Como interpretar a Bíblia corretamente
Por séculos, a Igreja de Cristo usou a mais
potente arma de exposição das Sagradas Escrituras, a Hermenêutica, a segura
forma de esclarecer os mais importantes relatos descritos na Bíblia.
O termo
Hermenêutica procede do verbo grego hermeneuein,
usualmente traduzido por “interpretar”, e do substantivo hermeneia que significa “interpretação”. Tanto o verbo quanto o substantivo podem
significar “traduzir, tradução”. Junto ao estudo da hermenêutica está a
Exegese, o estudo cuidadoso e sistemático de um texto para comentários, visando
o esclarecimento ou interpretação do mesmo. É o estudo objetivando subsidiar o
passo da interpretação do método analítico da hermenêutica. Este estudo é
desenvolvido sob as indagações de um contexto histórico e literário. Sendo
assim, a hermenêutica é a ferramenta de interpretação e a exegese, a maneira
como usar essa ferramenta. A palavra Exegese, do
grego eksegesis, cujo
significado é “explicar,
interpretar, contar, descrever, relatar”. Significa, segundo o
contexto, narrativa, explicação, interpretação.
A hermenêutica é a ciência que estabelece
os princípios, leis e métodos de interpretação. Em sua abrangência trata da
teoria da interpretação de sinais, símbolos de uma cultura e leis. A
hermenêutica não é apenas teológica, mas jurídica e filológica.
Uma das grandes deficiências de nossos
muitos pregadores é a falta do conhecimento das regras da hermenêutica para a
pregação da palavra. Com isso é comum ouvirmos determinados absurdos, que,
muitas vezes, acabam causando até enormes contradições doutrinárias e até mesmo
as famosas “heresias de púlpito”.
Desejamos que este pequeno artigo te
desperte a atenção para os cuidados na interpretação da Bíblia.
Métodos
e regras fundamentais para interpretar a Bíblia
Método é a maneira ordenada de fazer alguma
coisa. É um procedimento seguido passo a passo com o objetivo de alcançar um
resultado.
Durante séculos os eruditos religiosos
procuraram todos os métodos possíveis para desvendar os tesouros da Bíblia e
arquitetar meios de descobrir os seus segredos.
1. Método Analítico
É o método utilizado nos estudos
pormenorizados com anotações de detalhes, por insignificantes que pareçam com a
finalidade de descrevê-los e estudá-los em todas as suas formas. Os passos
básicos deste método são:
a) Observação – É o passo que nos leva a extrair do texto o
que realmente descreve os fatos, levando também em conta a importância das
declarações e o contexto;
b) Interpretação – É o passo que nos leva a buscar a
explicação e o significado (tanto para o autor quanto para o leitor) para
entender a mensagem central do texto lido. A interpretação deverá ser conduzida
dentro do contexto textual e histórico com oração e dependência total do
Espírito Santo, analisando o significado das palavras e frases chaves,
avaliando os fatos, investigando os pontos difíceis ou incertos, resumindo a
mensagem do autor a seus leitores originais e fazer a contextualização (trazer
a mensagem a nossa época ou ao nosso contexto);
c) Correlação – É o passo que nos leva a comparar
narrativas ou mensagem de um fato escrito por vários autores, em épocas
distintas em que cada um narra o fato, em ângulos não coincidentes como por
exemplo a mesma narrativa descrita em Mc 10.46 e Lc 18.35, onde o primeiro
descreve “saindo de Jericó” e o segundo “chegando em Jericó”;
d) Aplicação – É o passo que nos leva a buscar mudanças de
atitudes e de ações em função da verdade descoberta. É a resposta através da
ação prática daquilo que se aprendeu.
Um exemplo de aplicação é o de pedir perdão
e reconciliar-se com alguém ou mesmo o de adoração à Deus.
2.
