Os Sete Trovões e o Livrinho (Apocalipse 10:1-11)
Novamente, uma série
de sete é interrompida por um intervalo. Entre o sexto e o sétimo selos, houve
um intervalo para assegurar os fiéis da proteção divina (capítulo 7). Agora,
entre a sexta e a sétima trombetas, Deus oferece outras mensagens de consolação
aos seus servos numa série de cenas no intervalo nos capítulos 10 e 11.
10:1 – Vi outro anjo forte descendo
do céu, envolto em nuvem, com o arco-íris por cima de sua cabeça; o rosto era
como o sol, e as pernas, como colunas de fogo;
Vi outro anjo forte descendo do céu: Três anjos fortes aparecem no Apocalipse. O primeiro procurou alguém para
abrir o livro que estava na mão direita de Deus (5:2). O terceiro anunciará,
com um gesto dramático, a queda da Babilônia (18:21). O segundo, aqui no
capítulo 10, desce com a glória do céu trazendo um livrinho aberto e as vozes
dos sete trovões.
Alguns comentaristas acreditam que
este anjo forte seja o próprio Jesus, pois algumas características nos lembram
a descrição de Jesus no capítulo 1. Embora não haja provas desta interpretação,
claramente o anjo forte vem do céu com a glória celestial e traz a revelação de
Deus.
Envolto em nuvem: Desde a primeira vez que nuvens aparecem na Bíblia (Gênesis 9:13-16),
há uma forte ligação entre elas e as demonstrações da glória e poder de Deus.
Nuvens são citadas mais de cem vezes no Velho Testamento, freqüentemente em
relação à aparições de Deus ou demonstrações do poder de Deus. Considere alguns
exemplos: “O SENHOR ia adiante deles, durante o dia, numa coluna de nuvem, para os
guiar pelo caminho” (Êxodo 13:21). “Disse o SENHOR a Moisés: Eis que virei a ti numa nuvem escura, para que
o povo ouça quando eu falar contigo.... Ao amanhecer do terceiro dia, houve
trovões, e relâmpagos, e uma espessa nuvem sobre o monte, e mui forte clangor
de trombeta, de maneira que todo o povo que estava no arraial se estremeceu” (Êxodo 19:9,16). “E a glória do SENHOR pousou sobre o
monte Sinai, e a nuvem o cobriu por seis dias; ao sétimo dia, do meio da nuvem
chamou o SENHOR a Moisés” (Êxodo 24:16). “Então, disse Salomão: O SENHOR declarou que habitaria em nuvem
espessa!” (2 Crônicas 6:1). Nuvens representam a justiça de Deus e a sua vinda
para julgar: “Nuvens e escuridão o rodeiam, justiça e juízo são a base do seu trono” (Salmo 97:2). “Sentença contra o Egito. Eis que o
SENHOR, cavalgando uma nuvem ligeira, vem ao Egito...” (Isaías 19:1). “Eis o nome do SENHOR vem de longe,
ardendo na sua ira, no meio de espessas nuvens; os seus lábios estão cheios de
indignação, e a sua língua é como fogo devorador” (Isaías 30:27). Podemos ver a
semelhança entre a descrição da vinda do anjo forte neste texto e a aparição da
glória do Senhor em Ezequiel 1:4-5,26-28. Daniel descreveu uma das suas visões
desta maneira: “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as
nuvens do céu um como o Filho do Homem” (Daniel 7:13). Naum fala sobre a
soberania de Deus: “O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o
culpado; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens
são o pó dos seus pés” (Naum 1:3).
