a) No Novo Testamento a palavra
"Igreja" é traduzida da palavra grega "ekklesia", que
significa um grupo de indivíduos chamados para formar uma reunião ou
assembleia. Em Actos 7:38, Estêvão usou a mesma palavra para descrever Israel no
deserto. E também usada no cap. 19:32, 39 e 41 para descrever o tumulto
gentílico em Éfeso. Mas no Novo Testamento a palavra é mais vulgarmente usada
para descrever um grupo de crentes no Senhor Jesus Cristo. Assim, Paulo fala da
Igreja de Deus, que o Senhor resgatou com o Seu próprio Sangue" (Actos
20:28). Na sua primeira Epístola, o grande apóstolo divide o mundo em três
grupos: Judeus, Gentios e a Igreja de Deus (1Co. 10:32). Em 1 Cor. 15:9, o
apóstolo faz referência aos grupos de crentes que ele perseguiu antes da sua conversão.
b) A Igreja não é uma
organização, mas um organismo. Não é uma mera instituição mas uma unidade viva.
E a comunhão de todos os que nasceram de novo e participam da vida de Cristo e,
consequentemente, estão unidos uns aos outros pelo Espírito-Santo. E uma
simples comunhão de pessoas sem carácter de instituição humana.
c) No Novo Testamento há muitos
títulos descritivos da Igreja: estes títulos devem ser estudados separadamente,
se quisermos obter uma melhor compreensão da Igreja. Os títulos que mais se
destacam, são os seguintes:
1.º- Um REBANHO (João 10:16). A nação Judaica
era designada por "um aprisco". A Igreja por "um
rebanho". No capítulo 10:16 o Senhor Jesus diz: "Tenho outras
ovelhas que não são deste aprisco (Israel); também me convém agregar estas, e
elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor". Na palavra
"rebanho" encontramos o símbolo dum grupo de crentes, vivendo em
comunhão uns com os outros, sob o carinho e protecção do Bom Pastor, dando
ouvidos â Sua voz e seguindo-O.
2.º- LAVOURA DE DEUS (1 Cor. 3:9) - A Igreja de
Deus é o Seu campo, no qual tenciona produzir fruto para Sua glória. Envolve
o pensamento da frutificação.
3º - EDIFICIO DE DEUS (1 Cor. 3: 9). Esta expressão
revela-nos Deus como edificador. Ele acrescenta pedras vivas à Igreja. E pois
de suma importância que as nossas vidas se consagrem à realização deste
projecto divino.
4.º - O TEMPLO DE DEUS (1 Cor. 3:16). A palavra
"Templo" traz imediatamente à nossa mente a ideia de adoração, e
faz-nos lembrar do facto, que neste mundo, Deus só é adorado pelos membros da
Sua Igreja.
5º CORPO DE CRISTO (Efésios 1: 22 e 23). O Corpo
é o meio pelo qual o indivíduo se revela. Semelhantemente, o Corpo de Cristo
é o meio pelo qual Ele se revela ao mundo. Desde que o crente aprenda esta
verdade, nunca mais considerará de somenos importância a Igreja de Cristo.
Consagrar-se-á incondicionalmente tendo em vista os altos interesses do Corpo
de Cristo.
6.º - UM NOVO HOMEM (Efés. 2:15). Salienta-se aqui
a ideia duma nova criação. A maior barreira que dividia os homens era a que
existia entre Judeus e Gentios, a qual foi abolida dentro da Igreja; assim
Deus fez dos dois um novo homem.
7º - MORADA DE DEUS (Efés. 2 : 22). Esta expressão
revela-nos uma grande verdade: Deus agora habita na Igreja espiritual, em vez
de habitar num tabernáculo ou templo material, como acontecia nos tempos do
Velho Testamento.
8.º- A NOIVA DE CRISTO (Efésios 5: 25-27; II Cor. 11:
2). Sob este aspecto realça-se a ideia do afecto: "Maridos, amai vossas
mulheres, como também Cristo amou a igreja, e a Si mesmo se entregou por ela,
para a santificar, purificando-a com a lavagem da água, pela palavra, para a
apresentar, a Si mesmo, igreja gloriosa, sem mácula nem ruga, nem coisa
semelhante, mas santa e irrepreensível". Se Cristo amou a igreja e se
entregou a Si mesmo por ela, é evidente que a igreja deve dedicar todo o seu
amor a Cristo.
9.º CASA DE DEUS (1 Tim. 3:15). A casa ou
família fala-nos de dois princípios: ordem e disciplina. A ordem é sugerida
nesta passagem: "Para que saibas como convém andar na Casa de
Deus"; e a disciplina nesta outra: "Porque já é tempo que comece o
julgamento pela Casa de Deus" (1 Pedro 4:17).