Método Sintético
É o método utilizado nos estudos que
abordam cada livro como uma unidade inteira e procura o seu sentido como um
todo, de forma global. Neste caso determina-se as ênfases principais do livro
ou seja, as palavras repetidas em todo o livro, mesmo em sinônimo e com isto a
palavra-chave desenvolve o tema do livro estudado. Outra maneira de determinar
a ênfase ou característica de um livro é observar o espaço dedicado a certo
assunto. Como por exemplo, o capítulo 11 da Epístola aos Hebreus enfatiza a fé
e em todos os demais capítulos ela enfatiza a palavra SUPERIOR. (De acordo com
a versão Almeida Revista e Atualizada – ARA).
Superior:
a) Aos anjos –
1.4; f) Ao sacrifício – 9.23; l) Ao sacerdócio – 5 a 7;
b) A aliança – 7.22; g) Ao patrimônio – 10.34;
c) A bênção – 7.7.; h) A ressurreição – 11.35;
d) A esperança – 7.19; i) A pátria – 11.16;
e) A promessa – 8.6; j) A Moisés – 3.1 a 4;
b) A aliança – 7.22; g) Ao patrimônio – 10.34;
c) A bênção – 7.7.; h) A ressurreição – 11.35;
d) A esperança – 7.19; i) A pátria – 11.16;
e) A promessa – 8.6; j) A Moisés – 3.1 a 4;
3.
Método Temático
É o método utilizado para estudar um livro
com um assunto específico, ou seja, no estudo do livro terá um tema específico
definido. Como exemplo temos a FÉ:
a) Salvadora – Ef. 2.8; d) Grande – Mt
15.21 a 28;
b) Comum – Tt 1.4; Jd 3; e) Vencedora – I Jo 5.4;
c) Pequena – Mt 14.28 a 31; f) Crescente – II Ts 1.3.
b) Comum – Tt 1.4; Jd 3; e) Vencedora – I Jo 5.4;
c) Pequena – Mt 14.28 a 31; f) Crescente – II Ts 1.3.
4.
Método Biográfico de Estudo da Bíblia
Esta espécie
de estudo bíblico é divertida, pois você tem a oportunidade de sondar o caráter
das pessoas que o Espírito Santo colocou na Bíblia, e de aprender de suas
vidas. Paulo, escrevendo aos Coríntios, disse: “Estas cousas lhes sobrevieram
como exemplo, e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem
os fins dos séculos têm chegado.” (I Cor. 10.11)
Sobre alguns personagens bíblicos muito foi escrito. Quando você estuda pessoas como Jesus, Abraão e Moisés, pode precisar restringir o estudo a áreas como, “A vida de Jesus como nos é revelada no Evangelho de João”, “Moisés durante o Êxodo”, ou “Que diz o Novo Testamento sobre Abraão”. Lute sempre para manter os seus estudos bíblicos em tamanho manejável.
Sobre alguns personagens bíblicos muito foi escrito. Quando você estuda pessoas como Jesus, Abraão e Moisés, pode precisar restringir o estudo a áreas como, “A vida de Jesus como nos é revelada no Evangelho de João”, “Moisés durante o Êxodo”, ou “Que diz o Novo Testamento sobre Abraão”. Lute sempre para manter os seus estudos bíblicos em tamanho manejável.
a) Estudo Biográfico Básico.
Passo Um – Escolha a pessoa que você quer
estudar e estabeleça os limites do estudo (por exemplo, “Vida de Davi, antes de
tornar-se rei”). Usando uma concordância ou um índice enciclopédico, localize
as referências que têm relação com a pessoa do estudo. Leia-as várias vezes e
faça resumo de cada uma delas.
1) – Observações – Anote todo e qualquer pormenor que notar
sobre essa pessoa. Quem era? O que fazia? Onde morava? Quando viveu? Por que
fez o que fez? Como levou a efeito? Anote minúcias sobre ela e seu caráter.
2) Dificuldades – Escreva o que você não entende acerca dessa
pessoa e de acontecimentos de sua vida.
3) Aplicações possíveis – Anote várias destas durante o transcurso do
seu estudo, e escreva um “A” na margem. Ao concluir o seu estudo, você voltará
a estas aplicações possíveis e escolherá aquela que o Espírito Santo destacar.
