Deus enviados por toda a terra" (Ap 5,6). Os sete chifres do cordeiro são símbolos da onipotência de Cristo. Em contrapartida, os dez chifres do grande Dragão vermelho (Ap 12,3) expressam a maldade satânica, que por fim vai se desmascarar como impotência.

 

5) CONSIDERAÇÕES SOBRE O CHIFRE ENQUANTO REPRESENTAÇÃO NA ARTE CRISTÃ(1)

 

Na semiótica da arte cristã, entra também a ideia simbólica dos chifres que Moisés trazia ao vir de novo para junto do povo depois do encontro com Yahweh no Sinai, irradiante um poder espiritual quase atemorrizante, como já comentei em Ex 34,29.35.

 

Não obstante termos aí uma falsa maneira de ler texto bíblico latino que se acha na base dessa interpretação¹, pode-se reconhecer e é legítima a interpretação simbólica que lhe subjaz.

 

De acordo com Heinz-Mohr (1994, p. 97), tanto Boticelli como Signorelli optaram em suas imagens de Moisés (ambas na Capela Sistina do Vaticano) por feixes de raios em vez dos chifres, e também Jan Gossaert (Kunsthistor: Museu de Viena), mas isso não significa que outros artistas tenham representado os chifres conscientes de seu significado (o que não fere o simbolismo usado na arte e na fé católica).

 

O chifre como instrumento de sopro encontra-se também em anjos do Juízo Final e como atributo de São Brás e São Cornélio, ambos os casos com base em jogo de palavras (no alemão, blasen = soprar e no francês, cor). Um chifre de caçador portam São Eustáquio, São Humberto e São Osvaldo.

 

No entanto, recorrendo às antigas configurações, também o diabo recebeu na arte e na fé popular uma série de traços animalescos, entre os quais sobressaem os chifres que frisam o poder do mal (daí a repulsa de muitos em aceitarem os chifres na arte cristã de bom-grado, por causa da sua associação com o retrato do demônio).

 

Mas, de todas as representações de Moisés ornado de chifres, a mais conhecida é mesmo a escultura de Michelângelo (que, no caso dele, reproduziu erroneamente Moisés por ter-se se servido da tradução latina da passagem bíblica hebraica de Ex 34,29ss). Como já foi exposto alhures, não eram chifres que saíam de sua face (facies cornuta), mas raios (facies coronata).

 

6) CONCLUSÃO

 

Sabemos, portanto, das qualidades simbólicas que, tanto da luz quanto do chifre, serviram para transmitir mensagens teológicas importante para nós e para os povos de todas as épocas que esses elementos estiveram presente.

 

Mesmo assim, não podemos e nem devemos depreciar as várias representações de Moisés com chifres, seja na pintura, seja na escultura, pois a configuração artística deste equívoco da Vulgata fala, porém, tanto mais da força de expressão do antigo símbolo, pois que se acreditava reconhecer no fato dos chifres de Moisés a força transmitida a ele por Deus.

 

7) BIBLIOGRAFIA

 

Esta é uma bibliografia básica e não tem a intenção de ser exaustiva, muito menos de abordar todas as vertentes semióticas, filológicas, artísticas ou exegéticas que o tópico suscita. A quem se interessar, pode consultar as referências que os autores abaixo se serviram para maior aprofundamento.

 

BÍBLIA. Português. SCHÖKEL, Luís Alonso. Bíblia do Peregrino. Trad. Ivo Storniolo; José Bortolini. 2ª ed. São Paulo: Paulus, 2006. p. 170.

 

CLIFFORD, Richard J. Êxodo. In: BROWN, R. E.; FITZMYER, J. A; MURPHY, R. E. Novo Comentário Bíblico São Jerônimo: Antigo Testamento. São Paulo: Academia Cristã; Paulus, 2007. p. 159.

 

GIRARD, Marc. Os Símbolos na Bíblia: ensaio de teologia bíblica enraizada na experiência humana universal. 2ª ed. São Paulo: Paulus, 2005. p. 148.

 

HEINZ-MOHR, Gerd. Chifre. In: ______. Dicionário dos Símbolos: imagens e sinais da arte cristã. Trad. João Rezende Costa. São Paulo: Paulus, 1994. pp. 96-97. (Série Dicionários)

 

LURKER, Manfred. Chifre. In: ______. Dicionário de Figuras e Símbolos Bíblicos. 2ª ed. São Paulo: Paulus, 2006. pp. 51-52. (Série Dicionários)

 

_______________

¹ Que traduziu os raios, de que o texto fala, por "chifres" — facies cornuta em vez de facies coronata — um erro que só foi corrigido pelo Concílio de Trento no séc. XVI e até então marcou as representações de Moisés até o Moisés de Claus Steler na fonte da Kartause Champmol (fins do séc. XIV) e a imponente representação de Michelângelo no mausoléu do papa Júlio (S. Pedro in Vicoli, Roma).