10.º A COLUNA E FIRMEZA DA VERDADE (1 Tim. 3: 5). Em tempos idos
as colunas eram usadas, não só para suportar a parte superior do edifício,
mas também para se afixarem anúncios. Era um meio de propaganda. A palavra
"firmeza" significa baluarte ou reduto de defesa. Assim verifica-se
que a igreja foi estabelecida por Deus para proclamar, sustentar e defender a
verdade. Portanto, podemos afirmar com toda a segurança que, se os crentes
desejam conformar-se com o propósito e a vontade de Deus revelados na Sua
Palavra, devem dedicar os seus esforços tanto à expansão do Evangelho como ao
progresso espiritual da Igreja.
Há quem diga que a sua vocação é pregar o
Evangelho, e negligenciam tudo o que diz respeito à Igreja. Quem assim
procede, é porque ainda não notou que o apóstolo Paulo tinha um duplo
ministério:
a) anunciar entre os gentios, por meio do Evangelho,
as inesgotáveis riquezas de Cristo;
b) demonstrar a todos qual seja a dispensação do
ministério, isto é, estabelecê-los nas verdades acerca da Igreja (Efésios
3:8,9).
ESTUDOS SOBRE IGREJA
01
QUE É IGREJA? (Mt. 16.
18)
Nesse texto, está registrado a
grande declaração de Jesus, sobre a igreja. Jesus havia perguntado aos
disciplos: "Que dizem os homens ser o filho do homem?" Depois da
resposta de Pedro sua pergunta, Jesus declara: "Bem aventurado eis
tu Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que
está no céu. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalescerão contra
ela".
Observe que Jesus não disse: "...edificarei a tua igreja..." a sua
declaração é: "...Edificarei a minha igreja..." portanto, antes de
qualquer coisa, devemos ter em mente, que a Igreja é uma instituição divina,
Foi Jesus quem a instituiu, e a ele pertence. Por isso, "as portas
do inferno não prevalecerá contra ela"
1. DEFINIÇÃO DA PALAVRA IGREJA:
A Bíblia apresenta vários nomes, para identificar a Igreja.
1. No velho testamento -
O velho testamento emprega duas palavras para designar a igreja, a saber,
qahal (ou kahal), derivada de uma raiz, qal (ou kal) obsoleta, significando
chamar, edhah, de ya dah, indicar ou encontrar-se ou reunir-se num lugar
indicado. Consequentemente vemos ocasionalmente a expressão qehal edhah, isto
é, a assembléia da congregação, (Ex.: 12:6; Nm. 14:5; Jr. 26:17). Vê-se que,
às vezes, a reunião realizada era uma reunião de representantes do povo (Dt
4:10; 18:6 comp. 5:22, 23; 1 Rs 8:1, 2, 3,5; 2 Cr 5, 2- 6).
Synagoge é a versão usual, quase universal, de edhah na Setuaginta, e é
também a versão usual de, qahal no Pentateuco. Nos últimos livros da Bíblia
(Velho testamento), porém, qahal é geralmente traduzida por ekklesia.
Schuerer afirma que o judaísmo mais recente já indicava a distinção entre
synagoge como designativo da congregação de Israel como uma realidade
empírica, e ekklesia como o nome da mesma congregação considerada idealmente.
2. No novo testamento - O
novo testamento também tem duas palavras, derivadas da Septuaginta, quais
sejam ekklesia, de ek e Kaleo, chamar para fora; convocar, e synagoge, de syn
e ago, significando reunir-se ou reunir. Synagoge é empregada exclusivamente
para denotar, quer as reuniões religiosas dos judeus, quer os edifícios em
que eles se reuniam par o culto público, ( Mt 4:23; At. 13:43; Ap 2:9 ; 3:9).
O termo Ekklesia, porém, geralmente designa a igreja neotestamentária, embora
em uns poucos lugares denote assembléias civis comuns, (At. 19:32, 39,4l). No
novo testamento, Jesus foi o primeiro a fazer uso da palavra, e Ele a aplicou
ao grupo dos que se reuniram em torno dele, ( Mt 16:18), reconheceram-no
publicamente como seu Senhor e aceitaram os princípios do reino de Deus .
Mais tarde, como resultado da expansão da igreja, a palavra adquiriu várias
significações. Igrejas foram estabelecidas em toda parte; e eram também
chamadas Ekklesiai, desde que eram manifestações da Igreja Universal de
Cristo.
A) Com muita freqüência a
palavra ekklesia designa um círculo de crentes de alguma localidade definida,
uma igreja local, independentemente da questão se esses crentes estão
reunidos para o culto ou não. Algumas passagens apresentam a idéia de que se
acham reunidos, (At. 5:11; 11:26; 1Co 11:18; 14:19, 28,35); enquanto que outras
não (Rm). 16:4; 1Co. 16:1; Gl. 1:2; 1Ts. 2:14, etc.
B) Nalguns casos, a
palavra denota o que se pode denominar ekklesia doméstica, igreja na casa de
alguma pessoa. Ao que parece nos tempos apostólicos, pessoas importantes por
sua riqueza ou por outras razões separavam em seus lares um amplo cômodo para
o serviço divino. Acham-se exemplos deste uso da palavra em (Rm. 6:23; 1Co.