Passo dois – Com divisão em parágrafos,
escreva um breve esboço da vida da pessoa. Inclua os acontecimentos e
características importantes, declarando os fatos, sem interpretação. Quando
possível, mantenha o material em ordem cronológica.
b)
Estudo Biográfico Avançado.
Os seguintes
passos podem ser acrescentados quando você achar que o ajudarão em seus estudos
biográficos. São facultativos e só devem ser incluídos progressivamente, à
medida que você ganhe confiança e prática.
Trace o fundo histórico da pessoa. Use um dicionário bíblico para ampliar este passo somente quando necessário. As seguintes perguntas haverão de estimular o seu pensamento.
Trace o fundo histórico da pessoa. Use um dicionário bíblico para ampliar este passo somente quando necessário. As seguintes perguntas haverão de estimular o seu pensamento.
1) – Quando
viveu a pessoa? Quais eram as condições políticas, sociais, religiosas e
econômicas da sua época?
2) – Onde a pessoa nasceu? Quem foram seus pais? Houve alguma coisa de incomum em torno do seu nascimento e da sua infância?
3) – Qual a sua vocação? Era mestre, agricultor, ou tinha alguma outra ocupação? Isto influenciou o seu ministério posterior? Como?
4) – Quem foi seu cônjuge? Tiveram filhos? Como eram eles? Ajudaram ou estorvaram a sua vida e o seu ministério?
5) – Faça um gráfico das viagens da pessoa. Aonde ela foi? Por que? Que fez?
6) – Como a pessoa morreu? Houve alguma coisa extraordinária em sua vida?
2) – Onde a pessoa nasceu? Quem foram seus pais? Houve alguma coisa de incomum em torno do seu nascimento e da sua infância?
3) – Qual a sua vocação? Era mestre, agricultor, ou tinha alguma outra ocupação? Isto influenciou o seu ministério posterior? Como?
4) – Quem foi seu cônjuge? Tiveram filhos? Como eram eles? Ajudaram ou estorvaram a sua vida e o seu ministério?
5) – Faça um gráfico das viagens da pessoa. Aonde ela foi? Por que? Que fez?
6) – Como a pessoa morreu? Houve alguma coisa extraordinária em sua vida?
Hermenêutica
Contextual
“A lei do
contexto é uma das primeiras leis que regem a interpretação. Muitas
interpretações errôneas tem sua origem na desconsideração desta norma tão
obvia”. Esdras C. Bentho.
Num texto, ou
uma seqüência de textos, o contexto é constituído pela seqüência de parágrafos
ou blocos que precedem e seguem imediatamente o texto. Um dos grandes problemas
hermenêuticos são os chamados textos de “prova”. Textos isolados do contextos
usados por determinados interpretes. Causam erros e equívocos.
Erros a
se evitar na interpretação da Bíblia
Os cristãos devem estar comprometidos no
conhecer e obedecer à Palavra de Deus. É essencial, então, que saibamos como
interpretar a Bíblia corretamente, e evitar aqueles erros que poderiam nos
conduzir a conclusões incorretas. O que se segue são alguns princípios que te
ajudarão a interpretar a Bíblia no que ela realmente diz e alguns exemplos do
que tem ocorrido quando esses princípios são violados. Reafirmo que, muitos
destes princípios são seriamente ignorados principalmente por nossos
pregadores.
1. Não
espiritualize o texto
Espiritualizar (ou alegorizar) é ir além do
plano semântico da passagem em busca de um significado mais profundo ou oculto.
O perigo com esse método é que não há como se checar uma interpretação
extravagante. O único padrão torna-se a mente do intérprete. Prende-se ao
pretenso sentido do texto.
2. Não demonstrar sem contexto
Demonstrar sem contexto é amarrar uma série
não apropriada ou inadequada de versículos bíblicos para provar nossa teologia.
