O
Tijolo de Nabucodonosor
Achado está no Museu Arqueológico do Unasp
Achado está no Museu Arqueológico do Unasp
Participar de uma expedição
arqueológica nas terras bíblicas é uma experiência extraordinária. As poucas
oportunidades que tenho tido de atuar em escavações no Oriente Médio são para
mim motivo de agradecimento e louvor a Deus, principalmente por poder
testemunhar como a arqueologia tem confirmado a Bíblia Sagrada.
É claro que os achados jamais podem
"provar" que Deus existe ou que jesus um dia voltará à Terra. Essas
são doutrinas reveladas pelo Espírito Santo que demandam um exercício de fé. Contudo,
a contribuição da arqueologia pode ser vista assim: se a história que a Bíblia
apresenta é verdadeira como as escavações têm demonstrado, a teologia por trás
dessa história também o será.
A experiência arqueológica que
relatarei a seguir ocorreu ironicamente bem longe das terras bíblicas. Jamais
poderia supor que, aqui mesmo no Brasil, seria reencontrado um artefato que
confirma a narrativa das Escrituras: um legítimo tijolo babilônico, dos tempos
de Daniel, que comprova a existência histórica do famoso rei Nabucodonosor.
História do achado -
A forma como esse tijolo chegou até aqui é simplesmente fantástica e revela-nos
a maravilha da providência divina. Tudo começou há mais ou menos vinte anos
quando um projetista brasileiro foi enviado ao Iraque para dar assessoria
temporária a uma firma de construção civil. Era seu costume caminhar nas tardes
de sábado pelas ruínas de Babilônia que ficam a céu aberto, não muito longe da
capital, Bagdá. Entre os milhares de cacos de barro e pedras antigas que ainda
jazem no lugar, um pedaço de tijolo lhe chamou a atenção. Ele continha
estranhas letras que certamente representariam uma antiga inscrição. Um soldado
iraquiano, que se tornara seu amigo, permitiu lhe trazer o tijolo como uma
espécie de suvenir das terras iraquianas.
De volta ao Brasil, o projetista
acabou desistindo de ficar com o objeto e, em 1988, o doou ao Pastor Paulo
Barbosa de Oliveira, que o usaria para fins didáticos em aulas de Bíblia, nos
colégios adventistas de Vitória, ES. Sempre que ia falar das profecias de
Daniel, ele levava o tijolo e comentava sua procedência. Mas, nem de longe,
poderia imaginar que aquela estranha inscrição revelaria um fantástico
testemunho acerca das Escrituras.
Jubilado, o Pastor Paulo Barbosa de
Oliveira resolveu mudar-se para as redondezas do UNASP - campus Engenheiro
Coelho - SP, onde nos tornamos conhecidos. Nessa escola está o único museu de
arqueologia bíblica do Brasil - o Museu Paulo Bork, que recebe visitas de
vários lugares e já foi tema de reportagens em rádio, TV, jornais e revistas de
circulação nacional. Foi conversando acerca do museu, que o Pastor Paulo
revelou a posse do tijolo que me despertou muita curiosidade.
Ao vê-lo, percebi que a inscrição
composta de três linhas era, na verdade, um cuneiforme neo-babilônico usado
pelos caldeus, nos dias do profeta Daniel. Pedi ao pastor para levar o tijolo
para casa, onde poderia estudá-lo melhor e tentar traduzir as antigas
sentenças. Algum tempo depois, o que descobri parecia bom demais para ser
verdade. O tijolo falava de Nabucodonosor!
Traduzindo a inscrição -
Usando léxicos e gramáticas acadianos, entendi que a inscrição dizia: "(eu
sou) Nabucodonosor, Rei de Babilônia. Provedor (do templo) de Ezagil e Ezida;
filho primogênito de Nabopolassar': Antes, porém, de publicar o achado, era
necessário confirmar a tradução com pessoas mais especializadas, como 0 Dr.
Oseas Moura, que estudou acadiano na PUC do Rio de Janeiro, e outros
assiriologistas de universidades européias e americanas que têm seu nome entre
os mais renomados no estudo de inscrições cuneiformes. Todos confirmaram a
tradução, corrigindo apenas um ou outro detalhe de transliteração dos
caracteres originais.