16:19; Cl. 4:15; Fm. 2).
Finalmente, em seu sentido mais compreensivo, a palavra se refere a todo o
corpo de fiéis, quer no céu, quer na terra, que se uniram ou se unirão a
Cristo como seu Salvador. Este uso da palavra acha-se principalmente nas
cartas de Paulo aos Efésios e aos Colossenses, mais frequentemente na
primeira destas (Ef. 1:22; 3:10, 21; 5:23-25 27,32; Cl. 1:18, 24).
2. DOIS SENTIDOS DO TERMO IGREJA NA
BIBLIA:
- A Igreja Universal (No sentido
geral)
Este termo se refere a todo o povo de Deus. Todos os salvos em Cristo, formam
a Igreja. É o “Corpo de Cristo”, é um “Organismo vivo”. Há vários textos que
aparece a Igreja no sentido geral (ITm 3.15; Rm 16.23; Mt 16.18)
- A Igreja Local (No sentido
restrito)
Este termo se refere a Igreja como uma organização. É a igreja visível. A
maioria dos casos em que aparecem a palavra Ekklesia, refere-se a igreja
local. Isto é; um grupo de crentes professos, batizados, que se reúnem em
determinado lugar, para o culto público, mutua instrução na Palavra de Deus.
a) Há casos em qe esse
termo aparece na Bíblia de maneira clara: (At 5.11;8.1; Rm16.1;1Co .2; Hb
0.25: Ap 2.1).
b) Há casos em que este
sentido aparece nas Escrituras, de maneira não muito clara, porém implícito,
como: (Mt18.17; At 14.23; Rm 6.4; 1 Co 11.16 e etc)
3. COMO SURGIU A IGREJA?
Não há na Bíblia, um texto que mostre a organização da igreja como nós a
conhecemos hoje. Cristo mesmo não organizou a Igreja; isto foi trabalho dos
apóstolos, após o pentecostes. Todavia, o governo já existia antes. Três
pessoas podem constituir uma igreja e administrar as ordenanças. As opiniões
divergem quanto a organização.
Fischer, destaca três períodos na vida da Igreja:
1. Pré-natal – Quando a
igreja tinha a presença de Jesus corporal de Cristo.
2. Infância – Quando
ainda estava vivendo sob a tutela de Cristo, preparando-se para uma vida
independente.
3. Maturidade – Quando a
Igreja já tem o seu corpo de doutrinas, bem como os seus oficiais e está apta
para dirigir-se.
Strong tem opinião diferente. Segundo esse teólogo, a igreja já existia antes
do pentecostes, embora não tivesse ainda um sistema organizacional definido.
(at. 2.47;19.4)
Dr. Mullins, diz que a igreja é o resultado de um processo, com elementos
formais e vitais: O batismo, a ceia e a organização visível eram elementos
formais. E a vida regenerada, o culto, e os esforços sociais eram elementos
vitais.
Conclusão:
O que temos no Novo testamento, um processo espiritual, construtivo, que vai
se desenrolando à nossa vista. Fica bem claro para nós hoje, a Igreja
como organismo vivo, o corpo de Cristo, formado por tiodos os salvos em
toda parte, e que aguarda a gloriosa volta de Jesus. E a igreja
como organização, uma igreja local, visível, formada por pessoas
regeneradas, que se reune para adorar ao Senhor.
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02
SECULARIZAÇÃO NA
IGREJA
Quando analisamos as cartas enviadas às Sete Igrejas, logo percebemos uma
terrível realidade: Satanás luta com todas as suas forças contra o Povo de
Deus!
1) Na Igreja de Sardes ele tinha conseguido implantar uma “Sinagoga de
Satanás”;
2) Na Igreja de Laodicéia, ele tinha conseguido colocar um tipo de fogo
estranho que os deixar mornos, sem calor suficiente e impróprio para o
consumo;
3) Na Igreja de Tiatira ele tinha infiltrado, nada menos, do que uma “falsa
profetiza”, por nome Jezabel!
Desde sempre o objetivo de Satanás tem sido tornar a Noiva de Cristo
semelhante à Igreja de Laodicéia, a fim de que, no último dia, ela venha ser
“vomitada” da boca do Senhor! Por isso, cada cristão deve viver em estado de
alerta contra todas as investidas do Maligno; mesmo contra aquelas que são
extremamente sutis!
Na verdade, uma vez que Satanás sabe que é infrutífero lutar contra a Igreja,
ele tem, agora, utilizado outro meio: a amizade! Isso mesmo! Satanás tem
oferecido a sua “amizade” a Igreja. E por mais incrível que pareça, não são
poucos aqueles que têm retribuído o favor. Para explicar melhor este assunto
queremos falar sobre a Secularização da Igreja.
I – O QUE É SECULARIZAÇÃO?
Quando falamos em “secularismo” ou “secularização”, a primeira palavra que
nos vem à mente é “século”. Não há nada de errado com isso. O único problema
é imaginarmos “século” apenas como uma referência a um período de “cem anos”;
mas na verdade, o termo “século” significa muito mais do que isso!