“Pôr em outra forma – é sedutor, mas errôneo – para se compor um fragmento
teológico de um completo estudo indutivo das Escrituras. É errado, tendo feito
isso, começar procurando textos bíblicos que parecem sustentar nossas
conclusões, todas sem a cuidadosa interpretação do texto para o que nós
apelamos” (Richard Mayhue, How to Interpret the Bible for Yourself (Como
Interpretar a Bíblia Por Você Mesmo), BMH Books, p. 75).
3. Não
isolar textos de seus contextos
Interpretar um texto fora de seu contexto
pode conduzir a erro. A Escritura não pode ser divorciada de sua
circunvizinhança imediata.
4.Não
aplique promessas específicas, feitas a Israel, à outras nações
Evite pegar promessas específicas a Israel
e aplicá-las a outros países como os Estados Unidos.
5. Não
substitua Israel pela igreja. (Teologia da Substituição)
A Bíblia nunca confunde Israel com a
igreja. Ainda que haja similaridades entre a nação de Israel e a igreja, a
promessa incondicional e eterna à nação de Israel não deve ser espiritualizada
e transferida à igreja.
6. Não
injete pensamentos correntes dentro do texto bíblico
Filosofias modernas ou atuais não devem ser
usadas como base para reinterpretação do texto bíblico.
A
Hermenêutica Material
Hermenêutica Material é todo um conjunto de
literatura, que compreende um verdadeiro auxílio exegético na interpretação das
Escrituras.
Como podemos perceber, a hermenêutica é uma
disciplina que requer de seus praticantes total atenção, cuidado e dedicação,
não só na interpretação simples mas também na pregação do evangelho e na defesa
da fé (apologética).
A hermenêutica material hoje é fundamental
a todo o estudante da Palavra de Deus, mas ainda existe um grave problema
enfrentados por alguns: O mal uso do grande arsenal literário apresentado ao
povo evangélico.
Não baste possuir armas potentes para
promover a boa exegese bíblica. É preciso saber quais as melhores e como
usá-las. Este é o propósito deste capítulo.
Chaves e
Concordâncias Bíblicas
Concordância Bíblica é uma compilação em
ordem alfabética, de termos bíblicos, que remete ás passagens da Bíblia.
A palavra concordância se refere as
passagens bíblicas cujas idéias estão em acordo as palavras e assuntos
procurados.
A concordância foi criada em 1230 pelo
cardeal dominicano Hugo Caro, cujo material de destaque bíblico foi a tradução
vulgata.
Tipos de
Concordâncias Bíblicas
Há dois tipos de concordância:
Concordâncias verbais: relacionam palavras
e são chamadas também de Chaves Bíblicas. Muitas Bíblias expõem ao final as
chaves. Outras possuem abreviaturas nos rodapés.
Concordâncias reais: Estas não só possuem
palavras, mas também idéias quanto ao texto. Existem apenas no Brasil cinco
concordâncias bíblicas evangélicas, as quais são:
1. Concordância Bíblica – ARA da Sociedade
Bíblica do Brasil, que compreende cerca de 7.000 verbetes, com mais de 45.000
referencias a passagens bíblicas e 51 biografia de personagens da Bíblia.
2. A Chave Bíblica baseada na ARC da Sociedade
Bíblica do Brasil.
3. A Concordância Bíblica Abreviada da IBB –
Imprensa Bíblica Brasileira.
4. A Concordância Bíblica Abreviada baseada na
Edição Contemporânea da Editora Vida.
5. A Concordância Bíblica Exaustiva. Esta é a
maior e mais completa concordância bíblica já editada no Brasil. Baseada na ACF
– Almeida, Corrigida, Fiel da Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.
Dicionários
e Enciclopédias
Não confunda dicionário com concordância, e
estas com enciclopédias ou vice versa. Os dicionários apresentam o assunto com
maior amplidão.
Dicionário,
tal como é o seu étimo latino ditionariu, é um conjunto de vocábulos e termos de uma língua, dispostos em
ordem alfabética com seus respectivos significados. As enciclopédias bíblicas,
entretanto, não se prestam a verificar o significado dos termos, ainda que
muitos se achem nela, mas abranger todos os ramos do conhecimento bíblico e
teológico.
