O QUE É UNÇÃO
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INTRODUÇÃO: Muito se fala em unção, mas a unção
ema realidade da Igreja de Deus. Pois sem a unção ninguém pode fazer a obra
de Deus. Muitos têm tentado fazer sem a unção, mas é uma tentativa humana,
cheia de sabedoria humana não vai para frente. Mas vamos lá o que é unção? È
a autoridade , é a capacidade sobrenatural de Deus para o homem fazer a obra.
Vemos no Velho Testamento, quando Deus escolhia
alguém para reinar, Deus ungia, ou seja Deus autorizava e capacitava o homem
para reinar. I Sm. 10: 1; 6 e 7.
A unção de Deus ao contrário do que muitos pensam
não é dom espiritual, como já vimos é a autoridade e capacidade sobrenatural
para o homem. E esta autoridade e capacidade não podem ser compradas, e
também não é dada segundo as aparências. At. 8: 15 a 20; I Sm.16: 1 a 17.
Observe o que Pedro fala Dom de Deus e não Dom do Espírito.
Porque podemos dizer com certeza, que dons não
são unção, ou seja unção e dons são diferentes.Porque unção é ´para fazer a
obra, e os dons são membros do corpo ou melhor dizendo é parte da igreja. E
com a unção o homem pode abrir igrejas, fazer grandes avivamentos, ou dar
coisas a outros que somente Deus daria. At. 8: 17. Por isso unção é a
autoridade e capacidade sobrenatural de Deus para o homem fazer a obra. I Co.
12: 1 a 27; At. 10: 37 a 38.
A unção de Deus vem muitas vezes dos dons
naturais que o homem tem. Ex: Musico; ele recebe a autoridade e a capacidade
sobrenatural (unção) de Deus, ele vai fazer musicas que vão servir para
louvor e adoração a Deus. I Cr. 15: 16.
Muitos falam de levitas, mas levita não é um dom
e muito menos ministério das igrejas de hoje. Levitas eram os descendentes da
Tribo de Levi, que foram separados para ocupar o sacerdócio.Dt.10: 8 e 9;
Nm.1: 47 a 53: Ez. 44: 15; Ez. 18: 1. Se os músicos são levitas, os
evangelistas são da tribo de Judá (judaízas) Jesus.
Na verdade os levitas eram usados no sacerdócio,
mas para nós o sacerdócio foi ocupado por Jesus. Ele é o sacerdote o oferta o
sacrifício. Hb. 5: 5 e 6; Hb. 7: 17 a 21.
Portanto este caminho da adoração em nosso tempo
é para todos. Hb. 10: 19 a 21.
A unção é para todos que quiser e buscar, se um
homem sabe pregar e ele receber a unção vai pregar com ousadia. At. 4: 13, e
29 30 e 31.
O homem recebe o chamado para a obra, mas ele vai
ter que buscar unção (como já vimos autoridade e capacidade sobrenatural),
porque se não ele não vai conseguir, mesmo sendo chamado. Mt. 22: 1 a 14.
Não adianta o homem estudar, fazer teologia, ser
fiel a denominações ou ministérios, apegado as placas de igrejas, nada disso
é suficiente para o homem receber a unção de Deus. Ec. 12: 12 a 14.
A unção de Deus é dada pelo próprio Deus. Deus
observa o homem e busca determinada qualidade nele, que venha a
agrada-lo. Por exemplo Davi. At. 13: 22.
FIDELIDADE é uma qualidade para ser ungido I Sm.
22: 14; Sl. 101: 6; Pv. 28: 20; Mt. 24: 45 e 46.
CORAÇÃO INTEGRO, servir a Deus voluntariamente, ou seja sem interesse. I Cr. 28: 9 e 10 VERDADEIRO ADORADOR Adorar a Deus de todo o coração. Jõ. 4: 21 a 24. CORAÇÃO JUSTO E RETO II Sm. 23: 1 a 4.
Falam de unção do profundo sono, do sopro, do
dente de ouro, do riso e outras unções nada disso tem base Bíblica . A única
coisa que a Bíblia fala disso está neste versículo. I Tm. 4: 1.
4 tipos de unção
Isaías
61.1-3
-Introdução: Quando falamos em unção, não
podemos misturar as coisas e achar que unção é apenas para abençoar ou um
tipo de ‘benzição’ evangélica.
A unção deve ter um propósito “porque o SENHOR me ungiu para pregar ..., enviou-me a curar ..., a proclamar libertação ... e a pôr em liberdade ...; aapregoar ...; a consolar todos os que choram e a pôr ... óleo de alegria, em vez de
pranto, veste de louvor, em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem carvalhos de
justiça, plantados pelo SENHOR para a sua glória”.
Se você é um ungido deve
saber qual é o propósito da unção em sua vida.
Para quê Deus
te ungiu?
Faremos 4 estudos seguidos
para aprender sobre os quatro tipos de unção na Bíblia:
Pessoas que precisam ser
curadas e perdoadas por Deus.
Pessoas que desejam se
consagrar em oração.
Pessoas que querem ser usadas
para pregar a Palavra.
Pessoas que precisam de
autoridade para vencer.
O leproso era alguém
desprezado por todos e achava que até Deus o havia abandonado. O sacerdote
era alguém escolhido para ter acesso ao Senhor e falar com Deus, levando as
orações do povo. Já o Profeta era um do meio do povo que Deus usava para
falar com o povo.
Com este estudo aprendemos
que a unção:
-Cura: o leproso foi
curado física e espiritualmente;
-Santifica: o
sacerdote era consagrado ao Senhor;
-Profetiza: o profeta
revelava a vontade de Deus;
-Autoriza: o rei tinha
total autoridade.
Deus está te ungindo!
-CONCLUSÃO:
Se você é como o leproso,
Deus te cura e te perdoa.
Se você quer sentir mais a
presença de Deus, o Senhor te unge como sacerdote.
Se você quer ser usado por
Deus para anunciar o evangelho, Deus te unge como profeta.
Se te falta autoridade, Deus
te unge como um rei.
A unção te cura, santifica,
profetiza e autoriza!
Unção
com Óleo – uma reflexão bíblica e histórica
“E
vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo” (1Jo 2.20)
“E
a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que
alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é
verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis”
(1Jo 2.27)
Introdução
Este é um assunto
controverso e difícil. E, cabe aqui uma análise teológica sobre as práticas
da Igreja quanto a este assunto, levando em conta primeiro e especialmente o
que nos informam as Escrituras Sagradas, depois olhando para a história da
Igreja, de modo a que possamos ver de que forma este assunto foi tratado no
decorrer do tempo, de modo a que possamos avaliar com maior propriedade o que
hoje é praticado, e com conhecimento de causa, possamos estabelecer o que
deve ser feito quanto à esta importante questão.