A palavra “século”, conforme atesta o Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa, também tem o significado de “mundo” e “vida terrena”.
1.O Uso Bíblico do Termo “Século”. É com o sentido de “mundo” e “vida terrena”
que a Bíblia, na maioria dos casos, utiliza o termo século. Veja as seguintes
referências: Ec.9:6; Mt.12:32; Mc.10:30; I Co.1:20; II Co.4:4; Gl.1:4;
Ef.1:21; 6:12; II Tm.4:10; Tt.2:15 e Hb.6:5 (Almeida Corrigida).
Podemos notar nestes versos que “mundo” ou “século”, refere-se a “vida
terrena” em contrates com a “vida eterna”. Tais passagens também nos alertam
para o perigo de trocarmos aquilo que é por toda eternidade, por coisas que
logo se vão. Desta forma podemos definir o secularismo como sendo o amor às
coisas terrenas em detrimento das coisas espirituais.
2. A Secularização do Mundo. Uma vez entendido que “secularização” tem haver
com “vida terrena” podemos tentar definir o que vem a ser a secularização.
Mas antes, vamos voltar novamente ao Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa
para ver como ele explica o termo secularismo: “exclusão, rejeição ou
indiferença à religião e a ponderações teológicas”. Um outro dicionário, o de
Webster, assim define o secularismo: “sistema de doutrinas e práticas que
rejeitam qualquer forma de fé religiosa e adoração”.
Nós vivemos, portanto, num mundo secularizado; ou seja, um mundo que valoriza
apenas o que pertence a “este século”, a “este mundo” e a “vida terrena”.
A ideologia predominante no mundo de hoje se interessa apenas em buscar a
satisfação da humanidade e não demonstra a menor preocupação com as
realidades da vida eterna. Para o homem pós-moderno, tudo que existe e
importa é a vida terrena.
3. A Secularização da Igreja. Na Bíblia a Igreja é vista sempre como estando
em constante oposição ao mundo. Neste caso é importante diferenciar as
coisas. Quando falamos de “mundo” nos referimos a “este século” (I Cor. 1.20;
II Cor. 4.4; Ef. 6.12); ou seja, aos valores morais e espirituais corrompidos
da nossa era.
A Igreja de forma alguma se opõe ao mundo físico, na verdade, ela dever ser a
primeira a preservá-lo, mesmo sabendo que pouco tempo resta para que ele
venha ser substituído por “novos céus e nova terra”. Cuidar da Terra foi um
dos primeiros mandamentos que o Senhor deu ao homem no Jardim do Édem.
A Igreja se opõe ao mundo enquanto entendido como “sistema moral e
religioso”.
Todavia, alguns estão se demonstrando cansados com tal luta. Eles desejam um
oásis em meio ao deserto da tribulação. Não quererem mais lutar, antes,
desejam aproveitar tudo o que o mundo oferece. Então a Igreja abre sua porta
para os valores do mundo e se torna “secularizada”, “mundana”.
II – CONSEQUENCIAS DA SECULARIZAÇÃO
DA IGREJA
A principio, a secularização parece bastante atraente; mas no fim da
história, a Igreja sempre vai sair no prejuízo. E não pode ser diferente: a
Igreja é exatamente o oposto do que o mundo quer que ela seja; uma vez que
ele estenda a sua mão em amizade ao mundo, ela perde a sua identidade e deixa
de ser aquilo a que foi vocacionada a ser: Igreja!
Para identificarmos as conseqüências e prejuízos da secularização da Igreja,
podemos traçar um breve histórico de como tais males tem afetado a Igreja do
Senhor em épocas diversas.
1. A Secularização na Igreja Primitiva. Os cristãos primitivos eram assolados
pelas tentações da vida terrena e muitos deles foram enganados. Podemos ver
isso nas cartas enviadas as Sete Igrejas. Os crentes da Igreja de Éfeso, por
exemplo, se tornaram tão amantes da vida terrena que acharam não mais
precisar do Senhor Jesus. Éfeso era uma Igreja materialmente rica e prospera;
mas o amor a riqueza a tornou espiritualmente deficiente a ponto de o Senhor
tê-los alertado do perigo que se avizinhava. Quase todas as Igrejas da Ásia
enfrentaram problemas semelhantes.
2. A Secularização da Igreja no 3° Século. No Terceiro Século, a Igreja
vinha, desde muito tempo, resistindo bravamente as perseguições e investidas
do Império Romano. Mas tudo aquilo mudaria com a [suposta] conversão do
Imperador Constantino. Quando Constantino se converteu, a Igreja, de
perseguida passou a ser a religião oficial do Estado e, agora, ser cristão
era uma questão de estar na moda. Os crentes passaram a desfrutar de grandes
privilégios e benefícios. Em pouco tempo, nos mostra a história, a Igreja
mergulhou numa profunda escuridão espiritual que perdurou por toda a Idade
Média. Mais tarde, Deus levantaria homens que despertariam a Igreja de seu
sono, culminando na Reforma Protestante.