Dicionários
1. O Novo Dicionário da Bíblia, editado por J.D. Douglas (Editora
Vida).
2. O Novo Dicionário Internacional de Teologia
do Novo Testamento editado por Colin Brown (Vida Nova).
3. Dicionário Internacional de Teologia do
Antigo Testamento, de R. L. Harris, G. L. Archer Jr e B. K. Waltke.
4. Dicionário Bíblico Jonh Davis.
5. Dicionário Bíblico Wycliffe (CPAD)
6. Dicionário Vine
7. Dicionário de Religiões, Crenças e
Ocultismo (Vida)
Enciclopédias
1. Pequena Enciclopédia Bíblica, de O.S. Boyer (CPAD)
2. Manual Bíblico, por Henry H. Halley (Vida Nova).
3. Enciclopédia Histórico-Teológica da Igreja
Cristã, editado por
Walter A. Elwell (Vida Nova).
4. Enciclopédia de Dificuldades Bíblicas, de Gleason Archer (Editora Vida).
5. Enciclopédia de Apologética, de Norman Geisler. (Editora Vida).
Considerações
Finais
O interprete
da Bíblia possui qualidade especiais e que devem ser expressos e vividos dia
após dia. Qualidades essenciais que fazem do crente o verdadeiro “amante” da
leitura da Palavra de Deus.
Maturidade
Espiritual
Deve o “hermeneuta” possuir qualidades espirituais,
principalmente o temor e a reverencia ao Espírito Santo.
O homem espiritual, segundo Paulo, é o
crente que tem capacidade de julgar, de discernir, de compreender todas as
verdades espirituais. O crente maduro sabe se comportar frente aos desafios que
a interpretação bíblica requer.
Comunhão
com o Espírito Santo
Estar cheio do Espírito é ter uma vida de
comunhão e intimidade com Deus. Para conhecer profundamente o significado
da Bíblia, o crente deve entender que o conhecimento vem pelo Espírito Santo.
A carência de sensibilidade com o Espírito
Santo incapacita o exegeta para captar com profundidade o significado das
passagens bíblicas.
Mente Sã
e Equilibrada
O interprete deve evitar o raciocínio
defeituoso e a extravagância da imaginação, a perversão do raciocínio e
as idéias vagas. Deve ter discernimento de uma passagem para a boa aplicação
pessoal.
Apreciador
das Línguas Originais
O hermeneuta reconhece o valor das línguas
sagradas. Sabe que uma consistente extração da verdade depende, a certo ponto,
do conhecimento das línguas bíblicas.
Possui
Cultura Geral
Não somente o conhecimento da gramática e
do vernáculo de sua língua pátria, mas também da história dos povos bíblicos,
da geografia palestina, arqueologia do Oriente Médio, etc.
COMO ESTUDAR A
SAGRADA ESCRITURA
COMO DEVEMOS ESTUDAR O TEXTO SAGRADO?
1. LEITURA
O passo mais importante no estudo efectivo é a
leitura do texto, tendo em conta com as diversas Traduaçõe e Ediçõe da
Biblia. Tome-se em conta ao sentido das frases sobretudo do siginificado dos
modos e tempos verbais aplicados, visto que também a Sagrada Escritura é uma
literária escrita por homens inspirados por Deus dentro de uma cultura. Aconselha-se
que se leia a Bíblia toda por ano e por fim que se faça uma leitura cuidadosa
dos textos especificos em estudo.
2. PROCURE-SE ENTENDER O TEXTO, CONTEXTO E PRETEXTO
Um dos erros mais comuns no
estudo e ensino da Bíblia é
a leitura parcial, ou seja, à letra. Como sabemos a leitura bíblica feita desta
maneira mata e é tão perigosa, pois, faz perder a mensagem profunda da intensão
a qual o autor pretende transmitir.