A grande maioria dos mais de 20
versículos no Novo Testamento que usam esta palavra se refere, também, a Deus
ou à manifestação de sua glória ou poder. No monte da transfiguração, “Falava ele ainda, quando uma nuvem
luminosa os envolveu; e eis, vindo da nuvem, uma voz que dizia: Este é o meu
Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi” (Mateus 17:5). Quando Jesus
profetizou a destruição de Jerusalém pelos romanos, ele disse: “Então, aparecerá no céu o sinal do
Filho do Homem; todos os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem
vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita glória” (Mateus 24:30). Quando Jesus avisou o
Sinédrio sobre o iminente julgamento dos judeus rebeldes, ele usou linguagem
semelhante: “Eu vos declaro que, desde agora, vereis o Filho do Homem assentado à
direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu” (Mateus 26:64). Os fiéis encontrarão
Jesus nas nuvens (1 Tessalonicenses 4:17). O Apocalipse abre com a aparição divina nas nuvens: “Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até quantos o
traspassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Certamente.
Amém!” (1:7).
Os outros aspectos da aparição deste
anjo forte reforçam a origem celestial da sua mensagem:
Com o arco-íris por cima de sua
cabeça: Deus usou o arco-íris para selar a
sua aliança com os homens depois do dilúvio (Gênesis 9:12-13,16). Na visão de
João do trono de Deus, houve um arco-íris ao redor do trono (4:3).
O rosto era como o sol: A luz brilhante da glória de Deus. A luz da presença de Deus é mais
forte do que o próprio sol (Isaías 60:19-20). Malaquias mistura os temas de
castigo e consolação quando nasce o sol da justiça: “Pois eis que vem o dia e arde como
fornalha; todos os soberbos e todos os que cometem perversidade serão como o
restolho; o dia que vem os abrasará, diz o SENHOR dos Exércitos, de sorte que
não lhes deixará nem raiz nem ramo. Mas para vós outros que temeis o meu nome
nascerá o sol da justiça, trazendo salvação nas suas asas” (Malaquias 4:1-2). O brilho do sol é
refletido nos servos do Senhor. “Então, os justos resplandecerão como o sol, no reino de seu Pai” (Mateus 13:43; veja 2 Coríntios
3:18).
E as pernas, como colunas de fogo: A perna ou pé na descrição dos quatro seres viventes, ou querubins, na
visão de Ezequiel, “luzia como o brilho de bronze polido” (Ezequiel 1:7; veja a descrição dos
pés de Jesus – Apocalipse 1:15).
10:2 – e tinha na mão um livrinho
aberto. Pôs o pé direito sobre o mar e o esquerdo, sobre a terra,
E tinha na mão um livrinho aberto: Vamos ver o significado deste livrinho nos versículos 9-11. Aqui,
observamos algumas diferenças entre este livrinho e o livro do capítulo 5: Este é um livrinho, mas Jesus recebeu um livro (maior) da mão de
Deus. O livrinho está na mão do anjo que desceu do céu, não na mão de
Deus no trono. O livrinho está aberto
e, assim, não precisa de uma pessoa “digna” para abri-lo; o livro estava selado
com sete selos e podia ser aberto somente pelo Leão/Cordeiro.
Pôs o pé direito sobre o mar e o
esquerdo, sobre a terra: Imagine o tamanho e o poder deste
anjo forte! Pode colocar os pés sobre a terra e o mar, assim mostrando domínio
sobre o mundo inteiro. Daqui a pouco, bestas vão subir do mar e da terra
(13:1,11). Antes de ver esses servos do diabo emergirem, Deus nos lembra que o
anjo dele tem poder superior a toda a força de Satanás e de seus servos.
10:3 – e bradou em grande voz, como
ruge um leão, e, quando bradou, desferiram os sete trovões as suas próprias
vozes.
E bradou em grande voz, como ruge um
leão: O anjo forte em 5:2 fez sua
proclamação em grande voz. O segundo anjo forte, também, tem voz forte, como a
de leão. O leão claramente representa a força da voz deste anjo. “O leão, o mais forte entre os
animais, que por ninguém torna atrás” (Provérbios 30:30; veja Isaías 21:8;
Jeremias 25:30; Oséias 11:10).