3. A Secularização da Igreja nos Dias Atuais. Nunca foi tão fácil professar a
fé cristã como agora, se comprarmos os nossos dias com outros períodos da
História da Igreja. Porém, toda esta facilidade não foi capaz de nos tornar
cristãos melhores. De fato, a Igreja de nosso tempo está se secularizando tão,
ou mais rapidamente, do que todas as que antecederam.
Uma prova disso está na mensagem que pregamos: hoje, anunciamos um evangelho
de facilidades e diluímos verdades eternas em chavões que podem ser
encontrados nas palavras de qualquer guru de auto-ajuda disponível no
mercado. Hoje, apresentamos aos homens um Deus que tudo faz e nada pede; um
Deus submisso e refém do homem soberano, que cansado de pedir, agora pede,
exige e determina. Acreditamos em um Salvador, mas damos as costas a um
Senhor; desejamos uma salvação, mas relutamos a deixar vida que conduz a
ruína – queremos ser salvos; mas queremos permissão para ficar no poço!
Por isso, a Igreja é hoje vista como uma empresa e deve se adequar ao gosto
da clientela. Tal atitude só pode nos conduzir a um secularismo cada vez mais
evidente, uma vez que a “clientela” é formada de homens inteiramente
submissos ao pecado.
III – COMO NOS DEFENDER DA
SECULARIZAÇÃO?
Jesus não abandonou as Igrejas da Ásia a sua própria sorte. Nada disso! Ele
se fez presente orientando-as a voltarem ao caminho certo. Devemos tomar
cuidado ao falar da Igreja de Cristo. Ainda que ela falhe e peque, continua
sendo a Noiva do Cordeiro, comprada com Seu precioso sangue. Não é a vontade
do Senhor rejeitar sua Igreja, o seu desejo é vê-la restaurada completamente!
Para isso ele tem capacidade seu povo a resistir neste tempo do fim.
1. A Palavra de Deus. Nada mais eficaz contra o engano do que a verdade sendo
anunciada “em tempo e fora de tempo” (II Timóteo 4.2). Nas Escrituras
Sagradas encontramos qual é a perfeita vontade do Senhor para as nossas
vidas. Toda vez que a Igreja despreza ou se descuida da Palavra ela é
fatalmente envolvida pela apostasia espiritual.
2. O Espírito Santo. Pertence a Ele o “convencer do pecado, da justiça e do juízo”
(João 16.8). Uma Igreja cheia do Espírito é uma Igreja protegida contra o
erro. Não que o Espírito seja um amuleto protetor; mas sim, que devemos estar
sempre atentos a Sua Voz e Direção, através das Escrituras, para que possamos
identificar e resistir as investidas de Satanás.
CONCLUSÃO:
Satanás tentou seduzir as Sete Igrejas e está tentando seduzir a nossa hoje.
Mas, o Senhor Jesus Cristo diz que as suas ovelhas “ouvem a sua voz”. Estamos
prontos para ouvir a voz de Cristo hoje? Estamos dispostos a rejeitar as
ofertas da “vida terrena” na esperança de alcançarmos “bens maiores” no
porvir? Esta é a questão a ser respondida por cada um de nós; afinal, não
podemos servir a dois Senhores!
|
Um estudo sobre a igreja
INTRODUÇÃO
O que é,
exatamente, uma igreja?
As respostas
são as mais variadas possíveis, dependendo da visão de cada um. Por isto
precisamos nos cingir o mais possível ao ensino das Escrituras. Nossos
conceitos teológicos são determinados, em grande parte, por nossa visão
denominacional e conceitos pessoais. Muitas vezes pomos na Bíblia o que
queremos, em vez de tirar dela o que devemos. No presente estudo a preocupação
não é mostrar o modelo batista ou denominacional, mas os padrões bíblicos que
nos ajudarão a entender o que é a igreja.
1. DEFININDO IGREJA
No presente
trabalho uso o termo igreja e nunca Igreja. Faço
uma diferença aqui. O Novo Testamento não conhece algo como Igreja Católica,
Igreja Presbiteriana ou Igreja Batista. Não existe a Igreja (no sentido denominacional).
Existem igrejas, no sentido de comunidades locais.
O termo para igreja, no Novo Testamento, é eclesia (eklesia). Ocorre 119 vezes no NT. Quando nossas bíblias trazem a
palavra igreja é esta a palavra que estão traduzindo. Tem pelo menos quatro sentidos:
1º) em três vezes, o sentido é clássico,
sem implicação religiosa. As três vezes estão em Atos 19. Nos vv. 32 e 41
indica uma massa de pessoas. No v. 39, indica uma assembléia reunida para fins
judiciários.
2º) duas vezes, o termo é essencialmente
judaico, traduzindo o hebraico qahal . A idéia hebraica é de um grupo de pessoas
chamadas para alguma finalidade.