Quando se lê um texto sagrado não se
pode tomar em somente em versículos isoladamente, mas deve ser lida numa
perícopa e no seu todo com início e fim e conteúdo lógico. Nesse sentido,
quando se estuda a Palavra Sagrada procura-se responder à questões como: Quem
está falando a quem? (Texto); Porquê? (Pretexto); Quando e
onde tudo isto ocorreu? (contexto).
3. OBSERVE-SE O TIPO DE TEXTO EM ESTUDO?
Neste ponto procurarf-se-á ver se o
texto pertençe ao Antigo Testamento, ou se é do Novo Testamento? Como sabemos
na Sagrada Escritura temos muitas formas literárias e também muitos géneros
literários como: narrações, poesia, romance, cânticos, histórias de herroismos,
profecias, géneros apocalípticos e sapienciais.
4. PROCURE –SE AUXÍLIO EM OUTRAS PASSAGENS (PARALELISMO)
Muitgos dos mais difíceis textos da
Bíblia são esclarecidos por mais simples afirfmações em relatos paralelos ou
similares. Antes de irmos em busca de outros manuais de auxílio, comecemos pela
prória Bíblia, pois, ela é o seu próprio e melhor comentário. Assim também
fizeram os padres da Igreja quando estudaram a Sagrada Escritura “Estudar a
Bíblia através da Bíblia”. Fazer paralelismo no estudo bíblico é tão
importante, aliás, embora os textos sagrados serem escritos em diferentes
épocas e em diferentes contextos, a mensegem que se transmite sempre tem algo a
ver com a outra. Por isso dissemos que a leitura do Novo Testamento não exclui
a leitura do Antigo Testamento, pelo contrário, o N.T. foi escrito à luz do
A.T. eis a razão de o N.T. ser o pleno cumprimento do A.T. pois, muita mensagem
dita no A.T. realizaram-se N.T. portanto, não se deve ler somente o N.T. sem se
espelhar pelo A.T.
5. O VALOR DO ESTUDO BÍBLICO
A infinita sabedoria de Deus está além
da nossa compreensão, e há muitas coisas que poderemos querer saber que não
estão reveladas na Bíblia. Temos que aprender a contentarmos-nos com o que Deus
disse e não devemos nos permitir opinar e presumir para falar onde ele não
falou. Lembremos que a Bíblia nos dá o que necessitamos, mas num tudo o que
poderíamos querer.
O Estudo da Bíblia é um trabalho que
desafia e dá satisfação, oferecendo muitos bednefícios nesta vida, e que ajuda
a equipararmo-nos para ficar na presença de Deus eternamente. Somos grandemente
abençoados pelo privilégio de nos ser permitido ler e reler a carta de amor que
Deus nos deu nas Escrituras.
Por fim procuremos os caminhos de Deus
como diz o salmo 119, 14-17
«Mais me regozijo com o caminho dos teus testemunhos do que com todas as
riquezas. Meditarei nos teus preceitos e às tguas veredas trei respeito. Terei
prazer nos teus decretos; não med esquecerei da tua palavra. Sê generoso para
com teu servo, para que eu viva e observe a tua palavra».
Como Estudar a Bíblia
Através do estudo da Bíblia chegamos
a conhecer a verdade que nos liberta (João 8:32). Entretanto, muitas pessoas
que acreditam que o estudo da Bíblia é importante nunca aprenderam como estudar
efetivamente e entender a mensagem da revelação de Deus. Consideremos algumas
sugestões práticas de coisas que nos ajudarão a ser melhores estudantes da
Bíblia.
Atitudes e
Preparações Necessárias
Antes que possamos estudar
efetivamente a Bíblia, precisamos considerar sua fonte e abordar o estudo com
profundo respeito pelo Deus que nos criou e nos revelou sua vontade nas
Escrituras. É importante estudar com absoluto respeito pela palavra de Deus.