A
unção nas Escrituras Sagradas
Em vários locais das
Escrituras Sagradas encontramos o ato de ungir. Não há como ignorá-lo. Mas, é
importante notarmos que invariavelmente o ato de ungir, quando se referindo à
área espiritual, sempre teve o objetivo de separar e consagrar.
Há também outros usos
para a unção, os quais iremos analisar mais à frente em nosso estudo. Um
importante detalhe que pode ser observado nas Escrituras Sagradas é que em
momento algum, nenhuma mulher foi ungida para uma tarefa na área espiritual.
Não há nenhuma referência a mulheres sendo ungidas seja para o serviço
sacerdotal ou para reinar.
Unção
de Objetos
Muitos objetos foram
separados para serem utilizados no tabernáculo, e como o próprio tabernáculo,
eram também ungidos de modo a consagrá-los ao Senhor. A ritualística da unção
era usada para se separar e consagrar estes objetos ao uso no culto a Deus.
“E
disto farás o azeite da santa unção, o perfume composto segundo a obra do
perfumista: este será o azeite da santa unção. (26) E com ele ungirás a tenda
da congregação, e a arca do testemunho, (27) E a mesa com todos os seus
utensílios, e o candelabro com os seus utensílios, e o altar do incenso. (28)
E o altar do holocausto com todos os seus utensílios, e a pia com a sua base.
(29) Assim santificarás estas coisas, para que sejam santíssimas; tudo o que
tocar nelas será santo.” (Êxodo 30.25-29 ACF)
“Também
cada dia prepararás um novilho por sacrifício pelo pecado para as expiações,
e purificarás o altar, fazendo expiação sobre ele; e o ungirás para
santificá-lo. (37) Sete dias farás expiação pelo altar, e o santificarás; e o
altar será santíssimo; tudo o que tocar o altar será santo.” (Êxodo 29.36-37
ACF)
O claro entendimento dos
textos acima é que os objetos ungidos se tornavam santos, ou santificados, e
também santificadores, pois, tudo o que neles tocasse se tornaria também
santo. Hoje temos vários objetos separados para uso específico, durante os
cultos a Deus em nossas Igrejas , como púlpitos, mesas, cadeiras,
genuflexórios, cálices para a ceia, etc., contudo, não os ungimos para
torná-los santos, ou santificadores. Isto se deve à teologia do Novo
Testamento, que afirma categoricamente que desde a vinda do Senhor Jesus
Cristo, santos são aqueles que são salvos através da redenção pelo Seu sangue
derramado na cruz, e pela Sua ressurreição dos mortos:
“Não
sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?
(17) Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo
de Deus, que sois vós, é santo.” (I Coríntios 3.16-17 ACF)
“Ou
não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós,
proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? (20) Porque fostes
comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso
espírito, os quais pertencem a Deus.” (I Coríntios 6.19-20 ACF)
O
Templo de adoração passou a ser o coração do salvo, não mais um local de
tijolos e pedras. O véu do antigo Templo se rasgou no momento em que Jesus
Cristo cumpriu sua missão na cruz:
“E
eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo; e tremeu a terra,
e fenderam-se as pedras;” (Mt 27.51)
Neste
momento se estabeleceu uma Nova Aliança: Através de Jesus Cristo passamos a
ter acesso direto ao Pai, sem a necessidade de qualquer outra intermediação,
sem a necessidade de qualquer sacrifício físico, sem a necessidade de
quaisquer obras humanas:
“Porque
por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. (19) Assim que já não
sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família
de Deus; (20) Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de
que Jesus Cristo é a principal pedra da esquina; (21) No qual todo o
edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. (22) No qual
também vós juntamente sois edificados para morada de Deus em Espírito.”
(Efésios 2.18-22 ACF)
Nenhuma
carne é justificada pelas obras da lei. Não cabe, portanto, qualquer ação
humana, como a unção de objetos de modo a nos tornarmos santos ou
santificados:
“Sabendo
que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo
, temos também crido em Jesus Cristo , para sermos justificados pela fé em
Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne
será justificada.” (Gálatas 2.16 ACF)
Partindo
deste princípio, claramente estabelecido pelas Escrituras Sagradas, qualquer
objeto que tenha sido feito“santo” através de um processo de unção, ou
através de qualquer outro meio ou ação humana, passa a ser objeto de
idolatria, e abominação ao Senhor, pois, vilipendia o sacrifício de Jesus
Cristo. Sacrifício este feito, de uma vez por todas, na cruz. Ato completo e
perfeito na Sua ressurreição, não restando qualquer outra obra a ser feita,
não necessitando de qualquer ação adicional.
Deste modo, atribuir-se
poder a qualquer objeto inanimado, a qualquer produto ou alimento, é ato de
misticismo, sendo deliberado desrespeito para com a divindade do Senhor
Jesus, ao qual foi dado todo o poder no céu e na terra:
“E,
chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na
terra.” (Mateus 28.18 ACF)
Tudo
o que desejamos ou precisamos, devemos levar diretamente a Deus, em oração:
“Não
estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo
conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças.”
(Filipenses 4.6 ACF)
Pedindo
sempre em nome de Jesus Cristo, e nunca utilizando fetichismos ou
superstições, nada de águas, ou óleos “santos” ou mágicos, ou pedras, ou madeiras,
ou qualquer outra coisa criada. Nada deve ser colocado como meio de obtenção
de graça, pois o nosso único meio de
graça é o Senhor Jesus Cristo:
“Não
me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que
vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em
meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” (João 15.16 ACF)
Unção
de Pessoas
A
unção de pessoas era feita, quando com propósitos espirituais, com o objetivo
de separar-se esta pessoa para uma tarefa específica, seja enquanto rei, sacerdote ou profeta. É importante também notar que todas
estas tarefas eram realizadas em conjunto com o objetivo de guiar o povo de
Deus tanto espiritualmente quanto secularmente. Também é importante ver que
estas tarefas foram todas assumidas por Jesus Cristo, o ungido de
Deus. Assim, Cristo é Sacerdote, Profeta e Rei. Já no Novo Testamento esta ação, a
unção de pessoas, foi substituída pela imposição de mãos, a qual outorga autoridade para
ministrar, educar e servir, como até hoje é feito na ordenação de pastores e
diáconos. Há que se entender, entretanto, que este processo não tem exatamente
a mesma significação da unção com óleo de outrora, não há qualquer
santificação sendo conferida através deste ato, pois, a santificação ocorre
no momento da conversão quando o salvo é selado pelo Espírito de Deus, e não
há também qualquer transferência de poder, pois, todo o poder está nas mãos
de Jesus Cristo(Mateus
28.18), mas,
este ato indica com firmeza que aquele que está sendo ordenado, é reconhecido
pela Igreja como tendo sido separado por Deus para esta obra.