3º) o uso majoritário é para um grupo de
pessoas reunidas num local. Das 119 vezes, o termo tem este sentido em 85. O
conteúdo da palavra aqui é claramente de igreja local, como em 1Coríntios 1.2.
4º) em quase vinte vezes, o sentido é
difuso, tendo a idéia universal, como “a igreja de Deus”, parecendo indicar um
sentido mais amplo que o de local. Mas um estudo cauteloso não invalida o
sentido de local. Em Efésios e Colossenses, principalmente, o sentido parece
ser universal, mas nunca de uma denominação. Refere-se à totalidade do povo de
Deus, como em Efésios 2.10.
Resumindo: o NT fala de igreja como um
grupo de pessoas reunidas em uma determinada cidade e, em sentido mais amplo,
como um povo. Não hierarquiza igrejas nem fala delas como uma instituição. É
sempre gente, povo, nunca tijolos e bancos. Nem mesmo uma instituição cultural
ou denominacional.
2. OS TERMOS
BÍBLICOS PARA IGREJA
Já se disse
que igreja é eclesia, termo
grego que corresponde ao hebraico qahal. O que
significavam estes termos?
Qahal tem o sentido de congregação ou
ajuntamento. No Salmo 26.5, onde se lê “odeio o ajuntamento de malfeitores”,
temos “odeio o qahal”. O
termo é tão amplo que alude a pessoas más e não a uma igreja. É simplesmente
gente reunida.
Em outras
ocasiões, qahal alude a um grupo reunido para propósitos específicos, como em
2Crônicas 20.5, onde é traduzido por “congregação”.
Em 25 vezes o
termo se refere a um ajuntamento local para culto, como em Salmo 22.22 e 40.9.
O uso
majoritário é o ajuntamento solene do povo de Israel perante o Senhor. Em 77
vezes fala de Israel ajuntado como nação. E em 7 como todo o Israel.
Isto posto,
pode-se dizer que qahal significa:
1. a
assembléia de Israel como propriedade de Deus, um povo do Senhor.
2. o povo,
nunca dissociado de seu contexto de tempo e espaço. Ou seja, não é usado
abstratamente, como se faz hoje: “a Igreja”.
3. no período
intertestamentário, o ajuntamento local para fins de culto.
Vejamos,
então, eclesia, no
sentido do grego clássico:
1. é usado
para designar uma assembléia ou grupo
2. pessoas com
certas qualificações
3. um grupo
com certa forma de organização
4. um grupo
com processos democráticos (na Grécia, usava-se para o povo em assembléia para
decisões, como hoje chamaríamos, de eleições ou de plebiscitos).
5. o termo
designava uma assembléia de pessoas autônomas, independentes de outras.
É razoável
pensar que o NT adotou o termo exatamente por causa do seu sentido. Ou, pelo
menos, influenciado pelo seu sentido.
4. DEFININDO
IGREJA
Igreja, portanto, não é uma denominação ou
uma rede de templos. A definição de Conner é muito boa:
Uma igreja é fundamentalmente
uma congregação de pessoas que foram unidas a Deus por uma experiência da graça
salvadora de Cristo e foram ligadas em união pelo Espírito Santo, adorando a
Deus e crescendo em comunhão uns com os outros.
Nesta
definição, Conner assimilou muito bem os sentidos diversos de qahal e de eclesia.
Pessoalmente, defino igreja como
um grupo de pessoas que
encontrou a Deus na pessoa de Cristo, foi salva por ele e com ele se
comprometeu a viver dentro dos seus princípios.
Isto deve
abrir nossos olhos para algo: o que há de mais importante na igreja, depois de
Deus, óbvio, são as pessoas. Precisamos investir em pessoas. Igreja é gente e
não tijolo. Há obreiros muito bons em construção. Mas negligentes em pessoas,
em treiná-las, pregar para elas, aconselhá-las e desenvolvê-las. O maior
investimento na igreja é em gente e não em patrimônio material.
5. QUANDO
SURGIU A IGREJA?
Várias teorias
são levantadas quanto ao surgimento da igreja. Eis algumas:
1. no Éden
(segundo Calvino).
2. quando
Jesus chamou os doze (particularmente, vejo aqui o embrião da igreja).
Respeitosamente peço sua leitura de "O Embrião da Igreja",
capítulo de meu livro Como Sua Igreja Pode Transformar o Mundo.
3. quando
Jesus ordenou aos discípulos que batizassem
4. quando da
grande comissão
4. no dia de
pentecostes; os ministérios da igreja e do Espírito Santo seriam coincidentes,
neste caso.
5. Atos 2,
quando vemos as atividades típicas de uma igreja.
Particularmente,
vejo a igreja como existente desde a eternidade (Ef 1.4), em forma ideal, no
coração de Deus. E, funcionalmente, a partir do dia de pentecostes. A igreja
vem desde a eternidade e, em termos funcionais, surge em Atos 2, quando os
discípulos, sem a presença física de Jesus, têm a responsabilidade de levar
seus ensinos.