Samuel aceitou a instrução de Eli e
recebeu as palavras de Deus com uma atitude de humildade: "Fala,
Senhor, porque o teu servo ouve" (1 Samuel 3:9-10). Cada vez
que abrirmos as páginas das Escrituras, deveremos demonstrar exatamente esta
atitude. O estudante humilde tem que ter também um coração aberto. Pedro nos
diz que precisamos esvaziarmo-nos do mal para que possamos aceitar o puro
evangelho com o ardente desejo dos recém-nascidos querendo leite (1 Pedro
2:1-3). Com humildade e corações abertos, procuramos cumprir o compromisso de
cada servo fiel de Cristo: obedecer tudo o que Jesus nos ordenou (Mateus
28:19-20).
O estudo proveitoso também depende de
uma valorização correta do texto que estamos estudando. A Bíblia contém a
completa, suficiente e final revelação da vontade de Deus para o homem, por
isso deverá ser estudada cuidadosa e respeitosamente. O estudante fiel da palavra
deverá estar familiarizado com as afirmações de textos tais como 2 Timóteo
3:16-17; 2 Pedro 1:3; Judas 3; Hebreus 1:1-4; 2:1-3 e Gálatas 1:6-9.
Devemos estudar também com respeito
pelo silêncio das Escrituras. Muitos erros podem ser evitados se temos o
cuidado de não falar presunçosamente quando Deus não falou. Agir quando Deus
não disse nada é mudar sua palavra (veja a ilustração em Hebreus 7:12-14, onde
o escritor mostra que Jesus não foi um sacerdote de acordo com a lei do Velho
Testamento, mas que ele mudou a lei ao tornar-se um sacerdote de uma tribo que
não estava autorizada a servir desta maneira). Jesus tinha o direito de mudar a
lei, mas nós não. Tais passagens como 2 João 9; 1 Coríntios 4:6 e Apocalipse
22:18-19 nos lembram do perigo de ir além ou acrescentar à palavra revelada.
Uma outra prática importante, quando
entramos no estudo das escrituras, é a oração. Devemos orar como o salmista o
fez: "Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as
maravilhas da tua lei" (Salmo 119:18).
Ferramentas Para o
Estudo da Bíblia
Há vários recursos que podem ser
úteis em nosso estudo da Bíblia. O mais importante é a própria Bíblia. Somos
abençoados em nosso tempo por termos Bíblias em quase todas as línguas faladas.
Há um bom número de traduções portuguesas. Escolha uma que seja inteligível,
mas que mantenha cuidadoso respeito pela mensagem sendo traduzida. Ajuda-nos
bastante ter várias traduções diferentes para comparar.
Muitos outros livros têm sido
escritos para auxiliar no estudo da Bíblia. Uma Chave Bíblica, por
exemplo, é muito útil para localizar várias passagens que usam a mesma palavra.
Serve como um tipo de índice listando as palavras da Bíblia e onde são
encontradas. Vários tipos de dicionários são também bem úteis no estudo da
Bíblia. Muitos mal-entendidos podem ser evitados ou corrigidos pela consulta a
um dicionário comum. Dicionários especiais de palavras bíblicas são ainda mais
valiosos, pois freqüentemente dão explicações úteis do modo como uma palavra é
usada nas Escrituras. Ainda que eles sejam um pouco difíceis de se aprender a
usar, os dicionários bíblicos baseados nas línguas bíblicas originais (hebraico
e grego) nos ajudam a apreciar mais precisamente os significados de algumas
palavras. É claro que tais outros livros não são essenciais ao entendimento de
nossa responsabilidade diante de Deus, mas podem esclarecer a mensagem da
Bíblia e nos auxiliar a apreciar sua força e beleza.
Pode também ser útil estudar o
ambiente do texto, usando tais auxílios como os atlas ou os mapas das terras bíblicas,
livros sobre história, etc. Tais livros servem para ressaltar o rico
significado do texto.
Comentários aparecem em muitas
formas. Podem ser bastante úteis, ou muito destrutivos. Comentários são
simplesmente as explicações de autores humanos sobre o significado dos textos
bíblicos. Eles vão desde breves artigos ou mesmo notas de rodapé em Bíblias de
estudo, até coleções de livros. Podem ser encontrados em boletins, revistas,
sermões, etc. Ao usar todas estas fontes, precisamos nos lembrar que seres humanos
nunca são infalíveis e que todo o ensinamento tem que ser examinado à luz das
Escrituras (Atos 17:11; 1 Tessalonicenses 5:21-22).