Unção
de Reis
Os
reis eram ungidos como libertadores para o povo de Israel e para governar
sobre o povo como seu pastor:
“Amanhã
a estas horas te enviarei um homem da terra de Benjamim, o qual ungirás por
capitão sobre o meu povo de Israel, e ele livrará o meu povo da mão dos
filisteus; porque tenho olhado para o meu povo; porque o seu clamor chegou a
mim.” (I Samuel 9.16 ACF)
Unção
de Sacerdotes
Deus instruiu Moisés a
ungir sacerdotes, de modo a consagrá-los e reconhecê-los como pessoas
separadas para servir a Deus através do sacerdócio. Os sacerdotes julgavam
sobre as diferenças entre as pessoas do povo, faziam expiação, santificavam o
povo perante Deus, ouviam confissões de pecados, faziam sacrifícios de ação
de graças e supervisionava os trabalhos no tabernáculo, entre outras tarefas.
“E
vestirás a Arão as vestes santas, e o ungirás, e o santificarás, para que me
administre o sacerdócio. (14) Também farás chegar a seus filhos, e lhes
vestirás as túnicas, (15) E os ungirás como ungiste a seu pai, para que me
administrem o sacerdócio, e a sua unção lhes será por sacerdócio perpétuo nas
suas gerações.” (Êxodo 40.13-15 ACF)
Unção
de profetas
O
ofício profético era estabelecido pelo ato da unção:
“O
espírito do Senhor DEUS está sobre mim; porque o SENHOR me ungiu, para pregar
boas novas aos mansos; enviou-me a restaurar os contritos de coração, a
proclamar liberdade aos cativos, e a abertura de prisão aos presos; (2) A
apregoar o ano aceitável do SENHOR e o dia da vingança do nosso Deus; a
consolar todos os tristes; (3) A ordenar acerca dos tristes de Sião que se
lhes dê glória em vez de cinza, óleo de gozo em vez de tristeza, vestes de
louvor em vez de espírito angustiado; a fim de que se chamem árvores de
justiça, plantações do SENHOR, para que ele seja glorificado.” (Isaías 61.1-3
ACF)
Não
há uma descrição clara nas Sagradas Escrituras sobre como, ou qual, seria o
ritual para a unção de profetas, mas, este fato está razoavelmente
estabelecido através do texto de Isaías acima citado.
Produtos
utilizados
Azeite
O
azeite de oliva simboliza uma vida útil e vibrante, sendo símbolo de
regozijo, saúde e de qualificações de uma pessoa para o serviço do Senhor:
“Porém
tu exaltarás o meu poder, como o do boi selvagem. Serei ungido com óleo
fresco.” (Salmo 92.10 ACF)
Ungüento
Gordura misturada com
perfumes especiais que lhe davam características muito desejáveis.
Era
utilizado para ungir os pés dos hóspedes, simbolizando a alegria pela chegada
daquele hóspede, e desejando-lhe boas vindas:
“E
Maria era aquela que tinha ungido o Senhor com ungüento, e lhe tinha enxugado
os pés com os seus cabelos, cujo irmão Lázaro estava enfermo.” (João 11.2
ACF)
Também
como era utilizado no cuidado pessoal com o corpo, pois, é um excelente
hidratante:
“Naqueles
dias eu, Daniel, estive triste por três semanas. (3) Alimento desejável não
comi, nem carne nem vinho entraram na minha boca, nem me ungi com ungüento,
até que se cumpriram as três semanas.” (Daniel 10:2-3 ACF)
“Lava-te,
pois, e unge-te, e veste os teus vestidos, e desce à eira; porém não te dês a
conhecer ao homem, até que tenha acabado de comer e beber.” (Rute 3.3 ACF)
Óleos
curativos
O óleo tem poderes
curativos, permitindo amolecer feridas e purificá-las. O óleo quando
misturado a certas ervas, pode proporcionar medicamentos poderosos para
vários males. Não é de surpreender que os médicos em Israel tivessem desde
tempos antigos conhecimento destas ervas e da forma de utilizá-las no
processo curativo de doentes.
“Desde
a planta do pé até a cabeça não há nele coisa sã, senão feridas, e inchaços,
e chagas podres não espremidas, nem ligadas, nem amolecidas com óleo.”
(Isaías 1.6 ACF)
“E,
aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando-lhes azeite e vinho; e, pondo-o
sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem, e cuidou dele;” (Lucas
10.34 ACF)
Unguento
fúnebre
Este ungüento era
utilizado na preparação do corpo para o sepultamento, como parte de um
processo de embalsamamento:
“Ora,
derramando ela este unguento sobre o meu corpo, fê-lo preparando-me para o
meu sepultamento.” (Mt 26.12)
“E
as mulheres, que tinham vindo com ele da Galiléia, seguiram também e viram o
sepulcro, e como foi posto o seu corpo. (56) E, voltando elas, prepararam
especiarias e ungüentos; e no sábado repousaram, conforme o mandamento.”
(Lucas 23.55-56 ACF)
Modos
de aplicação
Na
cabeça
O
derramamento de óleo sobre a cabeça de um homem indicava que este homem havia
sido separado para uma determinada tarefa a serviço do Senhor.
“Então
tomou Samuel um vaso de azeite, e lho derramou sobre a cabeça, e beijou-o, e
disse: Porventura não te ungiu o SENHOR por capitão sobre a sua herança?” (I
Samuel 10:1 ACF)
“Preparas
uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com
óleo, o meu cálice transborda.” (Salmo 23.5 ACF)
“Em
todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua
cabeça.” (Eclesiastes 9:8 ACF)
Também
era usado sobre a cabeça com efeitos cosméticos:
“Em
todo o tempo sejam alvas as tuas roupas, e nunca falte o óleo sobre a tua
cabeça.” (Eclesiastes 9:8 ACF)
No
rosto
A
unção do óleo no rosto tinha como objetivo a hidratação, e a proteção contra
as forças da natureza:
“E
o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu
rosto, e o pão que fortalece o coração do homem.” (Salmo 104.15 ACF)
Nos
pés
Como
já foi dito, este ato estava normalmente relacionado com uma recepção digna e
alegre de um hóspede bem-vindo:
“E,
estando por detrás, aos seus pés, chorando, começou a regar-lhe os pés com
lágrimas, e enxugava-lhos com os cabelos da sua cabeça; e beijava-lhe os pés,
e ungia-lhos com o unguento.” (Lucas 7.38 ACF)
Sobre
as feridas
Neste caso o óleo é
utilizado como medicamento, sendo que através de suas propriedades curativas
próprias, ou em combinação com ervas ou outros produtos era deitado sobre as
feridas. Há muitos relatos deste tipo de procedimento na literatura
talmúdica1, e alguns na própria Bíblia Sagrada, os quais já foram
anteriormente citados.