A relevância
disto é mostrar que igreja não é uma aventura nem uma especulação. É um projeto
que surge no coração de Deus desde a eternidade e se concretiza no mundo com a
missão de Jesus Cristo. Igreja é algo sério, relevantíssimo, e deve ser
encarada e trabalhada com a maior seriedade possível. Cuidar de uma igreja não
é ter um emprego, mas estar encaixado dentro do plano de Deus, com a mais alta
responsabilidade. O pastor é quem cuida da execução do planos de Deus neste
mundo.
A igreja é o
povo de Deus, herdeira e sucessora da eleição de Israel. Ela substitui Israel
no propósito de Deus. Conforme Mateus 21.43, o reino foi tirado de Israel e
dado à igreja. Em 1Pedro 1.1 ela é chamada de “peregrinos da dispersão”, título
anteriormente concedido a Israel. Em 1Pedro 2.9-10, quatro títulos que eram de
Israel lhe são atribuídos: geração eleita, sacerdócio real, nação santa e povo
adquirido. Compare com Êxodo 19.6 e Isaías 43.20-21. Ela foi chamada das
“trevas para a sua maravilhosa luz”, como Israel fora chamado do Egito (Os
11.1). Israel era o projeto e a igreja, a consecução. Israel foi o rascunho e a
igreja, o modelo definitivo. Deus não tem dois povos. Só um. O povo de Deus é a
igreja.
6. A BASE
TEOLÓGICA DA IGREJA
A base
teológica da igreja está em Mateus 16.13-18. É o texto da confissão de Pedro. A
questão capital é esta: quem é Jesus Cristo? Nenhum
indivíduo pode ser cristão ou ser da igreja sem responder a esta pergunta,
crucial. Só se pode ser igreja pela fé em Jesus Cristo.
O diálogo faz
de Pedro o primeiro cristão. Jesus reconhece que foi o Espírito Santo quem
revelou aquela verdade a Pedro. Quem é a pedra? Várias teorias são aventadas e
registro aqui as mais comuns:
1. segundo
Agostinho, Jesus apontou em duas direções. “Tu és Pedro”, apontou para Pedro.
“Sobre esta pedra”, apontou para si. Fica um pouco difícil ver isto no texto.
Necessitaríamos de uma testemunha ocular que registrasse esta atitude. Não há.
2. a pedra é a
confissão de Pedro. Cada cristão confesso seria uma pedra que faria o alicerce
da igreja
3. a fé de
Pedro. A fé em Jesus como o Cristo, Filho de Deus, é a pedra que sustém a
igreja até hoje.
4. Pedro
mesmo. Pessoalmente fico com esta teoria. Pedro como pessoa, como crente.
Comparemos Mateus 16.19 com 18.18. O que foi dado a Pedro foi dado à igreja
como um todo. Isto não significa dizer que Pedro foi papa. Tinha sogra. Não
tinha autoridade sobre os outros. Leia-se Gálatas 2.11. O primeiro papa,
historicamente, foi Leão I, em 445, por um decreto de Valentiniano III. Constantinopla
teve o mesmo direito. A Igreja (com I mesmo) se dividiu. Pedro é representativo
da igreja por ser o primeiro a confessar Jesus como o Cristo de Deus. Não temos
nenhum indício de uma sucessão apostólica. Matias substituiu Judas, mas na
medida em que os apóstolos foram morrendo não houve sucessores. Pedro não
deixou sucessores e é discutido se chegou a ser o bispo de Roma.
7. A MISSÃO DA
IGREJA
Não tenho
receio de definir o que creio em uma só palavra: a missão da igreja é a
adoração. Não é a evangelização, mas a adoração. Ela existe em função de Deus e
não do mundo. No céu não haverá perdidos para evangelizar, mas haverá igreja
porque haverá Deus. Ela existe por causa de Deus e não dos perdidos, repito.
Isto define bem a missão da igreja em termos verticais. Quanto ao mais, me
dispenso de me alongar neste aspecto.
Em termos
horizontais, a missão da igreja é gente. Ela serve a si e ao mundo. Para isto,
a igreja é uma comunidade que deve crescer. Leia-se o texto de Efésios 4.11-16.
Cada um tem o que fazer, beneficiando os outros. A igreja é uma comunidade onde
as pessoas interagem umas com as outras. Nosso povo deve ser ensinado a ver
igreja da seguinte maneira: não é “o que a igreja pode fazer por mim?”, mas “o
que posso fazer pela igreja?”. Serviço aos outros é a motivação horizontal da
igreja.
8. FIGURAS DO
NOVO TESTAMENTO PARA A IGREJA
O NT usa
algumas figuras bem elucidativas sobre igreja, às quais devemos atentar. Já
vimos os termos qahal e eclesia. Os
outros termos nos ajudarão a entender mais o que é igreja.