Sugestões Sobre
Como Estudar a Bíblia
Há algumas sugestões práticas que
podem ajudar a desenvolver bons hábitos no estudo da Bíblia por toda a vida:
1. Leia, leia, leia! O passo mais importante no estudo efetivo é a leitura do texto. Isto
deverá envolver pelo menos dois tipos de leitura: (a) Leitura geral do texto da
Bíblia para tornar-se cada vez mais familiar com a mensagem da Bíblia como um
todo (um plano bom e prático é ler a Bíblia inteira pelo menos uma vez por
ano), e (b) Leitura mais cuidadosa de textos específicos que você estiver
estudando.
2. Procure entender o contexto. Um dos erros mais comuns no estudo e ensino da Bíblia é tirar um
versículo do seu contexto para interpretá-lo de um modo que vai contra o
significado do texto e contra o amplo contexto da Bíblia como um todo. Se você
estiver estudando um capítulo, olhe primeiro o livro onde foi encontrado. Se
estiver estudando um versículo, leia pelo menos o capítulo que o envolve.
Muitos erros serão evitados pela cuidadosa consideração do contexto em cada
estudo. Ajuda no entendimento da Bíblia procurar respostas para questões
simples, tais como: Quem está falando a quem? Por quê? Quando e onde tudo isto
ocorreu?
3. Observe que tipo de texto você
está estudando. É uma narrativa que relata uma
parte da história da Bíblia? Está o autor desenvolvendo um argumento para
explicar ou refutar alguma doutrina? É uma profecia? Contém o texto mandamentos
específicos? É uma parábola? É parte do Novo Testamento (que se aplica nos dias
de hoje) ou da velha lei (que governava os judeus do Velho Testamento)?
4. Entenda as palavras que você está
estudando. Neste ponto, aquele dicionário
da Bíblia ou outra tradução pode ser muito útil.
5. Procure auxílio em outras
passagens. Muitos dos mais difíceis textos
da Bíblia são esclarecidos por mais simples afirmações em relatos paralelos ou
similares. A Bíblia é o seu próprio e melhor comentário! Desde que verdade
nunca contradiz verdade, é nossa responsabilidade estudar diligentemente para
reconciliar as discrepâncias aparentes.
6. Estude para conhecer a verdade,
não para defender crenças pessoais ou tradições humanas.
7. Faça anotações. Muitas pessoas acham muito útil o uso de um caderno para anotar as
observações sobre o texto, perguntas que elas querem saber, etc. Mais leituras
e estudo muitas vezes responderão a dúvidas ou questões, por isso é bom ter
anotações que você possa usar para aumentar o seu conhecimento.
8. Lembre-se de que a Bíblia nos dá o
que necessitamos, mas nem tudo o que poderíamos querer. A infinita sabedoria de Deus está além da nossa compreensão, e há
muitas coisas que poderemos querer saber que não estão reveladas na Bíblia
(veja Deuteronômio 29:29). Temos que aprender a contentarmo-nos com o que Deus
disse e não devemos nos permitir opinar e presumir para falar onde ele não
falou.
O Valor do Estudo
Bíblico
O estudo da Bíblia é um trabalho que
desafia e dá satisfação, oferecendo muitos benefícios nesta vida, e que ajuda a
equiparmo-nos para ficar na presença de Deus eternamente. Somos grandemente
abençoados pelo privilégio de nos ser permitido ler e reler a carta de amor que
Deus nos deu nas Escrituras. Que nossas vidas e hábitos de estudo reflitam a
atitude expressada no Salmo 119:14-17:
"Mais me regozijo com o caminho
dos teus testemunhos do que com todas as riquezas. Meditarei nos teus preceitos
e às tuas veredas terei respeito. Terei prazer nos teus decretos; não me
esquecerei da tua palavra. Sê generoso para com o teu servo, para que eu viva e
observe a tua palavra."
Fonte:
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