Desferiram os sete trovões as suas
próprias vozes: Agora chegamos a mais uma série de
sete – os sete trovões. Com toda a força da voz que vem do céu, eles proclamam
mais uma parte da vontade de Deus. Por diversas vezes nas Escrituras, trovões
acompanham os castigos enviados por Deus. A sétima praga no Egito incluiu
trovões, chuva de pedras e fogo (Êxodo 9:23-34). Deus pelejou contra os
filisteus com seus trovões (1 Samuel 7:10).
10:4 – Logo que falaram os sete
trovões, eu ia escrever, mas ouvi uma voz do céu, dizendo: Guarda em segredo as
coisas que os sete trovões falaram e não as escrevas.
Logo que falaram os sete trovões, eu
ia escrever: Obediente às instruções recebidas
no início do livro (1:19), João prepara-se para relatar as mensagens dos sete
trovões.
Mas ouvi uma voz do céu, dizendo:
Guarda em segredo as coisas que os sete trovões falaram: A instrução geral de 1:19 é suplantada pela ordem mais específica dada
aqui. A voz vem do céu, e João é obrigado a obedecê-la – Não escreva as coisas
que os trovões falaram. Num livro com o propósito de revelar, por que guardar
em segredo as mensagens que Deus enviou nos trovões? Devemos observar, pelo
menos, dois motivos: Em geral, Deus não revela tudo aos homens, e não teríamos a capacidade de compreender todos os pensamentos
sublimes de Deus (Isaías 55:8-9). Moisés disse que Deus revela o que precisamos
para saber como servi-lo (Deuteronômio 29:29). João disse que o registro da
vida de Cristo inclui uma pequena parte de tudo que Jesus fez, mas que foram
relatadas as coisas necessárias para criar fé nos leitores (João 21:24-25;
20:30-31). Quando se trata da proteção dos fiéis, Deus faz muito mais do que ele
mostra ao homem. De vez em quando, ele abre a cortina para revelar alguma batalha nas
regiões celestiais, para nos confortar com o fato de ele estar constantemente
lutando a favor dos servos. Antes da batalha de Jericó, o príncipe do exército
do Senhor apareceu a Josué (Josué 5:13-15). Eliseu pediu que Deus mostrasse ao
seu ajudante o exército do céu que os protegia dos siros (2 Reis 6:15-16).
Daniel foi consolado por um mensageiro que explicou que estava ocupado com a
guerra contra o príncipe da Pérsia (Daniel 10:12-21). Os cristãos primitivos
enfrentaram perseguições, mas recebiam, às vezes, confirmações do poder ativo
de Deus lutando a favor deles (Atos 4:23-31). Romanos 8 enfatiza o papel ativo
do Pai, do Filho e do Espírito Santo a nosso favor. E não é isso o que o Apocalipse ensina? O homem na terra pode ver o
que acontece aqui, mas Deus e seus servos fazem muito mais, nas regiões
celestiais, para ajudá-lo (Efésios 6:12).
10:5-6 – Então, o anjo que vi em pé sobre o
mar e sobre a terra levantou a mão direita para o céu e jurou por aquele
que vive pelos séculos dos séculos, o mesmo que criou o céu, a terra, o mar e
tudo quanto neles existe: Já não haverá demora,
O anjo ... levantou a mão direita ...
e jurou...: Se precisa guardar em segredo as
palavras dos trovões, será que o cumprimento será adiado? O juramento do anjo
responde imediatamente a esta possível dúvida. Ele levanta a mão direita (veja
Daniel 12:7) e jura pelo eterno Deus. Não há dúvida! Mesmo sem revelar todos os
pormenores, a palavra de Deus será cumprida.
Já não haverá demora: Novamente, encontramos uma referência ao tempo de cumprimento que
promete que as coisas profetizadas aqui aconteceriam em breve (veja, também,
1:1-3; 22:6-7,10,12,20). As muitas interpretações que sugerem que quase tudo no Apocalipse ainda acontecerá, mais de 1.900 anos
depois de João, simplesmente contradizem a palavra do Senhor.