1. Povo de
Deus – É o conceito dominante de igreja no NT. No Antigo Testamento, a idéia de
um povo é muito forte. Israel girava ao redor de três verdades: um Deus, um
povo e uma terra. A igreja gira ao redor de três verdades: um Salvador, um povo
e uma pátria celestial (Hb 11.16). Das três verdades permanece o conceito de
povo como imutável. Israel era povo porque Iahweh era seu pai (Êx 4.22-23). Um
povo, nos tempos do AT, remontava a um ancestral comum. A igreja, como Israel,
remonta a um ancestral comum.
No NT, o termo mais comum para Deus usado
por Jesus é “Pai”. É o termo da oração modelo. A igreja é o povo que tem a Deus
como Pai, por causa de Jesus Cristo.
2. Corpo de
Cristo – 1Coríntios 12.12-31 e Efésios 4.1-16 mostram a igreja como corpo. A
figura necessita ser explicitada. Não é mística, mas funcional: mostra
interdependência e complementaridade. Num corpo, os membros são dependentes uns
dos outros e se complementam. A igreja é um grupo de pessoas que devem viver em
solidariedade e não isoladas umas das outras. Veja-se principalmente 1Coríntios
12.27.
3. Templo e
sacerdócio – O pastor não é um sacerdote, no sentido de ter uma autoridade
espiritual diferente da dos demais. Todos os crentes o são. Todos têm a função
do sacerdote: podem acessar a Deus diretamente, interceder por si e pelos
outros. Quanto à palavra templo, o NT nunca a usa para uma construção. Como o
terno santuário. Alguns chamam o salão de cultos de “santuário”, o que é
resquício do AT. No NT, “santuário” é gente. Salão de cultos é o lugar onde o
verdadeiro santuário de Deus, as pessoas, se reúne. Veja-se 1Coríntios 3.16,
6.20. Nós é que somos a casa de Deus (Hb 3.6). No NT, Deus não habita em
construções (At 17.24), mas em pessoas.
4. Servo – O
termo é riquíssimo, no AT. Designava alguém escolhido por Deus para uma missão,
o ebhed
Yahweh. Vejam-se,
principalmente, os cânticos do Servo, na segunda parte de Isaías. Nestes
textos, o conceito, que era de Israel (49.3), vai se pessoalizando e se aplica
a uma pessoa, em 52-13 a 53.12. É, claramente, um indivíduo. Jesus se viu nos
cânticos do Servo (veja Lucas 4.16-21). O primeiro servo, Israel, falhou. Pecou
no deserto. Não confiou e pediu pão. Jesus foi ao deserto e não pediu pão, como
Israel o fez. A igreja é a comunidade do segundo Servo. Ela está no mundo para
fazer a vontade de Deus.
5. Noiva – A
figura do casamento entre Israel e Iahweh é bem clara em Oséias. Nos escritos
paulinos e no Apocalipse, a idéia é aplicada à igreja. Ela é a noiva, aquela
que deve esperar o noivo, que lhe deve ser fiel, viver em expectativa de sua
chegada e confiante na sua palavra.
Tudo isto nos
permite ter uma visão teológica mais ampla do que seja igreja. E, a partir
daqui, construir nossa concepção eclesiástica de forma mais bíblica e mais
abalizada. Note que ainda não entrei em detalhes sobre administração eclesiástica.
Por quê? Por uma razão muito simples: nossos maiores problemas estão em um
conceito distorcido e fragmentado de igreja. Os desvios partem daqui. Tendo
esta base será mais fácil acertar os demais detalhes. A questão mais importante
para nós é visualizar igreja por uma perspectiva mais bíblica e menos
pragmática, utilitária e até mesmo denominacional. Não que a denominação deva
ser descartada. E sim que a visão denominacional deve ser de acordo com a
Bíblia. Nunca deve a Bíblia ser analisada pela ótica denominacional e
encaixar-se dentro de nossa perspectiva.
CONCLUSÃO
O presente
trabalho apresenta algumas lacunas. Duas saltam aos olhos. A primeira é: como
funcionalizar a parte visível da igreja? Como administrar a igreja, como
instituição, aspecto que não pode ser desprezado? Isto não é matéria para
palestra após o almoço (não é uma queixa do meu horário – apenas que é matéria
para um semestre de estudos). E tambén não estava no que me foi pedido para
apresentar. Indico o livro, excelente, de Ebenézer Soares Ferreira,Manual da Igreja e do Obreiro, editado pela JUERP. É o melhor e mais prático guia de
administração eclesiástica em português.
A segunda
grande lacuna é: como a igreja local se encaixa dentro da denominação? Presumo
que este assunto já foi tratado em outras palestras e para evitar repetições,
anexo o texto de Ed Renê Kivitz, meu ex-aluno e minha ex-ovelha, autor de dois
excelentes livros sobre igreja. É Reflexões Acerca da Denominação Batista. Vale a pena ler.
Assim deixo
minha colaboração com os irmãos. Caso tenha podido ser útil, graças a Deus. Se
não pude, peço-lhe desculpas e lamento por isto. Mas é o que tinha a dizer. E
tenho dito.
Fonte:
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