Tínhamos, portanto, um objeto legítimo, dos dias do cativeiro babil8nico, que testemunhava a existência histórica de um rei descrito nas Escrituras. É claro que essa não é à única prova arqueológica da existência de Nabucodonosor. Conforme as escavações vêm revelando, era costume desse rei colocar uma espécie de "assinatura" em tudo o que construía. Paredes de palácios, templos e até muros da antiga Babilônia estão repletos de inscrições com o seu nome. Esse tijolo, portanto, faz parte de um importante conjunto de evidências que silencia mais uma vez os que negam a veracidade da Palavra de Deus.
Tínhamos, portanto, um objeto legítimo, dos dias do cativeiro babil8nico, que testemunhava a existência histórica de um rei descrito nas Escrituras. É claro que essa não é à única prova arqueológica da existência de Nabucodonosor. Conforme as escavações vêm revelando, era costume desse rei colocar uma espécie de "assinatura" em tudo o que construía. Paredes de palácios, templos e até muros da antiga Babilônia estão repletos de inscrições com o seu nome. Esse tijolo, portanto, faz parte de um importante conjunto de evidências que silencia mais uma vez os que negam a veracidade da Palavra de Deus.
Nabucodonosor e a Arqueologia -
A existência histórica de Nabucodonosor e da própria Babilônia era um fato
questionado pelos críticos até por volta de 1806, quando Claudius James Rich
confirmou, através de um extenso relatório científico, que as ruínas
encontradas na colina de Babil eram, na verdade, a antiga cidade de Babilônia.
O problema é que até essa época
ninguém sabia nada sobre a cidade fora do relato bíblico e de historiadores da
antiguidade, cuja precisão era seriamente questionada. A grande metrópole
parecia ter sido engolida pelo deserto. Pesquisadores europeus que chegavam a
Bagdá viam apenas as colinas empoeiradas de Babil e não podiam supor que ali
estavam os escombros da antiga Babilônia. Pegavam tijolos com estranhas
inscrições e levavam para casa como meras curiosidades.
Por isso, não faltou quem apregoasse
que o livro de Daniel jamais poderia representar uma história real. Mas as
escavações que se seguiram à exploração de Rich, começaram a mostrar que os
céticos é que estavam errados.
Por esse tempo, desenvolveu-se também
na arqueologia um intenso estudo para descobrir o que estava escrito naqueles
tabletes que se acumulavam aos montes, em todo o território. A decifracão dos
cuneiformes babilônicos encontrados no Iraque foi, assim, o segundo grande
feito arqueológico do século XIX. Nieburh, Grotefend e Rawlinson foram os
principais pioneiros nessa área e até hoje não há dúvida sobre a fidelidade da
maioria dos textos traduzidos.
Em 1899, Robert Koldewey estava
escavando as ruína's em Babil quando encontrou centenas de tijolos de paredes,
muros e do próprio Templo de Ezagil que traziam o nome do Rei Nabucodonosor
como mandatário daquelas grandes construções. Nosso tijolo é, certamente, parte
desse grupo de blocos que anunciavam a existência do rei e uma peculiaridade de
seu caráter também revelada em Daniel 4:30. De maneira arrogante ele diz:
"Não é esta a grande Babilônia que eu edifiquei... para glória da minha
majestade?" Pouco tempo depois, chegalhe a sentença celestial, condenandoo
por sua soberba.
Felizmente, após os sete anos de
loucura, ele reconheceu a soberania de Deus e se tornou testemunha de sua
justiça (Dan. 4:34-37). Como disse Ellen White: "O rei sobre o trono de
Babilônia se tornou uma testemunha para Deus, dando seu testemunho, claro e
eloqüente, de um coração agradecido que havia participado da misericórdia e
graça, justiça e paz, da natureza divina" (Youth's Instructor, dez. 13,
1904).
Hoje o tijolo babilônico pode ser
visitado no museu arqueológico do UNASP - Campus Engenheiro Coelho - SP, onde
ficará exposto por tempo indeterminado.
Por muitos anos, alguns eruditos
desacreditaram a Bíblia pelo simples fato de o nome Nabucodonosor não constar
em nenhuma ruína conhecida. Isso os fazia orgulhosos de sua incredulidade e,
também hoje, há muitos que seguem o mesmo caminho. Mas bastou um caco de tijolo
para mostrar que eles estavam errados. Não seria essa uma curiosa maneira de
Deus ironizar a sabedoria humana quando esta nega a Bíblia Sagrada?
Fonte:
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