10:7 – mas, nos dias da voz do sétimo
anjo, quando ele estiver para tocar a trombeta, cumprir-se-á, então, o mistério
de Deus, segundo ele anunciou aos seus servos, os profetas.
Nos dias da voz do sétimo anjo: Reforçando ainda mais a iminência do cumprimento do mistério de Deus,
este anjo que domina a terra e o mar olha para a sétima trombeta. As primeiras
seis já passaram. Não será necessário esperar muito, porque a sétima já trará o
cumprimento esperado pelos santos perseguidos.
O mistério de Deus, segundo ele
anunciou aos seus servos, os profetas: A palavra
mistério, na Bíblia, refere-se a coisas ocultas, freqüentemente à palavra de
Deus outrora oculta e agora revelada. No Velho Testamento, o único livro que
usa a palavra mistério é Daniel. A revelação do sonho de Nabucodonosor, no qual
o servo de Deus profetizou sobre a missão do Cristo em estabelecer o reino do
céu durante o período romano, usa a palavra “mistério” várias vezes (Daniel
2:18-19,27-30,47). A palavra aparece mais uma vez, em Daniel 4:9. A grande
maioria das ocorrências desta palavra no Novo Testamento fala do evangelho de
Jesus Cristo. Paulo disse: “Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e
a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em
silêncio nos tempos eternos” (Romanos 16:25). Ele descreveu seu papel de apóstolo aos gentios: “...da qual me tornei ministro de
acordo com a dispensação da parte de Deus, que me foi confiada a vosso favor,
para dar pleno cumprimento à palavra de Deus: o mistério que estivera oculto
dos séculos e das gerações; agora, todavia, se manifestou aos seus santos; aos
quais Deus quis dar a conhecer qual seja a riqueza da glória deste mistério
entre os gentios, isto é, Cristo em vós, a esperança da glória; o qual nós
anunciamos” (Colossenses
1:25-28). Veja outros exemplos em Mateus 13:11; 1 Coríntios 2:7; 4:1; Efésios
1:9; 3:3,4,9; 6:19; Colossenses 2:2; 4:3; 1 Timóteo 3:9,16. No Apocalipse, “mistério” refere-se a aspectos das visões explicados a João (1:20;
17:5,7). Somente aqui tem o sentido mais amplo do “mistério de Deus”. O cumprimento
do mistério de Deus, então, seria relacionado à divulgação do evangelho para
salvar judeus e gentios, e ao estabelecimento do domínio de Cristo sobre as
nações.
Deus já anunciou estes planos aos
profetas. Quais profetas? Alguns comentaristas citam apenas profetas do Novo
Testamento, como o próprio João. Mas, a Bíblia fala sobre os “servos, os
profetas” 13 vezes no Velho Testamento antes de usar esta expressão duas vezes
no Apocalipse (aqui e em 11:18). Não devemos
descontar a importância de profecias do Velho Testamento na interpretação do
mistério revelado no Apocalipse.
No Antigo Testamento, os “servos, os
profetas” foram enviados para avisar o povo do perigo da desobediência (Esdras
9:10-12; Jeremias 7:25-28; 25:4-7) e dos castigos que Deus traria sobre os
infiéis (2 Reis 17:23; Jeremias 26:4-6; 44:4-6).