“Volta,
e dize a Ezequias, capitão do meu povo: Assim diz o SENHOR, o Deus de Davi,
teu pai: Ouvi a tua oração, e vi as tuas lágrimas; eis que eu te sararei; ao
terceiro dia subirás à casa do SENHOR. (6) E acrescentarei aos teus dias
quinze anos, e das mãos do rei da Assíria te livrarei, a ti e a esta cidade;
e ampararei esta cidade por amor de mim, e por amor de Davi, meu servo. (7)
Disse mais Isaías: Tomai uma pasta de figos. E a tomaram, e a puseram sobre a
chaga; e ele sarou.” (II Reis 20.5-7 ACF)
Uso
atual
Como
vimos, fica, em nossos dias, descartado o uso da unção com óleo para objetos, de modo a torná-los sagrados ou
santificados, já que nada mais pode ser considerado objeto sagrado, uma vez
que o templo de Deus na Nova Aliança é o corpo daquele que teve seu
coração transformado pelo sangue do Cordeiro de Deus. Também não há mais
qualquer necessidade de unção para sacerdotes, reis ou profetas. Ocorrendo no
caso daqueles que se dispõem a servir como oficiais da Igreja, o ato da imposição de mãos, figura substituta da unção, mas, com
significação distinta. Resta então apenas um tipo de
unção a ser analisado em termos de uso nos dias atuais: a
unção de enfermos com fins medicamentosos. Não restou nenhum tipo de unção,
com finalidades espirituais, a ser utilizada pelos crentes em Jesus Cristo
após o estabelecimento da Nova Aliança.
Análise
Histórica
É interessante que
venhamos a analisar a prática da Igreja, desde os seus primórdios até os dias
atuais, para que possamos formar também nosso pensamento através do
testemunho daqueles que no decorrer do tempo estudaram e buscaram o
conhecimento bíblico, bem como daqueles que deturpando o verdadeiro significado
dos ensinos bíblicos torcem seu entendimento de acordo com suas conveniências
momentâneas.
Os
pais apostólicos
Não
há praticamente nenhuma referência à unção com óleo de enfermos, entre os escritos de Tiago (± 46-49 d.C), e de Hipólito de Roma (± 200
d.C.). Isto
provavelmente se deve ao fato de estarem os Cristãos deste período lutando
com tantas e tão variadas formas de heresias, como o gnosticismo, o arianismo, o sebastianismo, o monarquismo, os
judaizantes, entre
outros tantos, que não deve ter havido tempo para dedicarem-se a este assunto
em seus escritos.
Justino
de Roma (± 140 d.C.)
Há,
contudo a exceção de Justino de Roma, que por
volta de 140 d.C. defendia
a posição de que todo e qualquer tipo de unção praticada ou ministrada no
Velho Testamento aponta para Cristo. E que assim em Cristo todas as unções
cessaram, conforme podemos ver pelo trecho de seu trabalho a seguir:
“Tendo
Jacó derramado óleo no mesmo lugar, o próprio Deus que lhe aparecera dá
testemunho de Ter sido para ele que ungiu ali a pedra. Também já
demonstramos, com várias passagens das Escrituras, que Cristo é chamado
simbolicamente “pedra” e que também a ele se refere toda unção, seja de
azeite, seja de mirra ou qualquer outro composto de bálsamo, pois assim diz a
palavra: “Por isso, o teu Deus te ungiu, o teu Deus, com óleo de alegria, de
preferência aos teus companheiros”. É assim que dele participaram os reis e
ungidos, todos os que são chamados reis e ungidos, da mesma maneira como ele
próprio recebeu de seu Pai o fato de ser Rei, Cristo, Sacerdote.”
Hipólito
de Roma (± 200 d.C.)
A
mais importante obra teológica de Hipólito de Roma é intitulada a “Tradição Apostólica”. É um dos mais antigos documentos com
instrução litúrgica que podemos encontrar, tendo sido usado como base, pela igreja católica romana, para consubstanciar sua herética
doutrina sacramental da “extrema-unção” e é também a base utilizada pelos
neopentecostais para confirmar que a Igreja Cristã pós-apostólica era
praticante da “unção de enfermos”. Vamos ao texto de Hipólito:
Se
alguém oferecer azeite, consagre-o como se consagrou o pão e o vinho, não com
as mesmas palavras, mas com o mesmo Espírito. Dê graças, dizendo: “Assim como
por este óleo santificado ungiste reis, sacerdotes e profetas, concede
também, ó Deus, a santidade àqueles que com ele são ungidos e aos que o
recebem, proporcionando consolo aos que o experimentam e saúde aos que dele
necessitam.”
Por
estas palavras podemos claramente entender que este ensinamento está muito
distante da verdade bíblica. Não há nenhuma instrução na Palavra de Deus no
sentido de se consagrar pão e vinho. A Bíblia inclusive não trata o líquido
da ceia do Senhor como sendo vinho. Há uma única referência, feita pelo
Senhor Jesus registrada em Mateus, referindo-se ao conteúdo do cálice como “fruto da vide”, ou seja “uva”, ou seu suco:
“E
digo-vos que, desde agora, não beberei deste fruto da vide, até aquele dia em
que o beba novo convosco no reino de meu Pai.” (Mateus 26.29 ACF)
E em
nenhum momento há qualquer ritual de consagração. Há sim oração em ação de
graças a ser proferida durante o cerimonial da ceia do Senhor, conforme
instruções encontradas em Mateus 26.26-30 e em I
Coríntios 11.23-30. Se não se consagra o pão e o vinho,
também não se consagra azeite. Se não se consagra azeite toda a teologia e
toda a instrução litúrgica derivada desta linha de raciocínio é biblicamente
inválida e deve ser considerada espúria e anátema. Aprofundando-nos no estudo
dos ensinos de Hipólito de Roma podemos encontrar vários tipos de
óleos, como o óleo consagrado, o óleo de exorcismo, o óleo de ações de
graças, o óleo santo ou santificado, entre outros, como o queijo da caridade
e a azeitona consagrada. (Será que as semelhanças com
a IURD são meras coincidências?) Assim, quaisquer ensinos provenientes
desta fonte, ou de qualquer outra que nela se baseie devem ser considerados
espúrios e anátemas.
Orígenes
(± 210 d.C.)