 

Naturalmente que lá na comunidade os dons e conhecimentos de cada um são diferentes, de modo que tive de perguntar a Otávio qual seria um conceito de semiótica. Ele, sempre solícito, respondeu o seguinte:

 

 

Várias são as definições de semiótica. As mais conhecidas são:

 

1) "A semiótica é a ciência dos signos e dos processos significativos (semiose) na natureza e na cultura" (NÖTH, 2003, p. 17);

 

2) É a "ciência dos signos" (SANTAELLA, 1983, p. 7; SANTAELLA, 2008, p. XI);

 

3) "É a ciência geral de todas as linguagens" (SANTAELLA, 1983, p. 8) ou

 

4) É a ciência geral "de toda e qualquer linguagem" (SANTAELLA, 1983, p. 10).

 

Etimologicamente, o termo Semiótica provém do grego Σημειωτικός (Sēmeiōtikós, numa transliteração mais exata) e é a junção de dois outros vocábulos: σημεĩον (sēmeĩon) que quer dizer “signo” (NÖTH, 2003, p. 21; SANTAELLA, 1983, p. 7) ou Σημα (Sēma-), um radical que tem por significado “sinal”, que pode ser traduzido por “signo” também (NÖTH, 2003, p. 21) e ωτικός (ōtikós = ótica).

 

Infelizmente, nem sempre, no decorrer da história da semiótica, houve consenso sobre o uso da sua etimologia (NÖTH, 2003, p. 21-22). De acordo com Winfried Nöth (2003, p. 21), a palavra Semio- é “uma transliteração latinizada da forma grega semeîo-, e os radicais parentes, sema(t)- e seman-, têm sido a base morfológica para várias derivações de vocábulos que dão nome às ciências semióticas” (NÖTH, p. 21).

 

Mesmo que existam duas formas etimológicas para designar a mesma ciência semiótica — semeiotica e semeiologia, segundo Nöth (2003, p, 21), assim como hoje também é conhecida sua forma plural em inglês Semiotics que “é de origem relativamente recente” (NÖTH, 2003, p. 22), também houveram etimologicamente vocábulos distintos que precederam os descritos acima, “tais como semiologia, semântica, sematologia, semasiologia, semologia, além dos termos usados por Lady Welby: sensifics e significs” (WELBY apud NÖTH, 2003, p. 21).

 

Apesar de Charles Sanders Peirce (1839 – 1914) ser o filósofo cuja obra percorreu “todas as áreas da filosofia e, além disso, quase todas as ciências do seu tempo” (NÖTH, 2003, p. 60), e que — sozinho — dialogou com “25 séculos de tradição filosófica ocidental” (SANTAELLA, 1983, p. 27), ele nunca usou o termo plural inglês semiotics (NÖTH, 2003, p. 22) para designar a “ciência de toda e qualquer linguagem” (SANTAELLA, 1983, p. 10), preferindo – ao invés disso – vocábulos como semeiotic, semiotic e até semeotic (NÖTH, 2003, p. 22).

 

Então, basicamente a semiótica é a ciência que se dedica ao estudo geral de todas as linguagens e processos significativos. E eu a uso aplicada à arte cristã e à exegese católica.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

 

NÖTH, Winfried. Panorama da Semiótica: de Platão a Peirce. 4ª ed. São Paulo: Annablume, 2003.

 

SANTAELLA, Lúcia. O que é Semiótica. São Paulo: Brasiliense, 1983.

 

______. Semiótica Aplicada. São Paulo: Cengage Learning, 2008.

 

SANTAELLA, Lúcia; NÖTH, Winfried. Imagem: Cognição, semiótica, mídia. 4ª ed. São Paulo: Iluminuras, 2005.

 

 

Uma curiosidade sobre C. S. Peirce:

 

Ele é meu semioticista predileto, pelas razões que expus acima, e também o é de intelectuais contemporâneos, como o alemão W. Nöth e a brasileira Lúcia Santaella. Peirce é o mais completo dos semioticistas, pois seu sistema categorial triádico classifica todos os tipos de signos em apenas 3 classes fenomenológicas, proeza esta perseguida por filósofos como Aristóteles, Santo Agostinho e Kant.

 

Esta alcunha de “filósofo”, como também de “cientista”, é atestada por Max H. Fisch (apud SANTAELLA, 1983, p. 26) e por Santaella (1983, p. 22, 24), apesar dele não ter sido reconhecido em seu tempo nem por filósofo, nem como cientista (SANTAELLA, 1983, p. 24), mas somente após a sua morte (SANTAELLA, 1983, p. 24).

 

 

https://lopezio.blogspot.com/2019/11/moises-com-chifres-o-que-aconteceu.html

http://lp.eteacherbiblical.com/

https://parafraseandoaverdade.wordpress.com/2011/06/30/moises-do-antigo-testamento-com-chifres/

http://infotruenews.blogspot.com/2013/09/religiao-os-de-moises.html