De especial interesse são algumas
profecias do Velho Testamento que olharam para o estabelecimento do reino de
Jesus e a sua soberania sobre as nações. Ezequiel 36 e 37 profetizam da
restauração de Israel, ou seja, do estabelecimento do reino de Cristo, Israel
espiritual. Uma vez estabelecido, o reino seria ameaçado pelas nações,
representadas pela multidão liderada por Gogue de Magogue. Mas Gogue não
prevaleceria, pois o Senhor chamaria“contra Gogue a espada em todos os
meus montes” e contenderia “com ele por meio da peste e do sangue; chuva inundante, grandes pedras
de saraiva, fogo e enxofre....” (Ezequiel 38:21-22). O resultado destes castigos divinos: “Assim, eu me engrandecerei,
vindicarei a minha santidade e me darei a conhecer aos olhos de muitas nações;
e saberão que eu sou o SENHOR” (38:23). Davi disse que o estabelecimento do reino do Messias seria
acompanhado por desafios e rebeliões dos gentios, povos, reis e príncipes, mas
que o Rei os despedaçaria com sua vara de ferro (Salmo 2). Joel profetizou da
vinda do Espírito (Joel 2:28-32), profecia esta cumprida a partir do Dia de
Pentecostes (Atos 2:16-21). Logo em seguida, ele disse que as nações ameaçariam
o povo de Deus (Israel espiritual) e seriam julgados por Deus no vale de Josafá
ou vale da Decisão (Joel 3). Desta maneira, Deus venceria os inimigos e
estabeleceria, em segurança, a sua habitação em Jerusalém (Joel 3:18-21). As
comparações entre Joel 3 e vários temas do Apocalipse são inegáveis. Ainda mais
óbvias são algumas comparações entre Daniel e o Apocalipse. O reino de Deus
seria estabelecido durante o período do império romano e teria domínio eterno
sobre todas as nações (Daniel 2:44). Daniel até profetiza sobre vários reis ou
imperadores romanos, e especialmente sobre a derrota de um destes reis
(7:7-11). Veremos mais sobre as ligações entre Daniel 7 e o Apocalipse em outras lições, especialmente
quando chegamos ao capítulo 17.
O que podemos esperar, então, na
sétima trombeta? Que será cumprida a missão de Jesus de se estabelecer como o
soberano Rei, dominando as nações com a vara de ferro e despedaçando os
inimigos rebeldes. Mas, antes de ouvir a sétima trombeta, ainda precisamos ver
o resto das coisas que João viu no intervalo.
10:8 – A voz que ouvi, vinda do céu,
estava de novo falando comigo e dizendo: Vai e toma o livro que se acha aberto
na mão do anjo em pé sobre o mar e sobre a terra.
A voz que ouvi ... estava de novo
falando comigo: A mesma voz do versículo 4. A
primeira vez, esta voz proibiu que João escrevesse sobre os sete trovões. Esta
vez, ela lhe dará outra instrução.
Vai e toma o livro que se acha aberto
na mão do anjo: Já observamos vários pontos de
contraste entre este livrinho e o livro do capítulo 5 (veja comentários sobre
10:2). Agora a voz manda João a tomar o livro da mão do anjo.
Anjo em pé sobre o mar e sobre a
terra: Novamente, o narrativo destaca a
posição deste anjo (cf. 10:2). Muito diferente do anjo caído do céu que abriu o
poço do abismo, este anjo tem seus pés firmemente plantados sobre a terra e o
mar. A estrela caída do céu dominou os gafanhotos durante cinco meses. O anjo
forte no capítulo 10 pode garantir o cumprimento do plano de Deus. Que consolo
saber que João recebe as suas ordens da mão deste anjo forte.
10:9 – Fui, pois, ao anjo,
dizendo-lhe que me desse o livrinho. Ele, então, me falou: Toma-o e devora-o;
certamente, ele será amargo ao teu estômago, mas, na tua boca, doce como mel.
Fui, pois, ao anjo, dizendo-lhe que
me desse o livrinho: João foi obediente à voz do céu e
foi pedir o livrinho.
Ele, então, me falou: Toma-o e
devora-o: Esta cena é semelhante à de
Ezequiel 2:8 - 3:6. No início do sexto século a.C., Ezequiel foi enviado como
profeta à casa de Israel. O rolo do livro que ele comeu representou a sua
incumbência como profeta. O sabor era doce, mas a tarefa difícil. O anjo avisou
João que este livrinho seria doce na boca, mas amargo no estômago. João recebeu
uma tarefa desagradável.