Orígenes, apesar de todas as suas
tendências alegoristas e metafóricas, de suas heresias e descalabros, ao
tratar da questão da unção com óleo, afirma, corretamente, que alguns
Cristãos (neste caso Celso) teriam querido curar suas feridas
através da ação divina, mas manter sua alma inflamada em seus vícios e
pecados, rejeitando os remédios espirituais dessa mesma palavra, a confissão
de pecados e o perdão. Querendo usar o azeite, o vinho e outros emolientes, e
demais ajudas médicas que aliviam a enfermidade, como alívio para sua alma
corrompida, ou ainda usar de supostos poderes mágico-espirituais conferidos
aos medicamentos na cura das feridas, sem se apresentarem diante de Deus,
para a cura da alma. Hoje em dia a medicina nos apresenta vários novos
recursos curativos, além do azeite e do vinho, aos quais podemos recorrer, contudo
não podemos em momento algum, nos esquecer da dependência de Deus, através de
uma vida de oração. Este é o ensinamento deOrígenes: que
muitos querem ser curados, querem ser aliviados, mas não querem deixar seus
pecados. Portanto,na
teologia de Orígenes não
existe espaço para uma unção de enfermos com fins curativos mágicos. O azeite
e outros emolientes são importantes do ponto de vista medicamentoso, mas
sempre associados à dependência de Deus pela oração, e se for para a Sua
glória, Deus restabelecerá o enfermo.
Idade
Média
Durante
a Idade Média houve grande luta entre o poder secular e o poder da Igreja,
trazendo como conseqüência direta uma deturpação ainda mais exacerbada da já
caquética e corrompida teologia da igreja de Roma. As interpretações das
Escrituras visavam apenas dar respaldo a um misticismo mágico-religioso que
dominava as ações da igreja de Roma, e lhe conferia poder sobre as massas
ignorantes e crédulas, além de controle sobre seus governantes, rendendo à
igreja de Roma grandes frutos financeiros e políticos. Neste período há muito
pouca discussão sobre a unção com óleo, pois esta já se havia instituído em
sacramento, o sacramento da extrema-unção, para limpar de pecado aquele que
estava à beira da morte.
Cesário
de Arles (± 503~504)
Ele
faz várias referências à unção de enfermos nos seus sermões. No sermão 13 ele
escreve:
“Toda vez que sobrevier
uma doença, o que a sofre receba o corpo e o sangue de Cristo; peça
humildemente e com fé ao sacerdote a unção com o óleo bento a fim de que se
cumpra nele o que está escrito”.
No
Sermão 184, suplica às mães que não levem seus filhos aos “medicamentos
diabólicos”, argumentando:
“Quanto mais justo e
razoável seria recorrer à igreja, receber o corpo e o sangue de Cristo, ungir
com fé, seja o próprio corpo ou o dos seus, com o óleo bento.”
Aqui
vemos já uma completa deturpação do significado da ceia do Senhor, pois é
esta um memorial, não conferindo qualquer tipo de bênção, graça ou cura.
Pois, não há qualquer suporte nas Sagradas Escrituras para que assim
pensemos. E assim da mesma forma também não há um “óleo bento pelos sacerdotes”. Pois, primeiramente, não há na Nova Aliança a
figura do sacerdote, não há mais a necessidade de intermediação entre o povo
e seu Deus. Cada um que tenha em si o selo da salvação, tem acesso direto ao
Pai através de Jesus Cristo, nosso Mediador e Advogado para com o Deus. Não
há também, como já vimos, sob a Nova Aliança,nenhum objeto ou material consagrado ou
santificado, tornando, deste modo, a existência de um “óleo bento”simplesmente impossível. E se não há
bênção nem na ceia, nem no óleo, não há razão para uma unção de enfermos,
exceto quando ocorrer com caráter puramente medicamentoso, sem qualquer
conotação mística ou espiritual.
Quanto
à afirmação no sermão 184, não há qualquer fundamento ou razão
para afirmar que medicamentos sejam“diabólicos”, ou de qualquer outra forma “impuros” ou “malévolos”. Há contudo, clara proibição bíblica,
quanto a se buscar o auxílio de curandeiros e feiticeiros, mas, em nenhum
ponto encontramos recomendação contra a busca por médicos ou
por medicamentos em caso de doenças. Ao contrário, quando a mulher que sofria
com fluxo de sangue procurou por Jesus, é-nos informado que ela já havia
procurado por médicos, pratica esta que não foi recriminada por Jesus, apesar
de no caso desta mulher não ter sido de eficácia. (Marcos 5.25-34)
Beda (± 720 d.C.)
Segundo
o disposto através da teologia de Beda, podemos ver o andamento da deturpação
do significado da unção de enfermos, conforme segue:
1°. Naquela época se pensava que
a virtude da Unção estava no óleo consagrado pelo bispo, o óleo bento;
1. 2°. A
Unção de Enfermos pertencia à categoria dos sacramentos permanentes, assim
como a ceia do Senhor e o batismo;
2. 3°. A
igreja de Roma cria que assim como na ceia do Senhor é o próprio ministro, o
sacerdote, quem consagra o pão, e como também é o sacerdote quem batiza, é
este mesmo quem também consagra o óleo para a unção de enfermos, e estes
elementos depois de consagrados pelo ministro são repassados aos presbíteros
para ministrá-los. Assim, toda a força da bênção do óleo está no pastor, isto
é, no sacerdote;
3. 4°. Assim
como o pão consagrado para a ceia do Senhor já tem em si a força do
sacramento, também o óleo bento consagrado pelo bispo tem a mesma força e o
mesmo poder.
Bonifácio
(± 900 d.C.)
A
partir da reforma carolíngia, a administração do óleo consagrado, ou bento,
ficou reservada exclusivamente aos sacerdotes (bispos e presbíteros). Segundo os Statuta Bonifacii, do começo do século IX, os
sacerdotes devem, em suas viagens, levar sempre consigo a eucaristia e o “santo óleo”; e
lhes é proibido sob pena de deposição confiar aos leigos o “santo óleo”.
Neste
ponto muda a igreja de Roma sua concepção do sacramento:
1°. De unção de enfermos passou a
ser unção de moribundos (extrema-unção);
2°. Da consagração do óleo passou
a ser a administração da unção;
3°. De sacramento com efeitos
corporais passou a ser sacramento com efeitos espirituais;
4°. De sacramento autônomo passou
a estar unido à penitência;
5°. A teologia escolástica do século XIII já
herdara uma situação de fato: o ministro da unção é o sacerdote, o mesmo da
penitência.
Deste
panorama, tem-se o que hoje é entendido por unção dos enfermos. Uma ação de
transferência de poder do sacerdote para o óleo e deste para o enfermo, “trazendo a cura”. Nada
mais que uma ação de misticismo e feitiçaria, completamente destacada do
contexto e do entendimento bíblicos, ação esta criada por séries de heresias
e deturpações históricas, tanto no que se refere ao papel da igreja, quando
no que se refere ao papel do ministro da igreja, o seu pastor.
Os
reformadores protestantes
No
decorrer da Idade Média, a igreja católica separou esse rito da unção de
enfermos e o elevou à categoria de sacramento da extrema-unção, mediante o
qual, segundo ensinavam seus teólogos, deveria ser ministrado aos fiéis da
igreja que estavam moribundos, ou seja, à espera da morte.
Houve
consenso entre os reformadores protestantes que assim apresentada, a unção
com óleo, era uma falsa interpretação de Tiago 5.14 e de Marcos 6.13.
Segundo
Lutero, em sua exposição do texto de Tiago 5.14, o uso da unção com óleo, já
cessou:
“Por
isso sou de opinião que essa unção é a mesma da qual se escreve, em Mc 6.13,
a respeito dos apóstolos: ‘E ungiam muitos enfermos com óleo, e os curavam.’
Trata-se, pois, de um certo rito da Igreja primitiva, pelo qual faziam
milagres entre os enfermos. Já desapareceu há muito.”
Calvino de igual modo não aceita a
contemporaneidade da prática da unção de enfermos, assegurando que esta
prática já cessou na igreja, como também, todas as virtudes e os demais
milagres que foram operados pelas mãos dos apóstolos, a razão é que este dom (unção de enfermos) era temporal.
Calvino
e Lutero são unânimes em afirmar que o azeite era
um ungüento utilizado na Igreja Primitiva com fins medicamentosos que
associados à oração dos presbíteros, teria muito efeito.
Porque
os reformadores não faziam unção de enfermos?
1. Por que o princípio gerador
da cura em Tg 5.14 é a fé do doente e as orações dos
líderes da igreja;
2. Por que longe de sustentar a extrema-unção
ou o crisma (confirmação), a passagem de Tiago 5.14 trata
de presbíteros (e não de sacerdotes) orando
pela cura do enfermo; O azeite é então um óleo medicinal, e não um preparado
mágico para a morte.
3. Por que a unção
Veterotestamentária apontava para o Messias, o Ungido de Deus, cumprindo em
Cristo a unção final de sacerdote, profeta e rei;
4. Por que no processo evolutivo
da revelação de Deus, o óleo da unção aponta para o ministério do Espírito
Santo, Aquele que unge, isto é, separa, capacita, credencia o cristão a fazer
a obra de Deus. Os que são ungidos com o Espírito Santo não necessitam de nenhum outro tipo
de unção;
“E
vós tendes a unção do Santo, e sabeis tudo” (1Jo 2.20)
“E
a unção que vós recebestes dele, fica em vós, e não tendes necessidade de que
alguém vos ensine; mas, como a sua unção vos ensina todas as coisas, e é
verdadeira, e não é mentira, como ela vos ensinou, assim nele permanecereis”
(1Jo 2.27)
Analisando
o pensamento de Calvino sobre a unção dos enfermos, especialmente em sua
exposição do verso em Tiago 5.14, podemos entender o seguinte:
1. Para Calvino esta prática já
cessou na Igreja;
2. A unção aponta para a obra e
os dons do Espírito Santo; e se nós vivemos hoje no desenvolvimento
ministerial do Espírito Santo, com certeza, não há qualquer sentido na
prática da unção de Enfermos ou qualquer outro tipo de unção;
3. A unção não tem o efeito das
virtudes espirituais apostólicas;
4. A unção não é canal de
bênçãos para o crente; canal de bênção é a doutrina Bíblica, as orações (intercessão dos Santos) e a comunhão;
5. A unção não é privativa do
pastor da igreja;
6. A unção não tem qualquer
efeito de sacramento;
7. A unção não perdoa pecados;
8. A unção não é sinal de cura;
9. A unção não tem poderes
mágico-religiosos;
Considerações
atuais sobre a unção com óleo
Como
conseqüência da situação pela qual vem passando o povo brasileiro, devido às
conjunturas políticas, sociais e econômicas, muitos têm encontrado grande
dificuldade de acesso à medicina pública, ou nela não têm confiança,
recorrendo a uma medicina popular, principalmente através de curandeiros,
benzedeiras, e/ou concepções mágico-religiosas. Alguns líderes carismáticos
são muitas vezes solicitados a realizar curas divinas através de rituais, e
afirmam estar em contato com o Espírito Santo, com anjos, demônios e com o
espírito da própria enfermidade. E através de seus “poderes”, tentam
realizar a “cura”, e quando esta não vem, alistam
variadas razões, entre elas, e principalmente, o fato de o enfermo, ou seus
familiares, terem falta de fé. Assim, todo o procedimento de unção assumiu um
papel fundamental dentro do simbolismo religioso que se formou nestes dias,
sendo este procedimento utilizado para combater doenças tanto do corpo quanto
da alma. E só obtêm a “graça” aqueles que são ungidos com óleo
consagrado; para estes haverá saúde, emprego, riqueza, e a cura de diversas
moléstias e males demoníacos.
Logo
tudo passa a ser ungido, a rosa, o barbante, o sal, as fotos, as roupas, a
água, o manto, a madeira, e finalmente a própria pessoa é ungida, e caso
esteja possuída por demônios estes se manifestam e podem então ser expulsos,
através do óleo do exorcismo e da “oração forte”.
Saindo
da confusão
Como
pudemos perceber perfeitamente através da exposição da história deste procedimento
vale aqui de modo especial o que nos é dito pelo texto do salmo 42: “Um abismo chama outro abismo…”.
E é
desta confusão teológica que precisamos sair. E a única forma de fazê-lo é
através de uma análise exegética da palavra de Deus, à luz de todo o ensino
apresentado pela própria palavra de Deus, conforme já vimos anteriormente
neste estudo. Vamos seguir então analisando o verso que é usado por base de
toda esta“teologia”.
Mas,
tenhamos em mente tudo o que já estudamos, e em especial a conclusão a que
chegamos através da análise sincera e dedicada da palavra de Deus:
“Resta
então apenas um tipo de unção a ser analisado em termos de uso nos dias
atuais: a unção de enfermos com fins
medicamentosos. Não restou nenhum tipo de unção, com
finalidades espirituais, a ser utilizada pelos crentes em Jesus Cristo após o
estabelecimento da Nova Aliança.”
Exposição
de Tiago 5.14
Analisemos
o texto em si, dentro do seu contexto:
“Está
alguém entre vós aflito? Ore. Está
alguém contente? Cante louvores. (14) Está alguém entre vós doente?
Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em
nome do Senhor; (15) E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se
houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. (16) Confessai as vossas culpas uns
aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos.” (Tiago 5.13-16 ACF – destaque acrescentado)
É
fundamental entendermos que o texto nos fala de oração. Tiago está
tratando, por praticamente toda a sua carta, deste tema. Não podemos entender
que ele tenha criado um novo ritual místico-mágico, ou que tenha sido criada
uma nova teologia, o que invalidaria esta carta como texto bíblico. Como
exemplo, analisemos o que houve recentemente em uma pequena cidade americana
próxima de Los Angeles: - Lá ocorreu uma enorme tragédia,
quando um pai, jogou fora a insulina que seu pequeno filho diabético
necessitava tomar, após pedir ao pastor que realizasse em seu filho a “unção com óleo” e a “oração forte de poder”. Como resultado desta ação
irresponsável, seu filhinho morreu. Devemos entender que nem todos os crentes
que ficam doentes, recebem cura! Muitas vezes Deus os quer assim, doentes
mesmo, de modo que testemunhem de Sua graça mesmo em meio ao sofrimento, ou
então para que seja aprendida alguma lição que Deus queira ensinar. O fato é
que se todos os crentes recebessem cura, nenhum morreria, pois, a cada doença
se seguiria a cura divina! E a história testemunha que não é assim.
Bom,
com isto em mente sigamos analisando o texto. A palavra “ungir” em português
significa:
1. untar(-se) ou friccionar(-se) com óleo, ungüento ou qualquer
substância gorda; fomentar
2. untar ou friccionar com
perfumes ou substâncias aromáticas
3. investir de autoridade por
meio de unção ou sagração; sagrar
Em
grego os dois primeiros sentidos apresentados da palavra “ungir” são
entendidos da palavra “aleifw” (aleipho). Já o terceiro sentido, é entendido
pela palavra “xriw” (chrio) da qual se deriva a palavra “xristov” (christos), cristo, de onde temos a designação
de Jesus como “O Ungido de Deus”, “O
Cristo”.
Neste
sentido, a primeira (aleipho) é uma palavra que denota uma ação
corriqueira e desprovida de qualquer conotação religiosa ou espiritual.
Enquanto a segunda (chrio) indica uma ação espiritual, uma
consagração divina. E neste verso encontramos a palavra [aleipho] e
não a palavra [chrio]!
Considerando,
portanto, o significado da palavra e do texto em seu contexto, entendemos que
somente o que pode operar qualquer cura é o poder do Senhor, muitas vezes em resposta à
oração de um justo.O uso
do azeite neste texto se refere então à sua
aplicação com vistas a uma ação medicamentosa. Dando-nos instrução que não
devemos, como fez aquele infeliz pai americano, deixar de aplicar o
medicamento pelo fato de estarmos em oração pela cura, mas, inversamente,
devemos aplicar o medicamento e orar confiantemente ao Senhor, clamando pela
cura, tanto física, quanto espiritual, em caso de haver pecado envolvido. E o
Senhor dentro dos Seus propósitos, irá agir. O poder é do Senhor, e não de
uma mandinga qualquer ou de qualquer objeto que supostamente tenha quaisquer
poderes curativos.
Conclusão
Diante
de tudo o que foi exposto, podemos então afirmar:
1°. A unção de enfermos não é um
sacramento, já que não há nenhum sacramento, pois para tal exigir-se-ia um
sacerdote para intermediar sua aplicação. E na Nova Aliança, cada crente em
Jesus Cristo tem acesso direto ao Pai através Dele, sendo portanto, seu
próprio sacerdote, dispensando qualquer tipo de intermediação humana. Além
deste fato, não há como se complementar a obra do Senhor Jesus Cristo, ou
tomar-se qualquer ação que resulte em graça. A obra de Cristo é completa e
perfeita, e a obtenção de graça se dá através do poder do Senhor mediante
oração e fé.
2°. Os pais da Igreja não
praticaram a unção com fins espirituais na Igreja, entendendo que esta ação
não deveria ocorrer no cerne da Nova Aliança.
3°. A instituição da unção dos
enfermos durante a Idade Média, (que veio posteriormente a se
tornar a extrema-unção católica, e que após o concílio Vaticano II voltou a
ser, para os católicos romanos, a unção de enfermos) foi obra de “cristãos” que
não tinham uma teologia séria, embasada na Palavra de Deus, mas, ao
contrário, desejavam apenas mais um meio de controle sobre as massas.
4°. Conforme pudemos ver da
exposição de Tiago 5.14, o óleo não tem em si nenhum poder curativo
sobrenatural, além de seu próprio poder como medicamento. O verdadeiro poder
está no Senhor, e pode vir a ser derramado sobre o enfermo, em atendimento às
orações de verdadeiros crentes no Senhor Jesus Cristo, aqueles que foram
justificados pelo Seu sangue.
5°. O azeite em Tiago 5.14, não
é expressão do Espírito Santo, nem de Sua ação, pois, este fato viria de
encontro a todas as doutrinas apostólicas. A unção que se relaciona com o
Espírito Santo é obtida na conversão, quando o crente é Nele batizado e
selado para o dia da redenção.
6°. Qualquer pensamento quanto a
um valor semimágico da unção com óleo, fere os princípios do Novo Testamento,
especialmente no que diz respeito ao objeto da fé, que não pode em nenhuma
hipótese ser algo material sob pena de idolatria e paganismo:
“E,
chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na
terra.” (Mateus 28.18)
Em
nada devemos por a nossa fé, a não ser naquele que verdadeiramente nos pode
salvar!
7°. No processo evolutivo da
revelação de Deus, o óleo da unção apontava para o vindouro ministério do
Espírito Santo, que é Aquele que unge, ou seja, Aquele que separa, capacita,
credencia o Cristão a fazer a obra de Deus. Os que são ungidos com o Espírito Santo não
necessitam de nenhum outro tipo de unção espiritual, em nenhum outro momento
de suas vidas!
E que Deus nos abençoe e
nos permita permanecer sendo fiéis à Sua palavra e à Sua vontade em cada
momento de nossas vidas, deixando e abandonando tudo quanto não provém de
Deus! Amém!.