10:10 – Tomei o livrinho da mão
do anjo e o devorei, e, na minha boca, era doce como mel; quando, porém, o
comi, o meu estômago ficou amargo.
Tomei o livrinho ... e o devorei: João foi obediente. Ele não fez desculpas e não fugiu da sua missão.
Comeu o livrinho.
Na minha boca, era doce como mel;
quando, porém. O comi, o meu estômago ficou amargo: O livrinho foi exatamente como o anjo dissera. Veremos a amargura da
missão de João no próximo versículo. O trabalho no reino do Senhor envolve
esses dois aspectos. Traz uma grande alegria quando presenciamos as transformações
de vidas que o evangelho causa. Por outro lado, o servo fiel tem a obrigação de
avisar sobre as conseqüências da rejeição da palavra e sobre a punição
preparada para os desobedientes. João não fugiu da sua responsabilidade, mas
muitos pregadores hoje negligenciam o lado severo do evangelho e divulgam uma
mensagem incompleta e desequilibrada. É muito mais agradável falar da bondade
do que da severidade (Romanos 11:22). É bom falar sobre o perdão e a salvação
(Hebreus 9:28), mas não devemos excluir a mensagem de vingança e castigo
(Hebreus 10:26-31). Deus é santo, e assim não pode manter comunhão com o
pecado. Ele é, também, amor, e quer salvar todos dos seus pecados. A tendência
do homem é de exagerar um lado do caráter de Deus e diminuir a importância do
outro, esquecendo que o mesmo Deus que oferece alívio tomará vingança e banirá
de sua face os que não o conhecem ou que não o obedecem (2 Tessalonicenses
1:6-10).
10:11 – Então, me disseram: É
necessário que ainda profetizes a respeito de muitos povos, nações, línguas e
reis.
É necessário que ainda profetizes a
respeito de muitos povos, nações, línguas e reis: Este versículo reforça o significado do livrinho. João é obrigado a
profetizar sobre nações e reis. Já falou sobre pragas e castigos atingindo um
número cada vez maior de pessoas, até causando a morte de grandes multidões.
Mas tem mais pela frente. A difícil missão de João incluirá profecias sobre
muitos povos.
Conclusão
O intervalo entre a
sexta e a sétima trombetas enfatiza vários fatos importantes. Entre eles: Deus e seus servos sempre são mais
fortes do que o diabo e seus seguidores. O anjo forte do Senhor tem poder sobre
a terra e o mar, enquanto o Destruidor recebeu autoridade por alguns meses
sobre os gafanhotos. Deus faz muito mais
do que ele revela aos seus servos. Os sete trovões servem como exemplo. A sétima trombeta anunciaria o
cumprimento do mistério de Deus. A missão do servo de Deus tem seu lado doce, mas inclui, também, a
amargura de pregar a pessoas condenadas por sua rebeldia. No próximo capítulo,
veremos mais duas cenas do intervalo antes de ouvir a sétima trombeta.
Perguntas
1. Descreva o anjo que desce do céu no início do capítulo
10.
2. O que ele tinha na mão?
3. Onde ele colocou os pés? O que podemos concluir deste fato?
4. Qual foi a mensagem dos sete trovões?
5. Por que João falou dos sete trovões se não podia revelar as suas
palavras?
6. Qual foi o juramento do anjo forte?
7. Quando seria cumprido o mistério de Deus?
8. Quem havia anunciado este
mistério?
9. Quem tomou o livrinho da mão do anjo forte?
10. Descreva o livrinho e o seu significado.
11. Qual outro profeta comeu um livro semelhante?
12.Há perigo de pregar uma mensagem incompleta ou desequilibrada?
Explique.
Fonte:
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