Unção Com
Óleo
Leitura: Tg 5.14-18 O uso de óleo para unção do corpo era bastante utilizado no mundo antigo, com emprego na medicina, na cosmética e também num sentido simbólico e religioso. Vários tipos de unção A Bíblia menciona a unção com óleo com vários propósitos: a) Para cuidar do corpo ou cuidados da beleza (Rt 3.3; Et 2.12; 2 Cr 28.15; Jz 16.8; Ez 16.9; Mt 6.17). Era omitido em períodos de luto (2 Sm 14.2; 12.20) ou grande tristeza (Dn 10.2,3), pois significava alegria (Pv 27.9; Sl 45.7; Is 61.3). b) Com propósito medicinal (Is 1.6; Jr 51.8; Lc 10.34). Era muito comum o uso de óleo para inchaços e feridas de diversos tipos; machucados, cortados e qualquer tipo de ferimento. c) Era oferecido a um convidado de honra (Sl 23.5; Lc 7.38,46; Jo 11.2; 12.3) d) Também usado para honrar os mortos (Mc 16.1; Gn 50.2; 2 Cr 16.14) ou para preservar o corpo. e) A unção cerimonial. Esta é a unção formal de um Sacerdote (Ex 28.41), profeta (1 Rs 19.15,16) ou de um Rei (1 Sm 10.1; 16.3,12). A idéia desse tipo de unção é de separação e consagração, isto é, dedicação da pessoa a determinada tarefa. Derramado sobre a cabeça da pessoa, o óleo cobre o corpo. A idéia é de revestimento de poder e autoridade. O verbo grego correspondente ao hebraico nesse tipo de unção é “Chrio”, uma palavra cognata de Christós, que deu origem ao nome Cristo. Portanto, a palavra “Cristo”, significa: O Ungido, o Separado por Deus para um ministério especial. f) Também era usado para consagração de objetos (Ex 30.22-33; 40.9), com o mesmo propósito de separação. Qual o sentido de ungir os doentes, na orientação de Tiago? 1. Poderia ser o uso do óleo como remédio, acompanhado de oração. Encontramos algumas recomendações para uso do remédio, na Bíblia, além da oração. Vinho também era usado como medicamento, tanto para uso tópico (Lc 10.34) como oral (1 Tm 5.23). Também eram usados emplastos (Is 38.21; 2 Rs 20.7) e sal para esfregar o corpo (Ez 16.4). O verbo “ungir” em Tiago 5.14,é “aleipho”, que quer dizer “friccionar, aplicar sobre, esfregar”. Para as doenças daquele tempo, havia um remédio muito comum: o óleo de oliva, que ainda hoje é muito rico em propriedades curativas. Tiago poderia estar sugerindo que fizessem oração, mas não deixassem também de usar de medicamentos que estivessem à disposição. 2. Tiago poderia estar sugerindo o uso do óleo meramente como sinal visível e tangível da manifestação do Espírito de Deus, pois é isto que ele simbolizava (1 Sm 16.13; Zc 4.1-6; Lc 4.18; At 10.38; 2 Co 1.21; 1 Jo 10.20), pois embora os antigos considerassem o azeite de oliveira dotado de propriedades medicinais, nunca se pensou entre eles que o azeite fosse capaz de curar toda e qualquer enfermidade. Jesus usou lodo para curar um cego de nascença (Jo 9.6) - A Mishnah menciona essa prática da aplicação de lodo, preparada com argila e saliva, a olhos enfermos – apenas como um sinal tangível e não como remédio, pois a cura foi instantânea. Tiago certamente sabia que o azeite não curava todas as doenças, mas recomendou o seu uso para todos os doentes. 3. A doença poderia ser o resultado de desobediência, pecado, na vida do crente (1 Co 11.30), pois Tiago fala de confissão e perdão de pecados neste contexto. O pecado afeta não somente a saúde espiritual, mas também física (Sl 32). Poderíamos pensar que no AT o líder religioso cumpria o papel de tratar as doenças (Lv 13.2,3; Mt 8.4) e que Tiago estaria transportando este conceito para a igreja, Mas se havia pecados que resultaram na doença, os presbíteros seriam os representantes da igreja, que recebeu autoridade do Senhor para perdoar pecados (Jo 20.23). Por estar enfermo, o crente não poderia ir à igreja, de modo que chamaria os anciãos. O azeite seria um sinal do Espírito Santo, que purifica o crente (Tt 3.5; 1 Co 6.11). Algumas observações adicionais: Tiago não apresenta uma fórmula genérica para curar a todos, pois a cura, como resposta à oração, depende da vontade de Deus (1 Jo 5.14). Deus às vezes permite a doença (Jo 11.37; Gl 4.13,14; 1 Tm 5.23; 2Tm 4.20). Noutros casos, Deus resolve levar seus amados santos ao céu, durante uma enfermidade (2 Rs 13.14,20). De uma maneira geral, podemos dizer que Deus quer curar as enfermidades, mas em casos específicos, vemos que alguns não foram curados (Jo 5.3-9; Fp 2.25-27; 2 Tm 4.20; 1 Tm 5.23). Jesus nunca mandou ungir enfermos com óleo, mas é certo que, pelo menos uma vez, (Mc 6.13) se tem notícia de que os apóstolos ungiam enfermos com óleo e os curavam. Evidentemente, eles o faziam dentro dos costumes correntes entre os judeus, que eram do conhecimento de Jesus, pois Ele mesmo se refere a unção como ato de dignidade para um visitante e também no sepultamento de um morto. A verdadeira ênfase no texto bíblico de Tiago, capítulo 5 não é sobre o óleo, mas sobre a oração, citada várias vezes. É a oração da fé que salva o doente e não a unção com azeite. Jesus orientou seus discípulos a orarem com fé (Mt 21.22; Mc 11.24) para receber dádivas de Deus. A fé foi destacada pelo Senhor na cura dos enfermos (Mc 16.17,18). Pela oração também os pecados são perdoados (1 Jo 5.14-16). O óleo não é usado para outros fins, como atrair prosperidade (ungindo-se carteiras ou bolsas), “espantar” demônios (ungindo-se portas e janelas, roupas, etc), nem para abençoar um ambiente. Não devemos atribuir qualidades místicas ao azeite, seja aquele do tipo comum, vendido no supermercado ou qualquer outro com características aromáticas, como bálsamo ou mirra. Este tipo de coisa revela-se apenas em superstição e dá oportunidade de alguém aproveitar-se da fé ingênua de alguns crentes. Não vivemos mais na era da Lei, carregada de símbolos, mas na era da graça, quando Cristo e o espírito Santo estão presentes de forma real e permanente na vida do crente. Existem algumas passagens bíblicas difíceis de entender e que são muitas vezes usadas para apoiar doutrinas distorcidas. Uma destas, sem dúvida, é esta em que Tiago recomenda o uso de óleo nos enfermos. Um dos desvios de interpretação de unção é o sacramento da extrema unção, usado pela Igreja Católica Romana, ministrado às pessoas que estão para morrer. Esta unção não foi recomendada àqueles que estão morrendo, mas ao que estão doentes e querem ser curados. A idéia é de restabelecimento e não preparação para a morte.
Bibliografia
Consultada
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Patrística e Fontes Cristãs Primitivas: Tradição Apostólica de Hipólito de
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Sobrinho, João – A Túnica Inconsútil: Um estudo sobre a doutrina da igreja,
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HOUAISS,
Antonio – Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, versão eletrônica.
LAUAND,
Jean – Um Sermão de S. Cesário de Arles.
RÉDUA,
Ashbell Simonton – Unção com óleo *com especial gratidão por
tão excelente trabalho!
Autor:
Walter Andrade Campelo
|
Fonte:
http://www.palavrasdavida.com.br/estudos/oqueeuncao.html
http://www.esbocosermao.com/2011/06/4-tipos-de-uncao.html
http://doutrinas.blogspot.com.br/2009/04/uncao-com-oleo.html